Suinocultura Marcus Paulo Maturino Médico Veterinário
ORIGEM E CARACTERÍSTICAS Origem: se originaram do Javali e foram domesticados primeiramente na China. Características: Podem ser criados até 4 ou 4,5 anos, podendo viver mais ou menos até 10 anos. São muito sensíveis ao frio quando filhotes e muito sensíveis ao calor quando adultos.
DADOS REPRODUTIVOS Maturidade sexual 25 semanas Tempo de gestação 114 dias Número de crias por parto 12 - 14 Número de partos por ano 2
Raças de Suínos
Morfologia Geral dos Suínos
Morfologia Geral dos Suínos
Large White
Origem Large White é uma raça de suínos originários do condado de York, localizado na região norte da Inglaterra. Entre 1770 a 1780, estes animais foram cruzados com animais asiáticos da região de Cantão, que apresentavam como principais características a precocidade, pelagem, orelhas curtas e finas, estrutura fina e perfil pobre.
Características morfológicas ( Large White) Perfil côncavo Orelha tipo asiática Linha dorso lombar reta Boa morfologia terços anteriores e posteriores Bons aprumos; membros curtos Mamas c/ boa inserção Grande perímetro torácico
Características produtivas ( Large White) Alto rendimento de carcaça Ótima qualidade de carcaça Ótima conversão alimentar Alto ganho médio diário de peso (GMDP)
Características reprodutivas ( Large White) Ótima habilidade materna Alta prolificidade Precocidade reprodutiva Machos e fêmeas utilizados em cruzamentos
Landrace
Origem Landrace é uma raça suína, que vem sendo aperfeiçoada pelos dinamarqueses há mais de um século, visando ideal conformação para a produção de carne magra e excelentes qualidades criatórias.
Características morfológicas ( Landrace ) Perfil retilíneo Orelha tipo céltica Linha dorso lombar reta Totalmente despigmentado Pelagem branca Mamas bem constituídas
Características produtivas ( Landrace ) Alto rendimento de carcaça Alta percentagem de cortes nobres Algumas linhagens apresentam PSE Alto ganho médio diário de peso (GMDP) Ótima conversão alimentar
Características reprodutivas ( Landrace ) Ótima habilidade materna Alta prolificidade Precocidade reprodutiva Machos e fêmeas utilizados em cruzamentos
Duroc
Origem O Duroc é uma raça suína que foi desenvolvida nos EUA. Acredita-se que, no início do século XIX, optou-se pela padronização dos suínos vermelhos de Nova Jersey, Massachussets , Conecticut , Nova Iorque, entre outros, como meio de usufruir das melhores características do material disponível.
Características morfológicas ( Duroc ) Totalmente pigmentado com pelagem vermelha (com variação de tonalidades - do dourado até castanho escuro). Perfil fronto-nasal sub-côncavo Orelhas tipo Ibéricas Lombo arqueado
Características produtivas ( Duroc ) Alto rendimento de carcaça Marmorização da massa muscular Ótima conversão alimentar Alto GMDP
Características reprodutivas ( Duroc ) Média prolificidade Baixa habilidade materna Precocidade reprodutiva Somente macho em cruzamentos Ótima rusticidade
Pietrain
Origem É oriundo de uma povoação que lhe deu o nome, na província de Brabante-Bélgica . Entre os anos de 1919 e 1920, foram exportados os primeiros suínos de forma intensiva. Até 1950 o Piétrain não alcançou notoriedade. Em 1953 foi reconhecido com raça em Brabante ; em 1954 se estabeleceu o padrão racial e, em 1952, foi reconhecida como raça em toda Bélgica. Mas foi na França que obteve o bônus racial. Em 1955, importou seletos animais, e já em 1958, criou a escrita genealógica que em 1963 se transformou em livro. Daí para diante começa a difusão européia e americana.
Características morfológicas ( Pietrain ) Pelagem branca despigmentada (manchas pretas ou vermelhas) Orelhas tipo asiática Perfil retilíneo ou subcôncavo Animal “curto e grosso” Excepcional desenvolvimento do terço anterior (suíno de 4 pernis)
Características produtivas ( Pietrain ) Alto rendimento de carcaça Baixa qualidade de carne em algumas linhagens Alto GMDP Ótima CA
Características reprodutivas ( Pietrain ) Fêmeas c/ baixa habilidade materna Somente machos em cruzamentos industriais Desarmonia anátomo-funcional , Baixa capacidade cardiorrespiratória em relação à massa corporal, como fator complicador, essa grande massa muscular torácica dificulta a total expansão dos órgãos alojados nessa cavidade).
SUÍNO LIGHT – EMBRAPA MS115 Apresenta percentual de carne na carcaça de aproximadamente de 63%, reduzida espessura de toucinho e ótima conformação, com excelente concentração de carne no pernil e no lombo, assim como também na paleta e excelente velocidade de ganho de peso. Seu desempenho é destacado especialmente pela ótima conversão alimentar, característica muito importante para o retorno econômico da criação de suínos.
SUÍNO LIGHT – EMBRAPA MS115 Capacidade de adaptação em todo o território nacional. Um destaque especial para o Embrapa MS115 é o fato de ser "livre do gene halotano " ( HalNN ), o que lhe confere maior resistência ao estresse e uma capacidade de produzir carne de melhor qualidade. Os machos são comercializados para uso em centrais de inseminação artificial e monta natural. Machos e fêmeas para multiplicação em granjas licenciadas.
Sistema de Criação e Tipos de Manejo
Tipos de produção Produção de ciclo completo: criação que abrange todas as fases da produção (gestação, maternidade, creche, crescimento e terminação) e que tem como produto o suíno terminado. Produção de leitões desmamados: tem como produto o leitão desmamado, que pode ter em média 6 kg (21 dias) ou 10 kg (42 dias). O valor de comercialização deste leitão usualmente oscila entre 1,5 a 2 vezes o valor do quilo do suíno terminado. Produção de leitões para terminação: tem como produto o leitão de 18 a 25 kg de peso vivo e 50 a 70 dias de idade. Essa criação, além dos reprodutores, tem a fase de creche onde os leitões permanecem do desmame até a comercialização. O valor de comercialização do quilo deste leitão varia de 1,3 a 1,6 vezes o valor do quilo do suíno terminado. Produção de terminados: envolve somente a fase de terminação, portanto tem como produto final o suíno terminado. Usualmente, o criador adquire o leitão com 20 a 30 kg e, portanto, só tem prédio (s) de terminação. Quando adquire leitões de 6 a 10 kg, precisa ter creche para abrigar os leitões antes de levá – los para os galpões de terminação.
Tipos de produção Produção de reprodutores tradicional: é uma criação nos moldes de um produtor em ciclo completo, tendo como produto principal futuros reprodutores machos e fêmeas. A comercialização pode ser feita após a inspeção zootécnica com três meses, ou após o final do teste de Granja, com aproximadamente cinco meses, ou ainda em exposições. Produção de reprodutores em granja núcleo: é uma criação com plantel fechado, de animais de raça pura ou linhagens de alto padrão genético e sanitário, fazendo–se a avaliação de todos os animais produzidos e passíveis de comercialização do ponto de vista reprodutivo. Tendem a substituir os machos a cada seis meses e as fêmeas após, no máximo, a produção da segunda leitegada. Comercializam para as granjas multiplicadoras machos e fêmeas puros, geneticamente melhorados e, para os produtores de animais para a indústria, os machos. Produção de reprodutores em granja multiplicadora: é uma criação vinculada a uma granja núcleo que recebe machos e fêmeas selecionados e predestinados a acasalamentos que gerarão animais cruzados, incorporando “vigor híbrido” nos reprodutores que serão comercializados para os produtores de animais para a indústria.
Sistema de Criação Intensivo Extensivo
Sistema Extensivo Sem instalações, Todo Ciclo produtivo no Campo, Baixos índices de produtividade,
Sistema Intensivo Utiliza menor área, Maior Produção, Três formas Sistema de suínos criados ao ar livre (SISCAL), Sistema de criação misto ou semiconfinado , Sistema Confinado.
Sistema de suínos criados ao ar livre (SISCAL) Siscal Mantém animais em piquetes nas seguintes fases: Maternidade, Creche, Reprodução.
Sistema de suínos criados ao ar livre (SISCAL) Piquetes Cercados, Arame farpado, Corrente alternada, Telas. Numero reduzido de edificações, Menor custo,
Quanto tempo de permanência no piquete ?
Sistema de criação misto ou semiconfinado Utiliza piquetes para algumas categorias, Alimentação a vontade na fase de crescimento, Alimentação controlada nas outras fases. Custo menor que Confinado e maior que Siscal
Instalação de Suínos
Localização Direção do Vento, Declividade Suave, Observar ampliação, Espaçamento entre galpões.
Largura A grande influência da largura da instalação é no acondicionamento térmico interior, bem como em seu custo. Normalmente recomenda-se largura de até 10 m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14 m para clima quente e seco.
Pé direito O pé direito da instalação é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre os animais. Desta forma, quanto maior o pé direito da instalação, menor é a carga térmica recebida pelos animais. Recomenda-se como regra geral pé-direito de 3 a 3,5 m.
Comprimento O comprimento da instalação deve ser estabelecido com base no Planejamento da Produção, assim como também para evitar problemas com terraplanagem e sistema de distribuição de água.
Orientação
Cobertura O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior da instalação. O mais recomendável é escolher para o telhado, material com grande resistência térmica, como a telha cerâmica. Pode-se utilizar estrutura de madeira, metálica ou pré-fabricada de concreto. Sugere-se a pintura da parte superior da cobertura na cor branca e na face inferior na cor preta. Antes da pintura deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à telha e facilitar assim, a fixação da tinta. A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura para o interior da instalação, pode ser feita com uso de forro. Este atua como segunda barreira física, permitindo a formação de camada de ar junto à cobertura e contribuindo na redução da transferência de calor para o interior da construção.