Tipos de àgua

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About This Presentation

Tipos de água - Física e Química 11º


Slide Content

Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus (402291) – Vila Real




Tipos de água
Trabalho de Pesquisa




Disciplina de Física e Química 11ºano
Professora Alcinda Anacleto
Vila Real, 17 de Abril de 2014



Trabalho realizado por:
-Leonardo Fernandes nº22 11ºC

1 | P á g i n a

Índice
Introdução ...........................................................................................................................2
1.Tipos de águas...................................................................................................................4
1.1 Água da Chuva ................................................................................................................4
1.2Água pura/Água destilada ................................................................................................5
1.3Água desionizada.............................................................................................................5
1.4 Água doce ......................................................................................................................6
1.4.1 Águas potáveis.............................................................................................................6
1.4.1.1 Água de abastecimento público .................................................................................6
1.4.1.2 Águas embaladas ......................................................................................................7
1.4.1.2.1 Águas minerais naturais ..........................................................................................7
1.4.1.2.2 Águas de nascente..................................................................................................8
1.4.2. Águas termais .............................................................................................................9
1.4.3. Águas minero-industriais .............................................................................................9
2.Qualidade da água destinada ao consumo humano- Valores paramétricos de alguns
componentes de águas potáveis ......................................................................................... 10
3. Classificação das águas quanto à dureza .......................................................................... 12
4. Análise de Rótulos .......................................................................................................... 13
Conclusão .......................................................................................................................... 14
Bibliografia/Webgrafia........................................................................................................ 15

2 | P á g i n a

Introdução
É consensual na comunidade científica que as primeiras formas de vida no Planeta
Terra tiveram origem na água. A existência de água no estado líquido no nosso Planeta é
fundamental à existência da vida, sem esta, nenhuma espécie, incluindo o Homem, poderia
sobreviver.
No caso do ser humano, a água representa 80% da massa total de um recém-nascido e
60% numa pessoa adulta. Para além da função estrutural, a água é importante pois atua como
meio de difusão de substâncias no organismo, favorece a evolução celular, assegura o
equilíbrio iónico do organismo, regula a temperatura corporal, intervém nas reacções de
hidrólise (digestão) e é um excelente solvente, servindo de veículo para materiais nutritivos
necessários às células e produtos de excreção. Permanentemente 10 a 15 litros de água
circulam no tubo digestivo de um adulto médio, de modo a assegurar a transformação e
digestão dos alimentos, bem como a sua posterior assimilação.
Devido a esta importância, a água sempre foi utilizada pelos seres humanos como
recurso, seja para o próprio consumo ou para obtenção de alimentos. Ao longo da história, o
estabelecimento de um grupo de pessoas num local era determinado em grande parte pela
presença de água nas proximidades, condições propícias à prática de actividades de
subsistência como a agricultura.
Atualmente, o Homem usufrui da água de diferentes modos: uso doméstico; como
fonte de alimento e de matérias-primas; na produção de energia; na agricultura ou na
indústria; para fins medicinais; como via de comunicação ou até mesmo para fins recreativos,
ou turísticos. Apesar de a água descrever um ciclo na Natureza (recurso renovável), “ciclo
hidrológico”, a quantidade de água doce disponível para o consumo humano é muito reduzida.
A água doce corresponde apenas a 2,5% da totalidade da água existente no nosso planeta e a
maior parte da água doce encontra-se gelada nos pólos, pelo que, menos de 1% de toda a
água está disponível para consumo humano. Pode assim dizer-se que a quantidade de água
doce disponível para o consumo humano é escassa e está sujeita a enormes pressões
antrópicas. Essas pressões antrópicas têm enormes consequências na Hidrosfera, porque a
sobre-exploração dos recursos hídricos pode conduzir ao seu esgotamento nos aquíferos. As
pressões antrópicas favorecem a poluição dos recursos hídricos. Esta poluição deriva das
atividades humanas como a indústria ou a agricultura, provocando alterações nas
propriedades químicas das águas utilizadas. A poluição das reservas de água leva à diminuição
da quantidade de água doce potável disponível. Tendo em conta todos estes factores e a
importância vital da água na vida dos seres vivos é de máxima urgência a concentração de
esforços na conservação da qualidade da água e na prevenção das formas de poluição que
diminuem a quantidade de água doce disponível.
Nem todas as águas são iguais porque não têm todas a mesma origem. Assim, nem
todas as águas são naturais, nem todas as águas têm os mesmos parâmetros físico-químicos e
nem todas as águas são estáveis.
As águas doces classificam-se de acordo com o tipo e quantidade de sais minerais que
possuem e com a temperatura que apresentam quando são captadas.
Em geral uma água natural pode ser composta por uma grande variedade de solutos
como os gases e aerossóis da atmosfera, os produtos do arrastamento e da erosão de rochas,
os produtos das dissoluções e das reacções de precipitação que ocorrem em profundidade e
produtos da actividade humana.

3 | P á g i n a

Este trabalho centrar-se-á nos diferentes tipos de água presentes no Planeta Terra,
como por exemplo, a água destilada ou a água da chuva. Assim o trabalho irá incidir na
composição química das águas e nas diferenças dos diversos tipos de água a nível físico-
químico, bem como nas características da água destinada ao consumo humano. Irá ainda ser
feita uma análise a dois rótulos de água engarrafada.

4 | P á g i n a

1.Tipos de águas
A água é uma substância líquida à temperatura ambiente, incolor, inodora e insípida,
composta por duas moléculas de hidrogénio e uma de oxigénio. É uma substância que se
encontra em abundância na Terra e que cobre aproximadamente três quartos da superfície do
planeta. Não existe apenas um tipo de água na natureza, mas sim vários que diferem
essencialmente na sua composição química. Uma água natural pode conter gases dissolvidos
da atmosfera (Oxigénio (O2), Dióxido de Carbono CO2), aniões dissolvidos (Hidrogenocarbonato
(HCO3
-
), Cloreto (Cl
-
), Hidróxido (HO
-
), Carbonato (CO3
2-
), etc.), catiões dissolvidos (Cálcio (Ca
2+
),
Sódio (Na
+
), Magnésio (Mg
2+
), Potássio (K
+
), etc.) e ainda outros constituintes como a sílica
(SiO2), provenientes da erosão das rochas, das dissoluções e reacções de precipitação que
ocorrem debaixo da superfície terrestre e da actividade dos seres vivos. Os processos pelos
quais estes solutos são incorporados ou precipitados bem como as quantidades dos solutos
incorporadas, são influenciados por muitos factores ambientais (clima, estrutura e disposição
das rochas, e os efeitos bioquímicos associados aos ciclos de vida das plantas e animais). Isto
resulta em águas com diferentes composições e concentrações de sais dissolvidos, surgindo
assim na Natureza diferentes tipos de águas.
1.1 Água da Chuva
A água da chuva é proveniente da água evaporada nos mares e lagos que, ao elevar-se
na atmosfera, encontra ar frio e condensa na forma de gotas. A água, devido às suas
características físicas e químicas, no seu caminho natural, da terra às nuvens (evaporação/
transpiração) e das nuvens à terra (precipitação), faz uma espécie de lavagem da atmosfera,
incorporando a maioria das substâncias presentes, quer de origem natural ou resíduos da
actividade humana. Assim, as ”impurezas” naturais da chuva são constituídas principalmente
por sais de origem marinha, matéria particulada, poeiras e pelos gases que compõem a nossa
atmosfera que se podem dissolver na água. Destes gases destaca-se o CO2, pois quando
assimilado em grandes quantidades baixa o pH da água da chuva normal resultado do
aumento da concentração de H3O
+
, o que torna a água da chuva ligeiramente ácida (pH
médio=5,6).
CO2 (g)↔ CO2 (aq)
CO2 (aq) + 2H2O (l)↔HCO3
-
(aq) + H3O
+
(aq)
A composição da chuva pode variar de um lugar para outro pela acção de vários
factores, como o tipo de ecossistema presente e o clima. No entanto, em geral, a água do mar
tem dissolvida uma grande quantidade de sais, Cloreto de Sódio (NaCl), Sulfato de Cálcio
(CaSO4), Sulfato de Magnésio (MgSO4), Cloreto de Potássio (KCl), que são arrastados pelo
vapor de água ao condensar.
Se a água das chuvas reagir com óxidos de enxofre (SOX) ou óxidos de azoto (NOX)
presentes na atmosfera o seu pH pode diminuir para valores inferiores a 5,6, tornando-se
chuva ácida.

5 | P á g i n a

1.2Água pura/Água destilada
Na percepção do senso comum intuitivo a água pura é água potável limpa. No entanto
a partir da química a água pura é um líquido que tem na sua constituição exclusivamente
moléculas de H2O. Tal líquido é impossível encontrar à face da Terra.
A forma mais pura de água que se conhece é a água destilada. Esta é obtida em
laboratório através do processo de destilação. Neste processo a água é filtrada e sofre
sucessivas destilações para remoção de partículas em solução. Como tal, a água destilada é o
resultado da destilação de uma água normal, processo pelo qual é fervida, evaporada e o
vapor condensado.
A água destilada fica, assim, isenta da maior parte dos sais dissolvidos, sendo
teoricamente constituída pelas moléculas de água, por sua vez constituídas, pelos elementos
Oxigénio e Hidrogénio. No entanto, a água destilada não pode ser considerada água pura
porque é impossível eliminar todos os solutos.
Seria de esperar que o pH da água destilada tivesse o valor de 7, correspondente a
uma substância neutra, no entanto, o que se verifica são valores entre 5,5 e 6,0. Isto acontece
porque a água destilada, quando em contacto com a atmosfera, dissolve o dióxido de carbono
atmosférico, à semelhança do que acontece com a água da chuva, o que resulta na diminuição
do pH para valores inferiores a 7.
A água quimicamente pura é uma água com condutividade de 0,05 μS/cm e pH= 7,0 a
25ºC. A água após a destilação tem valores próximos aos da água quimicamente
pura e é por isso que a água destilada é considerada a água que mais se aproxima dessa
definição.
A água destilada pode ser consumida desde que a alimentação contenha os sais
necessários ao nosso organismo e é muito utilizada laboratorialmente nas escolas e hospitais,
no fabrico de remédios, em ferros de engomar, em baterias de automóveis e como reagente
industrial.
Em suma, a água destilada consiste numa água quimicamente pura, isto é, purificada
por destilação de modo a eliminar os sais nela dissolvidos e outros compostos.
1.3Água desionizada
A água desionizada é uma água muito semelhante à destilada, no entanto mais barata
a nível comercial. A água desionizada é obtida através do processo de desionização em que são
removidas as partículas iónicas da água. A desionização é por vezes usada, como processo
complementar no tratamento da água para distribuição urbana. É um processo químico, muito
rápido, que produz água isenta de partículas, iões e substâncias orgânicas, sendo geralmente
semelhante a água destilada.
O processo de desionização consiste em fazer passar a água através de colunas de
enchimento, permutadoras de iões, contendo resinas de troca. Estas resinas são constituídas
por polímeros com grupos com carga eléctrica, positiva ou negativa, que podem ser trocados
com iões presentes na água. A resina substitui os catiões que estão a contaminar a água por
iões H
+
. Os catiões normalmente removidos são o cálcio, o magnésio, o ferro, o alumínio, o
cobre e o níquel. Analogamente, a resina substitui aniões dissolvidos na água, como por
exemplo, o nitrato, o fosfato, o clorato, o sulfato, o sulfito, o sulfureto, o nitrito e o fluoreto,
por iões OH
-
(Fig.1). O pH da água desionizada varia entre 4,5 e 5,0.

6 | P á g i n a

Este tipo de água é utilizado em laboratórios de análises clínicas, em análises físico-
químicas, em investigação e em indústrias como a farmacêutica e cosmética.

Figura 1 – Esquema da desionização da água
1.4 Água doce
As águas doces são as águas que encontramos em rios, lagos e ribeiras. Para ser
consumida precisa, em alguns casos, de passar por processo de tratamento específico. A água
doce corresponde apenas a 2,5% da totalidade da água existente no nosso planeta e a maior
parte da água doce encontra-se gelada nos pólos, pelo que, menos de 1% de toda a água está
disponível para consumo humano. As águas doces classificam-se de acordo com o tipo e
quantidade de sais minerais que possuem e com a temperatura que apresentam quando são
captadas.
1.4.1 Águas potáveis
A água potável é a água que pode ser consumida por pessoas e animais sem riscos de
adquirirem doenças ou alguma contaminação química. Não deve conter microrganismos
patogénicos, nem nenhuma substância prejudicial à saúde. Pode ser tratada ou retirada de
fontes naturais. A água potável de origem natural é aquela que é retirada de fontes naturais,
podendo ser diretamente consumida. A água potável tratada passa por uma Estação de
Tratamento, onde é sujeita a uma série de etapas onde as impurezas e poluentes são
eliminados, antes de ser destinada ao consumo humano. As águas potáveis devem ser
límpidas, incolores e não podem ter sabor nem odor desagradáveis.
1.4.1.1 Água de abastecimento público
A água de abastecimento público ou água comum (também designada água da
torneira) é a água que é normalmente disponibilizada ao consumo da população nos sistemas
públicos de abastecimento de água. Estas águas podem necessitar de processos de tratamento
(adição de cloro e/ou filtração) para serem potáveis.
A água utilizada no abastecimento público pode ter origem:
-superficial, quando é captada em rios, lagos e albufeiras.
-subterrânea, quando se trata da água existente no subsolo (aquíferos), captada através de
poços ou furos.

7 | P á g i n a

Em 2006 cerca de 95% da população portuguesa era servida por redes de
abastecimento público de água (Gráfico 1).

Gráfico 1- População sevida por sistemas públicos de abastecimento de água
No nosso país, a água de abastecimento público, tem uma qualidade bastante
aceitável, exceptuando alguns casos pontuais. No entanto, algumas águas de consumo
doméstico não são sujeitas a controlo de qualidade: é o caso da água de muitos fontanários,
furos, poços e cisternas, a que as populações sem sistema público de abastecimento de água
recorrem.
A composição da água da torneira, varia consoante a região e de onde a água é
captada. Os compostos mais vulgares que se encontram dissolvidos na água da rede municipal
são o carbonato (CO3
-2
), o sulfato (SO4
2-
), e sais como o Hidrogenocarbonato de cálcio
(Ca(HCO3)2) ou o cloreto de cálcio (CaCl2). Para além destes a água de abastecimento público
contém magnésio (Mg
2+
), sódio (Na
+
) e ainda outras substâncias em pequenas quantidades. O
pH desta água varia entre 5,5 e 6,0.
1.4.1.2 Águas embaladas
As águas embaladas para consumo podem ser designadas por: lisas (são engarrafadas
como são captadas), gasocarbónicas (contém gás natural) e gaseificadas (com adição de
dióxido de carbono). Em outro tipo de classificação as águas são divididas em águas minerais
naturais e águas de nascente. A água mineral natural e a água de nascentes são
as únicas águas globalmente naturais que não podem sofrer quaisquer tratamentos e que são
comercializadas sem adição de químicos ou aditivos. A água mineral natural e a água de
nascente têm também de ser submetidas a dois anos de testes rigorosos antes de poderem ser
vendidas com essa designação, dado que é necessário provar que os aquíferos de onde
provêm estão isentos de poluição e estão implantados em locais protegidos de qualquer
ameaça poluidora.
1.4.1.2.1 Águas minerais naturais
As águas minerais naturais são águas subterrâneas provenientes de aquíferos
(formação geológica de onde é possível extrair água de forma economicamente rentável)
localizados a profundidades consideráveis, bacteriologicamente puras e com características
físico-químicas específicas e estáveis ao longo do tempo. De notar que a composição química
destas águas é totalmente natural, sendo provocada pela interação água/rocha, possuindo
oligoelementos benéficos à vida humana. Têm características químicas e paladares distintos
(Fig.2).
75
80
85
90
95
100
1994 2000 2006
%

8 | P á g i n a

Estas águas diferem das águas comuns pela sua “pureza original”, na medida em que
não precisam de qualquer tipo de tratamento para serem consumidas, e pelo seu teor em sais
minerais.
Algumas águas minerais possuem, naturalmente, um elevado teor de dióxido de
carbono (CO2), águas gasocarbónicas (mais de 500 mg/l de CO2 livre). Se o dióxido de carbono
é adicionado no processo de engarrafamento, as águas são gaseificadas.
As águas minerais naturais integram-se no domínio público do Estado sendo a
respectiva exploração assegurada através de um contrato de concessão.
Estas águas têm variadas composições dependendo dos sais minerais dos terrenos,
mas, geralmente, têm na sua constituição sílica (SiO2), os aniões cloreto (Cl
-
), bicarbonato
(HCO3
-
), Sulfato (SO4
2-
), Nitrato (NO3
-
), os catiões sódio (Na
+
), Magnésio (Mg
2+
) e cálcio (Ca
2+
).
O seu pH variar entre os 5,0 e os 8,5.
1.4.1.2.2 Águas de nascente
As águas de nascente são águas subterrâneas (grandes profundidades),
bacteriologicamente puras e com características físico-químicas que as tornam adequadas
para consumo humano. Diferem das águas minerais naturais pelo curto tempo de circulação
no subsolo, o que conduz a uma certa variabilidade química sazonal.
A presença de sais minerais nestas águas não é constante ao longo do ano. Têm de ser
engarrafadas no local da nascente, de forma a preservar as suas qualidades. Tal como as águas
minerais naturais têm características químicas e paladares distintos (Fig.2).
Integram-se na propriedade privada (apesar de carecerem de licenciamento) e apenas
têm de ser, na origem, águas próprias para beber.
Tal como as águas minerais naturais as águas de nascente têm na sua constituição
sílica (SiO2), os aniões cloreto (Cl
-
), bicarbonato (HCO3
-
), Sulfato (SO4
2-
), Nitrato (NO3
-
), os
catiões sódio (Na
+
), Magnésio (Mg
2+
) e cálcio (Ca
2+
), podendo ainda conter o catião Potássio
(K
+
). O seu pH situa-se normalmente em valores dos 5,5 aos 7,0.

Figura 2- Quadro comparativo das características das águas minerais naturais e de nascente

9 | P á g i n a

1.4.2. Águas termais
As águas termais são águas minerais cuja temperatura é superior pelo menos 4ºC
relativamente às restantes águas da região. É frequente que as águas subterrâneas sejam
sobreaquecidas, devido ao calor dissipado nas regiões vulcânicas, ou simplesmente, devido ao
aumento da temperatura com a profundidade. Essas águas quentes podem brotar à superfície,
constituindo as nascentes termais. Devido à temperatura em que se encontram, as águas
termais possuem um grande poder dissolvente e, por isso, algumas delas são muito
mineralizadas e daí o seu valor medicinal.
Estas águas caracterizam-se por uma concentração elevada de sílica (SiO2), pela
presença de cálcio (Ca
2+
), Magnésio (Mg
2+
), zinco (Zn
2+
) e por serem, usualmente,
gasocarbónicas (±600 mg/l de CO2 livre). O pH costuma situar-se em valores alcalinos
(superiores a 7).
1.4.3. Águas minero-industriais
As águas minero-industriais são águas subterrâneas, que permitem a extracção
económica de substâncias nelas dissolvidas. A sua composição e pH são semelhantes às águas
minerais naturais visto que são ambas minerais. A mineralização das águas depende do tipo e
da temperatura das rochas com que estiveram em contacto, bem como no seu tempo de
permanência no subsolo.
Em algumas zonas de Portugal (Fonte da Bica, Rio Maior) são captadas águas
subterrâneas, que atravessam um depósito de sal-gema, e distribuídas por compartimentos
onde evaporam. Desta forma, extrai-se sal (Fig.3).

Figura 3- Exploração das águas minerais industriais

10 | P á g i n a

2.Qualidade da água destinada ao consumo humano- Valores
paramétricos de alguns componentes de águas potáveis
O Decreto-lei nº306/2007, de 27 de Agosto, é uma revisão do Decreto-lei nº 243/2001
e define o que se pode considerar “Água destinada ao consumo humano” para além de definir
“Qualidade da água destinada ao consumo humano”.
Nos termos deste decreto entende-se por “Água destinada ao consumo humano”:
“- Toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar,
à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente
da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio-
-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais;
-Toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para fabrico, transformação,
conservação ou comercialização de produtos ou substâncias destinados ao consumo humano,
assim como a utilizada na limpeza de superfícies, objectos e materiais que podem estar em
contacto com os alimentos, excepto quando a utilização dessa água não afecta a salubridade
do género alimentício.” Diário da República, 1.ª série — N.º 164 — 27 de Agosto de 2007
Os valores dos parâmetros microbiológicos e físico-químicos relativos à “Qualidade da
água destinada ao consumo humano” estão definidos no anexo I, desse mesmo artigo.
Na parte I estão fixados os valores dos paramétricos microbiológicos para a água
destinada ao consumo humano fornecida por redes de distribuição ou por reservatórios não
ligados à rede de distribuição (Tabela 1) e para a água vendida em garrafas ou outros
recipientes (Tabela 2).
Parâmetro

Valor paramétrico Unidade

Escherichia coli (E. coli)

0 Número/100 ml

Enterococos 0 Número/100 ml
Tabela 1- Parâmetros microbiológicos da água fornecida por redes de distribuição
Parâmetro

Valor paramétrico Unidade

Escherichia coli (E. coli)

0 Número/250 ml

Enterococos 0 Número/250 ml
Pseudomona aeruginosa 0 Número/250 ml
Número de colónias a 22ºC 100 Número/ml
Número de colónias a 37ºC 20 Número/ml
Tabela 2- Parâmetros microbiológicos da água vendida em garrafas
Os valores paramétricos dos parâmetros químicos para a água destinada ao consumo
humano fornecida por redes de distribuição (ou reservatórios não ligados a esta) e para a água
vendida em garrafas ou outros recipientes (Tabela 3) estão definidos na parte II do anexo I do
artigo em questão.
Parâmetro

Valor paramétrico Unidade

Acrilamida 0,10 μg/L
Antimónio 5,0 μg/L
Arsénio 10 μg/L

11 | P á g i n a

Benzeno 1,0 μg/L
Boro 1,0 mg/L
Bromatos 10 μg/L
Cádmio 5,0 μg/L
Crómio 50 μg/L
Cobre 2,0 mg/L
Cianetos 50 μg/L
1,2 Diclorometano 3,0 μg/L
Epicloridrina 0,10 μg/L
Fluoretos 1,5 mg/L
Chumbo 10 μg/L
Mercúrio 1 μg/L
Níquel 20 μg/L
Nitratos 50 mg/L
Nitritos 0,5 mg/L
Pesticida individual 0,10 μg/L
Pesticidas-total 0,50 μg/L
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) 0,10 μg/L
Selénio 10 μg/L
Tetracloroeteno e tricloroeteno 10 μg/L
Trihalometanos — total (THM) 100 μg/L
Cloreto de vinilo 100 μg/L
Tabela 3- Parâmetros químicos da água fornecida por redes de distribuição e da água vendida em
garrafas
Por fim, na parte III do anexo do artigo em causa encontram-se os valores
paramétricos estabelecidos para efeitos de controlo da qualidade da água destinada ao
consumo humano (Tabela 4).
Parâmetro

Valor paramétrico Unidade

Alumínio 200 μg/L
Amónio 0,50 mg/L
Cloretos 250 mg/L
Condutividade 2500 μS/cm
pH ≥6,5 e ≥9 Unidades de pH
Ferro 200 μg/L
Sulfatos 250 mg/L
Sódio 200 mg/L
Tabela 4- Parâmetros estabelecidos para efeitos de controlo da água

Fonte: Diário da República, 1.ª série — N.º 164 — 27 de Agosto de 2007

12 | P á g i n a

3. Classificação das águas quanto à dureza
As águas podem ser facilmente classificadas quanto à sua dureza. A dureza de uma
água depende da quantidade de sais minerais, nomeadamente sais de cálcio e magnésio, que
nela se encontram dissolvidos. Quanto maior o teor de sais, maior a dureza da água (Tabela 5).
Tipo de água

Teor em sais de cálcio (mg/L)
Águas macias 0 a 50
Águas moderadamente duras 50 a 100
Águas duras 100 a 200
Águas muito duras Mais de 200
Tabela 5- Parâmetros estabelecidos para efeitos de controlo da água
A presença de elevadas quantidades de sais de cálcio como o cloreto de cálcio (CaCl2) e
o hidrogenocarbonato de cálcio (Ca(HCO3)2) nas águas duras leva à formação do sal insolúvel
carbonato de cálcio (CaCO3) através das reacções descritas abaixo. Este mesmo sal é o sal
responsável quer pelo calcário que se deposita nas máquinas de lavar quer pela formação de
estalactites nas grutas.
Na2CO3 (aq) + CaCl2 (aq) → 2 NaCl (aq) + CaCO3 (s)
Ca(HCO3)2 (aq) → H2O (l) + CO2 (g) + CaCO3 (s)
A água da torneira possui hidrogenocarbonato de cálcio (Ca(HCO3)2), que ao ser
submetido a um aquecimento elevado origina carbonato de cálcio (CaCO3). Por ser pouco
solúvel em água, este precipita nas máquinas.
Apesar das águas de consumo serem previamente tratadas de modo a retirar um
excesso de sais de cálcio que causariam danos nas resistências das máquinas e até no interior
das próprias canalizações, este continua a ser um problema principalmente nas regiões em
que a água tem elevada dureza (Fig.4).

Figura 4- Diferenças na dureza das águas em Portugal Continental
As águas duras para além de conduzirem à formação de depósitos calcários requerem
a utilização de quantidades consideráveis de sabão para se conseguir uma lavagem eficaz
porque os sais minerais das águas duras reagem com o sabão formando compostos insolúveis
(reacções idênticas às de cima), diminuindo a quantidade de sabão disponível para a acção do
detergente e para a formação de espuma. Por outro lado as águas macias são mais eficazes em
tarefas como lavar a roupa ou a louça mas conduzem a mais correcções das canalizações, pois
não permitem a formação de depósitos carbonatados protectores do metal que as constitui.

13 | P á g i n a

4. Análise de Rótulos
Nas figuras 5 e 6 estão presentes dois rótulos de água engarrafada sendo a figura 5 o
rótulo de uma água mineral natural de 1,5L e a figura 6 um rótulo de uma água de nascente de
0,5L.

Figura 5- Rótulo de uma água mineral natural

Figura 6- Rótulo de uma água de nascente
Analisando as composições das águas em ambos os rótulos pode-se concluir que
correspondem às composições descritas em cima. Em ambas as águas estão presentes iões
como o sódio (Na
+
), o magnésio (Mg
2+
), o cloreto (Cl
-
), o cálcio (Ca
2+
), etc. De realçar a presença
do ião potássio (K
+
) apenas nas águas de nascente. De notar também que as concentrações de
sílica (SiO2), sódio (Na
+
), magnésio (Mg
2+
), cálcio (Ca
2+
), hidrogenocarbonato (HCO3
-
), e sulfato
(SO4
2-
) são mais elevadas na água de nascente. Por sua vez, as concentrações de Cloreto (Cl
-
) e
nitrato (NO3
-
) são mais elevadas na água mineral natural.
O pH está dentro dos valores esperados. O pH da água de nascente é 5,8±0,6 mineral
natural (pH das águas de nascente varia entre 5,5 e 7,0) enquanto o da água mineral natural é
ligeiramente mais ácido, 5,3±0,4 (o pH das águas minerais naturais varia entre 5,0 e 8,5).
Os locais de exploração de ambas as águas situam-se no Norte de Portugal
Continental.
No rótulo de ambas as águas é referido que são bacteriologicamente puras.

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Conclusão
Com este trabalho foi possível concluir que a dinâmica externa e interna do nosso
planeta resulta na existência de diferentes tipos de água com diferentes composições e
temperatura. É possível concluir também que o desenvolvimento tecnológico e científico da
sociedade permite ao ser Humano alterar algumas características da água tornando propícia a
sua utilização em tarefas úteis ao ser Humano.
Através da análise de rótulos foi possível comprovar a veracidade da pesquisa acerca
das características das águas engarrafadas.
É de notar a elevada variedade química que a água, um recurso essencial na vida
terrestre, possui, o que só eleva o seu nível de importância e imprescindibilidade.
Tendo em conta a importância vital da água na vida dos seres vivos é de máxima
urgência a concentração de esforços na conservação da qualidade da água e na prevenção das
formas de poluição que diminuem a quantidade de água doce disponível.

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