TRABALHO FINAL_ CAROLINA MARIA DE JESÚS.pptx

MarisaMerlo1 29 views 20 slides Sep 06, 2025
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CAROLINA MARIA DE JESUS Sacramento 14 de março de 1914 São Paulo 13 de Fevereiro de 1977 “ESCRITORA, COMPOSITORA, CANTORA, POETISA”

1914 14 de março Nasce Carolina Maria de Jesus em Sacramento, cidade do interior rural de Minas Gerais, localizada a pouco mais de 60 km de distância de Araxá, palco de um dos maiores e mais longevos quilombos do Brasil, o Quilombo do Ambrósio. Era originária de uma família negra da última geração de escravos africanos e afrodescendentes trazidos à força ou nascidos no Brasil. Ela nasceu numa comunidade rural onde seus pais eram pequenos agricultores. Filha ilegítima de um homem casado, foi maltratada durante toda sua infância.

1921 Aos sete anos, sua mãe a obrigou a frequentar a escola, depois que a esposa de um rico fazendeiro, patroa de sua mãe, que era a lavadeira, de cidiu pagar para que ela e outras crianças pobres da vizinhança frequentassem a escola, mas ela interrompeu o curso no segundo ano, quando a família se mudo. Por essa razão, ela deixa de frequentar o colégio. tendo já conseguido aprender a ler e a escrever e desenvolvido o gosto pela leitura. Isto era muito estranho para o Brasil da década de 1920, onde as meninas negras pobres que viviam em áreas rurais não recebiam qualquer educação .

Carolina Maria de Jesus saiu de lá quando sua mãe morreu, em 1937, e, depois de passar por algumas cidades do interior de São Paulo, foi viver na favela do Canindé, hoje já extinta, na capital paulista, em 1948. .

Ela trabalhava como empregada doméstica, emprego que perdeu quando engravidou do primeiro de seus três filhos. Cuidava de seus filhos sozinha – por decisão própria, optou por não ter marido – vivendo de recolher papéis, ferros e outros materiais recicláveis nas ruas da cidade, que vendia para sobreviver. Construiu sua própria casa usando madeira, lata, cartão, papelão e tudo o mais que encontrou. Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, registrava o cotidiano da comunidade onde morava nos cadernos que encontrava; no material que recolhia.

Bitita, apelido que recebeu na infância, foi ‘descoberta’ e revelada por Audálio Dantas, jornalista do jornal Folha de São Paulo, em abril de 1958. Dantas que, na época, era um jovem repórter interessado pelo problema da favela que começava a aparecer às margens do rio Tietê. O jornalista estava passando o dia na favela do Canindé, a fim de retratar a precária situação dos moradores. Ele cobria a inauguração de um pequeno parque municipal. Imediatamente após a cerimônia, um grupo de moradores de rua chegou reivindicando a área, perseguindo as crianças. Dantas viu Carolina parada perto do local, gritando “ saia ou você vai aparecer no meu livro ”. Os intrusos foram embora. Dantas perguntou-lhe o que ela queria dizer com isso. Ela ficou tímida no início, mas depois o levou para seu barraco e lá lhe ensinou tudo. Ele leu trechos do diário dela e pediu a ela uma pequena amostra e correu com ela até o jornal.

CAROLINA MARIA DE JESUS AUDÁLIO DANTAS E RUTH DE SOUZA

A REPORTAGEM FEITA POR AUDÁLIO DANTAS QUE REBELOU CAROLINA MARIA DE JESÚS AO BRASIL

1960 Dantas conseguiu a publicação do livro de Carolina Maria de Jesus pela editora Francisco Alves em 1960, com o título Quarto de despejo: diário de uma favelada . O livro rapidamente se tornou um best-seller, com inúmeras edições feitas em seu país natal e no exterior. Foi um fenômeno inédito na indústria editorial brasileira, tendo sua primeira edição com tiragem de dez mil exemplares e 600 exemplares vendidos na noite de autógrafos. No primeiro ano, com várias reedições, foram vendidos mais de cem mil exemplares. A escritora d eixa a favela do Canindé e compra casa de alvenaria em Santana, bairro de classe média alta de São Paulo.

Carolina autografando seu livro O encontro entre Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus, em 1960. Ocasião da publicação de "Quarto de Despejo"

Quarto de despejo tornou-se um dos livros mais lidos nas décadas de 1960 e 1970. A tiragem inicial de dez mil exemplares esgotou-se em uma semana. Embora escrito na linguagem simple , seu diário foi traduzido para treze idiomas e tornou-se um best-seller nos Estados Unidos e na Europa. Teve mais de 10 edições no mesmo ano. Foi publicado, nos cinco anos seguintes à edição no Brasil, em mais de 40 países. O nome da obra foi inspirado numa fala da própria escritora : “ Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de ‘villudo’, almofadas de ‘sitim’. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo” . Sua experiência de favelada expunha ao coletivo uma “chaga feia” que provava as falhas do projeto de desenvolvimento econômico iniciado pelo governo federal em nome da modernização do país.

1964 1 de abril Início da Ditadura militar no Brasil.

Fotografias de Carolina en Parelheiros em 1975 1969 Carolina se muda para Parelheiros, na periferia de São Paulo, onde produziu seus últimos escritos .

Logo depois de se mudar para Parelheiros, Carolina parou de receber pagamentos de direitos autorais. Tinha tão pouco dinheiro que, ela e seus filhos passavam certos dias catando papéis e garrafas para vender e d e tempos em tempos, entregava a uma vendedora local os abacates, bananas e mandiocas que produzia para serem vendidos num mercado local.

As pessoas perderam interesse no Carolina quando ela deixou de ser favelada. Pobre e esquecida Carolina de Jesus voltou à miséria quase absoluta, à mesma vida de favelada que retratara em seu livro. Além de “Quarto de despejo”, a autora publicou mais dois diários: Casa de Alvenaria – diário de uma ex-favelada (1961) e Diário de Bitita (1986); um romance: Pedaços da Fome (1963); uma coletânea de poemas: Antologia Pessoal (1996) e uma compilação de pensamentos intitulada Provérbios (1965). Morreu em 1977, de insuficiência respiratória, com 62 anos, e deixou uma boa parte de sua produção – poemas, contos e escritos diversos – ainda não publicada.

ELA FOI INVISIBILIZADA PELOS CÍRCULOS LITERÁRIOS, FORMADOS POR HOMENS BRANCOS, DE CLASSE MÉDIA E UNIVERSITÁRIOS, ONDE NÃO HAVIA LUGAR PARA MULHERES E MENOS AINDA UMA MULHER NEGRA, POBRE E SEMI-ALFABETA.

” Quando querem se livrar dos papéis e das latas velhas, mandam para o lixão, quando querem se livrar das pessoas que incomodam, mandam para a favela, o quarto de despejo da humanidade ”. Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velho s”. A FAVELA SE TORNA UMA GRANDE METÁFORA PARA O DESPERDÍCIO DA CIDADE GRANDE.

Frases e poemas sobre pobreza, fome e falta de recursos A fome é um dos temas que se r epetem com frequência na obra da autora, que descreve os sacrifícios e as jornadas de trabalho que fazia para conseguir alimentar seus filhos e a si mesma. Focada em sobreviver, mostrava como os cidadãos mais desfavorecidos não têm a possibilidade de descansar, nem tempo para se divertir. “ Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário; hoje é salário.”. “O maior espetáculo do pobre da atualidade é comer.”. “A s crianças ricas brincam nos jardins com seus brinquedos prediletos. E as crianças pobres acompanham as mães a pedirem esmolas pelas ruas. Que desigualdades trágicas e que brincadeira do destino. ". “A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago.”. Carolina Maria de Jesus

N o período pós-ditatorial , sua obra é recuperada, principalmente pelo movimento negro e pelo movimento de mulheres negras, que nele encontram o testemunho do racismo estrutural brasileiro e, por outro lado, principalmente as condições específicas de vida da mulher negra no Brasil. Além disso, a partir de 2000, se abriu espaço para o estudo deste texto no ambiente universitário, especialmente com a ajuda do ingresso da comunidade negra nas universidades e, graças às cotas raciais, o acesso a bolsas de pesquisa. Carolina publicou o livro Quarto de Despejo, em 1960, mas ele ainda atravessa tanto a realidade, que parece ter sido escrito por alguma mãe negra e favelada atualmente. O racismo, a falta de moradia digna, a fome, a pobreza, a saúde precária, muitas dessas notícias ainda atuais e continuam lutando pelos direitos básicos para elas e seus filhos.
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