8. Leia a resenha crítica sobre o filme “Divertida Mente 2” a seguir. Novas emoções, novas percepções Já desde o primeiro longa, a Pixar faz um trabalho excelente na apresentação de sentimentos e emoções em sua forma mais básica e primária. Agora, com a chegada de Ansiedade, Tédio, Inveja e Vergonha, a mistura de sensações — e as consequências de quando uma se sobrepõe sobre as demais — são ainda melhor representadas. Aguardada por tantos desde os primeiros trailers, Ansiedade domina a tela na segunda animação da franquia e a forma que os criadores optaram para representar um sentimento de tão difícil compreensão tem um toque de magia: o sorriso tremido, os cabelos espetados e a energia caótica dela, em comparação aos demais sentimentos também exacerbados, cria uma situação tragicômica interessante. A angústia que ela promove, tanto quanto a falsa sensação de controle que oferece, são pontos altos do filme. Em conjunto, a Pixar traz sentimentos mais presentes nos jovens de hoje, não necessariamente bons, mas com elementos atuais: Tédio vem acompanhada de um celular, Vergonha se esconde em um moletom, Inveja tem um formato pequeno, mas causa um grande estrago. Uma estratégia muito bem-sucedida de se aproximar da geração ansiosa de crianças de hoje e desmistificar sentimentos que, querendo ou não, estão ali presentes durante a adolescência e, posteriormente, a vida adulta. Mas o que mais surpreende em "Divertida Mente 2" e serve como fio condutor de toda a trama não é bem a chegada das novas emoções, e sim o que o filme chama de "senso de si". As linhas que formam a personalidade da Riley, suas convicções, são o ponto mais tocante do enredo e consagram a continuação da franquia como mais uma "sacada genial" da Pixar.