ABDOMINAL TRAUMA INSTRUTORA: FRANCIELLE C. PEREIRA
D E F I N I Ç Ã O Trauma de abdome e pelve é a lesão resultante do impacto e da força externa exercida na região abdominal e pélvica, acometendo os órgãos internos.
EPIDEMI0LOGIA Incidência de 15 a 20% dos traumas. Decorrente de agressão física, ferimentos por arma branca ou de fogo, queda, atropelamento, acidentes de trânsito. Associado a traumas multissistêmicos. Maioria dos traumas abdominais fechados são decorrentes de acidentes auto, atingindo órgãos maciços. Principal complicação é a hemorragia.
EPIDEMI0LOGIA Maior parte das vítimas de trauma abdominal é composta por homens (80 a 90% dos casos) com faixa etária abaixo de 45 anos (média de 33 anos), vítimas, em geral, de trauma abdominal aberto — causado por arma branca ou por projétil de arma de fogo — ou de trauma abdominal fechado — causado por acidente automobilístico
RELEMBRANDO. . . ANATOMIA
CLASSIFICAÇÃO Trauma abdominal Aberto Fechado
CLASSIFICAÇÃO Trauma aberto Associado à presença de lesão externa, com solução de continuidade e comunicação com o meio interno. Causado geralmente por FAF, FAB ou objetos encravados. Podem resultar em lesões vasculares e de vísceras e evisceração.
CLASSIFICAÇÃO Trauma fechado A lesão externa não origina comunicação com a cavidade interna, dificultando a identificação do trauma e de lesões, aumentando a morbimortalidade. Atenção aos sinais de contusão, escoriação, equimose linear transversal, rigidez abdominal, defesa à palpação. O impacto externo é decorrente de acidente de trânsito, queda, agressão.
Em relação ao mecanismo, vários fatores vão determinar a gravidade das lesões, como o tipo de colisão e posição do cliente no veículo, extensão do dano no veículo, deformidade do volante, dispositivos de segurança (cinto, air bags, criança contida em cadeirinha), altura da queda, tipo de arma usada na agressão, quantidade de sangue no local e outros. A avaliação é dirigida a fim de identificar a lesão antes mesmo de sua manifestação ou, ainda, tentar relacionar a história com os achados do exame físico e dos parâmetros vitais apresentados.
CLÍNICAS MANIFESTAÇÕES Trauma de tórax está geralmente associado ao trauma abdominal. Relacionar a suspeita quando houver lesão abaixo da linha mamaria (anterior) ou abaixo da linha infraescapular (posterior) e entre as linhas axilar anterior e posterior.
Manifestações mais frequentes: Hipersensibilidade, Dor, Rigidez ou distensão abdominal, Sangramento, Equimose ou hematoma na região, Instabilidade pélvica, Urina turva ou hematúrica
Em traumas abertos podem ocorrer: Sangramentos, Hemorragias externas, Evisceração, Choque.
Havendo instabilidade hemodinâmica, sem foco hemorrágico de outras fontes, deve-se considerar o trauma abdominal fechado, porém seu diagnóstico só poderá ser confirmado em unidade hospitalar. Busca de informações!!! SAMPLA
DESAFIO PRÉ HOSPITALAR EXAME FÍSICO; MECANISMO DE TRAUMA; EXAMES LABORATORIAIS; EXAMES DE IMAGEM.
Nos pacientes cujos objetos se encontrem encravados no corpo, devem ser tomadas medidas específicas para o transporte, em função da possibilidade de agravamento da lesão. Assim, o objeto não deve ser retirado para o transporte da vítima, devendo ser estabilizado por meio da utilização de talas ou compressas para diminuir a ocorrência de lesões secundárias durante o transporte.1
Pré Hospitalar Exsanguinante, hemorragia Via aérea com imobilização da coluna (airway); Ventilação/respiração (breathing); Circulação (circulation); Avaliação neurológica (disability); Exposição do paciente e prevenção de hipotermia (exposure/environment). X A B C D E
Pré Hospitalar Não tentar reposicionar, nem recolocar as vísceras dentro da cavidade abdominal, em caso de evisceração. Proteger a víscera com tecido limpo, gaze, compressa, Manter o local úmido; Durante o transporte do paciente, manter MMII ligeiramente flexionados para alívio da pressão intra- abdominal e evita exteriorização de órgãos; Acalmar o paciente.
Hospitalar Tratamento intra-hospitalar do trauma abdominal inclui a realização de cirurgias exploratórias como procedimento diagnóstico (laparoscopia e laparotomia) diante principalmente da presença de choque hemorrágico sem causa presente e visando controlar a contaminação.
PAPEL DA ENFERMAGEM Papéis se subdividem, considerando a fase de atendimento: Pré-operatório; Intraoperatório; Pós-operatório.
PAPEL DA ENFERMAGEM No pré-operatório, compete à equipe de enfermagem iniciar a primeira fase da avaliação envolvendo o paciente (quando possível) e seus familiares. Configuram papéis da equipe de enfermagem relatar achados clínicos inesperados de desvio na normalidade — por meio da identificação do paciente, da revisão do prontuário e da administração de medicamentos (quando prescritos) — e planejar a alta por meio do ensino apropriado para as necessidades do paciente e a compreensão das prescrições pós-operatórias
PAPEL DA ENFERMAGEM Na fase intraoperatória , compete à equipe de enfermagem a manutenção do ambiente controlado e estéril, a transferência do paciente para os leitos adequados, mantendo o alinhamento funcional e a exposição do sítio cirúrgico (maca e mesa cirúrgica), e a monitoração e o controle fisiológico do paciente, relatando as alterações nos sinais vitais. Além disso, deve verificar a contagem de compressas, os instrumentos e as agulhas de aplicação de dispositivos de aterramento do paciente.
PAPEL DA ENFERMAGEM No período pós-operatório , é de responsabilidade da equipe de enfermagem comunicar ao paciente as informações intraoperatórias, relatando o tipo de cirurgia realizado, a quantidade de anestésicos e analgésicos utilizados e as respostas obtidas, tanto com relação ao processo anestésico como à própria cirurgia, comunicando as necessidades, os equipamentos exigidos e a presença de familiares e/ou entes queridos.
PAPEL DA ENFERMAGEM monitoração dos sinais vitais e do estado fisiológico; avaliação dos níveis de dor e manutenção da segurança (vias aéreas, circulação e prevenção de lesões) do paciente; ensino das necessidades imediatas; preparação para alta hospitalar por meio de respostas de possíveis dúvidas do próprio paciente e da sua família.
ATENÇÃO! Gestantes Requer cuidados e atenção redobrada. Manter posição de decúbito lateral esquerdo, na impossibilidade, elevar perna direita, ou, delicadamente, empurrá-lo manualmente para o lado esquerdo da gestante. Caso a gestante esteja posicionada em prancha, deve-se elevar o lado direito da prancha cerca de 10 a 15 cm Reduz a compressão do útero sobre a veia cava, favorece retorno venoso e melhora débito cardíaco.
Gestantes Observar presença de líquido vaginal, contração uterina, alteração de batimentos cardio fetais, pois requer agilidade nas intervenções.
96% dos pacientes que evoluíram a óbito possuíam lesões extra-abdominais mais graves associadas (trauma craniencefálico, trauma torácico, fraturas pélvicas, de fêmur ou qualquer seguimento da coluna. No trauma fechado, as complicações mais frequentes envolvem as lesões de vísceras parenquimatosas (baço e fígado). No trauma aberto, as lesões de intestino, fígado e rins aparecem com maior frequência Complicações
A lesão dos órgãos sólidos e dos vasos sanguíneos acarreta sangramentos que podem gerar grande perda sanguínea (hemorragia interna ou externa) e levar ao choque hemorrágico. Órgãos ocos também sangram, entretanto, nesse caso, a maior preocupação é com o extravasamento de seu próprio conteúdo na cavidade abdominal, que pode levar a quadros de peritonite e sepse (inflamação sistêmica), que também podem levar o paciente a óbito Complicações
Referências Cavalcanti RLS, Oliveira RP, Barcelos LS, Silva TL, Oliveira IP, Oliveira MCM, et al. Trauma abdominal: implicações para a prática de enfermagem no cenário de emergência. In: Associação Brasileira de Enfermagem; Unicovsky MAR, Waldman BF, Spezani RS, organizadores. PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Urgência e Emergência: Ciclo 6. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2019 p. 139–60. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4) Tobase, Lucia; Tomazini, Edenir A.S. Urgências e emergências em enfermagem. 1 ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017 Curso de especialização profissional de nível técnico em enfermagem – livro do aluno: urgência e emergência / coordenação técnica pedagógica Julia Ikeda Fortes ... [et al.]. São Paulo : FUNDAP, 2010.