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Aula de subjetividade, gênero e esteriotipos

1. Psicologia Social - Comunitária Profª Esp. Alessandra Serrão Pimenta

2. Subjetividade, Afetividade. Identidade. Preconceito, Diversidade de Gênero Estereótipo e discriminação.

3. SUBJETIVIDADE é a experiência interna e singular de cada indivíduo, que se forma através de suas experiências pessoais, sentimentos, emoções, valores e crenças, diferenciando-o dos outros e influenciando sua forma de interpretar o mundo. Está intrinsicamente ligada à maneira como cada pessoa percebe, interpreta e reage ao mundo ao seu redor. A subjetividade é desenvolvida ao longo da vida de um indivíduo, a partir de interações com o ambiente, experiências, educação, relações sociais e culturais. Desde o nascimento, somos moldados por nossas vivências e pelas influências do mundo ao nosso redor.  A família, a escola, os amigos e a sociedade em geral contribuem para a formação de nossa subjetividade, fazendo com que cada pessoa tenha uma forma única de enxergar e interpretar o mundo.

4. SUBJETIVIDADE A subjetividade desempenha o papel de expressar as perspectivas, sentimentos e opiniões individuais, ela permite que as pessoas compartilhem suas experiências pessoais, contribuindo para uma compreensão mais rica e diversificada do mundo. Exemplos: Gosto musical:  Os gostos musicais de uma pessoa são subjetivos. O que uma pessoa considera uma música incrível, outra pode achar desagradável. A subjetividade está em jogo quando se trata de preferências musicais. Religião e espiritualidade:  As crenças religiosas e espirituais são altamente subjetivas, baseadas na fé e na experiência pessoal. O que é significativo para uma pessoa em sua religião pode não ter o mesmo significado para outra.

5. Política:  Opiniões políticas são extremamente subjetivas e variam de acordo com a ideologia e as experiências pessoais. O que é importante para um eleitor pode não ser para outro, levando a debates políticos acalorados. Arte visual:  A interpretação de uma obra de arte é altamente subjetiva. Uma pintura ou escultura pode evocar emoções diferentes em pessoas diferentes, dependendo de suas experiências e perspectivas. Opiniões pessoais:  Em qualquer discussão, as opiniões pessoais, como gostos alimentares, estilo de moda e preferências de viagem, são subjetivas e baseadas nas preferências individuais de cada pessoa.

6. Afetividade é a dimensão psíquica que engloba a capacidade de sentir, expressar e vivenciar emoções, sentimentos, paixões, desejos, interesses e estados de ânimo. É um estado psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado a partir das situações. Segundo Piaget, tal estado psicológico é de grande influência no comportamento e no aprendizado das pessoas juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Faz-se presente em sentimentos, desejos, interesses, tendências, valores e emoções.

7. Afetividade e aprendizagem Para que a aprendizagem ocorra, é fundamental que o indivíduo se sinta bem e conectado ao que está aprendendo e à pessoa que ensina. A afetividade e a cognição são facetas interdependentes da experiência humana, onde uma influencia a outra no desenvolvimento.  Afetos e cognição são compreendidos como partes de um todo, que se interagem para o desenvolvimento do indivíduo. Teóricos como Henri Wallon destacam a afetividade como ponto de partida e elemento mediador das relações sociais, influenciando a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento do indivíduo em seus diferentes estágios. 

8. IDENTIDADE QUEM SOU EU

9. IDENTIDADE é quem você é, um conjunto de características, traços pessoais, familiares e sociais que o tornam único e o definem perante o mundo. A questão "quem sou eu" representa a busca por autoconhecimento e compreensão da sua autoimagem, que pode ser moldada pela sociedade, idade, e experiências ao longo da vida. Fatores que influenciam: Cultura; Classe social; Etnia; Gênero; Religião; História de vida.

10. Componentes da sua identidade: Nome e Sobrenome: Fornecidos pela família, são como você é chamado e identificado pela sociedade.  Características Físicas: A cor dos olhos, o tipo de cabelo, a forma do rosto e outros traços físicos que tornam cada pessoa única.  Traços Familiares: As semelhanças com os membros da sua família e as histórias que compartilham.  Percepção Social: Como você é visto pelas outras pessoas e os papéis que assume na sociedade (amigo, colega, cidadão, etc.).  Autoimagem: A visão que você tem de si mesmo, incluindo suas qualidades, defeitos, preferências e comportamentos.  História Pessoal: As experiências, sonhos e aspirações que moldam quem você é ao longo do tempo. 

11. Estereótipo é uma ideia preconcebida, generalizada e simplificada sobre uma pessoa ou grupo, que muitas vezes não leva em conta as individualidades. Eles funcionam como "rótulos" ou "caixinhas" que atribuem características a pessoas com base na sua etnia, género, religião ou classe social, por exemplo. Os estereótipos frequentemente levam a preconceitos e discriminação, reforçando generalizações que se solidificam na cultura e dificultam o diálogo e a compreensão, assim como também limitam excessivamente as nossas expectativas quanto às atitudes e comportamentos dos membros do grupo estereotipado.

12. Estereótipo Exemplos: "Mulheres não sabem dirigir"; "Jovens da periferia são perigosos"; "Homens não choram".

13. Preconceito Preconceito significa pré-julgamento , ou seja, um julgamento formado antes de conhecer a realidade, é construído a partir de concepções universais enraizadas em nossa sociedade e que, muitas vezes, nos são passadas ao longo da vida como verdades. Ele é sustentado por estereótipos e reproduz desigualdades sociais. Ele surge de processos sociais e cognitivos, envolvendo elementos afetivos (medo, raiva, nojo), o preconceito não é inato; ele é formado através das relações sociais, da cultura e da educação, podendo ser combatido com conhecimento, desconstrução de estereótipos e confronto de relações de poder. 

14. Tipos de preconceito Racial: Preconceito e discriminação direcionados a quem possui uma raça ou etnia diferente, geralmente se refere à segregação racial; comportamento hostil dirigido às pessoas ou aos grupos sociais que pertencem a outras raças e/ou etnias (negros;indígenas) Sexismo: Preconceito baseado no sexo ou gênero; Machismo: é um tipo de preconceito que se manifesta na crença da superioridade masculina e na inferiorização do gênero feminino, levando a atitudes, opiniões e comportamentos que desfavorecem as mulheres e impõem à sociedade um sistema de dominação masculina.  Etarismo: Discriminação contra pessoas devido à sua idade, seja por serem jovens ou idosas. Homofobia e Transfobia: Aversão e preconceito contra pessoas homossexuais, bissexuais e transgênero, resultando em exclusão e violência.

15. Tipos de preconceito Capacitismo: Preconceito contra pessoas com deficiência, que as pode levar a serem vistas como incapazes ou inferiores. Xenofobia: Ódio ou aversão a pessoas de outras culturas e nacionalidades, frequentemente motivado pela ignorância. Intolerância Religiosa: Discriminação e hostilidade contra pessoas por causa da sua religião ou crenças. Gordofobia: Preconceito contra pessoas que não se encaixam nos padrões de beleza ou de corpo da sociedade, levando à exclusão e ao assédio. Social/econômico: discriminação de pobres e moradores de periferia.

16. Efeitos do preconceito: Sofrimento psicológico (ansiedade, depressão, baixa autoestima); Exclusão de oportunidades, exclusão social; Violência psicológica e física. A psicologia atua na conscientização crítica , mostrando que o preconceito não é individual, mas um fenômeno social e culturalmente produzido .

17. Discriminação A discriminação é o preconceito em ação , ou seja, quando a ideia se transforma em comportamento excludente. Pode ocorrer de forma: Direta : insultos, violência explícita, exclusão deliberada; Indireta : desigualdade de acesso a oportunidades, políticas institucionais injustas. Exemplos práticos: Empresas que não contratam pessoas trans; Escolas que desvalorizam culturas indígenas ou africanas; Tratamento desigual em serviços públicos.

18. Discriminação Impactos: Marginalização de grupos sociais; Aumento de desigualdades estruturais; Sofrimento psíquico coletivo. A psicologia propõe ações coletivas de enfrentamento : rodas de conversa, campanhas educativas, fortalecimento de lideranças comunitárias.  

19. Diversidade de gênero Identidade de Gênero: A forma como a pessoa se identifica internamente.  A diversidade de gênero reconhece que existem múltiplas formas de viver a identidade de gênero. O gênero não é apenas biológico, mas uma construção social . Exemplos de expressões de gênero: cisgênero, transgênero, não-binário, travestis, entre outros. Problema social: sociedades que só reconhecem o binário (homem/mulher) marginalizam outras identidades.  

20. Diversidade de gênero Identidade de Gênero: A forma como a pessoa se identifica internamente.  A diversidade de gênero reconhece que existem múltiplas formas de viver a identidade de gênero. O gênero não é apenas biológico, mas uma construção social . Exemplos de expressões de gênero: cisgênero, transgênero, não-binário, travestis, entre outros. Problema social: sociedades que só reconhecem o binário (homem/mulher) marginalizam outras identidades.  

21. Diversidade de gênero Cisgênero : Pessoa cuja identidade de gênero corresponde ao sexo biológico atribuído à nascença.  Transgênero: Pessoa que não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer.  Travesti: Pessoa que não se reconhece necessariamente como homem ou mulher, mas que se expressa e busca ser tratada no feminino.    Não-binário: O gênero tradicionalmente é entendido como uma dicotomia (masculino e feminino). Pessoas não binárias não se encaixam nesse modelo binário. 

22. Diversidade de gênero Impactos da não aceitação: Violência física e psicológca ; Exclusão escolar e no mercado de trabalho; Problemas de saúde mental. Psicologia social-comunitária contribui para: Valorizar a diversidade como riqueza cultural ; Apoiar políticas de inclusão; Criar espaços seguros de convivência.

23. Integração dos Conceitos Subjetividade e afetividade : estruturam nossa forma de sentir e compreender o mundo. Identidade : se constrói nesse processo, mas sofre pressões externas. Preconceito e estereótipos : produzem visões distorcidas, que alimentam práticas de exclusão. Discriminação : é a expressão prática do preconceito, com efeitos devastadores na vida das pessoas. Diversidade de gênero : mostra como a identidade é plural, mas ainda enfrenta resistência social. A psicologia social-comunitária busca articular todos esses elementos para fortalecer comunidades, promover inclusão e transformar realidades sociais.  

24. referências LANE, S. Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1984. MARTÍN-BARÓ, I. Psicologia da libertação. Petrópolis: Vozes, 1997. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2010. BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. TAJFEL, H. Grupos humanos e categorias sociais. Lisboa: Livros Horizonte, 1981. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2010.  

25. Atividade: Situações para os grupos (pode escolher algumas ou todas): Um jovem negro é seguido por seguranças dentro de um shopping. Uma menina é desestimulada a cursar engenharia porque “é profissão de homem”. Uma pessoa trans não consegue emprego porque “vai dar problema com os clientes”. Um aluno da periferia é considerado “menos inteligente” apenas por morar em comunidade. Uma criança indígena sofre bullying na escola por usar roupas e falar em sua língua de origem.

26. Qual a relação dessa situação com preconceito, estereótipo ou discriminação? Que sentimentos (afetividade) podem surgir em quem sofre e em quem pratica essa atitude? Como essa situação pode afetar a identidade da pessoa envolvida? O que poderia ser feito pela comunidade/escola para transformar essa realidade?