O QUE É TEORIA?
A teoria é interdisciplinar;
A teoria é analítica e especulativa;
A teoria é uma crítica ao senso comum;
A teoria é reflexiva, “é reflexão sobre a reflexão”.
Por tudo isso, a teoria é “intimidadora”, pois
questiona verdades naturais e inquestionáveis.
O QUE É TEORIA?
O principal ímpeto da teoria é demonstrar que o
que foi pensado ou declarado cultural é na
realidade um produto histórico e social.
“O demônio da teoria”
Os estudos culturais apontam a necessidade de
que a teoria saia da abstração e se configure
como prática política.
O QUE É LITERATURA E TEM ELA
IMPORTÂNCIA?
Obra literária e obra não-literária.
Conceito de literatura depende muito de onde
você se encontra (contexto).
Literatura requer princípio de cooperação entre
texto e leitor.
5 PONTOS QUE CARACTERIZAM A
NATUREZA DA LITERATURA
Literatura como a “colocação em primeiro plano”
da linguagem (evidência na forma).
Literatura como integração da linguagem (forma
e conteúdo em conexão).
Literatura como ficção.
Literatura como objeto estético.
Literatura como construção intertextual ou auto-
reflexiva.
Literatura como instrumento de alienação
ideológica e literatura como instrumento de ação
e questionamento.
LITERATURA E ESTUDOS
CULTURAIS
(E A TEORIA)
Os estudos culturais ampliaram o corpus dos
pesquisadores da área de literatura (telenovelas,
cordel, anúncios publicitários, histórias em
quadrinhos, movimentos étnicos, homoerotismo,
feminismo, tribos urbanas...).
A teoria enriqueceu o estudo das obras literárias.
Teoria e estudos cultuais andam juntos, pois
possuem muitas semelhanças, como a
interdisciplinaridade. Assim podemos dizer:
teoria é a “teoria” e estudos culturais, a prática.
ESTUDOS CULTURAIS: LITERATURA
“Em sua concepção ampla, o projeto dos estudos
culturais é compreender o funcionamento da
cultura, particularmente no mundo moderno: como
as produções culturais operam e como as
identidades culturais são construídas e
organizadas, para indivíduos e grupos, num mundo
de comunidades diversas e misturadas, de poder do
estado, indústrias da mídia e corporações
multinacionais”.
Estudos culturais abrangem, portanto, os estudos
literários como prática específica, mas há
desdobramentos...
ORIGENS
Estruturalismo francês dos anos 60: “Mitologias”
(1957), de Roland Barthes.
Objetivo: desmistificar o práticas que parecem
naturais à cultura, existe uma construção
histórica.
Teoria literária marxista inglesa: “Cultura e
sociedade” (1958), de Raymond Williams.
Objetivos: recuperar a cultura popular e mostrar
que a cultura de massa é um imposição
ideológica.
Exemplo para debate: movimento armorial,
Ariano Suassuna.
OUTROS PONTOS
Os estudos culturais indagam em que medida
somos manipulados pelas formas culturais e em
que medida ou de que maneiras somos capazes de
usá-las para outros propósitos.
Estudos das identidades culturais dos pequenos
grupos e dos indivíduos.
Estudos culturais surgem dos estudos literários;
da aplicação da técnica da análise literária a
outros materiais culturais.
Dois tópicos relacionam estudos literários e
estudos culturais: cânone literário e método de
análise de objetos culturais.
O CÂNONE LITERÁRIO
Ao estudar objetos não canônicos, os estudos
culturais destruirão a literatura?
Estudos culturais ampliam o cânone literário.
Noção de excelência literária é relativa, muda de
acordo com os interesses de quem a determina.
O debate em torno do cânone é presente em todos
os ambientes acadêmicos da pós-modernidade.
Exemplo: XIII Encontro da Abralic.
MODOS DE ANÁLISE
Leituras textuais cerradas: leituras centradas na
forma do objeto cultural, muito associada ao
trabalho do crítico literário.
Nos estudos culturais, o objeto deve ser estudado
junto com sua interface social.
Assim, os estudos culturais tendem a realizar
leitura cerrada mais análise sociopolítica.
Os trabalhos oriundos dos estudos culturais
devem “fazer a diferença”, ou seja, devem
intervir na realidade.
Os estudos culturais têm a obrigação de ser
radicais.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CULLER, Jonathan. Teoria literária: uma
introdução. Tradução: Sandra Vasconcelos. São
Paulo: Beca, 1999.