17 de agosto , 2025 ctbarrosaraujo Qualificação em Tomografia Computadorizada Nome da Disciplina : Protocolos de aquisição em tomografia Professor: Érico Rodrigo CENTRO DE TREINAMENTO BARROS ARAÚJO
Protocolos em Tomografia Computadorizada Fundamentos e aplicações práticas: a chave para a acurácia diagnóstica e a segurança do paciente
Objetivo do dia : Compreender a função dos protocolos como um conjunto de parâmetros técnicos padronizados para cada exame. Identificar os parâmetros básicos que influenciam a qualidade da imagem e a dose de radiação. Relacionar a seleção de protocolos a diferentes perfis de pacientes e condições clínicas.
Protocolo “Define as configurações e procedimentos específicos para realizar um exame de TC, incluindo a área a ser examinada, o tipo de contraste utilizado (se houver), as fases do exame e os parâmetros de imagem.”
Padronização de exames Protocolos garantem resultados consistentes entre diferentes serviços, assegurando que o paciente receba o mesmo nível de qualidade e segurança em qualquer local
Qualidade da imagem Ajuste dos parâmetros para obter detalhes anatômicos preservados. Redução de ruído com o uso adequado de mAs. Maior acurácia diagnóstica, permitindo a visualização de pequenas patologias, como um nódulo ou uma lesão.
Otimização de dose O ajuste da dose de radiação é essencial para a segurança do paciente, seguindo o princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable)
Segurança do paciente Contraste venoso e prevenção de reações adversas. Necessidade de jejum para determinados exames. Evitar exposição desnecessária e usar proteção, como aventais de chumbo em gestantes.
Importância dos protocolos Tomografia Computadorizada (TC) – Abdome Com protocolo adequado : Contraste intravenoso e oral aplicados corretamente. Fases (arterial, portal e tardia) respeitadas. Resultado: bom contraste entre órgãos, vasos e lesões, diagnóstico confiável. Sem protocolo adequado : Falta de contraste ou fase incorreta. Resultado: dificuldade em diferenciar lesões hepáticas ou renais, diagnóstico comprometido.
Eficiência operacional Protocolos bem definidos reduzem o tempo de exame, minimizam a necessidade de retrabalho e otimizam o fluxo de atendimento.
Impacto clínico A escolha correta do protocolo aumenta a acurácia diagnóstica, permitindo que o médico radiologista identifique patologias de forma mais precisa
Pergunta de fixação O que aconteceria se um técnico realizasse um exame de TC de abdômen em uma criança utilizando o protocolo de um adulto? Detalhe o impacto na qualidade da imagem e, mais importante, na segurança do paciente.
Introdução aos parâmetros Os principais parâmetros influenciam diretamente a relação entre qualidade da imagem e dose de radiação
Kilovoltagem Controla a energia do feixe de raios-X. Valores de kV mais altos resultam em maior penetração, mas menor contraste. Para pacientes com IMC maior que 30, é recomendável usar 120 kV ou mais
Miliamperagem por segundo Relaciona-se à quantidade de fótons emitidos. O uso de um mAs adequado garante uma imagem limpa e com baixo ruído
Pitch Pitch é definido como a distância percorrida pela mesa em uma rotação de 360° do gantry dividida pela colimação do feixe (colimação do feixe = espessura do corte). Um pitch maior que 1 pode ser usado para escanear mais rapidamente e diminuir a dose de radiação mas compromete a qualidade de imagem.
FOV (Field of View) A área de cobertura da imagem. O FOV deve ser ajustado para incluir toda a anatomia de interesse, sem expor áreas desnecessárias
Espessura de Corte A espessura de corte influencia o detalhe anatômico e o volume de dados. Cortes finos (≤ 3,0 mm) são essenciais para reconstruções de alta qualidade
Reconstrução de Imagem Algoritmos (kernels) influenciam a nitidez, contraste e ruído. O 'kernel ósseo' (ou de alta resolução) é usado para detalhes esqueléticos, enquanto o 'kernel de partes moles' oferece melhor diferenciação entre tecidos.
Reconstrução de imagem
Unidade Hounsfield Serve para quantificar a densidade de radiação utilizada na tomografia computadorizada, definindo a densidade da água como 0 unidades Hounsfield (UH), e a densidade do ar como - 1000 UH. Todos os outros tecidos biológicos têm densidades expressas em relação a esses valores.
Janelas Window level : O nível da janela é o ponto médio da faixa de números de UH. Window width : A largura da janela define a faixa de números de UH que são exibidos em diferentes tons de cinza.
Tipos de janelas TC
Standard Nível da Janela: +40 HU Largura da Janela: 400 HU Essa configuração permite a visualização detalhada de órgãos e tecidos moles, como fígado, rins e cérebro
Detail J anela para Avaliação de Vasos Sanguíneos Largura da Janela (Window Width): 300 UH Nível da Janela (Window Level): 150 UH Visualização detalhada de vasos sanguíneos, permitindo a identificação de estenoses, aneurismas ou malformações vasculares
Bones Nível da Janela: +300 HU Largura da Janela: 2000 HU Essa configuração é adequada para visualizar a estrutura óssea, destacando as diferenças entre o osso cortical e o osso esponjoso
Edge Janela de Borda para Estruturas Ósseas Largura da Janela (Window Width): 2000 UH Nível da Janela (Window Level): 300 UH Destaca as bordas das estruturas ósseas, permitindo a identificação de fraturas finas, erosões ósseas e outras anomalias esqueléticas
Lung Nível da Janela: -600 HU Largura da Janela: 1500 HU Essa configuração facilita a visualização das estruturas pulmonares, destacando os detalhes do parênquima pulmonar e das vias aéreas
Tabela comparativa Parâmetro Protocolo A: Tórax - Patologia Pulmonar (Alta Resolução) Protocolo B: Tórax - Oncologia (Com Contraste) Indicação Principal Avaliação de doenças pulmonares intersticiais, enfisema, bronquiectasias, ou nódulos. Estadiamento de tumores (primários ou metastáticos) e avaliação de linfonodos mediastinais. Tipo de Aquisição Geralmente sem contraste Com Contraste Venoso kVp 120 kV 120 kV (ajustável para pacientes com IMC > 30) mAs Auto mAs (recomendável) Auto mAs (recomendável) Espessura de Corte ≤ 3,0 mm ≤ 3,0 mm Reconstrução (Kernel) Kernel de Partes Moles e Kernel de Pulmão (alta resolução) Kernel de Partes Moles e Kernel de Pulmão (alta resolução) Velocidade de Contraste Não se aplica 2 ml/s a 4 ml/s Fase de Aquisição Sem Contraste Fase Contrastada (geralmente portal/equilíbrio, para realce tumoral) Objetivo da Qualidade Minimizar ruído para visualizar parênquima pulmonar e detalhes de pequenas vias aéreas. Diferenciar vasos, linfonodos e tumores, e obter imagens limpas para medições precisas.
Atividade de fixação
Estudos de caso
Personalização dos protocolos Protocolo “Padrão” Exame de crânio É realizada a primeira imagem que se chama topograma, normalmente em perfil, com varredura de 250mm e com parâmetros de exposição menores que os da técnica normal. A programação dos cortes segue a LIOM – linha osteo meatal, varrendo da base do encéfalo até os giros corticais da alta convexidade
Adulto Parâmetros padrão de referência para cada exame. Ex: Para um exame de abdômen em adulto, o KV pode ser de 120 ou 140, com MAS ajustado automaticamente
Pediátrico Necessidade de reduzir a dose, mantendo a qualidade diagnóstica. Geralmente usa-se o mínimo de kVp do aparelho (geralmente 80 kV) e o mAs ajustado para a idade
Atividade de discussão O que mudaria no protocolo para um paciente pediátrico em relação ao adulto? Além do kVp e mAs, pense no uso de contraste, na espessura de corte e no tempo de varredura.
Paciente obeso Paciente obeso Aumento - +20 - 40 KV (Depender do paciente ) É preferível aumentar o MAS por conta do contraste da imagem ao KV, que acontece em alguns casos especificos.
Gestante Reduzir dose ao mínimo possível (ALARA – As Low As Reasonably Achievable). KV e mAs : Sempre trabalhar no limite inferior aceitável para manter imagem diagnóstica. Usar 100–120 kV (evitar 140 kV, a não ser que seja absolutamente necessário). mAs bem reduzido , com auxílio do AEC (controle automático de exposição) para evitar dose excessiva. Colimação e área de varredura : Restrita apenas à região de interesse. Nunca incluir o abdome/feto se não for área de estudo.
Região anatômica Ajustes específicos são necessários para cada área: Crânio: Protocolo sem contraste com FOV pequeno para detalhes. Tórax: Protocolos para avaliação de parênquima pulmonar ou vascularização. Abdome/Pelve: Protocolos com e sem contraste, dependendo da indicação clínica.
Condições clínicas Ajuste dos protocolos conforme a indicação clínica: Trauma: Rapidez na aquisição para avaliação de múltiplos segmentos. Oncologia: Exames com múltiplas fases (pré-contraste, arterial, portal, de equilíbrio) para avaliar a dinâmica do contraste no tumor. Cardiovascular: Alta resolução temporal para exames de angiotomografia, com injeção de contraste de alta velocidade (≥4 ml/s).
Resumo Protocolos garantem padronização e segurança. Parâmetros técnicos como kVp, mAs e pitch afetam a qualidade da imagem e a dose de radiação. Cada paciente e condição clínica precisam de um ajuste específico.