pequena dimensão e difícil aproveitamento na Gamboa - bairro tipicamente operário,
formado por outras casas de locação, construídas para atender a demanda dessa
área industrial-, para quem fizeram a Vila Operária: única obra existente ainda hoje
dessa formação – mais precisamente, na rua Da Gamboa, nº 160; intersecção da
Rua Cardoso Marinho - destacando-se das demais devido a singularidade de seu
programa e, segundo Cavalcanti (p. 14, 2006) marcar o início da atuação do
movimento moderno em relação à habitação destinada a baixa renda.
“Esta realização vem mostrar como se pode construir
habitações para operários, isto é, casa para pequeno capital
de renda, dotadas de conforto relativamente grande, com boa
aeração e iluminação naturais. Isso só se obtém com o
aproveitamento racional do espaço e, consequentemente, do
material. ” (PESSOA, José; ARAÚJO, Maria aput In “Base”
Revista de Arte, Technica e Pensamento. Ano I, Num. 1,
agosto de 1933).
Segundo Soares e Moreira (p.106, 2007), o bairro da Gamboa é caracterizado
pela sua proximidade com a zona portuária, de ocupação consolidada no final do
século XIX, com diversos sobrados, galpões, marcadamente de estilo eclético e vilas
operarias do período industrial, edificações art decó e modernistas mescladas a
conjuntos habitacionais populares e favelas.
De acordo com Santos (p. 142, 2008), os arquitetos visaram o aproveitamento
integral do terreno, com a circulação externa comum a todos os apartamentos na
testada do lote, acessos aos pavimentos superiores escadas nas duas extremidades
do terreno e a circulação superior era vazada, possibilitando a iluminação dos
apartamentos do térreo. O projeto, utilizando elementos comum ao vocábulo da
arquitetura de Warchavchik – como os volumes puros, lajes em balanço sobre as
portas, esquadrias basculantes em ferro – acrescentava a curva da passarela,
dando novo movimento ao prédio, somado também a utilização de cores, no caso o
havana e o verde (verde-jornal).
“[...] A pureza geométrica, a predominância das linhas retas e
ausência de ornamentos, soluções típicas dos projetos de
Warchavchik, estabeleciam uma conexão entre os conceitos
do Movimento Moderno e soluções espaciais e construtivas
consagradas em projetos semelhantes desde o século
anterior” (MEIRA, Ricardo; p. 44, 2013).
Conforme Pessoa e Araújo (p. 52-53, 1989), a utilização de cores diferentes
nas paredes das fachadas foi inspirada em Le Corbusier, que usou deste artificio na