Vinte Contos e Lendas Adolescentes.pdf

RooseveltFAbrantes1 458 views 132 slides Oct 30, 2023
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About This Presentation

Nas páginas deste livro, mergulhamos em um mundo onde a linha tênue entre a realidade e a fantasia se dissolve, dando vida a contos e lendas que ecoaram através dos tempos. Desde tempos imemoriais, a humanidade encontrou nas narrativas uma maneira de explorar os mistérios do universo e dar voz a...


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Vinte e Um Contos e Lendas
Culturais e Folclóricas
Para serem Contadas em
Acampamentos antes de
Dormir
“Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis”
Abrantes F. Roosevelt

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Vinte e Um Contos e Lendas
Culturais e Folclóricas
Para serem Contadas em
Acampamentos antes de
Dormir
“Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis”
Abrantes F. Roosevelt













2019

3

Prefacio

Nas páginas deste livro, mergulhamos em um mundo onde a linha tênue entre a realidade e a
fantasia se dissolve, dando vida a contos e lendas que ecoaram através dos tempos. Desde
tempos imemoriais, a humanidade encontrou nas narrativas uma maneira de explorar os
mistérios do universo e dar voz a seus sonhos e medos mais profundos. Os contos e lendas que
povoam essas páginas não são apenas histórias isoladas, mas fios de sabedoria e imaginação
que tecem o próprio tecido de nossa cultura.

Ao virar cada página, somos transportados para eras e lugares distantes, onde heróis enfrentam
criaturas míticas, desafiam destinos sombrios e celebram triunfos épicos. Essas histórias
transcendem as barreiras do tempo, perpetuando-se através de gerações, emoldurando nossa
compreensão do que é ser humano e do que é possível nos reinos da imaginação. Dos deuses
do Olimpo aos dragões dos contos de fadas, cada narrativa é uma janela para uma dimensão
alternativa, onde a maravilha e o mistério coexistem.

Mas as lendas não são apenas janelas para mundos imaginários. Elas também são espelhos que
refletem as profundezas da psique humana, capturando anseios, medos e anseios que atravessam
fronteiras culturais. Essas histórias muitas vezes escondem lições morais e filosóficas,
transmitidas de geração em geração como um guia para a conduta humana. Em cada encontro
com um ogro, um cavaleiro destemido ou uma sereia encantadora, encontramos fragmentos de
nossa própria jornada através da vida.

Este livro convida você a se perder nas tramas intricadas das fábulas antigas e das sagas
heroicas. Ele é um tributo às tradições que nos unem como seres humanos e às histórias que
resistiram ao teste do tempo. À medida que navegamos por essas páginas, lembramos que,
embora separados por fronteiras e culturas diversas, nossa paixão compartilhada por contos e
lendas é o que verdadeiramente nos conecta, revelando nossa eterna busca por significado e
maravilha no vasto panorama da imaginação humana.

Abrantes F. Roosevelt

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Preface

In the pages of this book, we delve into a world where the delicate line between reality and
fantasy dissolves, giving life to tales and legends that have echoed through the ages. Since time
immemorial, humanity has found in narratives a way to explore the mysteries of the universe
and give voice to its deepest dreams and fears. The tales and legends that populate these pages
are not just isolated stories, but threads of wisdom and imagination that weave the very fabric
of our culture.
As we turn each page, we are transported to distant eras and places, where heroes confront
mythical creatures, challenge dark fates, and celebrate epic triumphs. These stories transcend
the barriers of time, perpetuating themselves through generations, framing our understanding
of what it means to be human and what is possible in the realms of imagination. From the gods
of Olympus to the dragons of fairy tales, each narrative is a window into an alternate dimension
where wonder and mystery coexist.
But legends are not just windows to imaginary worlds. They are also mirrors reflecting the
depths of the human psyche, capturing desires, fears, and aspirations that cross cultural
boundaries. These stories often conceal moral and philosophical lessons, passed down from
generation to generation as a guide to human conduct. In each encounter with an ogre, a fearless
knight, or an enchanting mermaid, we find fragments of our own journey through life.
This book invites you to lose yourself in the intricate plots of ancient fables and heroic sagas.
It is a tribute to the traditions that unite us as humans and to the stories that have stood the test
of time. As we navigate through these pages, we are reminded that, although separated by
diverse borders and cultures, our shared passion for tales and legends is what truly connects us,
revealing our eternal quest for meaning and wonder in the vast panorama of human imagination.

Abrantes F. Roosevelt

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Livro: Vinte e Um Contos e Lendas Culturais e Folclóricas para serem Contadas em
Acampamentos antes de Dormir - Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria
em Acampamentos Juvenis”
Gênero: Contos e Lendas
Ano: 2019
Autor: Roosevelt Ferreira Abrantes
Titularidade: Este é um Livro de Titularidade de Roosevelt F. Abrantes
Editora: Editora Lascivinista / Produção e Publicação Independente
Coletânea: Abrantes e Ferreiras
Ano de Finalização Escritural da Obra: 2018
Data da Primeira Publicação deste Livro: 26 de Junho de 2019


Contatos:

End.: Rua Padre Rafael, n° 01
Vila Embratel – São Luís - Maranhão
Proximo a Praça 07 Palmeiras
Cep.: 65081-618 – São Luís – Ma
País.: Brasil / Região.: Nordeste
Tel.: (98) 9 9907-9243 / (98) 9 98449-3346
WhatsApp.: (98) 9 9907-9243 / 98449-3346
E-mail.: [email protected]


Redes Sociais:

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Hotmail.: [email protected]
Blogger: http://movimentolascivinista.blogspot.com/
Site.: http://movimentolascivinista.com

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Autobiografia


Nome: Roosevelt F. Abrantes
Data de Nascimento: 26/02/1981
Cidade Natal: São Luís
Estado Natal: Maranhão
País: Brasil
Nome do Pai: João Costa Abrantes
Nome da Mãe: Justa Maria de Nazaré Ferreira Abrantes
Cônjuge: Ainda há Procura de um Grande Amor Verdadeiro
Ocupação: Cientista Financeiro, Escritor, Poeta, Contista, Cronista, Fotografo, Grafista,
Iluminarista e Influenciador Digital.
Profissão: Analista Financeiro
Bairro onde Morou na Infância: Vila Embratel
Locais onde Trabalhou: Staff Investimentos do Brasil
Formação Acadêmica: Pós-graduação Completa
Lugares onde Morou: Maranhão, Piauí, Recife, Rio Grande do Norte e São Paulo
Ideologia Politica: Extrema Esquerda
Gosto Musical: MPB, MPM e Rock
Gosto Gastronômico: Tambaqui, Baião de dois, feijão, Arroz, Farinha e Molho de Pimenta.
Religião: Agnóstica
Altura: 1,75 Mts
Etnia / Raça: Negra
Cor da Pele: Preta
Cor dos Olhos: Pretos e Pequenos
Cor dos Cabelos: Pretos, Enrolados e Curto
Postura Física: Reta e Firme
Tipo Físico: Magro, Dedos Pequenos, Pés Pequenos e Pernas Compridas
Tipo Físico Facial: Nariz Afilado, Cabeça Mediana e Queixo Redondo
Trajes Habituais: Camisas Apolo Brancas, Causas Jeans Escura e Tênis branco
Idade Atual: 42 anos
Orientação Sexual: Heterossexual
Heterônimo: Não possuir
Escritor: Roosevelt Ferreira Abrantes













Roosevelt F. Abrantes

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"Não importa o quanto seu coração esteja sofrendo, se você continuar acreditando, o sonho
que você deseja se tornará realidade."
Cinderela

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Agradecimentos


A meu filho amado Cauã Carvalhos Abrantes
A minha Filha Amada Carolina Carvalho Abrantes
A minha Neta Maria Lívia Carvalho Abrantes
























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CONTOS & LENDAS

Os Contos e Lendas são duas formas distintas de narrativas que desempenham papéis essenciais
na transmissão de histórias e valores culturais ao longo das gerações. As duas vertentes
narrativas são eximias formas de difusão de mensagens históricas e culturais que valorizam a
passagem e o trajeto do homem sobre a face da terra.

Os Contos são narrativas curtas e concisas que geralmente se concentram em uma única
situação, evento ou personagem. Eles têm a habilidade de capturar a essência de uma história
em um espaço limitado, muitas vezes evocando emoções profundas e oferecendo uma visão
aguda da condição humana.

A brevidade dos contos os torna ideais para a exploração de momentos cruciais ou revelações
surpreendentes. Eles podem abranger uma variedade de gêneros, desde realismo e ficção
científica até horror e fantasia, permitindo que os escritores expressem suas ideias de maneira
concentrada.

As Lendas, por outro lado, são narrativas tradicionais que misturam elementos reais e
imaginários. Elas frequentemente têm origens históricas ou culturais, e podem envolver figuras
heroicas, eventos marcantes ou explicações para fenômenos naturais.

As lendas são contadas para transmitir valores, crenças e tradições de uma comunidade. À
medida que são transmitidas oralmente ou por meio de registros escritos, as lendas podem
evoluir, adquirindo detalhes e nuances que enriquecem a narrativa. Algumas lendas podem se
tornar parte intrínseca do patrimônio cultural de uma região, ajudando a definir sua identidade.

Apesar das diferenças entre contos e lendas, ambos os gêneros compartilham algumas
características fundamentais que os tornam poderosos meios de expressão e comunicação:

1. Transmissão Cultural: Tanto contos quanto lendas desempenham um papel vital na
preservação e transmissão da cultura. Eles encapsulam os valores, crenças e tradições de uma
sociedade, permitindo que esses elementos sejam compartilhados e passados adiante para as
gerações futuras.

2. Reflexão Humana: Tanto contos quanto lendas exploram a complexidade da experiência
humana. Eles tocam em temas universais, como amor, medo, coragem, moralidade e esperança,
proporcionando um terreno fértil para a reflexão sobre o que significa ser humano.

3. Conexões Emocionais: Ambos os gêneros têm o poder de evocar emoções intensas nos
leitores ou ouvintes. Seja através das reviravoltas surpreendentes dos contos ou dos feitos
heroicos das lendas, essas narrativas têm a capacidade de criar conexões emocionais profundas.

4. Criatividade e Imaginação: Tanto contos quanto lendas encorajam a criatividade e a
imaginação. Eles transportam os leitores para mundos diferentes, desafiando-os a visualizar
cenários, personagens e eventos que podem estar muito além da realidade cotidiana.

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5. Mudança e Evolução: Tanto os contos quanto as lendas podem evoluir com o tempo,
adaptando-se a diferentes contextos culturais e sociais. Eles podem ser reinterpretados e
recontados por diferentes autores, resultando em uma rica tapeçaria de versões e variações.

E enquanto os contos são narrativas curtas e focadas que buscam provocar emoções e reflexões
em um espaço limitado, as lendas são narrativas que combinam elementos históricos e
fantásticos, muitas vezes servindo como veículos para a transmissão de conhecimentos culturais
e morais. Ambos os gêneros têm um papel crucial na maneira como compartilhamos e
perpetuamos histórias ao longo do tempo.

Em última análise, tanto contos quanto lendas são pilares fundamentais da narrativa humana.
Eles nos lembram da nossa capacidade inata de contar histórias para transmitir conhecimento,
explorar a imaginação e nos conectarmos com os outros.

Enquanto os contos muitas vezes se concentram em capturar momentos e emoções com
eficiência, as lendas mergulham na profundidade da cultura e da história de uma comunidade.
Juntos, esses gêneros literários contribuem para a riqueza do patrimônio narrativo global.

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OS CONTOS

Os contos são uma jornada fascinante que remonta a tempos ancestrais e que evoluiu ao longo
das eras, dando origem a uma rica tradição literária. Contos são narrativas curtas que exploram
temas universais, muitas vezes envolvendo personagens em situações intrigantes, emocionais
ou fantásticas. A sua origem pode ser traçada até as antigas tradições orais de culturas ao redor
do mundo.

Na antiguidade, os contos eram transmitidos oralmente, passados de geração em geração. Mitos
e lendas de civilizações como os gregos, romanos, egípcios e hindus frequentemente continham
elementos narrativos que se assemelhavam a contos modernos. Com o advento da escrita, essas
histórias foram registradas, permitindo uma maior preservação e disseminação.

A Idade Média trouxe consigo contos de cunho moral e religioso, como as fábulas de Esopo e
as narrativas exemplares dos monges. Com o Renascimento, a popularidade dos contos de fadas
cresceu, com autores como Charles Perrault e os irmãos Grimm criando versões literárias de
histórias que já circulavam no folclore. Esses contos frequentemente transmitiam lições de
moral e valores sociais.

Nos séculos seguintes, a tradição dos contos evoluiu, adaptando-se a diferentes estilos e
abordagens. No século XIX, o movimento romântico deu origem a contos góticos e de terror,
explorando o lado sombrio da psique humana. No início do século XX, autores como Edgar
Allan Poe e H.P. Lovecraft contribuíram para o gênero do conto de horror, enquanto autores
como Anton Tchekhov e Guy de Maupassant desenvolveram o conto realista, enfocando
aspectos cotidianos e psicológicos.

Com o avanço da modernidade, surgiram novos movimentos literários, como o realismo mágico
e o minimalismo, que influenciaram os contos contemporâneos. Escritores como Gabriel García
Márquez e Raymond Carver trouxeram uma abordagem única às narrativas curtas, explorando
a interseção entre o ordinário e o extraordinário.

Atualmente, a história dos contos continua a se desdobrar, abraçando a diversidade cultural e
uma multiplicidade de estilos. A era digital trouxe novas formas de disseminação, com contos
sendo compartilhados em blogs, redes sociais e plataformas de publicação online. A
historiografia dos contos reflete a evolução da sociedade, suas crenças, desafios e perspectivas
ao longo do tempo, permanecendo como uma janela para a alma humana e sua capacidade de
criar e compartilhar histórias cativantes.

Os contos são pequenos universos de imaginação encapsulados em palavras, onde as histórias
ganham vida com a mesma intensidade que as emoções. São como pinturas literárias em
miniatura, onde cada pincelada de palavra é cuidadosamente escolhida para criar um quadro
completo e vívido na mente do leitor.

Imagine-se passeando por um jardim mágico de narrativas, onde cada conto é uma flor única e
delicada, pronta para desabrochar em sua mente. Cada pétala de frase carrega consigo a
fragrância das emoções humanas - a alegria, o medo, a tristeza, o amor. E, à medida que você

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mergulha na leitura, as cores das palavras se misturam e se transformam, formando uma
paisagem visual e emocional.

Os contos têm a habilidade de capturar instantâneas de vida, enquadrando momentos cruciais
em cenários variados. Eles podem ser como janelas para outros mundos, transportando-nos para
cenários fantásticos ou nos revelando os recantos ocultos do cotidiano. Seja em uma cidade
futurista ou em uma aldeia antiga, os contos pintam o cenário com detalhes minuciosos,
permitindo-nos sentir os grãos de areia sob os pés ou o aroma das especiarias no ar.

Essas narrativas curtas muitas vezes abrigam personagens que parecem saltar das páginas, com
suas alegrias e tristezas, desafios e triunfos. Como marionetistas habilidosos, os autores
manipulam os fios da trama para criar reviravoltas inesperadas, mantendo o leitor ansioso para
desvendar o que está por vir.

Assim como um bom prato que combina diversos ingredientes em uma harmonia única, os
contos misturam elementos narrativos, diálogos e descrições em uma dança bem coreografada.
Cada palavra tem um papel fundamental, contribuindo para o ritmo e o fluxo da história,
enquanto o espaço limitado desafia os escritores a serem mestres da economia verbal.

Em última análise, os contos são como pequenas pepitas de ouro literário, brilhando com a
essência da experiência humana. Eles nos lembram da capacidade ilimitada da imaginação para
criar mundos inteiros em poucas palavras e nos transportar para além dos limites da realidade.

Contos são narrativas curtas que apresentam uma história completa e concisa em um espaço
limitado. Eles geralmente se concentram em um único evento, situação ou personagem, com o
objetivo de entreter, transmitir uma mensagem ou explorar temas específicos. Os contos
compartilham algumas características essenciais:

Brevidade: Os contos são notavelmente curtos em comparação com romances ou novelas. Eles
são projetados para serem lidos de uma só vez, muitas vezes em poucos minutos.

Foco em um Elemento Central: Cada conto gira em torno de um evento chave, um conflito
central ou uma revelação. A trama é construída para destacar esse elemento central.

Personagens Limitados: Dado o espaço limitado, os contos geralmente apresentam um número
reduzido de personagens. Isso ajuda a manter o foco na história principal.

Clareza e Economia de Palavras: A linguagem utilizada nos contos é muitas vezes direta e
precisa. Cada palavra é escolhida com cuidado para transmitir o máximo de significado em um
espaço limitado.

Mensagem ou Lição: Muitos contos têm uma mensagem subjacente, moral ou lição que pode
ser direta ou sugerida. Essas mensagens podem ser reflexivas, humorísticas, filosóficas, entre
outras.

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Suspensão da Descrença: Assim como em outras formas de ficção, os leitores muitas vezes
precisam suspender sua descrença para entrar no mundo fictício do conto, mesmo que por um
curto período de tempo.

Variedade de Gêneros e Temas: Os contos podem abranger uma ampla gama de gêneros e
temas, desde ficção científica e fantasia até realismo, mistério, horror e romance.

Autores famosos de contos incluem Edgar Allan Poe, Anton Tchekhov, Guy de Maupassant,
Gabriel García Márquez, Alice Munro, Raymond Carver e muitos outros. Os contos são
apreciados por sua capacidade de transmitir uma história cativante em um formato compacto,
tornando-os uma parte valiosa da literatura mundial.

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AS LENDAS

As Lendas são narrativas tradicionais que misturam elementos da realidade e da fantasia para
contar histórias sobre eventos, pessoas ou lugares que têm significado cultural, histórico ou
simbólico. Elas desempenham um papel importante na transmissão de valores, crenças e
conhecimentos de geração em geração. As lendas são frequentemente enraizadas na cultura de
um determinado grupo de pessoas e podem abordar temas como a criação do mundo, feitos
heroicos, explicação de fenômenos naturais e a origem de tradições.

E diferentemente dos mitos, que muitas vezes estão ligados a explicações míticas ou religiosas
e podem envolver deuses e seres sobrenaturais, as lendas geralmente têm conexões mais diretas
com eventos históricos ou figuras reais. No entanto, ao longo do tempo, as lendas podem se
transformar e adquirir elementos fantasiosos à medida que são contadas e recontadas, criando
uma linha tênue entre a realidade e a imaginação.

As lendas podem ser encontradas em culturas de todo o mundo e variam amplamente em
conteúdo e estilo. Por exemplo, a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda é
uma narrativa lendária que surgiu na Grã-Bretanha medieval e envolve feitos heróicos, magia
e aventuras. Outro exemplo é a lenda de Robin Hood, um fora-da-lei que roubava dos ricos para
dar aos pobres, que também tem suas raízes na Inglaterra.

As lendas muitas vezes possuem uma qualidade atemporal, mantendo-se relevantes ao longo
dos séculos, uma vez que exploram aspectos universais da experiência humana, como coragem,
sacrifício, lealdade e justiça. Elas são contadas oralmente, registradas em textos escritos e
continuam a ser reinterpretadas em várias formas de mídia, incluindo literatura, teatro, cinema
e arte visual.

As lendas, ao longo do tempo, podem se transformar em elementos fundamentais da identidade
cultural de uma sociedade. Elas frequentemente encapsulam os valores, tradições e crenças de
um povo, refletindo a forma como eles veem a si mesmos e sua relação com o mundo ao seu
redor.

Uma das características fascinantes das lendas é sua capacidade de se adaptar e evoluir. À
medida que são transmitidas oralmente ou por escrito, diferentes narradores e culturas podem
adicionar detalhes, nuances e interpretações únicas às histórias. Isso resulta em variações
regionais e interpretações divergentes da mesma lenda, enriquecendo ainda mais o tecido da
narrativa.

Além disso, muitas lendas têm uma ligação com locais específicos, dando origem a lugares
sagrados, monumentos ou marcos associados às histórias. Esses locais podem atrair peregrinos,
turistas e entusiastas de mitologia e folclore, contribuindo para o fortalecimento do patrimônio
cultural e do turismo cultural.

No entanto, é importante notar que, devido à natureza oral e à evolução contínua das lendas, a
linha entre fato e ficção pode se tornar nebulosa. Elementos históricos reais podem se misturar

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com elementos fantásticos, o que pode dificultar a distinção entre o que é puramente ficcional
e o que tem alguma base na realidade.

As lendas também podem inspirar obras literárias modernas, como romances, contos e peças
de teatro que reimaginam e expandem os personagens e eventos das narrativas originais. Assim,
essas histórias antigas continuam a influenciar a criatividade contemporânea, mantendo viva a
tradição de contar histórias que ressoam através do tempo e das fronteiras culturais.


Abrantes F. Roosevelt

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1° CONTO OU LENDA

A LENDA DA DANÇARINA DE CACURIA ENCANTADA DO MARANHÃO

Nas sombras das noites enluaradas do Maranhão, uma lenda urbana intrigante ecoa entre os
moradores da pequena São Luís do Maranhão...

É a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada", um conto que mistura mistério, magia e
encantamento...

Um conto que até hoje ainda deixa uma marca indelével nas mentes daqueles que a ouvem e
observam silenciosamente em sua dança...

Diz a lenda que, há muitos anos, nas praias tranquilas e místicas do Maranhão, vivia uma jovem
chamada Isabella...

Ela era conhecida por sua beleza deslumbrante e habilidade em dançar a tradicional dança do
cacuriá, uma dança típica e folclórica do maranhão que envolve tambores e movimentos
elegantes que celebra a cultura local...

Isabella era apaixonada pela dança e passava horas aprimorando seus passos à beira-mar...

Um certo dia, durante uma noite de lua cheia, ela executou uma performance tão magnífica que
atraiu a atenção de seres mágicos do oceano...

Esses seres eram as sereias da ilha do meio, habitantes do lado norte do mar do Maranhão,
guardiãs das águas profundas e dos segredos do mar...

Fascinadas pela graça de Isabella, as sereias decidiram conceder-lhe um presente único e
irrecusável para quem ama dançar...

Isabella teria o dom de dançar de maneira transcendental, sendo capaz de hipnotizar todos que
a assistissem...

A jovem, humildemente, aceitou o presente com gratidão, sem saber que isso a ligaria a um
destino entrelaçado com o mar...

À medida que sua dança se tornava mais cativante e magnética, Isabella começou a se afastar
dos costumes e da sociedade dos mortais...

E seus olhos brilhavam com um brilho enigmático, e sua dança parecia transportar aqueles que
a observavam para outro mundo...

No entanto, seu coração começou a se encher de solidão, pois sua ligação com o mar e sua
dança encantadora a isolavam do resto do mundo...

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Os pescadores e moradores da vila, fascinados pela dança de Isabella, tentaram se aproximar
dela, mas suas tentativas eram em vão...

Ela dançava em meio à neblina do oceano, seus pés tocando a água como se ela flutuasse...

À medida que os anos passavam, Isabella parecia não envelhecer, mantendo sua juventude e
beleza intocadas...

A lenda conta que, em algumas noites de lua cheia, os moradores ainda podem ouvir a música
suave dos tambores e o eco hipnotizante da dança de Isabella à beira-mar...

Dizem que aqueles que se aventuram perto o suficiente da dançarina pode vislumbrar uma
figura etérea dançando sobre as ondas, com um olhar que parece convidar à transcendência...

A "Dançarina de Cacuria Encantada" permanece uma lenda misteriosa e encantadora,
lembrando a todos que a magia do Maranhão não está apenas nas belezas naturais da região,
mas também nas histórias que ecoam através das gerações, ligando o presente ao passado de
forma mágica e fascinante...

As gerações subsequentes na região do Maranhão cresceram ouvindo a lenda da "Dançarina de
Cacuria Encantada"...

A história passou de pais para filhos, tornando-se parte do rico tecido da cultura local...

As noites de lua cheia ganharam um toque de mistério e expectativa, quando os moradores
saíam para as praias, esperando testemunhar a lendária dança que parecia transcender os limites
entre o mundo terreno e o mágico...

No entanto, com o tempo, a lenda se misturou com a realidade e ganhou diferentes versões...

Alguns afirmam ter visto a dançarina em seu estado etéreo, outros dizem ter ouvido os tambores
distantes do cacuria ecoando pela noite no centro histórico do maranhão...

E a cada novo relato adicionou camadas à narrativa, tornando-a ainda mais complexa e
intrigante a sua história...

Atualmente a dançarina de Cacuria pode ser vista entre o cais da praia grande e as ruas de
paralelepípedos do centro histórico de São Luís do Maranhão...

Alguns moradores afirmam que a jovem ainda está viva e esbanja jovialidade...

Estando o tempo estático e inerte a sua condição humana...

A dança do cacuria a mantem sobre forte magia que a protege do envelhecimento e da morte...

18

Atualmente entendemos que a "Dançarina de Cacuria Encantada" não era apenas uma história
para entretenimento; ela também tinha um significado mais profundo...

Muitos a viam como um símbolo da ligação entre os seres humanos e a natureza, um lembrete
de que há elementos mágicos e desconhecidos no mundo que nos cercam e nos envolve neste
mundo e no outro...

A história também servia como uma advertência contra a obsessão e a busca de poder,
lembrando que a busca implacável por um dom excepcional poderia levar à solidão e ao
isolamento...

Ao longo dos anos, a lenda inspirou artistas, escritores e músicos a criar obras que capturassem
a essência da "Dançarina de Cacuria Encantada"...

Pinturas, poemas e músicas foram criados em homenagem à história, perpetuando sua beleza e
mistério...

A lenda não apenas perdurou, mas também se transformou em uma parte viva da cultura local,
mantendo viva a conexão entre o passado e o presente...

E assim, nos entardeceres dourados do Maranhão, quando a lua começa a ascender no céu e as
ondas sussurram histórias antigas, a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a
desenhar aqueles que a ouvem para um mundo onde a magia é real e as fronteiras entre o
ordinário e o extraordinário se desvanecem...

E com o passar dos anos, a "Dançarina de Cacuria Encantada" foi aos poucos desaparecendo
das praias do Maranhão e também do centro histórico...

A sua presença etérea e a sua dança hipnotizante não eram mais vistas à luz da lua cheia...

O povo maranhense não desejava este afastamento....

Mas os lamentos da jovem em relação a solidão foram aumentando...

E isto foi distanciando a jovem do resto do mundo a sua volta sem que ela percebe-se...

E ao final foi isso que acabou acontecendo...

Ela teve poucas aparições até sumir de vez...

E nunca mais foi vista na ilha de São Luís do Maranhão...

No entanto, a lenda continuou a ser passada de geração em geração, mantendo viva a memória
da jovem que dançava sobre as ondas do mar e sobre as pedras de paralelepípedo do cais da
praia grande...

19

No entanto, algo mágico aconteceu décadas após o seu último avistamento...

Em noites especiais, quando a lua brilha com um esplendor particular, e os ventos carregam a
nostalgia das histórias antigas, moradores e visitantes da região relataram ter vislumbrado uma
figura graciosa dançando sobre o cais da Praia Grande...

A lenda, que por tanto tempo havia sido apenas uma história do passado, parecia ter ressurgido
de alguma dimensão mágica...

Muitos afirmaram ter visto a "Dançarina de Cacuria Encantada" movendo-se com uma
graciosidade sobrenatural, seus passos hipnotizantes ecoando através das brisas marítimas...

Os tambores da cacuria pareciam acompanhar a sua dança, como se a própria natureza
celebrasse o retorno dessa figura lendária...

As ruas antigas de paralelepípedo do centro histórico de são luís do maranhão também foram
palco de suas aparições recentes...

Algumas aparições causaram medo e outras alegrias...

A cidade testemunhou um renascimento da crença na lenda...

As noites de lua cheia novamente se tornaram ocasiões de encanto e mistério, quando os
moradores se reuniam à beira-mar, olhando em direção ao cais da Praia Grande, esperando ver
a dançarina e ouvir os tambores ecoarem no ar salgado...

A "Dançarina de Cacuria Encantada" tornou-se um símbolo de esperança, lembrando a todos
que há um elo entre passado e presente, entre o real e o mágico...

A lenda transcendeu as barreiras do tempo, conectando a comunidade com sua própria história
e cultura...

E assim, nas noites iluminadas pela lua cheia, a dançarina continua a desafiar o esquecimento,
revivendo sua dança encantadora e deixando uma marca etérea nas praias do Maranhão...

À medida que os anos passavam, a presença da "Dançarina de Cacuria Encantada" tornou-se
ainda mais profunda e enigmática...

Aqueles que tiveram a sorte de testemunhar sua dança descreviam uma sensação de paz e
êxtase, como se estivessem sendo transportados para um reino onde o tempo não existia e a
magia era tangível...

Os músicos locais começaram a compor canções inspiradas na lenda, capturando a aura mágica
da dançarina em suas melodias...

20

Pintores retratavam sua figura etérea com pinceladas que pareciam capturar a própria essência
do vento e das ondas...

Escritores mergulhavam nas profundezas da história, dando vida aos sentimentos e
pensamentos da jovem que dançava sobre o cais...

Muitos visitantes de outras partes do Brasil e do mundo ouviam falar da lenda e viajavam até o
Maranhão para vivenciar a experiência por si próprios...

As hospedarias e pousadas nas proximidades da Praia Grande tornaram-se destinos concorridos,
com viajantes ansiosos por vislumbrar a dançarina em seu estado encantado...

As celebrações das noites de lua cheia ganharam um novo significado...

Festivais e eventos foram organizados para homenagear a "Dançarina de Cacuria Encantada",
e os moradores da região se uniram para manter viva essa tradição...

Dançarinos locais treinavam o cacuria com fervor, não apenas como uma performance, mas
como uma forma de conexão com a lenda que se tornou parte indissociável de suas vidas...

E assim, nos dias de hoje, a "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a dançar sob a luz da
lua cheia, sobre o cais da Praia Grande do Maranhão...

Ela se tornou uma presença constante nas vidas das pessoas, uma ligação entre o passado e o
presente, entre o humano e o mágico...

A sua dança transcendeu o tempo e o espaço, tornando-se um símbolo eterno de beleza, mistério
e conexão com o inexplicável...

E, enquanto a lua brilhar sobre as águas do Maranhão, a lenda da dançarina viverá, ecoando
através das ondas e deixando um legado mágico que permanecerá viva na memória das pessoas
para todo o sempre...

E assim, a "Dançarina de Cacuria Encantada" continua sua dança mágica sob a lua cheia, no
cais da Praia Grande do Maranhão...

A sua presença transcende os limites do tempo, conectando gerações e trazendo um toque de
magia à vida daqueles que acreditam...

Os moradores da região, os visitantes curiosos e até os céticos que se permitem sonhar são todos
tocados pela lenda que se tornou parte indelével da cultura local...

Nas noites em que a lua brilha mais intensamente, os tambores da cacuria parecem ganhar vida
própria, ecoando pela praia e pelo coração dos espectadores...

21

A dança da "Dançarina de Cacuria Encantada" é um espetáculo que transcende a realidade,
como um elo mágico entre o mundo terreno e o reino do mistério...

E assim, sob as estrelas cintilantes e ao som das ondas que beijam a costa, a lenda vive e dança,
lembrando a todos que a magia e o encantamento podem ser encontrados nos lugares mais
inesperados...

A história da "Dançarina de Cacuria Encantada" permanece como um lembrete de que, mesmo
em um mundo moderno e racional, há espaço para acreditar no extraordinário e no
desconhecido...

E assim, quer você seja um habitante local ou um viajante curioso, se tiver a sorte de
testemunhar a dança hipnotizante da "Dançarina de Cacuria Encantada", saberá que está
testemunhando algo mais do que uma simples lenda...

Estará testemunhando a conexão entre as histórias do passado e os sonhos do presente, uma
dança que ecoa com o pulsar da vida, uma dança que transcende o tempo e nos lembra da
eternidade da magia que vive dentro de todos nós...

E assim, a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a dançar, na encruzilhada entre
a realidade e o encantamento, deixando seu legado de beleza e mistério no coração de todos
que a ouvem.

Fim

22

2° CONTO OU LENDA

A LENDA DO BUMBA BOI DE COSTA DE MÃO DE CURURUPU NO MARANHÃO

O município de Cururupu guarda muitas lendas e tradições antigas...

Mas a lenda do tocador do bumba boi de costa de mão de Cururupu é a mais emblemática e
sobrenatural que existe no Maranhão...

Há muito tempo, nas terras místicas do Maranhão, uma lenda mágica começou a se desenrola
as beiras do rio dos guarás...

É a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu", uma história que combina a riqueza das
tradições culturais com a magia do folclore local...

Conta-se que em uma pequena vila à beira-mar chamada Cururupu, vivia um grupo de
pescadores e agricultores que dependia das bênçãos do mar e da terra para sobreviver...

Durante as festividades do São João, eles se uniam para celebrar a colheita e a abundância,
dançando e cantando ao som dos tambores e pandeirões...

No entanto, a lenda começa com um acontecimento triste e assombrador...

Um dos moradores, um humilde pescador chamado João Anísio, perdeu seu filho em um
acidente trágico nas águas do mar...

A dor de João Anísio era profunda, e ele mergulhou em uma tristeza que parecia não ter fim...

Ele passava seus dias à beira-mar, olhando para as ondas e lamentando a perda de seu filho...

Certa noite, enquanto João estava sentado na praia, uma estranha figura apareceu diante dele...

Era um espírito misterioso, vestido com trajes coloridos e brilhantes...

O espírito se apresentou como um curandeiro espiritual, com o poder de trazer de volta à vida
o filho de João Anísio, mas sob uma condição: a vila deveria criar uma festa em sua
homenagem, celebrando a vida e a alegria....

João Anísio, embora cético, ansiava pelo retorno de seu filho...

Ele concordou com a condição do espírito e, junto com os outros moradores, começou a
preparar a festa...

E assim nasceu o "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu", uma celebração que combinava
elementos da cultura local com a magia do sobrenatural...

23

A festa era uma maravilha de cores e sons...

O Bumba Boi, um grande boneco adornado com penas, lantejoulas e espelhos, dançava ao som
dos tambores e instrumentos tradicionais...

As pessoas cantavam, dançavam e celebravam a vida com alegria renovada...

A cada ano, a festa crescia em tamanho e grandiosidade, tornando-se um evento esperado por
toda a região...

O espírito curandeiro continuou a aparecer, trazendo bênçãos à vila de Cururupu...

Dizia-se que ele trazia sorte aos pescadores e prosperidade aos agricultores, e a vila floresceu
como nunca antes se viu na comunidade de Cururupu...

A tristeza que havia pairado sobre João e sua comunidade começou a se dissipar, substituída
pela alegria e pela celebração...

E com o passar dos anos, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" se espalhou para
além das fronteiras da vila...

Viajantes de diferentes lugares vinham testemunhar a festa mágica e testemunhar a
transformação que ela trouxera a Cururupu...

O Bumba Boi se tornou um símbolo da união entre as tradições culturais e a magia do além,
lembrando a todos que a celebração da vida pode superar até mesmo a tristeza mais profunda...

E assim, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" continua a ser contada nas noites
estreladas do Maranhão...

A festa continua a encher o ar com músicas alegres e cores vibrantes, lembrando a todos que a
magia e a alegria podem transformar a escuridão em luz, e que a união entre as pessoas e os
mundos mágicos é o que faz a vida verdadeiramente especial...

À medida que os anos se passaram, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" evoluiu,
tornando-se uma parte vital da cultura e identidade da região...

A festa não era apenas um evento anual, mas uma tradição que permeava a vida cotidiana dos
moradores...

As danças, músicas e trajes tradicionais do Bumba Boi eram incorporados a outras celebrações
e festividades, criando um vínculo profundo entre o passado e o presente...

A história do curandeiro espiritual que trouxe alegria a Cururupu era compartilhada com cada
nova geração, passando de avós para pais e filhos...

24

A narrativa servia como um lembrete constante de que mesmo nas horas mais sombrias, a
esperança e a alegria podem ser encontradas quando as pessoas se unem em torno de um
propósito comum e fiel...

O Bumba Boi também se tornou uma atração turística, atraindo visitantes de todos os cantos
para testemunhar a mágica celebração...

A vila de Cururupu prosperou com o influxo de pessoas, e os moradores compartilhavam com
orgulho sua história e tradições com os recém-chegados...

Mas a lenda não era apenas uma história do passado; ela continuava a se desenrolar em meio a
população e os herdeiros desta crença...

Diziam que, durante as noites mais místicas, quando a lua brilhava mais intensamente e os
ventos sussurravam segredos antigos, o espírito curandeiro ainda poderia ser visto caminhando
pelas praias de Cururupu...

Aqueles que estavam sintonizados com a magia do lugar e do Bumba Boi podiam sentir sua
presença, uma bênção silenciosa que reafirmava o poder da celebração e da união...

Com o tempo, Cururupu se tornou um centro de celebração cultural, onde o passado e o presente
se fundiam em harmonia...

A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" se tornou um símbolo da resiliência e da
força da comunidade, um lembrete de que, independentemente das dificuldades que a vida
possa trazer, a alegria e a magia sempre podem ser encontradas quando as pessoas se unem em
torno do espírito da celebração...

A lenda continua, ecoando pelas praias, dançando nas melodias e vivendo nos corações
daqueles que acreditam...

O "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" permanece como um farol de esperança, lembrando
a todos que a magia e a alegria podem ser encontradas em todos os cantos do mundo, se tivermos
olhos para ver e corações abertos para celebrar...

E com o passar dos anos, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" ganhou ainda
mais força, transcendendo as fronteiras do Maranhão e se tornando conhecida em todo o Brasil
e até mesmo além...

A celebração anual do Bumba Boi se tornou um evento de destaque no calendário cultural do
país, atraindo visitantes de todas as partes, ansiosos por testemunhar a magia da tradição...

A vila de Cururupu se transformou em um destino turístico verdadeiramente especial...

As suas praias acolhiam viajantes de todo o mundo, que vinham não apenas pela beleza natural
do lugar, mas também para vivenciar a energia contagiante da celebração do Bumba Boi...

25

As pousadas estavam sempre cheias, e os moradores da vila compartilhavam sua hospitalidade
e sua história com aqueles que buscavam experimentar a magia da lenda em primeira mão...

Mas além da festa e da lenda, algo ainda mais profundo acontecia em Cururupu...

A comunidade, fortalecida por sua união e pelo amor à sua tradição, trabalhava juntos para
preservar a natureza e proteger o meio ambiente que sustentava suas vidas...

Eles perceberam que a magia do Bumba Boi não estava apenas nas danças e músicas, mas
também na conexão profunda entre o homem e a natureza, entre o passado e o futuro...

E, à medida que as gerações se sucediam, a lenda ganhava novos capítulos...

Jovens cururupuenses se tornavam os guardiões da tradição, aprendendo as danças, músicas e
histórias que faziam parte do Bumba Boi...

Cada passo, cada batida de tambor carregava consigo a memória de seus ancestrais e a
esperança de um futuro em que a celebração e a união continuariam a prevalecer...

A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" transcendeu os limites do tempo e do
espaço, continuando a dançar nas praias e corações das pessoas...

Ela não era apenas uma história do passado, mas uma força viva que inspirava as pessoas a se
conectarem com suas raízes, a celebrar a vida e a preservar a magia que torna cada momento
especial...

E assim, enquanto as danças coloridas do Bumba Boi ecoam nas noites estreladas do Maranhão,
a lenda continua a lembrar a todos nós que, mesmo em um mundo em constante mudança, as
tradições e a magia que unem as comunidades têm o poder de nos conectar com o eterno e nos
lembrar da verdadeira essência da vida...

A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" continua a brilhar como uma joia preciosa
nas areias do tempo...

Ela nos ensina que a magia reside nas histórias compartilhadas, nas danças que unem corações
e nas tradições que nos conectam com nossas raízes...

Nas noites de festa em Cururupu, a música ressoa e as cores se misturam em um espetáculo de
alegria e união...

A lenda permanece viva, não apenas nas palavras, mas na alegria contagiante das pessoas
dançando ao ritmo dos tambores, celebrando a vida e a cultura que ecoam através dos séculos...

E assim, a cada batida dos tambores e a cada passo do Bumba Boi, a lenda é contada mais uma
vez...

26

Ela flui como um rio de energia, uma corrente de conexão que une o passado ao presente, o
humano ao mágico...

E enquanto as estrelas brilharem sobre as praias de Cururupu, a lenda do "Bumba Boi de Costa
Mão de Cururupu" permanecerá como um testemunho duradouro de que a celebração da vida
e a preservação das tradições são um tributo ao espírito eterno da humanidade...

Fim

27

3° CONTO OU LENDA

A LENDA DO TOCADOR DE TAMBOR DE CRIOULA ENCANTADO DO
MARANHÃO

Em São Luís do Maranhão existem muitos contos e histórias que acabam virando lenda na boca
do povo...

Um destes contos busca referência sobre a vida de um tocador de tambor de crioula que virou
lenda na ilha do amor...

Há muito tempo, nas profundezas das noites estreladas do Maranhão, circulava uma lenda que
ecoava pelas ruas estreitas e becos sombrios...

Era a história do tocador de tambor de crioula encantado do Maranhão...

Um ser misterioso que habitava os recantos mais escondidos da ilha encantada de São Luís...

Diziam que ele era um jovem talentoso, apaixonado pela cultura e pela dança do tambor de
crioula...

A sua habilidade era inigualável; seus ritmos eram capazes de envolver qualquer coração em
um transe de alegria e espiritualidade...

Toda noite de lua cheia, ele emergia das sombras, com seu tambor enfeitado com conchas
marinhas e fitas coloridas, pronto para tocar e dançar até o amanhecer...

A lenda contava que o jovem tamborileiro havia sido amaldiçoado por um feiticeiro das antigas
tradições ritualísticas da casa das minas, que invejava sua maestria musical...

Em um ato de ciúmes e vingança, o feiticeiro lançou um encanto sobre o jovem, condenando-o
a tocar seu tambor de crioula eternamente, sem descanso, como um guardião dos ritmos
ancestrais...

À medida que os anos passaram, o jovem se tornou parte do tecido da noite maranhense...

A sua música, embora encantadora, carregava uma melancolia profunda, pois nunca mais
poderia conhecer o repouso e a paz...

Os moradores da ilha ouviam os ritmos mágicos do tambor de crioula ecoando à distância,
sempre acompanhados de uma sensação de reverência e tristeza...

Diziam que aqueles que ousavam se aproximar do tocador de tambor de crioula encantado
podiam vislumbrar sua figura etérea à luz da lua, dançando com passos leves na beira do mar...

28

No entanto, era um encontro fugaz, pois o encanto era tão forte que quem se aproximava demais
era empurrado para longe, como se uma força invisível o protegesse...

As gerações passaram, e a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuou a ser
contada de boca em boca...

Ele se tornou um símbolo da paixão pelas tradições culturais e uma advertência contra a inveja
e a maldade...

Muitos diziam que, quando o tambor de crioula tocava ao longe, trazia uma energia única, capaz
de curar corações partidos e aliviar tristezas profundas...

A lenda persistiu, ecoando através das brisas noturnas do Maranhão...

O tocador de tambor de crioula encantado permaneceu um guardião dos ritmos ancestrais, uma
alma presa entre a melodia e a maldição, lembrando a todos a importância de valorizar e
respeitar as tradições que moldam nossa cultura e nossa identidade...

As vezes era possível ouvir e ver um velho tambor de crioula tocando sozinho dentro a antiga
casa das tulhas...

Este ainda era um antigo nome dado a um mercado comercial e tradicional de são luís do
maranhão...

Um local onde muitas rodas de cantadas e tocadas eram realizadas no passado...

E onde também podia se ver o Tocador de Tambor perambulando sozinho som o seu tambor...
Também se registre aqui uma rara eventualidade...

O Tocador de Tambor de Crioula também aparecia quando as coreiras dançavam e cantavam
ao redor das fogueiras e dos tambores...

Aquilo era uma espécie de chamariz para a presença do jovem tocador encantado...

Uma espécie de encantamento...

Algo que o chamava de forma compulsória para qualquer lugar da ilha...

E nestes casos eles sempre se fazia presente ao local...

E por gerações, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuou a inspirar as
pessoas no Maranhão...

No entanto, havia um detalhe adicional que acrescentava mais magia e mistério à história...

29

Era o tambor de crioula antigo que tocava sozinho casa das tulhas do Mercado Central de São
Luís...

Diziam que, em noites calmas e silenciosas, quando a cidade estava adormecendo, os moradores
próximos ao Mercado Central testemunhavam algo extraordinário...

O tambor de crioula, adornado com conchas brilhantes e fitas coloridas, pertencentes ao jovem
tocador de crioula encantado começava a ressoar por si só...

E seus ritmos inconfundíveis enchiam o ar, como se estivessem sendo tocados por mãos
invisíveis...

As tulhas, construções antigas e abobadadas que compunham o mercado, vibravam ao ritmo do
tambor solitário...

A madeira rangia e as paredes pareciam pulsar em sintonia com os sons ancestrais...

Os que ouviam esse espetáculo silencioso sentiam uma sensação de respeito e reverência,
sabendo que estavam testemunhando algo além do comum...

Era dito que, nessas noites especiais, as coreiras - as dançarinas que ainda mantinham vivas as
tradições do tambor de crioula - reuniam-se ao redor do mercado chamando e clamando pela
presença do jovem tocador de tambor de crioula...

E com suas saias rodadas e movimentos graciosos, elas executavam passos de dança que
refletiam a energia da lenda...

Era como se estivessem respondendo ao chamado do jovem tocador encantado, atraindo sua
presença com suas movimentações rituais...

Contava-se que, durante esses momentos, uma figura etérea e luminosa podia ser vislumbrada
entre as coreiras, dançando com uma graça sobrenatural...

Era o jovem tamborileiro encantado, unindo-se a elas em sua dança hipnotizante...

As coreiras podiam sentir sua presença, uma conexão profunda que transcendia os limites entre
o mundo material e o espiritual...

A lenda ganhava vida novamente nessas noites de lua cheia, quando a música do tambor de
crioula ecoava pelas tulhas e as coreiras dançavam ao seu redor...

Era como se a barreira entre o visível e o invisível se dissolvesse, e o jovem tocador de tambor
de crioula pudesse, por um breve momento, encontrar alívio em sua eterna obrigação de tocar
sem descanso...

30

A lenda continuou a tecer seu encanto sobre o Maranhão, lembrando a todos da importância de
honrar as tradições culturais e do poder mágico da música e da dança...

A lenda do tocador de tambor de crioula encantado, juntamente com o tambor que tocava
sozinho nas tulhas, permaneceu como um testemunho vivo da riqueza da cultura maranhense e
do espírito indomável que habita suas histórias...

À medida que as noites passavam, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado
continuava a inspirar e cativar os corações dos moradores do Maranhão...

As histórias se multiplicavam, ganhando novos matizes e detalhes, cada um adicionando um
novo brilho à trama mágica...

Os relatos sobre o tambor que tocava sozinho nas tulhas do Mercado Central eram muitos...

Muitos diziam que, quando a lua estava cheia e a brisa marinha sussurrava segredos, era
possível ver as fitas coloridas se moverem como se dançassem por vontade própria...

E o som do tambor, claro, continuava a ecoar pelos arredores, preenchendo o ar com uma
melodia que transcendeu o tempo...

As coreiras, sempre em sintonia com a tradição, dançavam com ainda mais fervor nessas noites
especiais...

E suas saias rodopiavam, seus pés batiam ritmos no chão de terra batida, e seus cantos
ressoavam pelas ruas estreitas da cidade...

Era como se elas estivessem em comunhão com o espírito do jovem tocador encantado,
honrando sua paixão e seu sofrimento...

No entanto, havia um aspecto ainda mais profundo na história...

Diziam que aqueles que conseguissem tocar o tambor encantado nas tulhas seriam agraciados
com uma inspiração divina...

Um toque nas fitas, um acorde nos tambores, e a criatividade fluiria como água de uma
nascente...

Muitos aspirantes a músicos e dançarinos se aventuraram até as tulhas em busca dessa bênção
secreta, mas poucos conseguiram vivenciar o toque do tambor de crioula encantado...

As histórias também contavam que, em raras ocasiões, alguém com um coração puro e uma
conexão profunda com as tradições poderia ser agraciado com um vislumbre do jovem tocador
encantado...

31

Em uma noite de lua cheia, quando o tambor tocava e as coreiras dançavam, um indivíduo
sortudo poderia sentir a presença dele ao seu lado, compartilhando sua paixão pela música e a
dança...

A lenda continuava a se desdobrar, entrelaçando o real e o mágico, o passado e o presente...

O jovem tocador de tambor de crioula encantado permanecia como um símbolo de
perseverança, paixão e conexão com as raízes culturais profundas do Maranhão...

A cada lua cheia, a cada som do tambor que ecoava pelas tulhas e a cada passo das coreiras, a
lenda se renovava, reafirmando a magia que permeava a ilha e a alma de seu povo...

A lenda do tocador de tambor de crioula encantado permaneceu viva através das gerações no
Maranhão, entrelaçando o cotidiano com o mágico, o real com o espiritual...

A história do jovem tocador, condenado a tocar seu tambor de crioula para sempre, ecoava nas
canções, danças e corações dos habitantes da ilha...

As tulhas do Mercado Central continuaram a ressoar com o som solitário do tambor, lembrando
a todos que as tradições são mais do que simples costumes, são vínculos com as raízes e os
antepassados...

E as coreiras, com sua energia contagiante, dançavam ao redor do tambor como um lembrete
da importância de preservar as práticas culturais e celebrar a vida com paixão e alegria...

Nos dias de lua cheia, quando a brisa do mar soprava suave, dizia-se que o jovem tocador de
tambor de crioula encantado ainda se unia às coreiras para dançar...

Era um momento em que o mundo visível e invisível se encontrava, onde as barreiras se
desvaneciam e a música transcendia o tempo e o espaço...

A lenda, como todas as histórias, encontrava seu fim no eterno ciclo da vida...

O jovem tocador, após séculos de tocar seu tambor, encontrou finalmente a redenção...

Muitos moradores da ilha de são luís do maranhão dizem que, em uma noite de lua dourada,
ele dançou com as coreiras pela última vez, e seu espírito finalmente ficou livre para descansar...

O tambor, agora silencioso, foi colocado em um lugar de honra nas tulhas do mercado,
lembrando a todos que a paixão e a dedicação nunca será em vão no coração de ama a música
e o tambor...

E assim, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado do Maranhão encontrou seu
desfecho, mas sua essência continuou a ecoar nos corações e tradições da ilha...

32

O tambor, as coreiras e o jovem tocador agora faziam parte do tecido das memórias e dos
sonhos, perpetuando uma história que inspiraria as gerações vindouras a valorizar suas raízes e
a manter viva a chama da cultura e da identidade maranhense.

Fim

33

4° CONTO OU LENDA

A LENDA DO BOI ENCANTADO DE PINDARÉ MIRIM

Nas noites quentes e úmidas do leste do Maranhão, uma lenda misteriosa ganhava vida em
Pindaré Mirim, interior do Estado do Maranhão...

Era a história do Boi Encantado de Pindaré Mirim, uma figura sobrenatural que, diziam, era a
própria personificação do espírito do folclore e da cultura da região...

Conta-se que há muitos anos, em uma pequena aldeia próxima à capital São Luís, um casal de
lavradores vivia em harmonia com a terra e seus animais...

João Anísio e Maria Celestina eram conhecidos por sua generosidade e amor pela música e pela
dança...

Eles ansiavam por uma vida simples e feliz, mas o destino tinha outros planos em suas vidas...

Uma noite, enquanto dançavam e celebravam a colheita, algo extraordinário aconteceu em sua
casa...

Um boi branco e muito formoso surgiu da escuridão da floresta nos fundos do quintal de sua
residência...

Ele era majestoso e imponente, com chifres adornados e olhos que brilhavam como estrelas...

O boi começou a dançar com uma graça surpreendente, respondendo aos movimentos de João
Anísio e Maria Celeste como se compartilhasse a mesma paixão pela dança...

A notícia da dança miraculosa do boi logo se espalhou pela aldeia e por outras comunidades
ribeirinhas...

As pessoas se reuniam para testemunhar o espetáculo celestial, maravilhadas com a harmonia
entre os humanos e o boi encantado...

A dança do Boi Encantado não era apenas uma exibição de movimentos, mas sim um elo entre
as tradições culturais e a natureza, uma celebração da vida e da união...

No entanto, como em todas as lendas, ciúmes e invejas começaram a se infiltrar entre as
pessoas...

Alguns temiam que o boi encantado fosse uma obra demoníaca, mas a maioria da população
tinha certeza da áurea divina do boi...

Mas algumas pessoas mais ambiciosas observaram que a mística do boi poderia trazer poder e
prosperidade, e começaram a conspirar para capturá-lo e controlar a sua magia...

34

Uma noite, enquanto o boi e os lavradores dançavam, um grupo de homens se aproximou,
armados com redes e laços...

O boi, percebendo a ameaça, emitiu um som alto e angustiado...

Em um momento de desespero, João Anísio e Maria Celestina imploraram à natureza e aos
espíritos ancestrais por ajuda...

O céu escureceu, e uma luz cintilante envolveu o boi e os lavradores...

O chão tremeu e uma voz suave, mas poderosa, ecoou: "Este boi representa a alma do
Maranhão, a união entre o homem e a natureza. Ele nunca será controlado..."

O boi encantado começou a elevar-se no ar, transformando-se em uma figura luminosa que
brilhava intensamente...

Ele desapareceu no céu noturno, deixando para trás uma sensação de maravilha e admiração...

João Anísio e Maria Celestina, agora iluminados pela presença do boi encantado, continuaram
a dançar e a celebrar sua cultura, transmitindo a história para as gerações futuras...

A lenda do Bumba Meu Boi Encantado se espalhou pelo Maranhão como fogo, tornando-se
uma narrativa que recordava a importância da preservação cultural e do respeito pela natureza...

Dizia-se que, em noites claras e serenas, o brilho do boi encantado ainda podia ser visto nos
céus, lembrando a todos que as tradições e a harmonia com a terra eram tesouros a serem
cuidadosamente guardados...

Em uma outra narrativa um pouco mais próxima da realidade, o povo de Pindaré Mirim afirma
que o boi encantado realmente subiu aos céus de forma iluminada...

Mais isso aconteceu depois de sua morte e de ter sido ressuscitado pelo pajé da aldeia...

O Boi Encantado foi morto por um grupo de homens armados que tinham inveja e ciúmes da
vida de João Anísio e Maria Celestina...

Conta-se que, após o boi ter sido morto por aqueles que buscavam controlá-lo, um feiticeiro
sábio da aldeia de Pindaré, conhecido por sua conexão com os espíritos da terra e do além,
ouviu os lamentos da natureza e do povo...

Movido por sua compaixão e sabedoria, o feiticeiro realizou um ritual antigo, invocando os
poderes ancestrais para trazer o boi de volta à vida...

Com uma mistura de ervas, cânticos e gestos místicos, o feiticeiro canalizou a energia da terra
e dos espíritos...

35

O corpo do boi, outrora sem vida, começou a se mover novamente...

Aos poucos, a figura majestosa do Bumba Meu Boi Encantado renasceu, mais radiante do que
nunca, como se a magia do próprio Maranhão estivesse pulsando em suas veias...

A lenda continuou a crescer, agora com o conto da ressurreição do boi encantado adicionado à
sua essência...

O poder do feiticeiro de Pindaré e a ligação indissolúvel entre o boi e a terra reforçaram a
mensagem de que a cultura e a natureza eram inseparáveis, e que a harmonia e o respeito eram
essenciais para manter viva a alma de Pindaré Mirim...

E assim, o Bumba Meu Boi Encantado permaneceu como um lembrete de que a magia e a
tradição podem florescer mesmo nos cantos mais inesperados do mundo...

As histórias sobre o Boi Encantado do Pindaré Mirim continuaram a ser contadas através das
gerações, cada uma adicionando um novo brilho ao mito...

Dizia-se que, nos anos que se seguiram à ressurreição do boi, ele nunca mais foi visto dançando
entre os humanos...

Em vez disso, o boi passou a vagar pelos campos, florestas e prados, tornando-se um guardião
invisível das tradições e da natureza...

Os contos contavam que, em algumas noites de lua cheia, os moradores da aldeia podiam ouvir
os suaves acordes da música distante e os passos delicados do boi dançando entre as árvores...

Era como se o espírito do Boi Encantado tivesse encontrado a paz ao abraçar a terra que tanto
amava...

A dança não era mais uma exibição pública, mas sim uma celebração íntima entre o boi e o
universo...

A figura do feiticeiro de Pindaré também se tornou lendária, um símbolo de sabedoria e respeito
pela natureza...

Dizia-se que, mesmo após a ressurreição do boi, ele continuou a atuar como um elo entre os
mundos visível e invisível, guiando aqueles que buscavam compreender as forças misteriosas
que permeavam a terra e a cultura...

As festas do Boi Encantado, que ocorriam anualmente em Pindaré Mirim no Maranhão,
tornaram-se ainda mais grandiosas e significativas...

E durante esses eventos, as pessoas dançavam, cantavam e celebravam a herança cultural da
região....

36

O boi encantado, mesmo invisível aos olhos, era sentido em cada movimento, em cada batida
de tambor, em cada sorriso compartilhado...

A lenda do Boi Encantado continuou a unir o povo de Pindaré Mirim, lembrando a todos da
importância de honrar suas raízes culturais e de preservar a harmonia com a natureza....

O mito passou a ser mais do que uma história, era uma inspiração para cultivar um amor
profundo pela terra, pelas tradições e pela espiritualidade que permeava cada aspecto da vida...


E assim, a lenda viveu em cada passo de dança, em cada nota de música, em cada brilho da
lua...

O Boi Encantado permaneceu como um elo entre o passado e o presente, um guardião invisível
que protegia e nutria a alma daqueles que viviam em Pindaré Mirim, lembrando a todos que,
por trás de cada conto, há uma lição profunda a ser aprendida...

Fim

37

5° LENDA OU CONTO

A LENDA ENCANTADA DO BUMBA MEU BOI DO MARANHÃO

No Maranhão a lenda de um boi muito formoso, bonito e forte é contada a gerações...

É uma alegoria fantasmagórica que ganhou ainda mais prestigio depois que ele é morto em uma
fazenda no interior do Estado do Maranhão...

Os criados da fazenda são identificados como os principais culpados pela morte animal...

Esta é atualmente uma das estórias mais contadas, recontadas e replicadas no Maranhão...

Uma lenda que vem sendo passada de geração a geração no maranhão a diversas décadas...

Mas a sua fama acontece depois que o boi é ressuscitado pelo pajé de uma aldeia indígena que
habitava as beiras dos rios Mearim e Pindaré...

Esta fabula ganha ainda mais importância, valor e brilho...

Depois que vários moradores...

Alegaram ter visto o boi ressuscitado...

Dançando as margens do rio Pindaré e Mearim...

Após este acontecimento...

O boi começa a bailar, brincar e a dança em várias partes das cidades que circundavam estes
dois rios...

Anos mais tarde...

Os moradores construíram vários arraiais para homenagear a aparição do boi encantado que
dançava nestas duas cidades...

Após estes acontecimentos assombrosos e sobrenaturais...

Vários outros povoados, vilarejos e aldeias do maranhão...

Também construíram várias outras casas de palha enfeitadas com bandeirinhas, formando assim
um arraial...

Depois de alguns anos...

Este boi foi sendo avistado brincando com maior intensidade...

38

Na cidade de são luís do maranhão...

Encantado todos aqueles que o viam dançando pelas pedras de paralelepípedos desta velha
cidade...

Mas esta história começa a ter ainda mais relevância...

Quando contada por um outro ponto vista....

Há muitos, muitos anos, no coração do interior do Maranhão...

Existia uma fazenda exuberante...

Onde os campos se estendiam em um verde infinito e os riachos murmuravam segredos para as
árvores antigas...

Nessa fazenda vivia um boi magnífico, de pelos negros brilhantes e chifres imponentes...

O seu nome era Sebastião...

Em homenagem ao santo São Sebastião...

Um boi tão majestoso que parecia ter sido esculpido pelos próprios deuses da natureza...

Naquela terra, a vida transcorria tranquila até que o velho fazendeiro caiu em grande aflição e
desgraça...

O boi...

Carinhosamente, chamado de Rei Sebastião...

Era um boi amado pelas pessoas que habitavam a fazenda de Serra Talhada...

O boi certo dia...

Desaparecera sem deixar rastro...

Nas noites escuras...

O dono da fazenda ouvia o lamento distante do boi, como se ele implorasse por ajuda...

Os criados da fazenda, liderados por Pai Francisco e sua esposa Catirina, admitiram,
envergonhados, terem abatido o boi para satisfazer o desejo insaciável da grávida Catirina...

O coração do fazendeiro se encheu de tristeza e raiva, e ele buscou justiça para o boi cuja vida
fora tirada injustamente...

39

Porém, ao invés de vingança, o dono da fazenda se voltou para suas raízes ancestrais e buscou
a sabedoria dos espíritos que habitavam as matas...

Ele caminhou até uma aldeia indígena próxima, onde o pajé dos nativos, um homem sábio e
respeitado, o ouviu com compaixão...

O pajé indígena, com seus cantos mágicos e ervas sagradas, realizou um ritual de ressurreição...

E fez isso sobre o corpo do majestoso Sebastião....

Ele entoou palavras antigas, chamando a alma do boi de volta à sua forma terrena...

A terra tremeu suavemente, os ventos sussurraram melodias de renascimento, e o boi Sebastião,
como um milagre da natureza, abriu os olhos novamente...

No momento em que as chamas da vida foram reacendidas em Sebastião, algo extraordinário
aconteceu...

O seu corpo pulsava com uma energia mágica, e ele começou a dançar, a brincar, a saltar em
um ritmo único e encantador...

Era como se a alma do boi tivesse se fundido com a música da terra, e sua dança hipnotizava a
todos que a testemunhavam no centro da fazenda...

Sebastião, agora conhecido como o "Bumba Meu Boi Encantado", não era mais apenas um boi,
mas uma criatura mágica que espalhava alegria por onde passava...

Ele dançava nos arraiais dos povoados, nas praças das cidades e nas festas juninas que
iluminavam as noites maranhenses...

Estas festividades foram criadas justamente em sua homenagem...

A sua dança era uma celebração da vida, da ressurreição e da harmonia entre as diferentes
culturas...

As pessoas vinham de todas as partes para testemunhar o espetáculo de Sebastião dançando, e
cada vez que ele rodopiava e saltava, ele deixava uma trilha de magia no ar...

A sua dança unia corações, dissolveu conflitos e renovou a esperança em dias melhores...

A lenda do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão perdurou através das gerações, lembrando
a todos que a vida, mesmo após a escuridão da morte, pode se transformar em uma dança
encantadora de alegria, amor e harmonia...

A cada movimento do boi, a magia do renascimento era reafirmada, e a alma do Maranhão
pulsava em sincronia com a música da eternidade...

40

Nas noites de festa, quando a lua se erguia majestosa no céu, o Bumba Meu Boi Encantado
emergia de entre as sombras, como uma visão celestial que desceu à Terra para espalhar sua
magia...

A sua pelagem negra brilhava sob o luar, e seus chifres se erguiam como coroas da natureza...

A música dos tambores e dos pandeiros preenchia o ar, enquanto as pessoas se reuniam em
volta do boi, os olhos dos populares brilhavam com expectativa e admiração...

A dança do Bumba Meu Boi Encantado não era apenas uma performance, mas uma jornada
pela história e pela alma da terra....

E cada passo, cada giro, cada batida dos cascos no chão evocava a ressurreição, a união das
culturas e a celebração da vida em toda a sua diversidade...

Os espectadores eram transportados para um reino mágico, onde os limites entre o real e o
imaginário se fundiam em uma harmonia transcendental...

Nas aldeias indígenas, os pajés contavam a história da ressurreição do boi como um conto que
atravessava o tempo, reforçando a importância do equilíbrio entre o homem e a natureza, entre
as tradições antigas e os novos horizontes...

As crianças, com olhos brilhantes, sonhavam em ver o Bumba Meu Boi dançando nas noites
estreladas...

A lenda do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão continuava a se espalhar, atravessando
fronteiras geográficas e culturais...

Nas ruas de São Luís, a capital do estado, as festas juninas ganhavam vida com o espetáculo
hipnotizante do boi dançante...

Turistas e locais, todos eram envolvidos pelo poder magnético do boi, pela mensagem de
renovação e união que ele carregava consigo...

Ano após ano, a lenda persistia, não apenas como uma história do passado, mas como uma força
viva que conectava as pessoas à sua herança cultural e ao espírito de celebração...

O Bumba Meu Boi Encantado tornou-se uma manifestação do orgulho maranhense, uma prova
tangível de que a ressurreição da vida e da alegria é possível mesmo diante das adversidades...

E sob o brilho da lua e o som dos tambores, a dança do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão
continuava, lembrando a todos que a magia da ressurreição, do encantamento e da harmonia
pode ser encontrada onde quer que haja um coração disposto a dançar ao ritmo da vida...

A lenda persiste, ecoando através das eras, uma eterna celebração do poder da transformação e
da alegria que brota da união de diferentes mundos em uma dança mágica e encantada...

41

O Bumba Meu Boi é uma das mais emblemáticas manifestações culturais do estado do
Maranhão, no nordeste do Brasil...

É uma festa popular que envolve música, dança, teatro e uma rica simbologia folclórica...

A lenda do Bumba Meu Boi é a base dessa celebração e é contada através de diversas variações,
mas a essência da história geralmente permanece a mesma até os dias de hoje...

A lenda narra a história de um vaqueiro chamado Pai Francisco, que é casado com Catirina...

Mas Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito e valioso da fazenda...

E para satisfazer o desejo de sua esposa, Pai Francisco rouba o boi, que é extremamente
estimado pelo fazendeiro...

O fazendeiro descobre o roubo e fica furioso...

Ele reúne um grupo de vaqueiros e sai em busca do boi roubado...

Durante a perseguição, acontecem diversas situações dramáticas, envolvendo personagens
como o índio, a negra, o vaqueiro e outros...

O boi é representado por uma figura grande e colorida, geralmente feita de papel, pano e outros
materiais...

A dança e a música são elementos centrais da celebração, com diferentes grupos dançando ao
som de tambores, pandeiros e outros instrumentos, enquanto encenam a história do Bumba Meu
Boi...

A história culmina com o embate entre os vaqueiros liderados por José o dono da fazenda e Pai
Francisco...

Após uma série de reviravoltas e negociações, o boi é morto...

No entanto, através de elementos mágicos e sobrenaturais, o boi é ressuscitado e a festa atinge
seu véu iluminado de magia...

Essa parte da lenda simboliza a morte e o renascimento da natureza, um ciclo que é comemorado
durante a celebração...

O Bumba Meu Boi é uma festa rica em tradições e significados, que combina elementos
indígenas, africanos e europeus, refletindo a diversidade cultural do Brasil...

A lenda do Bumba Meu Boi do Maranhão é uma história cheia de nuances e detalhes que variam
de região para região, mas que no geral celebra a união das diferentes culturas em uma festa
vibrante e emocionante...

42

Após o clímax da ressurreição do boi, a festa continua com muita dança, música e alegria...

Os grupos de dançarinos, conhecidos como "brincantes", se apresentam em diversos ritmos e
estilos, cada um com sua própria indumentária característica...

Os tambores, pandeiros, ganzás e outros instrumentos tradicionais criam uma atmosfera
animada, convidando todos a participarem da celebração...

Além dos personagens principais, como Pai Francisco, Catirina e José, há uma ampla gama de
figuras secundárias que contribuem para a riqueza da trama...

O índio, a negra, o vaqueiro, o doutor, o caboclo de pena, entre outros, são personagens que
desempenham papéis específicos na narrativa e na dança, cada um com suas peculiaridades e
movimentos característicos...

A festa do Bumba Meu Boi é marcada pela sua capacidade de unir comunidades e ressaltar a
diversidade cultural do Maranhão...

Ela é celebrada ao longo do ano, com destaque para o período das festas juninas, quando as
apresentações ganham maior visibilidade e ocorrem em várias partes do estado...

E cada região e grupo cultural pode adicionar suas próprias interpretações e elementos à lenda,
enriquecendo ainda mais a tradição...

A festa não se limita apenas às apresentações de dança e teatro...

Ela também envolve a culinária típica da região, comidas tradicionais sendo compartilhadas
entre os participantes e espectadores...

Pratos como arroz de cuxá, vatapá, peixes e outros quitutes maranhenses são apreciados durante
os festejos...

O Bumba Meu Boi é muito mais do que apenas uma celebração festiva; ele representa a cultura,
a história e a identidade do povo maranhense...

A lenda do boi resgata elementos do folclore local, destacando a conexão entre a humanidade,
a natureza e o sagrado...

É uma celebração que continua a se reinventar ao longo do tempo, mantendo-se viva e vibrante
nas tradições do Maranhão e encantando gerações sucessivas...

Fim

43

6° LENDA OU CONTO

A LENDA DE PAI FRANCISCO E CATIRINA

A lenda de Pai Francisco e Catirina é uma história enraizada no folclore maranhense, repleta de
elementos culturais e mágicos que encantam gerações...

Catirina, uma mulher grávida, sentiu um desejo inusitado: comer a língua de um boi. Seu
marido, Pai Francisco, sabendo da dificuldade em atender tal desejo, recorreu à ajuda do
feiticeiro da aldeia...

O feiticeiro instruiu Pai Francisco a matar um boi branco, cuja língua deveria ser preparada e
oferecida a Catirina...

Contudo, ele alertou que Pai Francisco jamais poderia olhar para trás durante todo o processo...

O marido seguiu as instruções, mas, ao chegar em casa com a língua do boi, a curiosidade o
venceu e ele olhou para trás, transformando o feito em desastre...

O feiticeiro, furioso com a quebra das regras, amaldiçoou Pai Francisco e Catirina...

O casal, então, foi transformado em dois rios que corriam lado a lado, mas nunca se
encontravam...

Pai Francisco se tornou o Rio Mearim, e Catirina se tornou o Rio Pindaré...

A separação dos rios foi o castigo pela desobediência e a maldição que marcaria para sempre a
lenda...

A lenda de Pai Francisco e Catirina, além de uma história de desejo e punição, simboliza a
importância de seguir as orientações e respeitar os mistérios do mundo espiritual...

Ela também ressalta a ligação profunda entre o ser humano e a natureza, mostrando como a
curiosidade e a desobediência podem ter consequências duradouras...

Até hoje, essa história continua sendo contada no Maranhão como um lembrete das tradições e
crenças locais...

A lenda de Pai Francisco e Catirina é também uma narrativa que reflete a sabedoria transmitida
de geração em geração...

Ela destaca a importância de respeitar os limites estabelecidos pelos poderes sobrenaturais e a
necessidade de aceitar as consequências de nossas ações...

44

Além disso, a história de Catirina desejando comer a língua do boi ressalta a conexão entre as
mulheres grávidas e os desejos incomuns que frequentemente experimentam durante a
gravidez...

Esse elemento da história acrescenta um toque de realismo e humanidade à lenda, permitindo
que as pessoas se identifiquem com os personagens de maneira mais profunda...

A separação dos rios Mearim e Pindaré, representando Pai Francisco e Catirina, é uma metáfora
poética da dualidade da vida, da separação e do destino...

Esses dois rios correndo lado a lado, mas nunca se encontrando, ecoam os altos e baixos da
jornada humana, onde caminhos diferentes podem levar a destinos diferentes...

No Maranhão, a lenda é passada de pais para filhos, enriquecendo a tradição oral e mantendo
viva a identidade cultural da região...

A história de Pai Francisco e Catirina se tornou um tesouro do folclore local, ensinando valiosas
lições sobre obediência, respeito pela natureza e as complexas tramas do destino humano...

Há muito tempo, em uma aldeia do Maranhão, viviam Pai Francisco e Catirina, um casal
simples e amoroso...

Catirina estava grávida e, um dia, despertou com um desejo incomum: o desejo de comer a
língua de um boi...

Pai Francisco, preocupado em atender o desejo de sua amada, procurou a ajuda do feiticeiro da
aldeia...

O feiticeiro, um homem sábio e misterioso, escutou atentamente o pedido de Pai Francisco e
lhe deu uma tarefa desafiadora...

Ele instruiu o homem a encontrar um boi branco, sacrificar o animal e preparar sua língua para
Catirina...

No entanto, havia uma condição crucial: Pai Francisco não deveria olhar para trás durante todo
o processo, até entregar a língua à sua esposa...

Determinado a satisfazer o desejo de Catirina, Pai Francisco partiu em busca do boi branco...

Ele o encontrou, realizou o sacrifício e preparou a língua conforme as instruções do feiticeiro...

Mas, à medida que se aproximava de casa, a curiosidade o consumiu. Incapaz de resistir, ele
olhou para trás, quebrando assim a regra imposta...

Nesse instante, uma energia sobrenatural se desencadeou...

45

O chão tremeu e o céu escureceu, como se a própria natureza estivesse reagindo à transgressão.
O feiticeiro, que estava observando de longe, lançou sua magia...

Pai Francisco e Catirina foram transformados em rios, fluindo lado a lado, mas sempre
separados...

Pai Francisco tornou-se o majestoso Rio Mearim, e Catirina, o sereno Rio Pindaré...

A maldição do feiticeiro havia se concretizado: os rios nunca se encontrariam, assim como Pai
Francisco e Catirina nunca mais estariam juntos...

As águas corriam eternamente, um ao lado do outro, mas nunca se tocavam...

A aldeia inteira testemunhou essa transformação, e a lenda se espalhou como uma brisa
carregada de mistério e tristeza...

Ao longo dos anos, as águas dos rios Mearim e Pindaré continuaram a fluir, e a história de Pai
Francisco e Catirina passou de boca em boca...

As pessoas admiravam a beleza dos rios e refletiam sobre as consequências da desobediência...

A lenda se tornou um lembrete poderoso sobre a importância de seguir as orientações do
sobrenatural e as complexas teias do destino, que podem ser tão imprevisíveis quanto as águas
que fluem eternamente lado a lado, mas nunca se encontram...

As noites de lua cheia ganhavam um toque especial na aldeia...

Dizia-se que, nesses momentos, os espíritos de Pai Francisco e Catirina se erguiam das águas e
dançavam à beira dos rios, relembrando o amor que compartilharam e a trágica separação que
os condenou...

As pessoas se reuniam para assistir a essa dança sobrenatural, sentindo uma mistura de encanto
e tristeza ao testemunhar a eterna ligação do casal, agora presa nas águas dos rios...

Com o tempo, a lenda de Pai Francisco e Catirina transcendeu as fronteiras da aldeia e se
espalhou por todo o Maranhão...

Viajantes e curiosos vinham de diferentes lugares para ouvir a história das águas que guardavam
um amor amaldiçoado...

As águas dos rios, frequentemente calmantes e serenas, pareciam sussurrar os ecos da lenda
àqueles que se aproximavam...

Alguns diziam que, em noites de tempestade, as águas dos rios se agitavam de forma
inexplicável, como se os espíritos de Pai Francisco e Catirina estivessem tentando se encontrar
novamente...

46

Outros contavam que os ventos sopravam canções tristes que ecoavam a melancolia da
separação eterna...

Com o passar das gerações, a lenda se transformou em parte fundamental da cultura do
Maranhão...

Ela servia como um lembrete para as pessoas sobre a importância de respeitar as forças do
sobrenatural e as consequências das escolhas que fazemos...

Também era uma ode ao poder do amor, que persistia mesmo diante das maiores adversidades.
Assim, a história de Pai Francisco e Catirina se tornou uma narrativa enraizada na alma do
Maranhão...

A lenda era compartilhada entre amigos e famílias, contada ao redor de fogueiras em noites
estreladas, e transmitida como um tesouro cultural de geração em geração...

E, à medida que os rios Mearim e Pindaré continuavam a fluir, também fluía a história eterna
do casal que se amou além das barreiras da vida e da morte...

Fim

47

7° LENDA OU CONTO

A LENDA DA GRANDE SERPENTE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO

Esta lenda nos conta que nas profundezas das águas que banham a cidade de São Luís do
Maranhão, uma lenda antiga fala sobre a existência de uma criatura misteriosa e majestosa: a
Grande Serpente...

Os povos antigos dizem que a cidade foi abençoada e protegida por essa criatura ancestral, cuja
presença está entrelaçada com as raízes mais profundas da região...

Há séculos, quando os primeiros colonizadores chegaram às margens da ilha, eles foram
recebidos por uma tribo indígena que reverenciava a Grande Serpente como um grande espírito
guardião...

Os nativos acreditavam que essa serpente gigante emergia das águas sempre que a cidade
enfrentava perigos iminentes ou desafios grandiosos...

A sua forma majestosa e imponente inspirava temor e respeito...

Conta-se que, em tempos remotos, São Luís do Maranhão foi ameaçada por invasores
estrangeiros que pretendiam conquistar a cidade...

Os habitantes, com corações cheios de temor, imploraram à Grande Serpente por ajuda...

Na noite que precedeu a batalha, uma tempestade feroz e descomunal se abateu sobre os
invasores, como se os céus estivessem respondendo ao apelo da serpente guardiã...

E quando os invasores finalmente tentaram desembarcar, foram recebidos por uma aparição
deslumbrante: a Grande Serpente emergiu das profundezas das águas, erguendo-se com
majestade diante do exército inimigo...

O seu corpo brilhava sob a luz da lua, suas escamas reluziam como ouro e seus olhos emitiam
um brilho sobrenatural...

A serpente estendeu suas asas, que eram como mantos de névoa, e envolveu-se ao redor dos
invasores, causando uma agitação imensa nas fileiras inimigas...

As ondas tumultuadas do mar pareciam obedecer ao seu comando, erguendo-se com fúria para
atacar os navios inimigos...

Os invasores, tomados pelo medo e pela percepção da força divina da serpente, recuaram em
desordem e fugiram das terras de São Luís...

Desde então, a lenda da Grande Serpente tornou-se um testemunho da força protetora e
benevolente que envolve São Luís do Maranhão...

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Os habitantes da cidade continuam acreditando que a serpente ancestral permanece vigilante,
pronta para intervir sempre que a cidade enfrentar perigos ou desafios...

A lenda ecoa nas noites de tempestade, quando os ventos sussurram o nome da serpente e as
ondas dançam em sua honra...

A Grande Serpente de São Luís do Maranhão é mais do que uma lenda; é uma fonte de
esperança, uma lembrança da conexão profunda entre a cidade e as forças sobrenaturais que a
protegem...

A sua presença majestosa e misteriosa continua a inspirar respeito e reverência, e a lenda
permanece viva, fluindo como as águas que banham a cidade, eternamente ligada à sua história
e identidade...

Os primeiros moradores de ilha do amor...

Os indígenas também dizem que a serpente vive hoje entre a igreja da sé e a fonte do ribeirão...

A cabeça está na igreja e a sua calda cresce em direção a fonte do ribeirão...

A serpente cresce em baixo da cidade...

E assim que a cabeça encontra o rabo na foz do rio Bacanga em frente à beira mar, ela dará um
abraço mortal na cidade...

Destruindo a ilha de São Luís do Maranhão para sempre...

À medida que os anos se passaram, a lenda da Grande Serpente de São Luís do Maranhão
ganhou novos contornos e mistérios, tornando-se uma narrativa que inspirava tanto admiração
quanto temor...

As histórias contadas à luz das fogueiras se tornaram mais detalhadas, e as gerações
continuaram a passar adiante os segredos e encantos que cercavam a serpente...

Muitos moradores da cidade dizem que a cabeça da serpente está guardada na majestosa Igreja
da Sé...

Estando a serpente em um lugar de culto e veneração...

Está sendo alimentada em segredo pelos frades capuchinhos...

Estes aguardam que o crescimento da grande serpente se complete...

E que a profecia se cumpra...

49

Acredita-se que essa conexão com o sagrado confere à cidade uma proteção especial contra
qualquer mal que possa se abater sobre a cidade...

E, na outra extremidade, a cauda repousa nas águas da Fonte do Ribeirão, um local de beleza e
serenidade...

Quando a serpente troca de pele...

É neste local que é feito a retirada da pele do animal...

A serpente, segundo a lenda, cresce silenciosamente sob a cidade...

E seus movimentos misteriosos ecoando sob as ruas e praças de São Luís...

O seu corpo serpenteante e gigantesco, que se estende sob a terra, é tanto uma fonte de assombro
quanto um sinal da ligação profunda entre a criatura e a própria essência da cidade...

A parte mais intrigante da lenda é a profecia sombria que circunda a união da cabeça e da cauda
da serpente...

Diz-se que, quando a cabeça finalmente encontrar a cauda, a serpente dará um abraço mortal
na cidade, desencadeando uma destruição catastrófica...

Essa profecia mantém os habitantes em alerta, sempre cientes da importância de manter a paz
e a harmonia na cidade...

E por gerações, a Grande Serpente permaneceu como uma guardiã e protetora da cidade...

As pessoas continuam a reverenciá-la, fazendo oferendas à Fonte do Ribeirão e frequentando a
Igreja da Sé em busca de bênçãos e proteção...

A lenda da serpente se fundiu com a identidade da cidade, lembrando a todos que a relação
entre os habitantes e as forças da natureza é sagrada e delicada...

A história da Grande Serpente de São Luís do Maranhão é uma lembrança constante da força
do sobrenatural, da conexão entre o passado e o presente, e do respeito que devemos ter por
nosso ambiente e história...

E, embora a profecia possa pairar como uma sombra, os habitantes continuam a viver em
harmonia com a serpente guardiã, mantendo viva a tradição e a esperança de que sua presença
continue a proteger a ilha de São Luís por gerações vindouras...

E esperando que a cabeça nunca encontre a calda...

Neste aspecto, dizem que os frades jesuítas em desacordo com os frades capuchinhos lutam
para que o plano de destruição da cidade nunca se cumpra...

50

E são os jesuítas que redirecionam o caminho por onde cresce o rabo da serpente...

Impedindo desta forma que a cabeça nunca encontre o rabo...

Neste entendimento existe uma luta secreta entre capuchinhos e jesuítas que derrama sangue e
espalha violência nos bastidores da igreja...

Um grupo a favor da grande serpente e outro contra o avanço vertiginoso da profecia...

O crescimento corporal do grande animal continua...

E a luta entre jesuítas e capuchinhos também...

Enquanto o tempo avança, a cidade de São Luís do Maranhão permanece envolta em um manto
de mistério e reverência devido à lenda da Grande Serpente...

As gerações continuam a compartilhar a narrativa da serpente, enriquecendo-a com novos
detalhes e interpretações, mantendo-a viva em sua essência...

Muitos peregrinos e viajantes chegam à cidade, atraídos pela história da serpente guardiã e pela
aura sobrenatural que ela emana...

Ao visitar a Igreja da Sé e a Fonte do Ribeirão, esses curiosos buscam a bênção da serpente e
esperança em seus olhos...

E, enquanto se aprofundam na história, mergulham na cultura rica e diversificada que rodeia a
lenda...

Os moradores da cidade também continuam a honrar a serpente de maneiras diversas...

Festivais e celebrações são realizados, onde as histórias são contadas, danças são executadas e
oferendas são feitas...

Esses eventos não apenas reforçam os laços com a lenda, mas também reafirmam a importância
da comunidade e da união...

Apesar do temor em torno da profecia do abraço mortal, a serpente também é vista como uma
representação da necessidade de equilíbrio entre a natureza e a humanidade...

Ela personifica a dualidade entre o poder protetor e o potencial destrutivo da natureza...

Os habitantes de São Luís do Maranhão entendem que a harmonia com a terra e as águas é
essencial para evitar qualquer catástrofe iminente...

Assim, a lenda da Grande Serpente continua a ser entrelaçada com a vida e a cultura da cidade...

51

Ela não apenas mantém viva a tradição, mas também serve como um lembrete constante de que
a relação entre o homem e a natureza é complexa e delicada...

Enquanto a serpente permanece nas profundezas das águas e no imaginário dos habitantes, São
Luís do Maranhão segue em frente, sempre consciente do papel da serpente como uma guardiã
dos mistérios da terra e do sobrenatural...

Fim

52

8° LENDA OU CONTO

A LENDA DE DOM SEBASTIÃO E O TOURO ENCANTADO

A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado é uma narrativa que mistura elementos
históricos e folclóricos, envolvendo o desaparecimento do rei Dom Sebastião de Portugal e uma
figura mítica, o touro encantado...

Esta lenda carrega consigo uma mistura de esperança, misticismo e saudade que tem
reverberado através das gerações...

No século XVI, Portugal enfrentou um período de turbulência política e social...

Dom Sebastião, um jovem rei sonhador, decidiu embarcar em uma expedição militar ao norte
da África, na batalha de Alcácer-Quibir...

Entretanto, a batalha terminou em desastre, e Dom Sebastião desapareceu sem deixar rastros,
presumidamente morto...

A lenda começa aqui: o povo português não conseguia aceitar a morte do jovem rei e agarrava-
se à esperança de que ele retornaria para restaurar a glória da nação...

Essa esperança alimentou a crença de que Dom Sebastião estava encantado, escondido em
alguma parte mágica do mundo...

Nesse contexto, surge o elemento mágico do touro encantado...

Dizia-se que, para que Dom Sebastião retornasse, seria necessário que alguém corajoso
enfrentasse o touro e o derrotasse...

O touro, de acordo com a lenda, era uma criatura imponente, protegendo o rei encantado e
guardando o seu paradeiro secreto...

Ao longo dos anos, a narrativa do touro encantado se tornou uma representação da busca por
um líder messiânico que restauraria a glória perdida de Portugal...

A lenda serviu como um símbolo de esperança e resistência durante tempos difíceis, unindo o
povo em torno da crença de um retorno triunfante...

A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado não é apenas uma história de fé e esperança,
mas também um reflexo das complexas relações entre história, mito e cultura...

Ela mostra como as histórias podem transcender o tempo e inspirar as pessoas a enfrentar
desafios com coragem e determinação, mantendo viva a chama da esperança mesmo nos
momentos mais sombrios...

53

E com o passar dos séculos, a lenda de Dom Sebastião e do touro encantado continuou a ser
contada, adaptando-se às mudanças culturais e sociais...

Ela se entrelaçou com a identidade de Portugal, servindo como um lembrete constante de que
a esperança e a perseverança podem superar até os obstáculos mais difíceis...

Em diversas regiões de Portugal, principalmente nas zonas rurais, a lenda do touro encantado
encontrou formas únicas de se manifestar...

Festivais e celebrações foram realizados em honra ao rei desaparecido e à criatura mítica...

Danças folclóricas e encenações teatrais retrataram o confronto lendário entre um corajoso herói
e o touro encantado...

A lenda também se entrelaçou com a religião e a espiritualidade...

Em algumas interpretações, Dom Sebastião foi visto como um "rei adormecido", um tipo de
messias que um dia retornaria para conduzir Portugal a um destino grandioso...

Essa fusão de elementos mitológicos e religiosos deu à lenda uma profundidade adicional e
uma ressonância espiritual...

Além disso, a lenda de Dom Sebastião e do touro encantado serviu como uma fonte de
inspiração para escritores, artistas e músicos ao longo dos anos...

Ela encontrou sua expressão em poesia, pintura, música e literatura, contribuindo para a rica
tapeçaria cultural de Portugal...

Hoje, embora a crença literal na lenda tenha diminuído, ela continua a ser valorizada como parte
da identidade cultural do país...

A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado é um lembrete das raízes históricas de Portugal,
das forças que unem o povo e da importância de nunca perder a esperança mesmo diante das
adversidades mais sombrias...

Assim, a história de Dom Sebastião e do touro encantado permanece viva, ecoando através do
tempo como um testemunho da capacidade da imaginação humana de criar histórias que
transcenderão gerações e se tornarão símbolos de força, resiliência e esperança...

A lenda do rei de Portugal tem atravessado os tempos, os povos e até os oceanos...

Os contos recentes sobre a lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão é uma
narrativa quase fiel ao que é contado em Portugal...

Muitos moradores em São Luís do Maranhão, alguns deles descentes diretos de portugueses...

54

Afirmam ter visto o rei de Portugal e o seu navio fantasmagórico nos leitos dos lenções
maranhenses...

Muitos moradores confirmam que o rei de Portugal assombra embarcações, pescadores, ribeiros
e marinheiros no litoral do maranhão...

E inúmeras pessoas ratificam ter visto o rei na forma de um touro encantado com uma estrela
na testa cavalgando sobre as dunas dos lenções maranhenses...
E vários moradores no decorrer destas aparições simplesmente sumiram nas areias dos lenções
maranhenses...

Muitos desapareceram tentando laçar o boi...

Pois muitos moradores acreditavam que capturando o boi encantado...

Também conseguiriam captura o Rei de Portugal...

Ele uma vez capturado os levaria até o tesouro que está junto ao navio do Rei Sebastião...

A lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão é uma história carregada de
mistério e fascinação, onde elementos da história de Portugal se entrelaçam com a mitologia
local...

Aqui também se conta que muitos moradores da região litorânea do maranhão afirmam ter
testemunhado a aparição do rei de Portugal e de seu navio fantasmagórico navegando em
chamas nos leitos dos Lençóis Maranhenses...

Dizem que, em noites de lua cheia, quando as marés estão altas e o vento uiva através das dunas,
a figura de Dom Sebastião surge em meio à bruma marinha...

E o seu navio é descrito como uma embarcação majestosa, banhada por uma luz mágica e etérea.
A aparição do rei está envolta em um ar de tristeza e mistério, evocando a saudade de um
passado glorioso e a busca por um destino perdido...

Os relatos das aparições de Dom Sebastião se espalham entre os moradores, e muitos acreditam
que o rei assombra as águas e a costa do Maranhão, tanto como uma figura imponente quanto
como o misterioso touro encantado...

A lenda diz que ele se manifesta na forma de um touro, com uma estrela brilhante em sua testa,
cavalgando sobre as dunas dos Lençóis Maranhenses...

E o seu olhar é intenso e profundo, reflete uma mistura de tristeza e esperança...

Os moradores da região também acreditam que capturar o touro encantado poderia levar a um
tesouro escondido próximo ao navio fantasmagórico de Dom Sebastião...

55

Alguns moradores afirmam que a embarcação se materializa em noites de super lua...

O navio fica atracado na ilha do meio e frente a biqueira d´agua cuidado por Iara a rainha dos
mares...

Alguns moradores, guiados por um desejo de riqueza ou pela busca de respostas, tentaram
capturar o touro, mas muitos desapareceram nas areias dos Lençóis Maranhenses, envolvidos
pela aura misteriosa que permeia a lenda...

A aparição de Dom Sebastião e seu touro encantado se tornou parte integrante da cultura e do
folclore local...

Os moradores respeitam e temem esses eventos sobrenaturais, ao mesmo tempo que veem neles
um vínculo entre o passado e o presente, entre a história de Portugal e a riqueza natural do
Maranhão...

Assim, a lenda persiste, misturando realidade e mito, história e folclore, esperança e mistério...

Ela é uma lembrança de como as histórias podem transcender fronteiras e épocas, refletindo as
complexas emoções humanas e a capacidade da imaginação de moldar o mundo à sua volta...

A aparição de Dom Sebastião nos Lençóis Maranhenses permanece como um enigma, um elo
entre dois mundos e um lembrete das profundezas inexploradas da natureza e da mente
humana...

À medida que a lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão persiste ao longo
do tempo, ela continua a influenciar a vida e a cultura da região de maneiras diversas e
intrigantes...

As histórias das aparições de Dom Sebastião e do touro encantado são contadas ao redor de
fogueiras, nas comunidades à beira-mar, transmitidas de geração em geração...

Os moradores compartilham essas narrativas com uma mistura de reverência, admiração e um
toque de medo respeitoso, reconhecendo que o sobrenatural pode estar mais próximo do que se
imagina...

Os pescadores, marinheiros e ribeirinhos que frequentam as águas costeiras do Maranhão
muitas vezes partilham histórias de encontros inexplicáveis com figuras misteriosas...

Relatos de embarcações cruzando com o navio fantasmagórico de Dom Sebastião, ou de
avistamentos do touro encantado nas dunas dos Lençóis Maranhenses, se espalham como o
vento que sopra pelo litoral...

Alguns, impulsionados pela crença na possibilidade de encontrar o tesouro guardado por Dom
Sebastião, tentam laçar o touro encantado...

56

A busca pelo tesouro escondido tornou-se um desafio arriscado e intrigante para muitos
aventureiros, embora muitos nunca retornem...

A lenda agrega ainda mais mistério aos Lençóis Maranhenses, um lugar que já é naturalmente
mágico e único...

A lenda também encontra espaço na cultura artística do Maranhão...

Pinturas, esculturas, músicas e poesias retratam a aparição de Dom Sebastião e seu navio,
mantendo viva a história por meio de expressões criativas...

A aparição de Dom Sebastião nos leitos dos Lençóis Maranhenses não é apenas uma história
de fantasmas, mas um eco da história, um espelho da identidade e uma prova da poderosa
imaginação humana...

Ela transcende as barreiras do tempo e da realidade, lembrando-nos da beleza e do mistério do
desconhecido que ainda habita as profundezas das águas e das areias do Maranhão...

A lenda permanece, ecoando como as ondas que beijam a costa, e continuará a inspirar as
gerações vindouras a explorar as fronteiras entre o visível e o invisível, o passado e o presente,
o real e o sobrenatural...

Fim

57

9° LENDA OU CONTO

A LENDA DE ANA JANSEN

Ana Jansen, conhecida como "A Rainha do Maranhão", foi uma figura lendária do estado
brasileiro do Maranhão no século XIX...

Era uma mulher rica, poderosa e temida por sua crueldade. Segundo a lenda, ela possuía vastas
terras e uma imponente mansão em São Luís...

Descrita como uma mulher alta, de cabelos negros e olhar penetrante, Ana Jansen tinha
reputação de ser implacável com seus inimigos e escravos...

Dizem que ela exercia controle sobre a cidade com punhos de ferro, governando-a com mão de
ferro...

A lenda conta que Ana Jansen era cruel com os escravos, tratando-os com extrema violência e
desumanidade...

Acredita-se que ela torturava aqueles que a desobedeciam e que sua mansão era cenário de
horrores, com histórias de espíritos vingativos que assombravam o local...

Além de sua fama como senhora implacável, Ana Jansen também era conhecida por seus
excessos e extravagâncias, ostentando roupas e joias luxuosas...

A lenda da Rainha do Maranhão perdurou ao longo do tempo, e seu nome ficou associado a
histórias de assombrações e maldições...

Muitos acreditavam que ela teria feito pactos com entidades malignas para obter sua riqueza e
poder, e que seu espírito perturbado ainda vagava pela mansão após sua morte...

A figura de Ana Jansen se mistura à história e cultura do Maranhão, sendo retratada em diversas
lendas, livros e até mesmo peças de teatro...

Sua história continua a intrigar e fascinar gerações, mantendo viva a memória dessa enigmática
mulher que governou com mão de ferro e deixou um legado sombrio na história da região...

Apesar da morte de Ana Jansen, sua lenda continuou a crescer com o passar dos anos...

As histórias sobre sua crueldade, riqueza e poder foram transmitidas de geração em geração,
tornando-se parte do folclore local...

A mansão de Ana Jansen, conhecida como "Solar da Jansen", tornou-se um ponto turístico
popular, mas também continuou a ser envolta em mistérios e lendas sobrenaturais...

58

Muitos acreditavam que o espírito vingativo da Rainha do Maranhão ainda assombrava a
mansão, e corajosos visitantes relatavam terem ouvido vozes sussurrantes e visto aparições
misteriosas...

Os contos sobre a maldição de Ana Jansen se espalharam, e pessoas começaram a associar
eventos inexplicáveis ou desastres com sua presença sobrenatural...

Algumas lendas afirmavam que ela se transformava em uma criatura monstruosa durante a
noite, espalhando terror pela cidade...

Por outro lado, também havia histórias de sua generosidade e caridade. Diziam que, em certas
ocasiões, ela teria ajudado os mais necessitados, distribuindo alimentos e roupas para os
pobres...

No entanto, esses atos de bondade eram frequentemente eclipsados pelos relatos de sua
crueldade...

Com o tempo, a lenda de Ana Jansen se tornou uma parte essencial do imaginário popular do
Maranhão, influenciando a cultura local, música, arte e teatro...

Sua história foi objeto de estudos acadêmicos, e o mito em torno de sua personalidade complexa
continua a despertar o interesse de pesquisadores e entusiastas do folclore...

Independentemente de quais aspectos da lenda sejam verdadeiros ou fictícios, a figura
enigmática de Ana Jansen continua a ser uma das figuras mais emblemáticas e misteriosas da
história do Maranhão, deixando um legado que ultrapassou os séculos e permanece viva na
memória do povo maranhense...

Sua lenda continua a inspirar a imaginação das pessoas, lembrando-nos de que o poder, a
riqueza e a crueldade podem deixar uma marca indelével na história...

Conforme os anos se passaram, o mito de Ana Jansen continuou a crescer e tomar novas
formas...

Seja através de adaptações teatrais, filmes, livros ou até mesmo músicas folclóricas, sua história
se tornou parte inseparável da identidade cultural do Maranhão...

As lendas sobre a Rainha do Maranhão serviram não apenas como entretenimento, mas também
como um lembrete poderoso das consequências do abuso de poder e crueldade...

Ana Jansen se transformou em um arquétipo do tirano, uma figura emblemática que personifica
o lado sombrio da humanidade...

Paralelamente, surgiram novas versões da lenda que buscaram humanizar Ana Jansen,
destacando as complexidades de sua personalidade...

59

Alguns argumentam que as histórias de sua crueldade eram exageradas, criadas por seus
opositores políticos e sociais para difamá-la e enfraquecer seu poder...

Essas interpretações mais sutis da lenda abordam questões sociais e políticas do período em que
ela viveu, oferecendo uma análise crítica das desigualdades sociais e da opressão dos mais
vulneráveis...

O legado de Ana Jansen transcendeu as fronteiras do Maranhão e alcançou outros estados do
Brasil e até mesmo além das fronteiras do país...

Sua história passou a ser discutida em contextos acadêmicos e literários, enriquecendo a
compreensão sobre o folclore e a cultura brasileira...

Com o passar do tempo, a figura de Ana Jansen evoluiu de uma mulher temida e malévola para
um símbolo de reflexão e debate sobre o passado histórico do Brasil, a escravidão e as estruturas
de poder...

Independentemente das várias interpretações, a lenda de Ana Jansen permanece como uma
janela para a história e identidade do Maranhão, preservando suas tradições e transmitindo
ensinamentos para as futuras gerações...

Como toda lenda, sua história continuará a ser contada e recontada, preservando viva a memória
da misteriosa e enigmática Rainha do Maranhão, Ana Jansen...

Fim

60

10 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DO POETA MORIBUNDO GONÇALVES DIAS

A Lenda do Poeta Gonçalves Dias possui uma forte ligação com o seu triste estado de saúde no
fim de sua vida...

Em um estado quase moribundo, decrépito e quase sem forças para caminhar...

O poeta deixar a cidade de são luís para tenta buscar ajudar médica no exterior...

Mais precisamente na Europa ocidental...

Mas como não obteve resultados satisfatórios...

Retornou ao Brasil em 1864 no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira...

Todos os passageiros salvaram-se na ocasião do naufrágio, exceto o poeta, que foi esquecido,
agonizando em seu leito, onde morre afogado...

É claro que esta parte da história do poeta é uma fabula...

Mas diz muito sobre como a notícia de sua morte chocou as pessoas de sua época...

A lenda do poeta maranhense Gonçalves Dias é uma história trágica e fascinante que se mistura
com fatos reais e com o imaginário popular...

O poeta Gonçalves Dias, nascido em 1823 em Caxias, no estado do Maranhão, foi um dos
principais poetas do romantismo brasileiro mais lido e aclamada em sua época...

O poeta nos deixou um legado literário duradouro, rico e apaixonado...

A história conta que, após alcançar reconhecimento como poeta, Gonçalves Dias viajou para a
Europa em busca de novas experiências e aprimoramento intelectual...

E durante sua estadia no exterior, ele se destacou como um representante das letras brasileiras
e estreitou laços com intelectuais e escritores da época...

Mas, contudo, em 1864, após alguns anos fora do país, Gonçalves Dias decidiu retornar ao
Brasil para reencontrar sua terra natal, a sua amada São Luís, no Maranhão. Embarcou no navio
Ville de Boulogne, que tinha como destino o litoral brasileiro...

No entanto, a viagem não teve um final feliz...

O navio naufragou na costa do Brasil, e todos os passageiros foram resgatados, exceto o poeta,
que teria sido esquecido e deixado agonizando em seu leito...

61

A lenda afirma que, mesmo diante de seus apelos de socorro e gritos de desespero, ele foi
deixado para trás pelos outros passageiros e acabou se afogando...

A tragédia da morte de Gonçalves Dias abalou o país e deixou uma marca indelével na memória
coletiva do povo maranhense...

A lenda se tornou uma forma de homenagear o poeta e também de expressar a tristeza e
indignação pelo descaso que teria levado à sua morte...

Desde então, a figura de Gonçalves Dias passou a ser associada a histórias de aparições e
assombrações que eram vistas pelas ruas de São Luís...

O poeta também é visto no local do naufrágio em meio ao mar aberto, caminhando sozinho
pelas águas escuras da baia de são marcos...

Alguns populares também afirmam ter visto o poeta na ilha do meio, onde se encontra
atualmente os restos do navio Ville de Boulogne...

Muitos moradores de são luís afirmam que o espírito do poeta ainda vaga pelas ruas de
paralelepípedo da cidade, como se ele nunca tivesse encontrado descanso após a tragédia...

Alguns populares e moradores locais da cidade de são luís também afirmam que o poeta clama
e declama poemas de amor todas as noites na rua do Egito...

A sua voz pode ser ouvida pelos quatros cantos da cidade antiga de são luís...

E todas as suas declamações e cantos poéticos são direcionadas a sua eterna e amada Amélia...

Um amor que nunca pode ser consumado em vida...

Um amor que foi negado ao poeta devido ao enorme preconceito racial e social de sua época...

Essa lenda, embora tenha muitas versões...

Ainda não possuir nenhuma comprovação histórica...

Esta estória é contada e recontada ao longo dos anos, mantendo viva a memória do poeta
Gonçalves Dias e sua trágica partida...

E seja como símbolo do romantismo literário ou como uma figura que personifica a fragilidade
humana, a história do poeta maranhense continua a ser uma parte importante da cultura e
folclore do Brasil...

E com o passar do tempo, a lenda de Gonçalves Dias foi ganhando novas nuances e se
entrelaçando com outras histórias e mitos locais...

62

Muitos populares dizem que seu espírito vagante é avistado especialmente em noites de lua
cheia, quando a cidade de São Luís ganha uma atmosfera ainda mais misteriosa e encantadora...

Os moradores da cidade, especialmente os mais supersticiosos, relatam ter tido encontros com
o poeta em suas aparições fantasmagóricas...

E alguns dizem ter ouvido versos melancólicos sussurrados pelo vento, como se o próprio
Gonçalves Dias ainda declamasse suas poesias pelas ruas antigas da cidade...

Os escritores e artistas maranhenses também encontraram inspiração na lenda do poeta
assombrado, criando contos, músicas e peças de teatro que exploram o encontro entre o mundo
dos vivos e o além-túmulo...

A história de Gonçalves Dias se transformou em uma fonte inesgotável de inspiração para o
imaginário popular e a cultura local...

Além disso, a lenda do poeta assombrado serviu para preservar e valorizar a rica herança
literária e cultural do Maranhão...

As obras de Gonçalves Dias, como "Canção do Exílio" e "I-Juca-Pirama", continuam sendo
estudadas e celebradas, e sua figura é lembrada com carinho e respeito pela contribuição que
deu à literatura brasileira...

A história do poeta que encontrou um destino trágico em um naufrágio e que agora perambula
pelas ruas de São Luís do Maranhão é mais do que uma simples lenda...

Ela é uma expressão do amor e da saudade que o povo maranhense nutre por um de seus mais
ilustres filhos, mantendo viva a memória de Gonçalves Dias através de gerações...

Assim, a lenda continua a ser contada e transmitida oralmente, mantendo o legado do poeta e
suas poesias atemporais vivos na cultura popular...

A figura do poeta assombrado permanece como um elo entre o passado e o presente,
recordando-nos da importância de preservar nossa história, arte e identidade cultural para as
futuras gerações...

E, em cada lua cheia que brilha sobre São Luís, a lenda de Gonçalves Dias continua a emocionar
e encantar aqueles que se deixam envolver pela magia das histórias que atravessam o tempo...

E reza lenda que existe um outro motivo ainda mais sobrenatural para a morte do poeta...

A lenda diz que o fato do poeta maranhense ter morrido afogado em um navio no litoral do
maranhão e sobre aquelas circunstancias, está intimamente ligado a índia Iracema...

A mesma índia do conto de Jose de Alencar...

63

A índia que virou sereia do mar no imaginário popular...

E que muitos moradores dizem já ter visto o poeta aos beijos com a índia Iracema no cais da
consolação...

A lenda diz que a índia Iracema com inveja do amor que o poeta sentia por Amélia, solicitou
ao barqueiro da morte que levasse o poeta ainda vivo para o fundo do oceano...

O seu pedido foi aceito...

E o barqueiro o levou para o abismo do boqueirão...

Local de onde ele nunca mais saiu até os dias de hoje...

Algumas pessoas juram que ainda olham o poeta andando sozinho sobre a praia da ilha do meio
proximo ao que restou do navio que ainda se encontra no local do naufrágio...

As vezes Iracema o deixa ir até a cidade para andar nas ruas antigas da linda São Luís...

Cidade que ainda possui calçamento de paralelepípedos e casarões coloniais antigo...

O poeta diz aos moradores que ainda se senti em casa...

Pois tudo na cidade está igual como ele deixou...

Intacta e preservada...

E como se o tempo estivesse parado em sua morte...

O fundo do mar, no entanto, continua sendo a sua morada eterna...

E o amor puro dos românticos...

A feição jovial do poeta...

Continua a mesma de 1864...

O poeta ainda possuir em seu coração...

O amor por sua amada...

O seu amor ainda vive...

O seu amor ainda pulsa...

E este amor se chama Amélia...

64

O poeta ainda nos dias de hoje vaga pelas ruas de são luís do maranhão em busca de sua amada
Amélia...

Ele deseja encontrá-la...

Mas enquanto isso não acontece...

Todos os moradores de são luís...

Ainda ouviram por muitos séculos as canções e poesias do poeta...

Aquele amor que cansa...

Um amor juvenil que ele ama por tida a sua vida...

Um amor que se confunde pela cidade de São Luís e por Ana Amélia...

Ainda ando por são luís...

Ainda amo Ana Amélia...


Fim

65

11 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DA ESTUDANTE ESQUECIDA

Tudo começou logo após a grande pandemia da Covid 19 em 2020....

A lenda da estudante que foi esquecida, trancafiada em uma sala de aula por seu namorado,
descreve uma lenda ou conto universitário que ocorreu na década de 90 em um Colégio
Universitário em São Luís do Maranhão...

O fato ocorreu com uma linda, singela e deslumbrante adolescente de 14 anos de idade,
estudante do Colégio Universitário da UFMA...

A bela garota morrer solitária depois de ter ficado cinco dias trancafiada por acidente em uma
sala de aula no fim de um corredor pouco frequentado pelo corpo discente e docente...

O incidente adveio logo após um belíssimo encontro de amor protagonizado pelo jovem casal
adolescente...

O início desta tragédia ocorre depois que o namorado da moça em um tom de brincadeira a
deixa trancafiada em uma das últimas salas do corredor "C" do Colégio Universitário da UFMA
depois de uma pífia discursão...

A ideia do jovem rapaz era volta depois de meia hora e destrancar as portas da sala e deixa-la
sair...

No entanto ele se distrair com outros colegas de classe e no infortúnio desleixo adolescente
acaba esquecendo a jovem trancafiada na sala...

Uma brincadeira de mau gosto...

Pois somente ao chegar em casa ele se lembra de sua amada trancada na escola...

Ele então resolve volta para desfazer a brincadeira.... Mas uma terrível infecção digestiva o
deixar muito mal e febril...

Adoecido ele ficar internado por longos quatro dias em uma enfermaria do Antigo Socorrão...

E impossibilitado de salva a sua amada...

Ele adormece adoecido no leito do hospital....

E em uma noite febril terrível de um sábado...

Ele volta a se lembra da sua namorada e avisa aos seus a seus pais que a sua amada estava
trancada em uma sala de aula em sua escola...

66


Mas os seus pais não acreditam e acham que ele está alucinando devido a febre alta....

Na mesma noite de sexta os pais da jovem sentem a falta da filha e vão até a escola...

Mas não a encontram nas dependências do prédio...

A polícia local passa cinco dias intermináveis a procura da jovem...

Mas não a encontram...

Os professores a encontram morta na terça-feira por volta das 17:40 horas da tarde....

Portas e janelas estavam arranhadas e partes da unhas e de dentes estavam encravadas na porta
da sala....

Um fato que mostrou o seu desespero em sair com vida de sua prisão....

A garota provavelmente havia morrido de fome e sede...

Na quarta-feira uma sombra de melancolia envolvia toda a escola universitária e todos ficaram
muito tristes com a morte da aluna...

E depois de alguns anos de sua morte...

Muitos funcionários da escola afirmam que avistavam a adolescente com certa frequência em
várias dependências do colégio...

Principalmente as que envolvia o corredor “C” e a sua última sala...

Onde ocorreu o incidente com Amélia...

A garota que ficou trancafiada e esquecida por seu namorado anos atrás...

Isto acontecia principalmente nos horários intercalados entre as 17:40 da tarde ás 05:40 da
manhã...

Muitos faziam afirmações proeminentes sobre as aparições fantasmagóricas da linda garota...

Mas um fato notável chamou a atenção dos professores e alunos...

Era que a cada três anos depois que a jovem morreu na escola...

Um jovem também aparecia morto e nas mesmas condições que ela morreu....

67

E geralmente estes acontecimentos se passavam nas noites de terça-feira à tarde por volta das
17:40 hs....
Muitos jovens rapazes eram encontrados por volta da 05:40 da manhã....

Algumas aparições da garota ocorreram especialmente em “Luais” promovidos pela escola aos
jovens pré-acadêmicos...

Festividades que as vezes era regado a base de Vinho Tinto, Cachaças Variadas e Tiquira (uma
cachaça de cor violeta)...

Estas reuniões juvenis aconteciam na quadra da escola...

Local onde ela surpreendia as suas vítimas adolescentes...

Todos eles eram jovens e proeminentes rapazes que jogavam basquetebol...

Todos eram encontrados mortos em uma sala de aula...

A maldita e última sala do terrível e temido corredor “C” do colégio universitário da UFMA...

E misteriosamente alguns poucos eram encontrados afogados em vasos sanitários...

E sobre isto ainda não se sabe o porquê...

Isto acontecia normalmente em banheiros distantes e vazios, localizados no ultimo piso (térreo)
do prédio da escola universitária...

E todos eles eram jovens, garotos negros, altos, magros, com cabelos trançados e com idades
entre 13 a 17 anos....

O surpreendente era que todos eles eram bem parecidos com o namorado que esqueceu a jovem
trancafiada na sala de aula nos anos 90....

Um padrão que se repete até os dias de hoje...

No entanto, um aluno chamado Eduardo Carvalho contou para amigos mais íntimos uma outra
versão sobre o que ocorreu com aquela estranha garota que morreu em circunstancias ainda
sombrias no Colégio Universitário da UFMA...

Há muitos anos, no Colégio Universitário da UFMA, uma lenda sombria assombra os
corredores da instituição...

Tudo começou com uma jovem de 14 anos, tão linda e deslumbrante quanto as flores que
enfeitavam o jardim da escola...

Ela era uma estudante dedicada, conhecida por sua doçura e inteligência...

68


Certo dia, após um encontro amoroso com seu namorado, um rapaz brincalhão, uma discussão
acalorada os levou a uma aposta imprudente...

Ele a trancou em uma das últimas salas do corredor "C" como parte de uma brincadeira...

A intenção era voltar logo para libertá-la, mas ele se distraiu com colegas e acabou esquecendo
a sua amada...

Enquanto isso, o jovem adoeceu e ficou internado por quatro dias, sofrendo de uma terrível
indigestão...

Em meio à febre, ele se lembrou de sua namorada e alertou seus pais sobre a situação...

No entanto, eles não acreditaram nele, pensando que estava delirando...

Na terça-feira, por volta das 17:40, os professores encontraram a jovem, já sem vida, na sala de
aula trancada...

A notícia de sua morte lançou uma sombra de tristeza sobre a escola...

E com o tempo, ela começou a fazer aparições fantasmagóricas na instituição, especialmente a
cada três anos...

As aparições ocorriam nas noites de terça-feira, durante luais regados a vinho tinto e reuniões
juvenis na quadra da escola...

Ela surpreendia jovens rapazes, todos altos, magros, de cabelos trançados e com uma
semelhança assustadora com seu namorado...

Todos eles eram encontrados mortos na mesma sala de aula onde ela mesma morreu anos atrás
e nas mesmas condições que a sua própria morte...

Mas um outro fato intrigante chamava a atenção do colégio universitário...

Alguns rapazes...

Uma pequena parte destes jovens eram encontrados mortos em vasos sanitários do último piso
do prédio da escola....

A lenda da jovem que morreu trancada na escola persiste, um conto sombrio que lembra a todos
que, mesmo após a morte, a vingança pode assombrar aqueles que cometeram erros
imperdoáveis...

69

A escola Universitária da UFMA carrega o peso dessa história trágica, onde a beleza juvenil se
transformou em uma maldição que se repete a cada três anos, nas tardes sombrias de terças-
feiras...

Os alunos do Colégio Universitário da UFMA passaram a evitar o corredor "C" à noite,
especialmente às terças-feiras...

As histórias das aparições fantasmagóricas da jovem morta tornaram-se um tema de arrepios
nas conversas dos estudantes.

A lenda alertava os jovens sobre os perigos das brincadeiras imprudentes e das discussões
intensas em relacionamentos...

A tragédia da adolescente esquecida em uma sala de aula servia como um lembrete assustador
de como as ações impensadas podem ter consequências terríveis...

Os anos passaram, mas a maldição persistiu...

A cada três anos, um jovem rapaz encontrava seu destino trágico na última sala do corredor “C”
ou nos banheiros do último piso do prédio da escola, como se a alma da jovem morta ainda
buscasse vingança por ter sido deixada para trás e esquecida por todos da escola...

A comunidade escolar aprendeu a respeitar a lenda e a tratar o corredor "C" com reverência e
respeito...

Nas noites de terça-feira, quando o relógio se aproximava das 17:40, a atmosfera se tornava
pesada e os alunos mantinham distância do local...

A história da adolescente que morreu trancada na escola continuou a ser contada de geração em
geração, servindo como uma advertência sombria sobre as escolhas que fazemos na juventude
e as consequências que podem ecoar para sempre...

A lenda permanece conviva, tênue e vibrante, mantendo viva e acesa a memória da jovem e de
seu amor que ficou perdido naquela sala de aula...

Enquanto isto a escola Universitária da UFMA continua a ser um lugar de mistério e de muita
superstição nas noites de terça-feira...

No entanto, à medida que o tempo passava, alguns estudantes mais céticos zombavam da lenda,
considerando-a apenas um conto de arrepiar contado para assustar os mais jovens. Eles
organizavam encontros noturnos na quadra da escola, desafiando o destino e ignorando os
avisos da lenda...

Em uma dessas noites ousadas, um grupo de corajosos adolescentes decidiu realizar um luau à
meia-noite, em desafio à lenda que se perpetuava...

70

Munidos de vinho tinto e risos nervosos, eles riam da superstição que os cercava...

Contudo, quando o relógio se aproximou das 17:40 da terça-feira, a atmosfera mudou
abruptamente...

Uma brisa fria cortou o ar, as velas do luau piscaram e, de repente, todos os risos se
extinguiram...

Uma presença inquietante se fez sentir...

A sombra da jovem morta apareceu, vestida com seu uniforme escolar, cabelos longos e
trançados, olhos vazios e lábios pálidos...

A sua pele pálida, alva e quase translucida era um terrível contraste com o seu sorriso satânico
e falso...

Ela deslizou entre os estudantes, passando como um espectro silencioso...

Os jovens se entreolharam, paralisados de medo, enquanto a lenda se materializava diante
deles...

Então, em um momento de terror absoluto, a jovem se aproximou de um dos rapazes, o mais
parecido com seu namorado do passado...

E com um toque gélido, ela o empurrou em direção ao banheiro do último piso, onde ele
encontraria seu trágico destino, assim como os outros...

A lenda continuava a se repetir, e a maldição persistia, reforçando a crença na história sombria
que envolvia a jovem...

Os estudantes que haviam zombado da lenda agora compartilhavam histórias terríveis sobre a
noite fatídica do luau, e o corredor "C" tornou-se um local temido e evitado ainda mais
intensamente...

A lenda da jovem trancada na escola, seu amor perdido e sua vingança após a morte,
permaneceria viva na memória dos estudantes, servindo como um aviso assustador para os que
ousavam desafiar o destino...

A cada três anos, a escola Universitária da UFMA testemunhava a repetição sombria da
tragédia, lembrando a todos que algumas histórias nunca morrem completamente...

E com o passar dos anos, a lenda da jovem trancada na escola da UFMA tomou proporções
cada vez maiores...

Ela se espalhou para além dos limites da escola, tornando-se parte da cultura local...

71

Os habitantes da cidade vizinha comentavam sobre o corredor "C" amaldiçoado e os eventos
misteriosos que ocorriam na escola...

A cada três anos, quando se aproximava o momento da próxima aparição, a tensão na
comunidade escolar aumentava...

Os jovens rapazes com características semelhantes ao namorado esquecido da jovem se
tornaram objeto de preocupação para seus pais e amigos...

Alguns deles passaram a evitar a escola Universitária da UFMA durante semanas inteiras, com
medo do destino que os aguardava...

A história também atraiu a atenção de pesquisadores e investigadores paranormais, que
buscaram desvendar os mistérios por trás das aparições fantasmagóricas...

No entanto, todas as tentativas de desvendar a verdade por trás da lenda acabaram em fracasso...

A escola, por sua vez, tentou manter um equilíbrio delicado entre honrar a memória da jovem
e desencorajar comportamentos temerários...

A diretoria promoveu palestras e atividades educativas sobre respeito e responsabilidade,
esperando que os estudantes aprendessem com a trágica história da adolescente...

A lenda da jovem e suas aparições continuou a ser transmitida de geração em geração,
lembrando a todos que a justiça, mesmo após a morte, encontra uma maneira de se manifestar...

O Colégio Universitário da UFMA permaneceu um lugar de mistério e superstição, onde as
tardes de terça-feira continuaram a ser um momento de apreensão para alguns, enquanto outros
zombavam da lenda, sem perceberem o perigo que espreitava nas sombras...

E assim, a lenda da jovem que morreu trancada na escola da UFMA permaneceu viva, como
um eco do passado que ecoava pelos corredores e mentes daqueles que estudaram no Colégio
Universitário...

Ela servia como um lembrete constante de que nossas ações têm consequências, às vezes,
durando muito além de nossas vidas...

Naquele local, onde o amor e a tragédia se entrelaçaram, a jovem encontrou uma maneira de
buscar justiça, mesmo após sua morte prematura...

A escola continuou a ser um local de respeito e temor, onde os estudantes aprendiam a
importância da responsabilidade e do cuidado com o próximo...

A cada três anos, a lenda se repetia, e a cidade inteira observava com apreensão as noites de
terça-feira, quando o relógio se aproximava das 17:40...

72

A jovem continuava a proteger seu amor perdido, garantindo que a história fosse lembrada e
respeitada...

E assim, a lenda da jovem do Colégio Universitário da UFMA se fundiu com a história da
cidade, uma história de amor, tragédia e vingança que se recusava a ser esquecida...

Era um conto que lembrava a todos que, mesmo nas sombras do passado, a justiça pode se
manifestar de maneiras misteriosas e imprevisíveis...

Fim

73

12 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DA CASA AMALDIÇOADA DA VILA EMBRATEL

Em uma casa amaldiçoada na Vila Embratel um ser sinistro foi despertado depois de uma
trágica morte...
Um terrível espirito maligno que possuía uma criança assombrava uma família inteira em São
Luís do Maranhão...
O início dessa história acontece quando uma velha e solitária senhora, residente na rua 18 no
bairro da Vila Embratel em São Luís do Maranhão resolve mata um cachorro de seu vizinho e
o oferece em ritual de consagração a um antigo espirito imundo...
Muitos vizinhos próximos a casa da velha solitária afirmavam que aquela senhora na verdade
era uma antiga bruxa que residia anteriormente no interior do estado do Maranhão...
Uma localidade que ficava no Gurutil, próximo a cidade de Mirinzal...
Alguns vizinhos afirmam que a velha senhora sofria de alguma doença terrível que lhe
provocava muitas dores estomacais...
Um outro vizinho afirmou que observou pela fresta do muro de sua casa todo o ritual feito pela
velha...
Ela havia enterrada a cabeça degolado o cachorro do vizinho e oferecido o próprio animal em
sacrifício....
Em seguida...
Após o ritual ter sido consumado...
Ela enterrou apenas a cabeça do cachorro no fundo de seu quintal...
E se alimentou do resto do animal ali mesmo no quintal...
Aquele era um ritual para lhe cura de alguma doença...
Justificou a velha a um espirito que se materializou depois de ter comido o que sobrou do pobre
animal...
No entanto, o ritual não entrega o que foi planejado e pactuado com a entidade...
Algo dar errado...
O que faz desperta uma outra entidade terrível...
Uma criatura que se manifestou em forma de uma criança com aspectos e aparências de gente
velha...
A entidade a obriga a se enforca...
Fato que é concretizado três dias depois....

74

Anos depois a casa e comprada por novos inquilinos que são terrivelmente perturbados por esta
estranha força do mal...
Uma pintura de jesus cristo inocente e pendurado na sala de estar da família é usada como
pretexto para aterroriza um dos membros da casa...
A pintura começou a ganhar vida...
E começou a assombra o primogênito da família...
E depois desta terrível manifestação...
Uma criança fantasmagórica começou a aparece correndo todos os dias dentro da casa...
A criatura corria da cozinha até o banheiro...
Esta mesma criança demoníaca em uma outra ocasião apareceu puxando o patriarca da família
Azevedo para debaixo da cama...
O primogênito da família Almeida e Azevedo estava sendo assombrado...
Ele era o único que via tudo o que ocorria de sobrenatural pela casa...
E nesta última aparição...
A criatura fala ao garoto que vai leva o seu pai para o inferno...
E dias mais tarde esta mesma criança demoníaca aparece correndo da parede do quarto das
crianças da casa e pula em cima da cama do menino que estava sendo assombrado...
O menino vítima de assombração ver uma reunião de demônios na mesa de jantar...
Todos eles se alimentam de uma alma humana...
E conversam sobre como vão planejar as mortes de todos os membros da família que residem
agora naquela casa...
Tudo o que o primogênito da família via e escutava era aterrorizante...
Mas infelizmente ninguém acreditava no garoto...
Em uma outra ocasião o garoto viu pelo espelho da mesa de centro da sala de sua casa uma
legião de demônios agarrando os pés do seu pai...
Aquilo lhe deixou apavorado...
Mais tarde todos da casa podiam ouvir crianças que corriam e pulavam do telhado...
Estas crianças caiam todos de uma vez só no fundo do quintal fazendo um tremendo barulho...
Depois várias pedras eram arremedas na parede da casa...
Uma certa vez, uma verdadeira chuva de pedras ocorre dentro de casa dos Azevedos...
As pedras se materializam no teto e simplesmente despencaram das telhas da casa...
Os moradores da casa saiam correndo para o lado de fora na esperança de não serem atingidos
pelos pedregulhos...

75

Mas aquela manifestação terrível também se materializou do lado de fora da residência...
O espelho do banheiro dos Azevedos também era sempre motivo de apreensão...
Pois agora uma criança sempre me materializa para alguém da casa...
O demônio queria o pai da criança...
Mas todos eram atormentados pelo ser maligno...
No entanto, o seu Antônio Lourenço tinha um relato um pouco mais detalhado do que realmente
ocorreu naquela casa...
Ele certa vez contou aos seus amigos mais próximos o que aconteceu em sua casa...
Há muitos anos, na tranquila Vila Embratel em São Luís do Maranhão, uma casa sinistra
escondia segredos obscuros que ninguém ousava desvendar...
A história começou quando uma velha senhora, desesperada por uma cura para sua doença,
recorreu a meios sombrios...
Ela sacrificou um inocente cachorro e enterrou a cabeça do pobre animal no fundo de seu
quintal, em um ritual macabro que tinha a intenção de lhe trazer alívio...
No entanto, o ritual saiu terrivelmente errado, e em vez de cura, ele trouxe à vida uma criatura
abominável...
Era uma criança, mas sua aparência era grotescamente envelhecida e distorcida...
Uma entidade maligna que forçou a velha senhora a tirar sua própria vida, enforcando-se no
quintal daquela casa sombria...
Anos depois, a casa foi vendida a novos inquilinos que não tinham conhecimento dos horrores
que lá haviam ocorrido...
Logo, eles começaram a ser perturbados por forças sobrenaturais aterrorizantes...
Uma pintura de Jesus Cristo, pendurada na sala de estar, ganhou vida e passou a assombrar o
primogênito da família...
A criança fantasmagórica que havia sido invocada no ritual macabro da velha senhora aparecia
regularmente...
Ela corria da cozinha até o banheiro, fazia aparições sinistras debaixo da cama e ameaçava levar
o pai do menino para o inferno...
A atmosfera na casa tornou-se cada vez mais carregada de medo e angústia...
Certo dia, o menino vítima das assombrações teve um vislumbre aterrorizante de uma reunião
de demônios na mesa de jantar...
Eles se alimentavam de uma alma e discutiam planos malignos para acabar com todos os
moradores da casa...
O menino, em desespero, viu uma legião de demônios agarrando os pés de seu pai através do
espelho da mesa de centro da sala...

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As crianças demoníacas pulavam no telhado da casa, lançavam pedras na parede e causavam
uma chuva de pedras dentro de casa...
Todos eles se materializavam no teto e caíam sobre os moradores, aterrorizando-os sem
piedade...
O espelho do banheiro era uma fonte constante de apreensão, pois uma criança demoníaca
frequentemente emergia dele, trazendo consigo a lembrança do terrível demônio que havia
levado o pai da família...
Os moradores daquela casa amaldiçoada viveram em constante tormento, enfrentando o terror
de uma entidade vingativa e sua legião de demônios...
A lenda da Casa da Vila Embratel se espalhou pela região, servindo como um lembrete sombrio
de que, às vezes, os segredos mais terríveis estão escondidos nos lugares mais pacíficos...
A casa permaneceu como uma ruína macabra, um lembrete do passado sombrio que assombrou
seus corredores e quartos...
E até hoje, dizem que a maligna entidade ainda busca vingança contra quem ousa entrar na casa
da Vila Embratel...
Mas uma outra versão desta mesma história...
É contada de forma ainda mais assustadora...
Uma outra pessoa....
A qual cujo o nome não será revelado...
Conta-nos uma outra epopeia sinistra...
A Lenda da Casa Amaldiçoada da Vila Embratel foi erguida sobre uma antiga floresta
indígena...
Onde vários rituais eram proferidos sobre sacrifícios animais...
A casa de aparência serena, escondia um segredo sombrio que a transformou-se em uma
verdadeira lenda urbana...
A história começou há muitos anos, quando uma velha senhora, cujo nome já fora esquecido,
buscava desesperadamente uma cura para uma doença que a afligia....
Desesperada, ela decidiu realizar um ritual misterioso, envolvendo a morte de um pobre
cachorro...
Com uma faca nas mãos trêmulas, a velha senhora sacrificou o animal e enterrou a cabeça dele
no fundo do quintal, acreditando que isso traria a cura que tanto desejava...
No entanto, o ritual deu terrivelmente errado...
Em vez de cura, ele despertou uma força maligna que se manifestou em forma de uma criança
grotesca, com a aparência envelhecida e macabra...

77

Essa entidade maligna forçou a velha senhora a cometer um ato terrível, levando-a ao suicídio
por enforcamento...
E com a morte da senhora, a casa ficou abandonada por anos, até que novos inquilinos a
adquiriram, sem saber da maldição que pairava sobre ela...
Os novos moradores começaram a experimentar eventos inexplicáveis e aterrorizantes...
Uma pintura de Jesus Cristo, pendurada na sala de estar, ganhou vida, assombrando o
primogênito da família...
O filho da família viu uma criança fantasmagórica correndo da cozinha até o banheiro, uma
visão que o deixou em estado de choque...
Em uma noite assustadora, a criança maligna apareceu puxando o pai do menino debaixo da
cama, ameaçando levá-lo para o inferno...
O garoto, aterrorizado, viu a figura demoníaca correndo pelas paredes e saltando sobre sua
cama, enquanto ria sinistramente...
O menino, vítima das assombrações, testemunhou uma reunião macabra de demônios na mesa
de jantar...
Essas criaturas sombrias se alimentavam de uma alma e conspiravam para eliminar todos os
membros da família que ousaram residir naquela casa amaldiçoada...
Por meio do espelho da mesa de centro da sala, o garoto viu uma legião de demônios agarrando
os pés de seu pai, que estava indefeso diante do terror que os rodeava...
Crianças demoníacas pulavam no telhado da casa e caíam no fundo do quintal, causando um
barulho ensurdecedor...
Pedras eram arremessadas nas paredes, e uma chuva de pedras misteriosamente ocorria dentro
de casa, ferindo os moradores...
As criaturas demoníacas se materializavam no teto e caíam sobre a família, lançando um caos
incontrolável...
O espelho do banheiro era motivo de apreensão constante, pois sempre revelava a aparição da
criança maligna...
O demônio que havia tomado o pai da criança como hospedeiro também continuava a
atormentar todos os moradores da casa...
A lenda da Casa Amaldiçoada da Vila Embratel se espalhou rapidamente pela cidade, e muitos
evitavam se aproximar dela a todo custo...
Os infortúnios da família que ousou viver naquela casa sombria se tornaram um alerta para
todos, lembrando que algumas maldições são tão terríveis que nem mesmo o tempo pode
apagar...

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A reputação sinistra da Casa Amaldiçoada da Vila Embratel continuava a crescer, espalhando-
se como uma praga na cidade de São Luís do Maranhão...
Curiosos e caçadores de emoções buscavam se aproximar da casa, atraídos pela promessa de
testemunhar o sobrenatural, mas muitos saíam de lá com histórias arrepiantes para contar...
A família que havia sofrido nas mãos da entidade maligna finalmente tomou uma decisão
drástica...
Reconhecendo que não havia salvação para eles dentro daquelas paredes amaldiçoadas, eles
decidiram abandonar a casa, deixando para trás todas as suas posses, suas memórias e,
principalmente, o terror que os havia perseguido implacavelmente...
Com o passar dos anos, a Casa Amaldiçoada da Vila Embratel se tornou um marco sombrio e
um desafio para os mais corajosos...
Grupos de jovens desafiadores se aventuravam a entrar na casa em busca de emoções fortes e
provas de que os horrores relatados eram reais...
Mas, invariavelmente, eles saíam da casa com histórias perturbadoras para contar, muitos
jurando nunca mais retornar...
No entanto, à medida que a casa continuava a ser palco de atividades paranormais, a cidade
também se unia em uma busca por respostas...
Paranormalistas e especialistas em atividades sobrenaturais começaram a investigar a casa em
busca de pistas que pudessem explicar a maldição que a assombrava...
Os relatos de aparições de demônios, objetos ganhando vida e visões aterrorizantes eram tão
convincentes que a Casa Amaldiçoada da Vila Embratel se tornou uma atração para estudiosos
e curiosos do oculto de todo o país...
Eles trouxeram equipamentos de detecção paranormal e realizaram inúmeras sessões de
investigação na esperança de descobrir a natureza da maldição...
No entanto, a verdade sobre a origem da maldição e o destino da criança maligna que a habitava
continuavam envoltos em mistério...
A casa permaneceu um enigma sombrio, desafiando todas as tentativas de exorcismo e limpeza
espiritual...
A maldição persistia, e aqueles que ousavam entrar na Casa Amaldiçoada da Vila Embratel
ainda enfrentavam o terror sobrenatural que havia assombrado a família original...
Hoje, a casa permanece abandonada e isolada, envolta em um silêncio sinistro...
A lenda continua viva, e os moradores locais evitam a área após o anoitecer, sabendo que a
escuridão da noite é o momento em que a maldição parece ganhar vida...
A Casa Amaldiçoada da Vila Embratel permanece como um monumento a um passado sombrio
e como um aviso para aqueles que ousam desafiar o desconhecido e o sobrenatural...

79

E com o passar dos anos, a Casa Amaldiçoada da Vila Embratel tornou-se um ícone do folclore
local, uma história passada de geração em geração...
As lendas e contos de terror relacionados à casa eram contados ao redor das fogueiras durante
festas juninas, fazendo parte da rica tradição oral da região...
As histórias alimentavam a imaginação das crianças, que, apesar do medo, nutriam uma
curiosidade mórbida pela casa...
Muitos ousavam se aventurar até lá durante o dia, observando a estrutura decrépita e os sinais
visíveis da passagem do tempo. No entanto, poucos se atreviam a entrar, mesmo sob a luz do
sol...
A casa, agora coberta por vegetação, exibia janelas quebradas e uma fachada enegrecida pelo
tempo e pelo abandono...
Era um lugar de onde todos se afastavam após o anoitecer, pois acredita-se que, com a chegada
das trevas, a maldição se tornava ainda mais poderosa...
Os moradores locais continuavam a evitar a área, apesar da crescente curiosidade de visitantes
de outras cidades...
Os corajosos que se aventuravam dentro da casa relatavam experiências sobrenaturais
aterrorizantes, corroborando as histórias antigas e perpetuando o mistério...
Os investigadores paranormais também nunca desistiram de tentar desvendar o segredo por trás
da Casa Amaldiçoada da Vila Embratel...
Atraídos pelos relatos macabros, eles realizavam investigações constantes, esperando
finalmente encontrar uma maneira de libertar a casa dessa maldição...
A verdade por trás da maldição e o destino da criança maligna que a habitava continuavam
desconhecidos...
A casa permanecia como um enigma sombrio, um marco de terror e um aviso para todos sobre
os mistérios profundos que o mundo do sobrenatural ainda guarda...
E assim, a Casa Amaldiçoada da Vila Embratel permaneceu como um testemunho vivo de que,
em alguns lugares, o mal é palpável, as maldições são reais e a escuridão pode persistir apesar
de todos os esforços para dissipá-la...
A lenda continuou a crescer, perpetuando o mistério e o medo que a casa inspirava, garantindo
que seu nome nunca fosse esquecido na história de São Luís do Maranhão...
Mas com o passar dos anos, a Casa Amaldiçoada da Vila Embratel se tornou não apenas uma
lenda local, mas também um destino turístico macabro para os corajosos e os curiosos...
Visitantes de outras cidades e até mesmo de outros países eram atraídos pelas histórias de
horror que envolviam a casa, ansiosos por experimentar a sensação de estar diante do
desconhecido...
No entanto, para muitos, a curiosidade se transformava em terror quando adentravam as paredes
da casa amaldiçoada. Mesmo durante o dia, os sons de risos demoníacos, passos arrastados e

80

sussurros inquietantes preenchiam o ar, como se a casa estivesse viva, esperando por suas
próximas vítimas...
Os corajosos exploradores que ousavam passar a noite dentro da casa relatavam pesadelos
terríveis e visões aterrorizantes que os assombravam muito tempo depois de terem partido...
Alguns juravam ter sentido a presença da criança maligna que vagava pelos corredores,
enquanto outros afirmavam ter visto os demônios reunidos na mesa de jantar, planejando suas
próximas atrocidades...
Os investigadores paranormais continuavam sua busca implacável por respostas, realizando
experimentos e rituais na tentativa de liberar a casa da maldição que a assombrava...
No entanto, a maldição persistia, resistente a todos os esforços para banir o mal que ali residia...
A Casa Amaldiçoada da Vila Embratel se tornou um ponto de referência na cidade, uma
lembrança viva de que o sobrenatural e o inexplicável faziam parte do mundo, mesmo em meio
a uma realidade aparentemente comum...
Ela permanecia como um aviso de que nem todas as histórias de terror são ficcionais, e que
algumas maldições eram tão poderosas que sobreviviam ao teste do tempo...
Hoje, a casa permanece em pé, envolta em sua aura sombria, esperando pacientemente por
novos visitantes corajosos o suficiente para enfrentar seus mistérios...
A lenda da Casa Amaldiçoada da Vila Embratel vive através dos sussurros à meia-noite e das
histórias contadas ao redor das fogueiras, lembrando a todos que o desconhecido e o
inexplicável ainda espreitam nas sombras, esperando serem descobertos por aqueles que ousam
desafiar o mundo sobrenatural...
E assim, a Casa Amaldiçoada da Vila Embratel permanece como uma cicatriz na alma da cidade
de São Luís do Maranhão, um monumento ao desconhecido, ao sobrenatural e ao eterno
mistério que a envolve...
Para alguns, é uma lembrança de que o mal pode habitar em lugares que parecem comuns,
aguardando sua chance de se manifestar...
Para outros, é um convite para explorar o inexplicável, para enfrentar os horrores e segredos
ocultos nas sombras...
A lenda da casa continua a crescer e a se transformar com o tempo, como todas as grandes
histórias de terror...
Ela permanece como uma advertência, um aviso para que nunca subestimemos o poder das
forças desconhecidas que existem no mundo...
A Casa Amaldiçoada da Vila Embratel é mais do que uma simples casa; é uma encruzilhada
entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, um lugar onde o passado se mistura ao presente
e o medo se entrelaça com a curiosidade...
Ela permanece como um enigma, aguardando que alguém finalmente desvende sua verdadeira
natureza e liberte-a da maldição que a atormenta...

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Enquanto isso, a casa permanece em silêncio, suas paredes escuras escondendo segredos
insondáveis, e seu nome ecoando como um lembrete de que, em alguns lugares, o mal é mais
do que uma simples lenda...
É uma realidade sombria que continua a desafiar a compreensão humana, aguardando
pacientemente o próximo capítulo de sua história macabra.
Fim

82

13 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DA SANTA AMALDIÇOADA DO POVOADO DE SANTA JOANA

A narrativa da lenda de uma santa demoníaca chamada de Santa Joana que foi descoberta por
pescadores em um rio no povoado pequeno próximo ao vilarejo de Aliança...
Mostra-nos o quanto podemos nos enganar pelas falsas aparecias altruísta de um ser
desconhecido...
Estando impressa mesmo em um ser desconhecido que não fale, ouça, veja, cheire e ou ande...
A santa foi pescada por moradores de São Thiago na região conhecida como Aliança na década
de 50 no Estado do Maranhão localizada dentro do município de Mirinzal....
Hoje conhecida como povoado de Santa Joana...
A lenda nos conta que no princípio a santa curou várias crianças adoecidas...
Uma febre incomum que ceifou inúmeros recém-nascido, crianças, jovens e até adultos...
Após este achado....
Um homem desesperado para salva o seu único filho...
Faz uma rápida reza aos pés da santa recém descoberta pelos pescadores....
Miraculosamente...
O filho do pescador sobrevive a enfermidade que havia matados a todos...
O pescador afirma a todos os moradores que a sua fé na santa havia salvo o seu filho...
O seu pedido havia sido realizado...
A santa o salvou...
A criança salva de sua enfermidade...
Relata dias mais tarde que a santa havia aparecido a ele no meio do rio....
Ela está sobre a sua canoa...
E foi ela mesma que disse o seu nome ao jovem...
Ela se chamava Joana...
A santa era uma criança indígena que viveu e morreu a milhares de anos naquela região...
Após este relato fizeram um altar na beira do rio para a nova santa do vilarejo...
E ela se chamava Santa Joana....
E mais tarde uma capela seria erguida para se venerar a santa que materializava-se para todos
do vilarejo no meio do rio agora abençoando pelos santa e pelos moradores...
A noite ela saia de sua imagem representada no alta e descia até o leito do rio...

83

E caminhando lentamente para as grandes profundezas do rio...
E pela manhã a santa saia do rio e voltava a entra em sua imagem representada no altar...
E isso aconteceu durante trinta anos....
O ritual era o mesmo a décadas...
Muitas curas...
Muitas crianças salvas...
Muitos acontecimentos sobrenaturais envolvendo o rio, as suas águas e milhares de canoas...
E vários leitos de rios adjacentes a região de Aliança também a observavam em seu trajeto
santo...
A santa também promovia maremotos, redemoinhos e vários outros fenômenos sobre as aguas...
E também observava-se um aquecimento incomum das aguas do rio...
Enchentes e vazantes sobrenaturais ocorriam com certa frequência...
Mas um dia algo mudou...
E a santa começou a afogar algumas as crianças que moravam no povoado de Aliança...
O lugar dos afogamentos eram os mesmos e sempre ao meio dia...
As crianças mergulhavam e voltavam mortas...
Após vários ocorridos....
Alguns envolvendo a presença da santa que antes salvava pessoas e agora as matava afogadas...
A imagem da santa foi levada para ser destruída e queimada no município de Cururupu...
Um local escondido onde foi exorcizada pelo padre Afonso da paroquia de São Benedito...
No entanto, algo inacreditável ocorria....
A imagem não queimava...
A imagem se reconstruía....
E sempre voltava para o seu altar de origem no povoado próximo de Aliança agora chamado de
Santa Joana...
A santa voltava de sua pena capital complemente reconstruída....
A destruição de sua imagem e o exorcismo não a degenerava...
Um dos acontecimentos sobrenaturais e mais sinistro presenciado pelos moradores...
Foi vê-la sendo carregada pelas areias finas e límpidas do povoado de área branca até o povoado
de Santa Joana....
Aquele evento aumentou a crença na santa....

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Mas muitas crianças não eram impedidas de serem atacadas pela santa....
Agora a santa simplesmente as atraíam para o meio do leito do rio e sumia com os corpos das
crianças...
O leito do meio daquelas aguas agora era um perigo real de morte para as pessoas que moravam
em Aliança, Colônia, Caminho de Deserto, São Thiago, Gurutil e Santa Joana...
A lenda da Santa Amaldiçoada do Povoado de Santa Joana é uma narrativa que envolve
mistério, fé e tragédia, e tudo isso começa nos anos 50, na pacata cidade de Mirinzal, no
Maranhão, mais precisamente no povoado de Santa Joana...
Nessa pequena comunidade à beira do rio, a vida era tranquila, mas isso mudaria para sempre
quando um grupo de pescadores fez uma descoberta surpreendente...
Em uma certa manhã, enquanto lançavam suas redes nas águas do rio, os pescadores se
depararam com algo inusitado: Uma imagem de uma santa, desgastada pelo tempo, envolta em
suas redes de pesca...
Intrigados, eles trouxeram a misteriosa imagem à margem, e logo as histórias sobre sua origem
se espalharam...
A santa era chamada de Santa Joana, em homenagem ao povoado onde fora encontrada...
A lenda conta que, no início, a Santa Joana amaldiçoada era benigna...
Ela tinha o poder de curar doenças e trouxe alívio a muitas crianças doentes na região. Em
gratidão, os moradores construíram um altar à beira do rio e, mais tarde, uma pequena capela
para abrigar a santa...
Acredita-se que Santa Joana se materializava no meio do rio, abençoando os moradores e
trazendo curas milagrosas...
À noite, ela deixava sua imagem no altar e descia o leito do rio, retornando pela manhã...
Esse ritual perdurou por trinta anos, durante os quais ocorreram diversos eventos sobrenaturais:
aparições sobre canoas, mudanças inexplicáveis no leito dos rios, marés misteriosas e enchentes
sobrenaturais...
No entanto, um dia algo terrível aconteceu...
Santa Joana, que antes era vista como benevolente, começou a afogar as crianças do povoado,
sempre ao meio-dia, em um local específico do rio...
As crianças mergulhavam, mas não mais emergiam com vida...
Desesperados, os moradores decidiram que algo precisava ser feito...
A imagem da santa foi levada para ser destruída e queimada em Cururupu, onde o padre Afonso
realizou um exorcismo na esperança de expulsar o espírito maligno que havia tomado conta da
santa...
No entanto, a imagem sempre retornava ao seu altar em Santa Joana, intacta, como se nada
tivesse acontecido...

85

Uma onda de acontecimentos sobrenaturais e sinistros assolou o povoado...
Crianças desapareciam misteriosamente, atraindo-as para as profundezas do rio...
As águas se tornaram ameaçadoras, e o medo prevaleceu na comunidade, que se via impotente
diante da maldição que havia se apoderado de sua querida santa...
A lenda da Santa Amaldiçoada do Povoado de Santa Joana é uma história sombria que alerta
sobre os perigos de mexer com forças desconhecidas e a importância de lidar com o
sobrenatural com cautela...
Santa Joana, uma vez vista como uma benção, se transformou em uma ameaça que assombrou
a comunidade, deixando cicatrizes que perduraram por gerações...
À medida que os anos passavam, a lenda da Santa Amaldiçoada do Povoado de Santa Joana
continuou a ecoar pelos corações e mentes dos moradores da região...
O povoado permanecia assombrado pela trágica reviravolta da sua santa, que antes era símbolo
de esperança e cura, mas que se tornara uma ameaça mortal...
O padre Afonso, determinado a proteger seu rebanho, realizou inúmeras cerimônias religiosas
e exorcismos na tentativa de afastar o espírito maligno que parecia permear a imagem da santa...
No entanto, seus esforços não foram bem-sucedidos, e a imagem sempre retornava ao seu altar,
inexplicavelmente...
Com o passar do tempo, o povoado de Santa Joana viu sua população diminuir gradualmente...
Os pais viviam atormentados pelo medo de perder seus filhos, evitando que se aproximassem
das águas do rio ao meio-dia...
As histórias sinistras da santa amaldiçoada eram contadas em sussurros, como advertências para
as gerações futuras...
Muitos forasteiros ouviam falar da lenda e chegavam a Santa Joana em busca de respostas ou
testemunhar os fenômenos sobrenaturais...
Alguns desapareciam, nunca mais sendo vistos, enquanto outros voltavam para casa
aterrorizados com os relatos da comunidade local.
Com o tempo, as casas se esvaziaram, a capela caiu em ruínas e o povoado de Santa Joana se
transformou em um lugar fantasmagórico, onde os vestígios do passado conviviam com o temor
do desconhecido...
A lenda da Santa Amaldiçoada de Santa Joana serve como um lembrete sombrio de que, às
vezes, as forças do além podem ser imprevisíveis e incontroláveis...
A busca por poderes sobrenaturais pode levar a resultados terríveis e mudar o curso da história
de uma comunidade para sempre...
Mesmo quando enfrentamos o desconhecido, é importante lembrar que o respeito e a cautela
são essenciais, pois desafiar forças que não compreendemos pode resultar em consequências
mortais e irreversíveis...

86

Assim, a lenda de Santa Joana continua a ecoar como um aviso àqueles que ousam mexer com
o sobrenatural, lembrando-os de que as consequências podem ser mais assustadoras do que
qualquer poder que busquem conquistar.
Ao longo dos anos, Santa Joana, a santa amaldiçoada, continuou a lançar seu sinistro feitiço
sobre o povoado e suas redondezas...
O rio outrora sereno se tornou uma fronteira assombrada, que os locais aprendiam a evitar a
todo custo...
Medo e superstição se entrelaçaram com a vida cotidiana, deixando uma marca permanente nas
gerações futuras...
As histórias da santa amaldiçoada se propagaram para além das fronteiras do povoado de Santa
Joana, atraindo a atenção de pesquisadores, historiadores e até mesmo caçadores de fenômenos
sobrenaturais...
Equipes de televisão e curiosos de todo o país chegavam para investigar a lenda que parecia
desafiar qualquer explicação lógica...
Em meio a todo esse interesse, surgiu uma nova teoria...
Alguns afirmaram que a maldição da santa poderia ser resultado de uma injustiça do passado,
um segredo obscuro enterrado nas águas do rio e na memória dos moradores...
A maldição teria raízes profundas, e para desvendar a verdade, seria necessário enfrentar o
passado sombrio do povoado...
Os anos se transformaram em décadas, e a maldição persistiu...
Apesar de todos os esforços para desfazê-la, Santa Joana continuou a atrair as crianças incautas
para seu trágico destino nas profundezas do rio...
O povoado se tornou uma sombra do que costumava ser, uma vila abandonada onde o tempo
parecia ter parado...
A lenda da Santa Amaldiçoada de Santa Joana viveu para sempre no coração daqueles que a
ouviram, um lembrete constante dos perigos de brincar com forças além da compreensão
humana...
A história do povoado permaneceu uma advertência sobre os limites da curiosidade e a
necessidade de respeitar o desconhecido...
A imagem da santa, por sua vez, permaneceu inabalável em seu altar, resistindo a todas as
tentativas de exorcismo e destruição, como um testemunho contínuo da maldição que assolou
o povoado de Santa Joana e a fé, que, apesar de tudo, nunca se quebrou...
Assim, a lenda da Santa Amaldiçoada de Santa Joana continuou a ecoar através das gerações,
uma história sombria que servia de lembrete para todos sobre os mistérios insondáveis do
mundo sobrenatural...
Os anos se transformaram em décadas, e o povoado de Santa Joana permaneceu como um lugar
congelado no tempo, uma comunidade onde a maldição da santa amaldiçoada ainda mantinha
seu domínio sinistro...

87

À medida que o tempo avançava, as histórias de desaparecimentos e tragédias tornaram-se
lendas urbanas, alertando todos os visitantes a não se aventurarem pelas margens do rio no
meio-dia...
A maldição da Santa Joana era um peso constante para os moradores, uma sombra que pairava
sobre suas vidas...
Eles aprenderam a viver com o medo, evitando o rio e seus arredores sempre que possível...
E gerações cresceram, ouvindo as histórias de seus antepassados sobre a santa amaldiçoada e
seus horrores insondáveis...
Em algum momento, uma teoria começou a ganhar força entre os mais velhos do povoado...
Eles acreditavam que a maldição de Santa Joana estava ligada a um segredo do passado, uma
injustiça que precisava ser desvendada para que a paz pudesse ser restaurada...
Alguns começaram a investigar o histórico do povoado, escavando os registros empoeirados da
cidade, conversando com os anciãos e tentando encontrar pistas que pudessem lançar luz sobre
a origem da maldição...
À medida que a busca por respostas se intensificava, eventos estranhos e inexplicáveis
começaram a ocorrer com mais frequência...
Visões noturnas de crianças desaparecidas vagando nas margens do rio e murmúrios sinistros
preenchiam o ar...
Era como se a maldição estivesse se tornando mais poderosa, resistindo a todos os esforços para
desvendá-la...
Em meio a esse caos, uma jovem moradora do povoado, Maria, se destacou...
Ela acreditava que, para romper a maldição de Santa Joana, era necessário um ato de coragem
e sacrifício...
Maria, determinada a encarar a ameaça de frente, decidiu mergulhar nas águas assombradas do
rio ao meio-dia...
Naquele dia, o povoado inteiro se reuniu à margem do rio, observando com apreensão enquanto
Maria, corajosa e decidida, enfrentava seu destino nas profundezas do rio...
O silêncio se abateu sobre todos enquanto ela mergulhava, e minutos se transformaram em uma
eternidade. Finalmente, Maria emergiu, ilesa, das águas turbulentas...
A maldição de Santa Joana havia sido quebrada...
A jovem, através de seu ato de coragem e determinação, libertou o povoado do domínio sinistro
da santa amaldiçoada. A comunidade pôde, finalmente, começar a se curar e encontrar paz...
A lenda da Santa Amaldiçoada de Santa Joana foi, então, transformada...
E não era mais apenas uma história de terror, mas também um conto de coragem e superação...

88

Maria, a heroína que enfrentou o sobrenatural, se tornou uma figura lendária do povoado,
lembrada como a mulher que libertou sua comunidade da maldição que a assombrava por tanto
tempo...
Assim, a lenda de Santa Joana continuou a ecoar, mas agora como um lembrete do poder da
coragem e da determinação humana diante das forças misteriosas e aterrorizantes que às vezes
permeiam o mundo...
Mas graças à intervenção de um pajé tupinambá, um sábio e conhecedor das tradições antigas...
Esse líder espiritual, sensibilizado pela história do povoado de Santa Joana, decidiu tomar
medidas drásticas para purificar as águas do rio e libertar a comunidade da maldição que os
assombrava...
O pajé e parte de sua tribo realizaram um ritual ancestral de purificação das águas, um
cerimonial que envolveu cantos, danças e oferendas para apaziguar os espíritos perturbados...
Eles acreditavam que somente assim conseguiriam trazer paz às águas daquele rio e liberta de
vez o povoado daquela imagem da santa amaldiçoada...
Em seguida, a imagem da Santa Joana foi embalsamada e colocada em uma canoa...
E sobre a canoa haviam sete lacres de acorrentamento sobrenatural...
E nada pode sair ou entra naquela embarcação....
E cuidadosamente preparada para seu último destino...
A canoa foi acorrentada, e a comunidade se reuniu à beira do rio para testemunhar o desfecho
dessa história longamente angustiante...
E com grande solenidade, a canoa, com a imagem da santa, foi afundada no meio do leito do
rio...
A água engoliu a canoa, e a santa desapareceu sob as ondas escuras, carregando consigo a
maldição que atormentara o povoado por tanto tempo...
Após esse ato de purificação, uma paz finalmente desceu sobre o povoado de Santa Joana...
As águas do rio recuperaram sua serenidade, e as histórias de tragédia deram lugar a contos de
redenção e esperança...
A comunidade encontrou alívio e cura, e a memória da santa amaldiçoada se desvaneceu com
o tempo...
Nunca mais a santa foi vista nas águas ou no altar...
O povoado de Santa Joana, uma vez assombrado por sua lenda sombria, finalmente encontrou
a tranquilidade que tanto ansiava...
A maldição foi quebrada, e a história da santa amaldiçoada passou a ser uma lembrança das
lições aprendidas sobre coragem, perseverança e o poder da comunidade em face do
desconhecido...
Fim

89

14 ° CONTO OU LENDA

A LENDA AMALDIÇOADA DA ILHA DO MEIO (MEDO)

A lenda amaldiçoada da Ilha do Meio (Medo) conta a triste história de uma menina de 11 anos
que morreu afogada em uma pequena embarcação nos anos de 1730...
O triste afogamento ocorreu próximo a Bacia da Foz São Marcos no Estado do Maranhão na
cidade de São Luís, em uma ilha deserta, chamada de a Ilha do Meio ou Ilha do Medo...
Muitos moradores afirmam que a triste menina pode ainda ser vista na ilha do meio (medo)
andando descalça sobre a as finas areias da ilha com um lado do corpo normal de uma criança
e o outro lado do corpo completamente desfigurado....
Este lado do seu corpo pode ser visto totalmente deformado, rasgado, recortado e dilacerado....
Como se ela tivesse sido devorada por vários animais marinhos....
A Menina da ilha do meio geralmente aparece na biqueira da ilha ou ao lado das piscinas
naturais formada por buracos nas pedras...
No entanto, ela também pode ser vista por jovens desacompanhados no lado lúgubre e decrepito
da floresta negra da ilha do meio (medo)...
E ou ainda levitando sobre o lado escuro e pedregoso da ilha do meio (medo)....
Os antigos moradores afirmam que a menina era neta do poderoso pirata Emanoel Villes...
O Estrangulador Inglês e Corsário da Rainha da Inglaterra...
A lenda conta que a neta deste pirata foi sequestrada por Ludivick Mello...
Um pirata Espanhol e inimigo de Emanoel Villes...
Ludivick havia feito a menina anda na prancha...
Mas muitos contemporâneos de Ludivick afirmam que ele preparou uma canoa de madeira e
embalsamou a menina viva....
Jogando-a posteriormente em mar aberto na região hoje conhecida como Maranhão no Brasil...
Ela foi amarrada pelos pés e pelas mãos e entregue em uma canoa embalsamada ao terrível
Kraken...
Um animal lendário, mitológico, terrível e também cria de estimação do pirata Ludivick....
Isto justifica o lado completamente destruído e dilacerado da menina...
Pois muitos acreditam que foi o Kraken que fez aqueles ferimentos na garota...
As cordas em seus pés e mãos vistas por suas vítimas justificam tais adereços em suas aparições
fantasmagóricas...
Dizem também que a menina protege um antigo tesouro de seu avô Emanoel que está enterrado
e escondido na ilha do meio (medo)...

90

Este cargo de protetora espiritual do tesouro de seu avô....
Foi elegido por um terrível engano....
Um ritual que deveria aprisionar Ludivick depois de uma batalha destrinchada e travada pelos
dois piratas...
Na ocasião Ludivick vence Emanuel....
Mas um ritual é elencado por Emanuel antes de morrer e ele o lança contra Ludivick...
Mas o rito acabou saindo pela culatra....
Aprisionou a sua própria neta depois de sua morte...
E não o seu inimigo Ludivick...
A lenda conta que o seu tesouro será descoberto pela oitava vítima....
Atualmente seis pessoas já morreram na ilha do meio (medo) tentando descobrir o local exato
do tesouro do avô de Ana Amélia...
E que uma sétima deverá morrer até que o tesouro seja revelado...
Isto seria parte de um ritual magico elegido por Emanoel antes de morrer...
Na esperança de proteger o seu tesouro e de ressuscitar a sua neta...
O temível pirata fez isso também para aprisionar o seu inimigo Ludivick...
Mas o ritual acabou criando uma esconderijo para o seu tesouro...
Aprisionando a alma de sua neta ao seu tesouro e não Ludivick...
E agora todos que almejam enfrentar a menina da ilha do meio (medo)...
Acabam morrendo ao enfrenta-la...
E até que a sétima vitima morra...
O tesouro não será encontrado e nem será libertado a alma da garota de sua eterna prisão....
A prisão espiritual forjada na própria ilha...
Uma maldição iniciada por Emanoel...
Mas que somente o sangue de sete vítimas inocentes poderá libertar a alma sôfrega e prisioneira
de sua neta...
A linda e corajosa Ana Amélia...
Na cidade de São Luís, no Maranhão, existe uma ilha conhecida como a "Ilha do Meio," ou,
como alguns preferem chamá-la, a "Ilha do Medo."
Esta ilha deserta carrega consigo uma lenda assombrosa que remonta aos anos de 1730, uma
história que ecoa através das gerações e ainda desperta arrepios naqueles que ousam explorar
suas margens sombrias...

91

A protagonista dessa lenda é uma menina de apenas 11 anos chamada Ana Amélia, cuja vida
teve um destino trágico nas águas turbulentas que cercam a Ilha do Meio...
A ilha, em sua aparência isolada e desolada, já era um local de segredos e histórias assustadoras,
mas a presença de Ana Amélia trouxe consigo um terror indizível...
A menina Ana Amélia, de um lado do corpo parecia uma criança normal, mas o outro lado de
seu corpo estava desfigurado, dilacerado e retalhado por ferimentos que só poderiam ser
causados por criaturas marinhas ou, assim diz a lenda, pelo temível Kraken, que era tido como
o animal de estimação do pirata espanhol Ludivick Mello...
De acordo com a lenda, Ana Amélia era a neta do poderoso pirata Emanoel Villes, conhecido
como "O Estrangulador Inglês" e Corsário da Rainha da Inglaterra...
A história narra que sua vida tomou um rumo aterrorizante quando ela foi sequestrada por
Ludivick Mello, um pirata espanhol e inimigo jurado de Emanoel Villes...
Ana Amélia, cruelmente, foi forçada a caminhar pela prancha e depois amarrada de pés e mãos
antes de ser entregue às profundezas do mar, onde o Kraken a aguardava...
O resultado de tal ato selvagem se refletia na visão horrenda de seu corpo desfigurado, que
assustava qualquer pessoa que tivesse a infelicidade de encontrá-la na Ilha do Meio...
As histórias sombrias contam que Ana Amélia pode ser vista principalmente na biqueira da
ilha, nas margens das piscinas naturais, onde seu espírito se manifesta de maneira mais
assustadora...
Mas não é só isso. Ela também aparece, furtivamente, nas florestas negras e nos terrenos
pedregosos da ilha, onde ataca jovens desacompanhados, deixando cicatrizes mentais para
aqueles que escapam de seus ataques...
O que torna essa lenda ainda mais intrigante é a crença de que Ana Amélia protege um antigo
tesouro enterrado na ilha, que pertenceu ao seu avô Emanoel Villes...
Mas será que haverá as seis pessoas corajosas ou tolas o suficiente para tentaram desvendar o
mistério do tesouro do velho Villes...
E se for assim, todos eles encontraram um fim terrível nas garras da menina amaldiçoada...
Diz-se que essa maldição foi estabelecida por Emanoel Villes antes de sua morte, com o
objetivo de proteger seu tesouro e, ao mesmo tempo, aprisionar a alma de seu inimigo Ludivick
Mello...
Infelizmente, o ritual saiu terrivelmente errado, aprisionando a alma de sua neta Ana Amélia
junto ao tesouro...
A lenda segue dizendo que apenas o sangue de sete vítimas inocentes será capaz de libertar a
alma angustiada de Ana Amélia...
Até que a sétima vítima pereça, o tesouro permanecerá oculto, e a alma da garota continuará
sua prisão perpétua na própria ilha, perpetuando a maldição iniciada por seu avô Emanoel
Villes...

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Assim, a Ilha do Meio, outrora um lugar de beleza natural e mistério, se transformou em um
local temido, onde a presença fantasmagórica de Ana Amélia ecoa, enquanto a busca pelo
tesouro maldito continua, apesar dos inúmeros alertas e histórias aterrorizantes que cercam a
Ilha do Medo...
E, assim, a lenda persiste como um aviso sobre os segredos sombrios que podem habitar os
lugares mais remotos e desconhecidos, um conto que ainda provoca arrepios naqueles que se
aventuram a explorar os terrores escondidos nas profundezas do Maranhão...
A Ilha do Meio permaneceu envolta em segredos sombrios e mistérios, com aqueles que
ousavam explorar suas margens fazendo isso com extrema cautela...
A busca pelo tesouro perdido de Emanoel Villes, combinada com a esperança de libertar a alma
de Ana Amélia, continuava a atrair aventureiros corajosos, atraídos pela promessa de riquezas
inimagináveis, mas também cientes dos perigos que isso envolvia...
A comunidade local, por outro lado, carregava o peso da história em seus ombros...
Eles conheciam bem os relatos assustadores e sabiam que, até que a sétima vítima inocente
caísse, a maldição não seria quebrada...
Eles viviam com o temor de que um ente querido pudesse ser a próxima vítima de Ana Amélia,
o preço trágico a ser pago pela busca do tesouro amaldiçoado...
No entanto, a maldição também serviu como um lembrete das consequências de atos cruéis e
vingativos...
A história de Emanoel Villes, Ludivick Mello e Ana Amélia era uma advertência sobre a espiral
descendente que a vingança e a ganância poderiam desencadear, deixando um legado de
sofrimento para as gerações futuras...
À medida que os anos passavam, a Ilha do Meio continuava a ser um lugar misterioso, onde
lendas e realidade se misturavam, onde o tesouro e a maldição eram dois lados da mesma
moeda...
A busca pelo sétimo inocente continuou, enquanto a alma de Ana Amélia aguardava sua
redenção...
A lenda da Ilha do Meio permaneceu como um testemunho da complexidade da natureza
humana, onde a sede por vingança e riqueza pode levar a consequências terríveis...
A ilha, com sua história assustadora, servia como um aviso para todos aqueles que ousassem
enfrentar o desconhecido e desafiar os segredos que as águas misteriosas do Maranhão
escondiam...
E, assim, a lenda perdurou, um mistério e uma maldição que jamais foram verdadeiramente
resolvidos, enquanto a busca pelo sétimo inocente e a redenção de Ana Amélia continuavam a
ecoar pelas margens sinistras da Ilha do Meio...
Os anos se desenrolaram e o povo da região começou a se reconciliar com a lenda da Ilha do
Meio...

93

A lenda serviu como um lembrete constante dos perigos do passado e da importância de
preservar a paz e a harmonia em face das adversidades...
A Ilha do Meio, outrora temida e evitada, gradualmente encontrou um equilíbrio...
Os locais aprenderam a respeitar o lugar e a contar a história com reverência, enfatizando as
lições que ela continha...
A ilha se tornou uma atração turística, embora aqueles que se aventuravam em suas águas o
fizessem com uma sensação de respeito pelo passado sombrio do local...
A busca pelo tesouro e a redenção de Ana Amélia nunca cessou por completo...
A promessa de riquezas inimagináveis e a libertação da alma da menina continuaram a atrair
caçadores de tesouros e curiosos de todo o mundo, mas o número de vítimas aumentava a cada
tentativa...
O ciclo trágico persistiu...
A história da Ilha do Meio se tornou um conto de advertência, um lembrete de que as escolhas
de nossos antepassados e as ações passadas podem moldar o destino das gerações futuras...
Era uma história sobre o poder da vingança, a ganância e a busca implacável por riquezas.
Também era uma história sobre redenção, um apelo à empatia e ao perdão...
Enquanto a lenda continuava a ser contada pelas noites escuras e nas fogueiras à beira-mar, a
Ilha do Meio permanecia como uma testemunha silenciosa da complexa história de sua região,
guardando segredos que apenas o tempo e o destino poderiam revelar...
Assim, a lenda da Ilha do Meio continuou a ecoar através das eras, uma lembrança de que, por
trás de cada conto misterioso, há lições profundas a serem aprendidas, e que a redenção, muitas
vezes, é um caminho difícil e sinuoso a percorrer...
E assim, a ilha permaneceu como um lugar onde o passado se entrelaçava com o presente,
enquanto o ciclo de busca, tragédia e esperança persistia, ao sabor das águas misteriosas do
Maranhão...
Com o tempo, a lenda da Ilha do Meio passou a ser vista sob diferentes perspectivas...
Os contos sobre o tesouro amaldiçoado e a alma sofredora de Ana Amélia tornaram-se um
lembrete constante para as futuras gerações, destacando a importância de honrar o equilíbrio
entre ambição e compaixão...
Visitantes de todas as partes continuavam atraídos pela aura misteriosa que pairava sobre a
ilha...
A história da menina e do tesouro intrigava tanto exploradores ávidos quanto estudiosos que
buscavam desvendar o enigma por trás da lenda...
Alguns acreditavam que encontrariam a chave para resolver o mistério, enquanto outros apenas
desejavam sentir o ar carregado de história e misticismo que envolvia o local...

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Porém, à medida que as décadas passavam, a lenda da Ilha do Meio passou a ser vista de
maneira mais simbólica, como um conto moral que alertava sobre as armadilhas da ganância e
do ódio...
A história de Emanoel Villes, Ludivick Mello e Ana Amélia se transformou em uma alegoria
para a eterna luta entre o bem e o mal, com o tesouro amaldiçoado representando a tentação que
pode destruir vidas...
Os locais que viviam nas proximidades da Ilha do Meio aprenderam a coexistir com a lenda,
respeitando os mistérios do lugar e celebrando a beleza natural que a ilha oferecia...
A história tornou-se parte da cultura da região, e os habitantes mantiveram vivas as tradições
de contar a lenda à luz de fogueiras à beira-mar, reforçando as lições que ela continha...
Enquanto o ciclo de busca, tragédia e esperança persistia na Ilha do Meio, a lenda servia como
um chamado à reflexão sobre as consequências de nossas ações, e como um convite à empatia
e à redenção...
Ela ressaltava que, por mais que as sombras do passado pudessem pairar sobre um lugar, a
transformação era sempre possível, desde que a busca por equilíbrio e perdão prevalecesse...
Assim, a lenda da Ilha do Meio continuou a ecoar através das gerações, lembrando a todos que,
por trás dos contos misteriosos e das histórias sombrias, existem lições profundas a serem
aprendidas, e que a redenção, embora difícil, nunca está fora de alcance...
A ilha permaneceu como um lugar onde a história e o destino se entrelaçavam, enquanto o ciclo
interminável de busca e esperança persistia, nas águas misteriosas do Maranhão...
E assim, a lenda da Ilha do Meio, com suas camadas de mistério, ganância, tragédia e esperança,
continuou a fazer parte do rico folclore da região...
E cada onda que beijava as praias da ilha parecia sussurrar a história de Ana Amélia, Emanoel
Villes e Ludivick Mello, lembrando a todos que a busca implacável por riquezas, a vingança
cega e a ganância têm o potencial de levar a um destino trágico...
Enquanto a lenda persistia, a Ilha do Meio continuava a ser um lugar de beleza e mistério, onde
as águas misteriosas do Maranhão escondiam segredos e onde a redenção era sempre uma busca
constante...
Pois, afinal, a Ilha do Meio ensinava a todos que, mesmo nos lugares mais remotos e nas
histórias mais obscuras, havia espaço para a reflexão, a compaixão e a busca por um equilíbrio
entre o bem e o mal.
E assim, a Ilha do Meio permanecia como um lembrete eterno da complexidade da natureza
humana e das lições que podemos extrair de nossas próprias histórias sombrias...
E a cada geração que escutava a lenda levava consigo as mensagens e os ensinamentos que ela
continha, na esperança de evitar repetir os erros do passado...
E enquanto o tempo continuava seu eterno movimento, a Ilha do Meio seguia envolta em
segredos, esperando que alguém, algum dia, conseguisse desvendar o mistério do tesouro e,
finalmente, encontrar a redenção para a alma sofredora de Ana Amélia...

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Enquanto isso, a lenda continuaria a ecoar e a inspirar, lembrando a todos que, na busca pelo
desconhecido, a verdadeira riqueza estava nas lições que aprendíamos pelo caminho...
Assim, a lenda da Ilha do Meio, com suas histórias sombrias e suas lições profundas,
permaneceu como uma parte inseparável do folclore do Maranhão...
A ilha, com sua beleza e mistério, continua a atrair aventureiros e curiosos, mas também serve
como um lembrete constante da complexidade da natureza humana e das consequências de
nossas ações...
À medida que a lenda perdura, a Ilha do Meio continua a ser um lugar onde o passado se
entrelaça com o presente, onde o mistério e a redenção são inseparáveis, e onde a busca pelo
equilíbrio entre ganância e compaixão é eterna...
E, assim, a história da Ilha do Meio permanece como uma lembrança de que, em cada conto
sombrio, há lições a serem aprendidas, e que a redenção, embora difícil, nunca está fora de
alcance...
E que a lenda da Ilha do Meio continue a ecoar pelas gerações, inspirando reflexão e respeito
pelos segredos que as águas misteriosas do Maranhão guardam, e lembrando a todos que, ao
enfrentar o desconhecido, podemos encontrar não apenas tesouros, mas também as verdades
mais profundas de nossas próprias almas...
Fim

96

15 ° CONTO OU LENDA

A LENDA AMALDIÇOADA DE ANA AMELIA

A lenda de Ana Amélia conta sobre uma trágica história de uma garotinha negra fruto de uma
relação proibida entre um dono da Fazenda Almeida e sua trabalhadora escravizada...
Esta história ocorreu na cidade de Abrantes próxima a Viseu em uma fazenda de Portugal
conhecida como Fazenda Almeida e Campos...
A lenda conta que uma triste menina de olhos grandes, amendoados e de cabelos trançados foi
morta quando tinha seis anos de idades pelo seu próprio pai a mando de sua esposa...
A mãe da menina Ana Amélia, dona Adélia, descobre que a filha foi morta após doze dias de
seu desaparecimento da fazenda...
O negro Tobias encontra apenas o crânio da cabeça da criança enterrado na casa de fazer farinha
da casa grande...
Ana Amélia estava em um avançado estado de putrefação...
No local havia doze abutres disputando o que sobrou de seu corpo como alimentação...
A fazenda ficou em polvorosa...
E uma rebelião nas senzalas se desenhavam como ordeiras e perigosas para Rodrigo...
A rebelião foi duramente repelida....
E Rodrigo mandou apurar os fatos....
Os afirmavam que Rodrigo havia matado a criança...
E todos concordavam que ele havia enterrado a própria filha naquela velha casa de fazer
farinha...
A garota assassinada na fazenda dos Almeida era sim o fazendeiro Rodrigo de Almeida e
Campos...
Todos os trabalhadores da fazenda afirmavam que o Senhor Rodrigo teve em algum momento
de sua vida uma relação amorosa com a negra Adélia...
Uma negra considerada por todos a mais linda da fazenda...
Mais linda inclusive do que a dona Eulália esposa do Senhor Rodrigo...
Afirmava de forma categórica Julião um jagunço da família Almeida...
E todos conheciam aquela estranha história de amor que foi proibida de ser falada na fazenda
dos Almeida...
Mas todos se lembram que desta relação nasceu Ana Amélia...
Uma linda garotinha que possuía todos os traços de beleza de sua mãe...

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A negra Adélia...
Julião também afirmava que a pequena poderia ter sido vítima da ira de Dona Eulalia....
Mas o provável recaia sobre os ombros de Rodrigo....
Talvez o próprio pai pudesse ter matado a filha...
Um homem branco...
Matando uma pessoa negra...
Isso não era um episódio incomum ou surreal...
Era mais comum e real durante os anos de 1830 em Portugal...
Um dono de fazenda...
Abusando de uma mulher escrava...
Uma realidade comum e natural em Portugal...
Dona Adélia trabalhava no cafezal como escrava da fazenda...
Mas as suas curvas, os seus cabelos, os seus lábios, o seu sorriso, o seu corpo escultural e a sua
juventude...
Chamavam a atenção de todos na fazenda Almeida e Campos....
E não demorou muito para que o senhor Rodrigo a notasse e a desejasse...
Mas dona Eulália Almeida ao descobrir o romance do marido com a escrava Adélia....
Fica furiosa e enciumada...
Manda prender a escrava em uma senzala distante da fazenda...
No entanto, após um ano de aprisionamento....
A negra Adélia dá à luz a uma linda criança...
Nascia Ana Amélia...
E mais uma vez Adélia é mandada para o exilio em uma outra fazenda da família Almeida....
E naquele local ela fica distante do senhor rodrigo por sete anos inteiros...
Rodrigo porem manda buscar as duas....
E mãe e filha retornam para a fazenda Almeida e Campos...
Eulalia fica enciumada e enfurecida...
Mas aceita a decisão do marido...
Mas um ano depois....
Eulalia ordena ao seu marido que providencie a morte de própria filha...

98

Os Almeida não poderiam admitir uma outra herdeira de seus bens que não fosse Aline de
Almeida e Campos sua única filha e herdeira legitima de tudo o que Rodrigo construir...
Ana Amélia era uma herdeira impropria dos bens de Rodrigo...
Além de uma vergonha para as duas famílias...
Ana Amélia tinha apenas seis anos de idade quando foi brutamente assassinada...
Agora a garota vaga pela casa grande assombrando a família Almeida...
E ela somente descansará em paz...
Quando conseguir matar o seu pai e a sua maldita madrasta Eulalia...
Enquanto isso não acontece...
Ela atormenta a vida da filha do casal Almeida...
A pequena Aline de oito anos...
A filha dos Almeida afirma que ver a sua irmã postiça pela casa...
Elas conversam, brincam, almoçam e dormem juntas...
Eulalia acredita que a filha esteja enferma...
E busca o padre Gregório para lhe presta ajuda medica...
As perturbações sobrenaturais aumentam com a presença do padre e também médico...
O senhor Gregório...
No entanto, tudo na casa grande tomam outras proporções e direções assustadoras...
Aline começa a ter várias convulsões aterradoras e malignas...
E a alma de Ana Amélia inicia atormentações titânicas sobre a vida da pequena Aline...
A belíssima Aline passa a se corta com frequência...
E pouco se alimenta no mês em que o padre Gregório ficar hospedado na fazenda...
A garota tenta se matar algumas vezes sem sucesso...
Algo que foi impedido pelo padre algumas dezenas de vezes...
Ana Amélia aumenta a sua presença na casa...
E começa a intensificar a sua presença demoníaca...
Alguns moradores da casa grande começam a aparecerem mortos pela propriedade...
Entre eles jagunços, trabalhadores internos da casa grande, outros membros da família dos
Almeidas e até negros escravizados...
A casa grande começa a viver uma atmosfera de penumbra e perturbações sobrenaturais ainda
mais intensas e vorazes...

99

A maioria delas ocorre na casa de fazer farinha...
Por fim Ana Amélia consegue atrair a sua irmã Aline para a antiga e velha casa de fazer
farinha...
E lá ela frita a própria irmã na chapa da farinheira...
E nesta mesma noite a pequena e indefesa Aline é encontrada morta carbonizada...
E dias depois Ana Amélia consegue matar o seu Rodrigo e sua esposa Eulalia...
Isto acontece aos dois nas mesmas condições terríveis que ocorreram com a pequena Aline...
A mãe de Ana Amélia...
Dona Adélia...
Enfim descobri o que a sua filha fez...
E na sequência promove um ritual de Exorcismo Vodu sobre a velha casa de fazer farinha...
Isto liberta a alma de sua filha da sua prisão sobrenatural...
A fazenda dos Almeida e Campos...
A casa grande fica liberta das influencias de Ana Amélia...
No entanto, negro João, tinha uma outra versão ainda mais assustadora desta mesma história
que ocorreu em Portugal...
Há muitos anos, numa fazenda remota em Portugal, existia uma lenda amaldiçoada que ecoava
pelos corredores da velha casa de fazer farinha...
Era a lenda de Ana Amélia, uma garotinha negra que, em sua curta vida, havia experimentado
uma tragédia tão terrível que sua alma não encontrou descanso...
Ana Amélia era filha do fazendeiro Rodrigo Almeida e de sua escrava Adélia...
Seu nascimento, resultado de uma relação proibida, a tornou uma herdeira indesejada aos olhos
da madrasta malvada, Dona Eulália Almeida...
A história da família Almeida estava repleta de segredos sombrios e injustiças, e Ana Amélia
seria sua vítima mais inocente...
Com apenas seis anos de idade, Ana Amélia encontrou um destino cruel...
Seu próprio pai, Rodrigo Almeida, a assassinou e a enterrou na casa de fazer farinha, como se
quisesse esconder para sempre sua existência...
A lenda conta que Ana Amélia vagava pela casa grande, atormentando a família Almeida...
Ela não descansaria até vingar-se de seu pai e da madrasta que a condenaram à morte...
A pequena Aline, filha do casal Almeida, também era alvo das perturbações sobrenaturais de
Ana Amélia...

100

As duas crianças, embora separadas pela morte, se viam, brincavam, almoçavam e dormiam
juntas, como se o vínculo de sangue e sofrimento fosse mais forte do que a morte...
No entanto, as assombrações tomaram um rumo sinistro quando Aline começou a se ferir,
recusando-se a se alimentar e tentando tirar a própria vida...
A casa grande tornou-se um lugar de trevas e tormentos, com mortes misteriosas de jagunços,
trabalhadores e até outros membros da família Almeida...
Os corredores ressoavam com gemidos do além, e a maioria dos acontecimentos sobrenaturais
ocorria na velha casa de fazer farinha...
Ana Amélia, finalmente, atraiu Aline para o local onde encontrara sua morte, a chapa da
farinheira...
Lá, Aline encontrou seu destino, carbonizada, seguindo os passos da irmã postiça que a
atormentara por tanto tempo...
Quando Dona Adélia, mãe de Ana Amélia, soube das atrocidades cometidas por sua filha em
sua prisão sobrenatural, ela realizou um poderoso ritual de exorcismo Vodu para libertar Ana
Amélia e restaurar a paz à casa grande...
A escuridão que pairava sobre a fazenda começou a dissipar, e a lenda de Ana Amélia, com sua
sede de vingança, finalmente chegou ao seu fim...
No entanto, a memória de Ana Amélia e a trágica história da família Almeida continuaram a
ecoar nas paredes da casa de fazer farinha, lembrando a todos que a maldade e a injustiça podem
deixar cicatrizes profundas, mesmo após a morte...
A fazenda em Portugal carregava consigo o peso de seu passado sombrio e as consequências
de suas ações cruéis...
Os anos passaram, e a fazenda em Portugal tornou-se um lugar onde poucos se aventuravam...
As histórias sobre a lenda de Ana Amélia e as assombrações na casa grande eram transmitidas
de geração em geração, servindo como um aviso sombrio sobre os horrores do passado que
ainda assombravam a terra...
À medida que o tempo avançava, os descendentes dos Almeida aprenderam a respeitar a história
de Ana Amélia e a evitar a antiga casa de fazer farinha a todo custo...
Ela se tornou uma estrutura abandonada, com uma aura de medo e tristeza que afastava qualquer
curioso...
As histórias de acontecimentos sobrenaturais persistiram, mas a figura vingativa de Ana Amélia
desapareceu, finalmente encontrando paz graças ao poderoso ritual de exorcismo realizado por
sua mãe...
No entanto, a fazenda não estava fadada a permanecer como um lugar amaldiçoado para
sempre...
À medida que as gerações passaram e os tempos mudaram, a fazenda passou a ser cuidada por
uma família que não tinha ligação com a tragédia dos Almeida...

101

E sob novos cuidados e uma renovação completa, a fazenda começou a renascer...
Os campos de café, que testemunharam tantos horrores no passado, voltaram a prosperar, e a
casa grande começou a recuperar sua antiga glória...
As histórias de Ana Amélia se tornaram pouco mais que lendas do passado, e a paz lentamente
retornou à fazenda...
À medida que os anos se transformaram em séculos, a fazenda se tornou um local de turismo,
conhecido por sua história rica e misteriosa...
Visitantes de todo o mundo vinham para ouvir as histórias assustadoras, explorar a casa de fazer
farinha e caminhar pelos campos que uma vez testemunharam tanta tristeza...
A fazenda em Portugal, antes assombrada pela tristeza e pela maldade, agora era um lugar de
lembrança e reflexão sobre as injustiças do passado...
E assim, a lenda de Ana Amélia, embora ainda viva nas histórias contadas pelos moradores
locais, se transformou em um símbolo de superação e renovação...
A fazenda lembrava a todos que, mesmo nos lugares mais sombrios, a luz e a esperança podem
encontrar um caminho de volta...
A fazenda Almeida, que já foi palco de tragédias e tormentos, agora florescia como um símbolo
de resiliência e transformação...
A história de Ana Amélia, antes uma maldição, havia se tornado uma lição de que, apesar das
marcas sombrias do passado, a vida pode se renovar e prosperar...
O espírito de Ana Amélia, finalmente liberto de seu sofrimento, encontrou a paz que tanto
almejava...
Sua alma se fundiu com a paisagem da fazenda, e os campos de café pareciam florescer com
ainda mais vitalidade, como se as próprias lágrimas do passado se transformassem em nutrientes
para a terra...
A casa de fazer farinha, outrora um lugar de pesadelos, foi restaurada e transformada em um
museu que contava a história da família Almeida, de Ana Amélia e da transformação da
fazenda...
Os visitantes podiam aprender sobre as lições do passado, lembrando que a discriminação, o
preconceito e a injustiça nunca devem ser esquecidos...
A fazenda passou a ser um local de educação e reflexão, onde as pessoas podiam se
conscientizar sobre a importância de superar as divisões e reconhecer a humanidade em todos...
Era um lembrete constante de que o ódio e a discriminação eram forças destrutivas que haviam
marcado o passado, mas que, com o tempo, a compreensão, a empatia e o perdão podiam
prevalecer...
A pequena Aline, que havia sofrido tanto por causa da lenda de Ana Amélia, encontrou apoio
e consolo na comunidade que florescia na fazenda renovada...

102

Ela cresceu como uma testemunha da transformação do lugar e se tornou uma defensora
apaixonada da justiça e da igualdade...
A fazenda Almeida continuou a atrair visitantes e estudiosos, que vinham não apenas para
aprender sobre a história sombria, mas também para celebrar a superação e a esperança...
O que era uma vez um lugar assombrado por um passado sombrio agora brilhava com uma luz
que inspirava todos a trabalharem juntos para um futuro melhor...
Assim, a lenda amaldiçoada de Ana Amélia se transformou em uma história de redenção e
renovação, lembrando a todos que, mesmo nas piores circunstâncias, a humanidade tem a
capacidade de superar o passado e construir um futuro mais justo e compassivo...
A fazenda Almeida se tornou um farol de esperança, onde a escuridão do passado havia sido
dissipada pelo poder da transformação e da reconciliação...
À medida que a fama da fazenda Almeida se espalhava, as histórias sobre a transformação do
local atraíam um número crescente de visitantes...
A fazenda se tornou um centro de encontros e conferências sobre a reconciliação racial e a
importância de reconhecer os erros do passado...
Organizações de direitos humanos e acadêmicos de diversas partes do mundo começaram a
frequentar a fazenda para estudar seu modelo de transformação bem-sucedida...
A pequena Aline, que cresceu com o peso da história de Ana Amélia e a lenda de sua morte,
tornou-se uma embaixadora da paz e da igualdade...
Ela viajou o mundo contando a história de sua própria superação, mostrando como, mesmo em
meio às circunstâncias mais sombrias, é possível encontrar a força para perdoar e avançar...
A fazenda Almeida se tornou um local de celebração, onde pessoas de diferentes origens e
culturas se reuniam para compartilhar suas histórias, aprender com o passado e trabalhar juntas
para construir um mundo mais justo...
Os campos de café floresciam não apenas com grãos, mas também com esperança, e os
corredores da casa de fazer farinha eram preenchidos com risos e alegria...
Os descendentes da família Almeida, que antes carregavam o peso do passado, abraçaram a
mudança e se tornaram defensores ativos da justiça e da igualdade...
Eles fizeram parcerias com organizações locais para promover a educação e oportunidades para
as comunidades menos favorecidas da região...
A fazenda Almeida se tornou um farol de esperança, não apenas para Portugal, mas para o
mundo inteiro...
O lugar que uma vez foi assombrado pela tragédia se transformou em um símbolo vivo da
capacidade da humanidade de se regenerar e abraçar um futuro melhor...
A lenda de Ana Amélia havia finalmente cumprido seu propósito, ensinando ao mundo que,
mesmo nas piores circunstâncias, é possível transformar a escuridão em luz...

103

E a fazenda Almeida, um dia amaldiçoada, se tornou um exemplo de renovação e reconciliação
para as gerações vindouras...
E assim, a fazenda Almeida viu o fim da lenda amaldiçoada de Ana Amélia e o nascimento de
uma nova era de esperança e reconciliação...
A tragédia do passado deu lugar a uma história de superação, transformação e redenção. A
fazenda, que já fora palco de tanta dor e sofrimento, agora resplandecia com a luz do perdão e
da compreensão...
Os campos de café continuaram a prosperar, não apenas como um sustento para a comunidade,
mas também como um lembrete de que, mesmo as cicatrizes mais profundas podem cicatrizar...
A casa de fazer farinha, que outrora abrigara horrores, agora se destacava como um símbolo da
capacidade da humanidade de enfrentar seu passado e transformar as sombras em luz...
A história de Ana Amélia e a lenda da fazenda Almeida permaneceram, mas elas não eram mais
maldições...
Elas eram lembranças de que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a humanidade tem o
poder de encontrar a redenção, a compaixão e a unidade...
A fazenda Almeida se tornou um farol de esperança, um lugar onde pessoas de todos os cantos
do mundo podiam se reunir, aprender com o passado e trabalhar juntas para um futuro mais
justo e igualitário...
A transformação do local servia como um testemunho de que a escuridão pode ser vencida e a
humanidade pode brilhar em sua plenitude...
E assim, a fazenda Almeida viveu uma história de renascimento, onde as marcas do passado
deram lugar a um novo começo...
A lenda de Ana Amélia, antes amaldiçoada, tornou-se uma inspiração para todos que a
visitavam, lembrando que, mesmo nos lugares mais sombrios, a luz e a esperança podem
sempre encontrar seu caminho...
E a fazenda, que já foi assombrada pela tragédia, se tornou um santuário de reconciliação e
renovação, provando que, no fim, o amor e a compreensão sempre triunfam sobre o ódio e a
injustiça.
Fim

104

16 ° CONTO OU LENDA

A LENDA AMALDIÇOADA DO BANHO DE CAIXÃO DE SÃO THIAGO

Este conto faz uma narrativa sombria de uma lenda muito antiga que ocorria entre jovens
estudantes que moravam nos povoados de Gurutil e São Thiago....
Um conto que relata atos profanos realizados sobre corpos humanos falecidos...
Estes jovens levavam caixões funerários para serem enterrados no povoado de São Thiago no
interior do Maranhão...
Este grupo de jovens atravessavam o rio de santa Joana para enterrar pessoas do outro lado de
sua margem onde ficava localizado o cemitério de São Thiago...
Estes jovens levavam nas costas os caixões amarrados em dois caibros de madeira que eram
suspensos e carregados por quatro homens por vez...
Aqui havia uma espécie de reversamento no carregamento do defunto até a sua cova...
No percurso do enterro que geralmente ocorria entre o povoado do Gurutil até o povoado de
São Thiago...
Havia um rio onde ocorria a travessia do morto....
O rio era chamado pelos jovens de Santa Joana....
Os jovens banhavam o caixão do defunto nas águas deste rio durante o cortejo fúnebre...
Isto era feito para garantir o batizado do morto...
E também para facilitar a passagem da alma do desencarnado para o reino etéreo dos mortos...
O cemitério de são Thiago era um lugar afastado de todos os povoados....
Um lugar lúgubre, deserto e alagado...
Um local feio, detestável e assustador...
Um ambiente medonho, abandonado e terrível...
Um recinto cheio de gramíneas, arvores mortos e decrepitas...
Um ponto em penumbra, repleto de nevoas cinzentas e dançantes....
Esta localidade dificultava os enterros...
Pois os caixões boiavam sobre a cova depois de cavados os sete palmos de terra necessários
para o despacho do defunto...
Após os enterros lúgubres...
Estes homens perambulavam entre os túmulos até encontrarem um cadáver feminino que esteve
com no mínimo com cinco anos de sepultamento...
Eles a desenterravam para arrancarem-lhe crânio....

105

Isto era feito para beberem vinho ou água ardente no crânio da defunta....
Os jovens faziam isso para comemorar o despacho do novo habitante do cemitério....
Aquilo era um presente ao mundo do além tumulo...
Estes homens cantavam, bebiam e comemoravam o enterro do defunto....
Isto também era realizado em forma de ritual para que o morto não saísse de sua sepultura...
Os jovens realizavam este rito sobrenatural para que os mortos não fossem aterroriza as pessoas
que moravam nos povoados do Gurutil, Aliança, Colônia, Santa Joana e Caminho de Deserto...
No entanto, o povoado de São Thiago recebia a visita sobrenatural e incomum de alguns dos
inquilinos que residiam no cemitério de sua região...
O cortejo fúnebre tinha uma ritualística...
O defunto era banhado no rio para que ele ficasse aprisionado em sua cova...
E a bebedeira realizada no crânio de uma mulher morta a cinco anos neste cemitério...
Era a garantia de aprisionamento dos que fossem enterrados em São Thiago...
No entanto, quando isto era feito de maneira equivocada e ou irresponsável...
Habilitando-se um desenterro de um cadáver de uma mulher no cemitério de São Thiago com
a idade incorreta em seus anos de morta....
Os povoados adjacentes a São Thiago poderia ter dois problemas gravíssimos...
O primeiro libertaria um defunto banhado que se levantaria de sua cova...
O segundo despertaria a alma penada de uma mulher morta que aterrorizaria todos os
povoados...
O caos estaria instalado em todos os povoados da região de Mirinzal...
E todos estariam condenados a maldiçoes terríveis...
E é por isso que todo o ritual deve ser seguido de forma respeitosa e linear....
O caixão do defunto deve ser sempre banhado no meio do rio de Santa Joana...
E o crânio de mulher morta precisaria ter cinco anos de falecimento....
Para que seja usado como cálice...
No entanto, um morador muito antigo do Gurutil nos descreve com detalhes o que realmente
acontecia naqueles tempos....
Há muito tempo, em um recanto esquecido do interior do Maranhão, existia um povoado
chamado São Thiago...
Neste lugar, cercado por uma paisagem de beleza melancólica, um grupo de amigos tinha uma
tarefa incomum: levar caixões funerários para serem enterrados do outro lado do rio de Santa
Joana...

106

Era uma tradição antiga que, para chegar ao cemitério de São Thiago, situado na margem oposta
do rio, eles precisavam atravessar as suas águas...
Os caixões eram amarrados em dois robustos caibros de madeira e carregados nas costas dos
homens, que caminhavam em silêncio, respeitosos diante da tristeza que carregavam em seus
corações...
O trajeto, que geralmente se estendia entre o povoado do Gurutil até São Thiago, era marcado
pela travessia do rio de Santa Joana...
Era neste momento que algo peculiar acontecia...
Enquanto a travessia ocorria, os homens banhavam o caixão do falecido nas águas do rio...
Isso não era um mero capricho, mas sim um antigo ritual destinado a garantir o "batizado" do
morto e facilitar a passagem de sua alma para o reino etéreo dos falecidos...
O cemitério de São Thiago, no entanto, era um lugar sombrio e constantemente alagado...
Este local dificultava ainda mais os enterros, pois os caixões frequentemente flutuavam sobre
as covas após a terra ter sido lançada sobre eles...
Após o enterro, algo ainda mais estranho ocorria...
Os amigos perambulavam entre os túmulos, em busca de um corpo feminino que estivesse
descansando por pelo menos cinco anos...
Ao encontrá-lo, desenterravam-no com a precisão de quem conhece a tradição...
O propósito era aterrador, pois arrancavam o crânio da mulher morta para usá-lo como
recipiente para vinho ou água ardente...
Isso não era feito com crueldade, mas sim para celebrar o despacho do defunto para o mundo
além do túmulo...
Eles cantavam, bebiam e comemoravam o enterro, garantindo que o morto permanecesse
pacífico em sua sepultura e não saísse para aterrorizar os povoados vizinhos, como Caminho
de Deserto, Gurutil, Aliança, Colônia, Santa Joana e São Thiago...
Este ritual peculiar tinha uma lógica simbólica...
O rito de banhar o caixão no meio do rio para assegura que o morto ficasse firmemente
aprisionado em sua cova....
E da mesma forma, a bebedeira que ocorria no crânio de uma mulher morta com pelo menos
cinco anos de falecimento era uma espécie de garantia, uma maneira de manter o morto em seu
descanso eterno...
No entanto, como em todas as tradições antigas, havia um perigo inerente...
E caso a mulher desenterrada não tivesse a idade correta em anos de morte, as consequências
seriam terríveis...

107

O povoado poderia enfrentar dois pesadelos: um defunto que se levantaria de sua cova e uma
alma penada, além de uma mulher morta que aterrorizaria todos os povoados da região de
Mirizal...
E assim, esse grupo de amigos continuou a desempenhar seu estranho papel no ciclo da vida e
da morte, carregando caixões, banhando-os no rio e celebrando os rituais noturnos, mantendo,
ao fazê-lo, um equilíbrio delicado entre a realidade e o sobrenatural em São Thiago...
E, mesmo que sua tarefa fosse cercada de mistério e superstição, era um fio que costurava o
povoado à sua própria história e ao passado que nunca deviam esquecer...
Nas noites de enterro, quando a lua se erguia no céu e os grilos enchiam o ar com sua sinfonia
noturna, os homens que transportavam os caixões de São Thiago faziam sua jornada com
devoção...
Eles sentiam o peso da tradição em seus ombros, sabendo que seu papel era essencial para
manter a paz nos povoados e garantir que os espíritos dos mortos descansassem em paz...
Ao longo dos anos, o grupo de amigos havia aprendido a respeitar a natureza misteriosa desses
rituais...
Eles compreendiam a importância de seguir as regras à risca: banhar o caixão no meio do rio e
escolher uma mulher morta com pelo menos cinco anos de falecimento...
Cada passo era executado com cuidado e reverência, pois uma falha poderia desencadear o
caos...
A um século atrás o desrespeito as tradições haviam destruiu a paz nos inúmeros povoados de
Mirizal...
O ano temporal que ocorreu os primeiros desrespeitos as tradições de São Thiago foi o ano de
1845...
Atualmente, o ano de 1945...
Tudo ocorre em paz como manda a tradição...
E, embora os que não conheciam a tradição pudessem olhar com descrença para os costumes
peculiares de São Thiago, para aqueles que viviam ali, isso era uma parte intrínseca de suas
vidas...
Era uma herança ancestral que ligava as gerações, uma história entrelaçada com a terra, o rio e
os espíritos que vagavam por entre as sombras noturnas...
No entanto, uma noite, algo inesperado aconteceu...
O ano de 1945 poderia repetir os erros de 1845...
Um dos amigos, o mais jovem do grupo, cometeu um erro durante o ritual...
Ele desenterrou uma mulher cuja morte tinha apenas quatro anos, ignorando a regra
fundamental de cinco anos...

108

Isso passou despercebido na euforia da celebração pós-enterro, e o crânio da mulher foi usado
como recipiente para a bebida...
As consequências logo se fizeram sentir...
Naquela noite, uma tempestade selvagem rugiu sobre São Thiago, e um frio cortante varreu o
povoado...
Os ventos uivaram com um lamento fantasmagórico, e os moradores acordaram com gritos
ecoando nas ruas desertas...
As luzes dos lampiões tremeluziam, e sombras dançavam nas paredes das casas...
O caos havia sido desencadeado...
O defunto que fora enterrado naquela noite se levantou de sua cova, um espectro pálido e
assombrado...
E a alma da mulher cujo crânio fora profanado emergiu do mundo além-túmulo, ansiosa e
vingativa...
O povoado de São Thiago foi lançado em uma noite de terror...
Os amigos que cometeram o erro estavam determinados a corrigir seu equívoco...
Desesperados, eles se lançaram em busca dos espíritos renegados, enquanto a tempestade
continuava a fustigar a região.
A luta foi árdua e aterrorizante, mas, ao amanhecer, os amigos finalmente conseguiram devolver
os espíritos à sua paz eterna...
Eles aprenderam uma lição valiosa naquela noite, que as tradições antigas não eram meros
rituais vazios, mas portadoras de um profundo significado, conectando o mundo dos vivos com
o dos mortos...
A partir daquele dia, os amigos redobraram sua devoção aos rituais, mantendo viva a herança
de São Thiago com mais respeito do que nunca...
E, enquanto o povoado seguia adiante, as histórias daquela noite de terror se tornaram lendas,
passando de geração em geração, lembrando a todos que o equilíbrio entre os mundos dos vivos
e dos mortos era uma coisa frágil e preciosa, que devia ser mantida com sabedoria e reverência...
Mas á medida que os anos passavam, São Thiago continuou a ser um lugar onde o passado e o
presente se entrelaçavam de maneira única...
Os rituais antigos, apesar de sua estranheza, eram agora mais respeitados do que nunca...
A lição aprendida naquela noite de terror havia deixado uma marca profunda na comunidade...
Os amigos que carregavam os caixões desempenhavam seu papel com maior devoção...
E a cada enterro era executado com um senso de responsabilidade ainda maior, garantindo que
todas as regras fossem seguidas estritamente...

109

O caixão era banhado no meio do rio, como sempre, e o crânio de uma mulher morta com pelo
menos cinco anos de falecimento era cuidadosamente escolhido para as comemorações pós-
enterro...
À medida que o tempo avançava, o povoado de São Thiago florescia com histórias e lendas
sobre os rituais noturnos, e visitantes curiosos ocasionalmente vinham de longe para
testemunhar esses eventos únicos...
Eles assistiam às cerimônias à beira do rio de Santa Joana, observando com fascinação o banho
do caixão e a celebração que se seguia...
Esses visitantes ficavam maravilhados com a atmosfera mística do povoado e o profundo
respeito que os moradores tinham pelos rituais que garantiam a paz dos mortos...
Eles se tornaram defensores das tradições de São Thiago, ajudando a preservar o equilíbrio
entre os mundos dos vivos e dos mortos...
E assim, São Thiago continuou a prosperar, e os rituais que um dia foram considerados
estranhos e temíveis tornaram-se uma parte inextricável da identidade da comunidade...
Eles foram transmitidos de geração em geração, lembrando a todos que o respeito pelos mortos
era essencial, e que os antigos costumes mantinham a paz e a harmonia entre os dois lados do
véu que separa a vida e a morte...
E assim, a história única de São Thiago continuou, um conto de amizade, respeito pelas
tradições antigas e a eterna dança entre os vivos e os mortos que moldou a alma deste lugar
remoto no interior do Maranhão...
E assim, São Thiago permaneceu um enclave de tradições misteriosas e histórias encantadoras
no interior do Maranhão, onde o passado e o presente se fundiam de maneira harmoniosa...
A comunidade nunca esqueceu a lição daquela noite de terror, quando um erro trivial quase
desencadeou um caos sobrenatural...
Agora todas as pessoas daquela região estavam atentas ao sobrenatural...
Aos olhos dos visitantes curiosos, o povoado de São Thiago era um lugar de beleza melancólica,
onde o rio de Santa Joana sussurrava histórias antigas e as noites eram iluminadas por estrelas
que pareciam compartilhar segredos do além...
Eles respeitavam os rituais únicos, vendo neles uma conexão entre o mundo dos vivos e o
mundo dos mortos...
Os amigos continuaram a carregar os caixões com honra e reverência, mantendo vivas as
tradições que garantiam a paz eterna aos que haviam partido...
E, à medida que o tempo avançava, São Thiago permaneceu como uma joia única no coração
do Maranhão, um lugar onde a vida e a morte se entrelaçavam em um balé eterno...
E, por entre os murmúrios do rio de Santa Joana e as canções noturnas dos grilos, a história de
São Thiago persistiu como uma lembrança de que, em alguns lugares do mundo, os vivos nunca
esquecem os mortos, e os mortos nunca deixam de vigiar os vivos...

110

Era uma história que ecoaria nas mentes das futuras gerações, garantindo que o povoado de São
Thiago nunca perderia seu lugar especial na rica tapeçaria de lendas e tradições do Maranhão...
Fim

111

17 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DA ALDEIA SOTERRADA DOS CAETÉS

Há muito tempo, nas áridas terras do nordeste do Brasil, habitavam os valentes índios caetés,
uma tribo guerreira que se orgulhava de sua cultura e história...
Há 150 anos, algo terrível aconteceu que mudaria para sempre o destino desses indígenas...
Naqueles dias, as dunas de areia se moviam impiedosamente, avançando sobre a terra e
ameaçando engolir tudo em seu caminho...
Algo parecido a isto também havia ocorrido no ano de 1557...
Os caetés atribuíam isto a uma entidade maligna que foi vista junto a comitiva Portuguesa em
passagem pelo Brasil naquele mesmo ano...
A aldeia dos caetés estava localizada em uma região propícia a esses movimentos das dunas, e,
um dia, uma tempestade de areia colossal se abateu sobre a região...
A força da natureza soterrou a aldeia dos caetés sob toneladas de areia, sepultando suas casas,
memórias e história...
Os caetés, que haviam sobrevivido à conquista dos colonizadores europeus, encontraram um
destino trágico nas mãos da mãe natureza...
As suas almas inquietas não encontraram descanso após a tragédia...
Muitos anos depois, em noites de quinta-feira, os moradores de Tutoia relatavam avistar uma
visão assustadora...
Índios caetés, pintados para guerra e empunhando lanças, emergiam das areias como espectros
vingativos...
Acreditavam que ainda estavam vivos e lutavam para recuperar a terra que lhes foi roubada...
Essas aparições noturnas aterrorizavam a cidade...
Os índios fantasmagóricos proferiam gritos de ódio contra a entidade misteriosa chamada de
Taicanã, que teria sido responsável pelo soterramento de suas terras sagradas no 1557...
Além disso, contavam histórias de um terrível extermínio da tribo, ordenado pela Rainha de
Portugal, Catarina da Áustria, no mesmo ano do soterramento...
Dizia-se que as almas dos caetés clamavam por justiça e pela recuperação de suas terras
perdidas...
A lenda dos índios caetés soterrados e de suas aparições noturnas persiste em Tutoia, servindo
como um lembrete sombrio das tragédias do passado e da importância de respeitar a natureza e
as culturas que habitaram essas terras antes de nós...
A cidade e seus moradores continuam a conviver com a memória dos valentes índios caetés,
que agora vagam como sombras em busca de redenção e justiça...

112

Muitas gerações se sucederam desde o trágico soterramento da aldeia caeté, mas a lenda e os
relatos das aparições noturnas persistem como parte da história e do folclore de Tutoia...
Alguns afirmam que essas aparições são apenas fruto da imaginação, enquanto outros as
consideram manifestações espirituais reais...
Na tentativa de reconciliar o passado com o presente, a cidade de Tutoia realizou cerimônias e
rituais em homenagem aos índios caetés...
Muitos moradores passaram a apoiar a preservação do seu patrimônio cultural e a
conscientização sobre a importância de proteger o meio ambiente contra a expansão das dunas...
A história dos caetés soterrados serve como um lembrete da interconexão entre a humanidade
e a natureza, bem como das injustiças do passado...
Também nos alerta sobre os perigos da destruição ambiental e da desconsideração pela herança
cultural de grupos indígenas...
A lenda dos índios caetés soterrados e de suas aparições noturnas continua a ecoar em Tutoia,
convidando todos a refletirem sobre a necessidade de preservar a terra e honrar aqueles que a
habitaram antes de nós...
Talvez, nas noites de quinta-feira, os ventos do passado tragam à tona não apenas o medo, mas
também a compaixão e o desejo de justiça para aqueles que foram vítimas de um destino trágico
nas areias do nordeste brasileiro...
No entanto, a lenda dos índios caetés e suas aparições noturnas não é apenas uma história de
lamento e medo, mas também de perseverança e resiliência...
Muitos na cidade de Tutoia veem nas aparições dos caetés uma lembrança constante de que a
história e a cultura indígena não podem ser apagadas...
Eles se esforçam para manter viva a memória dos caetés, não apenas como vítimas de uma
tragédia, mas como um povo que resistiu e continua a resistir...
Além disso, a história dos caetés soterrados também é uma lembrança da necessidade de
proteger o meio ambiente...
As dunas em constante movimento que causaram a tragédia ainda representam uma ameaça
para a região...
Os moradores de Tutoia estão cada vez mais conscientes da importância de combater a
expansão das dunas e preservar a terra que compartilham com a natureza e com os espíritos dos
caetés...
As noites de quinta-feira, que costumavam ser temidas, agora são vistas como uma
oportunidade de reconciliação...
Algumas famílias deixam oferendas simbólicas em suas casas, como forma de honrar os
espíritos dos caetés e pedir perdão pelas tragédias do passado...
A lenda dos caetés soterrados tornou-se uma parte indissociável da identidade de Tutoia, uma
cidade que aprendeu a conviver com o passado de sua região e a reconhecer a importância de
preservar não apenas as terras, mas também as histórias e culturas que nelas habitaram...

113

Assim, a lenda dos índios caetés soterrados e suas aparições noturnas continua a desempenhar
um papel significativo na vida de Tutoia, lembrando a todos da importância de respeitar a
natureza, valorizar a herança cultural indígena e buscar a reconciliação com o passado para
construir um futuro mais consciente e unido...
No coração de Tutoia, as dunas eternamente em movimento continuam a avançar, e os espíritos
dos índios caetés permanecem como guardiões silenciosos de sua história...
O povo desta cidade costeira, uma vez assombrado pelo terror das noites de quinta-feira, agora
enfrenta cada novo amanhecer com um respeito renovado pela terra que pisam e uma
compreensão mais profunda das lições do passado...
A lenda dos índios caetés soterrados é uma lembrança constante de que o tempo, a natureza e a
história estão entrelaçados, e que a humanidade tem o dever de cuidar e preservar aquilo que
lhe foi confiado...
E assim, enquanto a cidade continua a enfrentar os ventos e as dunas que ameaçam ultrapassar
seus limites, ela o faz com reverência pela memória dos caetés, pela força da natureza e pelo
compromisso de forjar um futuro onde a convivência pacífica entre culturas e com o meio
ambiente seja a norma...
Nas noites de quinta-feira, quando o vento sussurra segredos do passado, a cidade de Tutoia
presta homenagem à lenda dos índios caetés, lembrando-se de que as histórias do passado
podem moldar o presente e que a reconciliação é a chave para uma convivência harmoniosa
entre todos os que compartilham essa terra única...
Fim

114

18 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DA BELA MOÇA DA PRAIA DE CURIMÃ

Na tranquila Praia de Carimã, ao anoitecer, quando o sol se despede do horizonte, uma
atmosfera carregada de melancolia envolve o lugar...
Os moradores, apesar de estarem familiarizados com a lenda da bela moça, mal ousam
mencionar seu nome...
É uma história que se tornou uma parte sombria da identidade da região, uma história que ecoa
pela eternidade.
Era uma vez, muitos anos atrás, quando as dunas da praia eram apenas suaves colinas de areia,
que a bela moça de Raposa, como era conhecida, escolheu este refúgio à beira-mar para começar
uma vida nova...
Ela e seu amado marido, que havia fugido com ela para escapar da obsessão doentia do irmão
gêmeo, encontraram aqui a paz que tanto ansiavam...
Juntos, construíram um modesto lar de frente para o oceano, e toda tarde, a jovem se sentava
numa duna, esperando a embarcação do seu esposo retornar da pesca...
Os dias transcorriam serenos, e a felicidade parecia ter encontrado um lar naquela praia
isolada...
No entanto, o irmão gêmeo do marido, determinado a encontrar o casal, finalmente conseguiu
seguir-lhes o rastro...
Ele apareceu na praia, disfarçado, e, quando a bela moça o viu ao longe, acreditou que seu
amado estava voltando da pescaria. Cansada e confiante, ela adormeceu nos braços do falso
marido...
A crueldade do destino revelou-se nessa noite terrível...
O verdadeiro esposo retornou à sua casa, esperando encontrar o aconchego nos braços da
mulher amada, mas em vez disso, deparou-se com uma traição dolorosa...
O coração partido e tomado por um luto profundo, ele jurou vingança. Caçou o irmão, mas a
escuridão da noite e a maldição do engano tornaram sua busca inútil...
Desolado e sem esperança, o marido partiu em direção à Praia de Carimã, onde as ondas
rugentes do oceano pareciam ecoar seu sofrimento...
E dizem que ele se afastou cada vez mais no mar, até que seu corpo desapareceu nas
profundezas, como se tivesse sido abraçado pelo próprio oceano. E nunca mais retornou...
A bela moça, ao acordar e descobrir a tragédia que havia acontecido, sentiu-se culpada e
devastada...
Ela passou a procurar, dia após dia, o corpo do marido pelas areias da Praia de Carimã, mesmo
sabendo que ele havia sido levado pelas correntes...

115

E seu cabelo, outrora brilhante e reluzente, tornou-se emaranhado e desalinhado, suas roupas
desgastadas pelo vento marítimo...
Hoje, a lenda persiste, e há quem jure ter visto a moça, uma aparição pálida e etérea,
perambulando pela praia, seus olhos tristes sempre buscando algo que jamais encontrará...
E seus lamentos ecoam na brisa noturna, e sua figura fantasmagórica é uma lembrança constante
de uma tragédia de amor que transcendeu a própria vida...
Na Praia de Carimã, quando a noite cai e a lua prateada se reflete nas águas escuras, a bela moça
permanece, esperando um amor perdido que nunca retornará, em uma lenda que se fundiu com
a própria alma do lugar...
As gerações passam, mas a lenda da bela moça da Praia de Carimã continua a assombrar aqueles
que se aventuram perto das areias misteriosas...
Dizem que, nas noites mais escuras e ventosas, quando as ondas se transformam em lâminas
prateadas, a figura espectral da jovem pode ser vista, vagueando com um olhar perdido...
A sua presença é sentida por aqueles que ousam explorar a praia à luz fraca da lua, um eco triste
de um amor interrompido...
Os moradores locais, em suas conversas sussurradas, mantêm a história viva, alertando
visitantes para que evitem a praia durante a noite...
Pois é nesses momentos que a bela moça parece mais real, e muitos juram ter ouvido seus
lamentos ecoando pela areia...
Alguns contam que ela procura desesperadamente pelo marido, enquanto outros acreditam que
ela ainda está à espera de sua vingança, esperando a aparição do irmão gêmeo traidor...
O mito da Praia de Carimã é um lembrete vívido de que o amor, a traição e a perda podem
transcender a morte, deixando cicatrizes eternas na alma do lugar...
Para os que conhecem a história, a praia é um território sagrado, onde o passado e o presente se
entrelaçam em um emaranhado de mistério e tristeza...
E, quando a brisa noturna sussurra segredos antigos e o oceano profundo canta suas canções
melancólicas, a bela moça da Praia de Carimã continua sua busca eterna, deixando uma marca
indelével na imaginação daqueles que se aventuram a ouvir sua história.
Alguns dizem que, apesar de sua aparente tristeza e busca interminável, a bela moça da Praia
de Carimã é uma guardiã silenciosa da praia e de todos aqueles que a visitam...
Ela, que sofreu uma traição terrível, agora vaga como um espírito protetor, cuidando para que
ninguém mais caia vítima de enganos e perdas tão devastadoras quanto as suas...
Os pescadores locais, que dependem das águas do oceano para sobreviver, acreditam que a
presença da moça traz sorte em suas jornadas...
Quando as tempestades se aproximam, eles sussurram preces em honra à bela moça, pedindo
por sua proteção, para que nunca enfrentem o destino que ela teve que suportar...

116

Muitos evitam o mar durante a noite, respeitando o luto da jovem e acreditando que sua tristeza
se intensifica com a escuridão...
E assim, a lenda da bela moça da Praia de Carimã permanece viva, moldando a cultura e a
tradição da região...
Ela é um lembrete da complexidade do amor e da traição, da força do espírito humano e da
capacidade das histórias para ecoarem através das gerações...
Enquanto a bela moça continua a vagar pelas dunas e as ondas quebram nas areias da Praia de
Carimã, ela permanece como um enigma, uma presença que guarda segredos antigos e lições
atemporais...
E seja como protetora ou espírito solitário, sua história será contada e recontada, continuando
a inspirar aqueles que a ouvem a refletir sobre o poder do amor, da traição e da eterna busca
por redenção...
E assim, a lenda da bela moça da Praia de Carimã segue, envolvendo a paisagem e a alma da
região...
À medida que as ondas acariciam a costa e a brisa noturna traz consigo suspiros de histórias
antigas, a jovem permanece eternamente ligada ao lugar que escolheu para seu refúgio, para
seu amor e para sua eternidade...
Às vezes, nos momentos mais calmos da noite, quando a lua é a única testemunha, aqueles que
visitam a Praia de Carimã podem sentir a presença da bela moça, sua tristeza e sua
determinação...
A sua história é uma lição sobre o poder da memória, a persistência do amor e a fragilidade do
destino.
E assim, nas areias e nas águas da Praia de Carimã, a lenda da bela moça continua a ecoar,
mantendo viva a tradição e a reverência pela misteriosa e eterna guardiã do litoral, uma
lembrança de que o amor, apesar das reviravoltas do destino, permanece inquebrável e que o
espírito humano é capaz de superar mesmo as tragédias mais profundas, iluminando o presente
e o futuro com a chama eterna do afeto e da lembrança...
Fim

117

19 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DE AMOR DA PRAIA DO OLHO D´ÁGUA

Há muito tempo, nas terras que cercam São Luís, no Maranhão, uma lenda pairava sobre a Praia
do Olho D'Água...
Era uma história de amor e tristeza, uma narrativa que ecoava através das gerações, contada à
beira do mar sob o luar cintilante...
E dizia-se que a Praia do Olho D'Água tinha sua origem nas lágrimas de um amor perdido, um
conto de paixão proibida que se desenrolou nas margens daquelas águas tranquilas e
cintilantes...
O coração da história pertencia a uma jovem índia, filha de Itaporama, que tinha em sua alma
a beleza e a pureza das águas que circundavam a sua terra...
A índia apaixonou-se profundamente por um jovem guerreiro de sua tribo...
A sua beleza era tão deslumbrante que suas feições pareciam esculpidas pelos próprios deuses...
E contudo, esse amor não passou despercebido, nem mesmo pela Mãe d'Água, uma entidade
misteriosa que habitava as profundezas do oceano...
A Mãe d'Água, encantada pela beleza do jovem índio, não pôde resistir à tentação e decidiu
levá-lo consigo para seu palácio encantado no fundo do mar...
E seduzido pela entidade marinha, o jovem guerreiro desapareceu da aldeia, deixando para trás
o coração partido da jovem índia...
Sem a presença do amado, a índia foi consumida pela dor e pela tristeza...
Ela caminhou em direção à Praia do Olho D'Água, cujas águas pareciam refletir sua própria
tristeza...
E lá, à beira do mar, ela chorou inconsolavelmente até que suas lágrimas se fundiram com a
areia e as rochas da praia...
À medida que suas lágrimas tocavam o solo, algo mágico aconteceu...
As duas nascentes de água fresca e cristalina brotaram da terra, fluindo em direção ao mar...
Essas nascentes eram as lágrimas da jovem índia, que se transformaram em fontes eternas de
água pura e revitalizante, fluindo continuamente para o oceano...
Hoje, quando você caminha pelas areias da Praia do Olho D'Água, lembre-se da triste história
de amor que deu origem a esse lugar mágico...
E cada mergulho nessas águas é como um abraço reconfortante nas lágrimas da filha de
Itaporama, um lembrete de que o amor e a tristeza têm o poder de moldar o mundo ao nosso
redor, criando beleza mesmo nas histórias mais melancólicas...
A Praia do Olho D'Água, com suas águas límpidas e brilhantes, tornou-se um local sagrado para
os moradores da região...

118

Eles acreditavam que as nascentes que brotaram das lágrimas da jovem índia possuíam
propriedades especiais, capazes de curar tanto as feridas da alma quanto as do corpo...
As histórias sobre a origem mágica da praia eram passadas de geração em geração, tornando-a
um lugar de grande importância cultural...
As pessoas de toda a região vinham à praia em busca de consolo e renovação, mergulhando nas
águas abençoadas pelas lágrimas da jovem apaixonada...
E assim, a lenda da Praia do Olho D'Água continuou a inspirar e emocionar as pessoas ao longo
dos séculos...
Ela ensinava que, mesmo nas situações mais tristes e desafiadoras, a beleza e a esperança podem
emergir, como as nascentes que brotaram das lágrimas da índia...
A praia se tornou um testemunho vivo da capacidade do amor e da tristeza de moldar o mundo
de maneira inesperada e surpreendente...
Ao visitar a Praia do Olho D'Água hoje, os turistas e locais podem não apenas desfrutar da
beleza natural do local, mas também sentir a presença da história que a envolve....
A lenda perdura, como a própria água, fluindo eternamente, lembrando a todos que o amor, a
tristeza e a natureza estão profundamente entrelaçados, formando uma tapeçaria rica e
complexa de histórias que nos conectam a nosso passado e ao nosso mundo...
Assim, a Praia do Olho D'Água permanece como um lembrete vívido de que até mesmo as
lágrimas mais amargas podem criar algo de extraordinário e eterno...
E com o passar dos anos, a Praia do Olho D'Água se transformou em um local de celebração e
reverência...
Anualmente, a comunidade local realizava festivais e cerimônias em homenagem à jovem índia
e às nascentes que haviam surgido de suas lágrimas...
As celebrações eram repletas de danças tradicionais, cantos e oferendas ao mar, em
agradecimento pela dádiva da água fresca e cristalina que a praia proporcionava...
Além disso, a lenda da Praia do Olho D'Água servia como um lembrete constante da
importância de honrar a natureza e proteger as águas...
A comunidade local se esforçava para preservar a praia e suas nascentes, garantindo que elas
permanecessem limpas e intocadas...
Essa conexão profunda com a natureza inspirou ações de conservação que ajudaram a manter a
beleza natural da praia ao longo das gerações...
Turistas de todos os lugares começaram a visitar a Praia do Olho D'Água, não apenas para
testemunhar sua beleza e ouvir a comovente lenda, mas também para vivenciar a atmosfera de
respeito à natureza e à história que permeava o local...
A praia se tornou um refúgio de serenidade e espiritualidade, onde as pessoas podiam se
reconectar com a terra e com as histórias que a cercavam...

119

Ao pôr do sol, quando o oceano brilhava em tons dourados e o vento soprava suavemente, os
visitantes da Praia do Olho D'Água sentiam-se envolvidos pela sensação de que estavam
testemunhando a eterna história de amor e tristeza que deu origem a esse lugar mágico...
Assim, a Praia do Olho D'Água continuou a ser um testemunho da força do amor e da tristeza,
um santuário de beleza natural e um lembrete de que, mesmo nas circunstâncias mais
desafiadoras, a natureza e o espírito humano têm o poder de criar algo verdadeiramente
extraordinário...
E, com cada onda que se quebrava suavemente na praia, parecia sussurrar a melodia da jovem
índia e a promessa de que suas lágrimas jamais seriam esquecidas...
Na Praia do Olho D'Água, a lenda continuou a fluir como as águas que a cercavam, eterna e
inesquecível...
E cada visitante, ao testemunhar a história de amor e tristeza que a envolvia, sentia-se tocado
por sua beleza e profundidade...
A praia permaneceu um lugar onde as lágrimas de um coração partido deram origem a uma
fonte inesgotável de esperança e renovação...
À medida que o sol se punha no horizonte e as estrelas começavam a pontilhar o céu noturno,
a Praia do Olho D'Água continuava a lembrar a todos que, mesmo nas noites mais escuras, há
sempre a promessa de um novo amanhecer, e que o poder do amor e da tristeza é capaz de criar
algo verdadeiramente mágico...
E assim, essa praia especial permaneceu como um tesouro, um lugar de conexão com a natureza
e com as histórias que a tornaram única, um lugar onde a tradição e a lenda se entrelaçavam
com a areia e o mar, perpetuando sua magia para as gerações futuras...
Fim

120

20 ° CONTO OU LENDA

A LENDA MALDITA DE MAGUDA

Há muito tempo, nas profundezas de uma densa floresta, escondida entre as montanhas
majestosas, existia uma aldeia remota chamada Maguda...
Essa aldeia era cercada por lendas sombrias e uma atmosfera de mistério, e o motivo para isso
era a Lenda Maldita de Maguda...
Conta-se que, há séculos atrás, quando a aldeia de Maguda era próspera e cheia de vida, um
evento aterrorizante aconteceu...
Durante uma noite de lua cheia, uma figura misteriosa, meio humana e meio animal, conhecida
como o "Guardião das Trevas", apareceu na aldeia...
O Guardião das Trevas possuía olhos que brilhavam como rubis e garras afiadas como lâminas
de aço...
Ele estava furioso, clamando vingança por um antigo ultraje...
A aldeia de Maguda tentou, desesperadamente, apaziguar a criatura, mas seus esforços foram
em vão...
O Guardião das Trevas lançou uma terrível maldição sobre a aldeia, condenando todos os seus
habitantes a sofrerem transformações terríveis durante a lua cheia...
Eles se tornariam bestas selvagens, metade humanos, metade animais, vagando pela floresta à
noite, incapazes de controlar seus instintos...
As noites de lua cheia tornaram-se sinistras em Maguda, com os uivos de criaturas meio-
humanas ecoando nas montanhas...
A aldeia se transformou em um lugar amaldiçoado, onde ninguém ousava morar, e as histórias
sobre o Guardião das Trevas e a Lenda Maldita se espalharam por toda a região...
Por gerações, os habitantes de Maguda tentaram quebrar a maldição que pairava sobre eles, mas
todos os esforços foram em vão...
A lenda se tornou um fardo que a aldeia carregou ao longo dos séculos, uma história que evitava
atrair forasteiros para suas terras...
No entanto, dizem que a esperança nunca morre. Algumas almas corajosas da aldeia de Maguda
continuam a buscar uma maneira de desfazer a maldição e libertar sua aldeia do domínio do
Guardião das Trevas...
E assim, a Lenda Maldita de Maguda perdura como um lembrete sombrio da noite em que a
maldição caiu sobre a aldeia, enquanto heróis destemidos continuam sua busca por uma
solução, esperando trazer a luz de volta a um lugar há muito tempo enclausurado nas trevas...
À medida que o tempo passava, a aldeia de Maguda permanecia assombrada por sua triste sina...

121

Os habitantes transformados em criaturas selvagens durante as noites de lua cheia estavam cada
vez mais isolados do mundo exterior, temendo que sua maldição pudesse ser transmitida para
além dos limites da aldeia...
A busca por uma solução para quebrar a maldição tornou-se uma obsessão para muitos, e lendas
e histórias antigas passaram de geração em geração...
Dizia-se que apenas um ato de coragem e amor verdadeiro poderia quebrar o feitiço do Guardião
das Trevas...
Assim, as esperanças dos habitantes de Maguda estavam ancoradas na ideia de que, um dia,
alguém dentro ou fora da aldeia fosse capaz de superar o medo e enfrentar o Guardião das
Trevas com determinação e compaixão...
Um dia, um forasteiro chamado Andrés chegou à aldeia de Maguda...
Ele era um homem corajoso, com um coração gentil e uma determinação inabalável...
Andrés ouviu falar da Lenda Maldita e das criaturas amaldiçoadas, mas em seu coração, ele
sentiu que poderia ser a pessoa que quebraria o feitiço...
Ele estava disposto a enfrentar o Guardião das Trevas e, assim, libertar a aldeia de sua triste
sina...
Durante uma noite de lua cheia, Andrés caminhou até o coração da floresta, onde a Lenda
Maldita havia começado...
E lá, ele encontrou o Guardião das Trevas, com seus olhos brilhantes e garras afiadas, pronto
para atacar...
No entanto, Andrés não recuou...
E com calma e determinação, ele olhou nos olhos da criatura e disse palavras de compreensão
e perdão...
O Guardião das Trevas hesitou por um momento, como se algo dentro dele tivesse sido tocado
pela coragem e compaixão de Andrés...
Então, lentamente, as garras afiadas do Guardião das Trevas começaram a se transformar em
mãos humanas, e sua forma selvagem se desfez...
A maldição que pairava sobre a aldeia de Maguda foi finalmente quebrada, graças ao ato de
coragem e amor verdadeiro de Andrés...
A aldeia, agora livre do Guardião das Trevas, finalmente pôde recuperar sua antiga
prosperidade e viver em paz...
A Lenda Maldita de Maguda se transformou em uma história de esperança e redenção,
lembrando a todos que, mesmo nas situações mais sombrias, o amor e a coragem podem superar
qualquer maldição...
E assim, a aldeia de Maguda prosperou, sua história sendo contada não mais como uma
maldição, mas como um testemunho de que a luz sempre pode penetrar as trevas, se houver
corações dispostos a enfrentar o desconhecido com determinação e amor...

122

A história de Andrés e a libertação de Maguda da maldição tornaram-se lendas, inspirando
gerações futuras a enfrentarem seus próprios desafios com coragem e compaixão...
A aldeia floresceu, e a floresta que antes era temida tornou-se um lugar de beleza e serenidade...
Andrés se tornou uma figura lendária na aldeia e nas terras vizinhas, um símbolo de esperança
e redenção...
A sua história era contada para crianças na hora de dormir, e sua jornada era lembrada nos
festivais anuais de Maguda, celebrados com danças, música e luzes brilhantes que iluminavam
a noite escura como um lembrete de que o amor e a coragem podem dissipar até mesmo as
trevas mais profundas...
A aldeia de Maguda abriu suas portas para forasteiros, convidando viajantes e aventureiros a
testemunharem a transformação do lugar antes amaldiçoado em um refúgio de esperança...
As árvores da floresta sussurravam histórias de coragem, e o rio murmurava canções de
redenção, tornando a aldeia um destino para aqueles que buscavam inspiração...
E com o tempo, a Lenda Maldita de Maguda deixou de ser uma história de medo e desespero
para se tornar um conto de superação e determinação...
Ela lembrava a todos que, mesmo diante de obstáculos aparentemente intransponíveis, o amor
e a compaixão têm o poder de transformar o destino e trazer luz às mais profundas trevas...
E assim, a aldeia de Maguda e a sua lendária história continuaram a brilhar como faróis de
esperança e lembranças de que a bondade e a coragem são mais poderosas do que qualquer
maldição, deixando uma marca indelével na história e no coração de todos aqueles que a
conheciam...
E assim termina a história de Maguda, uma aldeia amaldiçoada que encontrou redenção e
esperança nas mãos corajosas e compassivas de Andrés...
A Lenda Maldita de Maguda permanece como um conto eterno de que o amor e a coragem
podem triunfar sobre os obstáculos mais sombrios...
Maguda, uma vez temida, agora brilha como um exemplo de como a humanidade pode
transformar as histórias mais assustadoras em lições de esperança e superação...
E que esta lenda inspire a todos a enfrentar seus desafios com a mesma coragem e compaixão,
sabendo que o amor é a força mais poderosa do universo e que, mesmo nas situações mais
difíceis, a luz sempre pode ser encontrada se estivermos dispostos a buscá-la...
Fim

123

21 ° CONTO OU LENDA

A LENDA DA MULHER SECA

A lenda da Mulher Seca conta uma antiga história de uma jovem adolescente que era formosa,
jovial, bonita e bastante vivaz...
No entanto, a sua busca incessante pela perfeição, jovialidade e beleza sublime a fez cair em
desgraça...
E após tentar ficar ainda mais jovem, linda e sublime...
Envolve-se com magias sobrenaturais nunca revisitadas nesta parte do Maranhão...
Apenas os índios conheciam estas entidades antigas...
Mas a bela Ana Amélia queria conhece-los e se aproveitar de tais poderes mágicos...
A sua vaidade lhe fez recorrer a uma antiga entidade que fazia morada nos jardins do Sitio das
Carneiras...
Um casarão antigo que foi habitado no passado por inúmeras legiões de tribos indígenas...
Ainda no início século XX esta região também passou por um processo ocupação religiosa...
Aquele cassarão antes pertencente a Rodrigo de Almeida e Campos...
A propriedade naqueles tempos pertencia a santa madre igreja....
Era um antigo e modesto mosteiro Comboniano...
Agora era a atual propriedade do senhor Antônio Vieira...
Pai da menina Ana Amélia...
A garota ouviu todas as lenda e contos que circundavam aquela propriedade...
E sabia que uma entidade maligna morava sobre a antiga fonte de água da casa...
Hoje um belíssimo lavabo...
Foi construído sobre a nascente...
Ana Amélia ambicionava ser jovem para sempre...
E com este propósito...
Fez o pacto com aquela entidade maligna que vivia sobre os jardins da casa...
A criatura era um ser desconhecido....
Mas para jovem Ana era uma espécie salvação para o seu medo da velhice...
A criatura vivia escondida sobre a lamina d´água do lavabo...
Ana lhe pedia isto deste os seis anos...

124

Mas a criatura apenas a espiava e lhe ouvia em segredo...
E sem lhes responder uma só palavra...
Mas em um inverno chuvoso a criatura resolveu aparece-lhes sobre a lamina d´água de seu
lavabo...
Este ser lhe sussurrou ao pé do ouvido que lhe concederia o tal desejo de infância....
O desejo de ser jovem, sublime e beleza para todo o sempre...
Mas em troca a entidade lhe pediu apenas um objeto pessoal que andava com a adolescente o
tempo todo...
Ana perguntou o que era...
E a entidade respondeu....
Eu que o seu bracelete....
Ana questionou....
Por que somente o bracelete...
E a criatura respondeu...
E que eu vou colocar o seu espirito dentro dele...
E desta forma você nunca vai envelhecer...
E eu terei você para mim para sempre...
Presa em seu bracelete que será meu...
Ana Amélia ficou apreensiva...
Mas o meu de envelhecer era tão assustador...
E a vontade e o desejo de ter a eterna juventude era tão sublime e pujante...
Que o medo de perder a sua alma ficou em segundo plano...
A criatura antes de lhe conceder o seu pedido...
Também lhe indagou sobre o que Ana Amélia mais amava nesta terra....
Além dela mesma....
Ana Amélia ficou em silencio....
E não respondeu...
A criatura conhecia o seu coração...
E nem mesmo o seu pai a conhecia tão bem com aquela criatura misteriosa...
Mas para ficar mais magra, jovem e bonita...
Ela se permitiu ficar em silencio....

125

E já que Ana Amélia amava a se mesma...
Muito mais do que a sua própria família....
Deixou-se impelir pela criatura....
Que sorriu de forma insidiosa...
A criatura enfim se comprometeu em lhe dar a beleza eterna...
E Ana Amélia não se objetou em ser a própria oferenda em troca de sua beleza...
No entanto, a entidade sabia que a jovem mulher amava a sua família....
E tanto amava que foi por causa de sua família que desejava ser jovem e bonita de forma
eterna...
A entidade observando a fraqueza de Ana Amélia resolve leva toda a sua família da
adolescente...
A deixando sozinha sobre o Grande Sobrado das Carneiras...
Apenas as flores e o imenso jardim lhes faziam companhia...
E até mesmo a criatura que antes se fazia presente sobre o grande jardim...
Havia deixado o grande Sitio da Carneiras...
Ana Amélia se sentia sozinha e traída pela criatura....
A jovem então recorrer a uma outra entidade para se vingar...
Mas ela acaba sendo enganada e amaldiçoada por esta outra criatura que também não
conhecia...
Ao retorna a Sitio das Carneiras...
Ana Amélia fica muito doente...
Ela não se alimenta...
E nem cuida de sua beleza...
E quando está prestes a morrer...
As duas entidades resolvem retira-lhes a enfermidade...
Devolvendo o seu estado de ser eterno...
E a condenam a vagar em uma forma seca, decrepita e maltrapilha....
Isto seria bem diferente de seu pedido inicial...
Atuando como um castigo...
Ana Amélia deria caminhar entre os vivos e os mortos...
Entre o seu jazigo e a seu tão precioso lavabo...

126

Ela faria isto de forma eterna...
Ela viveria entre o balsamo da morte e o jardim da casa de seu pai...
Ela também aproveitar-se-ia de algumas benevolências que foram mais tarde concedidas pelas
duas criaturas...
Ana Amélia poderia ficar novamente jovem por apenas dois dias...
Isto incluiria a sexta-feira e o sábado de uma mesma lua cheia...
Isto dependeria da vaidade e do egoísmo de outras mulheres que desejassem o mesmo pecado
capital que ela teve em seu passado...
As entidades lhe dariam poder sobre estas mulheres...
Ana Amélia poderia retira destas outras mulheres a sua vaidade e a sua juventude...
Permitindo-lhe ficar jovem e bela por dois dias inteiros...
E com permissão de sair do Sitio das carneiras e andar livremente entre os vivos...
E podendo se relacionar emocionalmente com qualquer ser vivente...
Esta dadiva poder-lhe-ia ser concedida através de outras mulheres que visitasse o Sitio das
Carneiras...
Ana Amélia poderia lhes sugar a vitalidade jovial de suas vítimas...
Apossando-se da juventude de cada mulher lavasse o rosto em seu lavabo existente no meio do
jardim da casa...
E desejando ser bonita permitisse ser levada por Ana Amélia...
E todas aquelas mulheres que possuíssem este mesmo desejo...
E que ao lavar o seu rosto frente ao lavabo pertence ao jardim...
Perderia a vida e juventude para Ana Amélia...
E assim várias mulheres eram atraídas até o Jardim do Sitio das Carneiras....
E muitas jovens acabavam perdendo a vida de forma brutal...
O número de mulheres que eram encontradas secas e sem vidas em frente ao lavabo aumentava
a cada lua de sangue que se erguia...
Inúmeras jovens pediam a sua juventude através do beijo apavorante da mulher seca...
Ela geralmente sugava a beleza de suas vítimas através de um longo beijo...
Ana Amélia....
No entanto, nunca mais viu a sua família...
Mas por outro lado consegui o que tanto queria....
A vida eterna....

127

Mas sem a beleza que tanto almejava...
Ana tinha a sua beleza e juventude após os ataques as mulheres no lavabo de seu jardim...
Porem isto durava apenas dois dias....
Um fato que a deixava frustrada e infeliz...
Algo que a fazia perseguir e a matar um número cada vez maior de mulheres...
E assim várias mulheres durante o século XXI perderam as suas vidas no velho lavabo que
existe até hoje no antigo jardim do Sitio das Carneiras...
A Mulher Seca ainda vive nos jardins do Sitio das Carneiras...
Ela ainda assombra a juventude e a beleza de muitas jovens solitárias e egoístas...
Assim como Ana Amélia um dia também foi...

Fim
























“Um grama de ação vale uma tonelada de teoria...”
Friedrich Engels

128

Notas do Autor

Este livro tende a surpreender o comportamento de alguns literatos, primeiro pela arte
contextualizada que aplico, fator que disponibilizou uma corrida pessoal contra o mundo
vigente e contemporâneo de alguns amigos e colegas letrados, que costumeiramente apoiavam
um modo de escrever ditatorial da indústria moderna, sua influência e toda baseada na
lascívia, no erotismo, na construção do pensamento individualista, centrada no eu lírico
competidor, fonte de inspiração e de duras controvérsias. Sobre tudo pesa o forte apego de
suas convivências sociais, entre elas o forte sistema capitalizado do século vinte. Este estilo
de vida baseado no consumo desregrado deixou-lhe muitos traços em sua personalidade,
alguns com um nível altíssimo de peculiaridade. Isso deu um rumo definitivo em toda poesia
aplicada dentro de seu contexto literário, onde o poeta excreta a irracionalidade do sistema em
que vive através da palavra escrita e direcionada. Seus textos exprimem uma completa
neutralização de sua influência caótica. Não é por acaso que algumas de suas alíneas possuem
um exagero em palavras irracionais. A sexualidade permeia a lógica do comportamento
lascivo, construída por outros poetas no passado.

O que se vê de diferente em seus escritos em primeiro plano é a estética rebuscada de seus
poemas. Segundo, que nos redobra a atenção, é como são construídas as estrofes e as rimas de
cada poema. Por último, e talvez a não mais inusitada característica, é de onde este autor
busca as suas inspirações. As principais referências são os utensílios domésticos, objetos de
uso de trabalho industrial, do campo e serviços, histórias da vida sexual de pessoas de seu
convívio, sobre os sentimentos refratários da paixão vista pelo aspecto novo da vida urbana.
Isso nos liga essencialmente ao amor pervertido, pensamentos desordenados advindos da
convivência urbana, além de momentos de muita reflexão após um dia ou várias noites de
bebedeiras em um bar e outro. A importância deste gênero literário possui um diagnóstico
baseado na loucura de seus atos e nas experiências vividas ao longo de seu trajeto.

Rusgat Niccus

129

Memorial

Em memória de um amor
Que ficou no passado
Ao amor de minha vida...

Ainda que este amor não seja
Por mim público como devia o ser
Tanto a mim quanto a ela...

Esteja aqui está declaração
Em seu dignifico nome
Oh! Minha amada bendita...

E mesmo que ainda esteja
No anonimato completo
Meu amor por você Alrac
Ainda continuará no espaço...

Percorrendo o infinito
Como o brilho de bilhões
De estrelas mortas nos céus
Que insistem em te focalizar...

Isto sim meu amor
É apenas amar-te....

Rusgat Niccus

130

Agradecimentos

A todos os meus amigos e colegas que leram este livro antes de sua impressão, que elogiaram
e criticaram as suas entrelinhas, que deram muitas sugestões para sua finalização, as vezes até
compactuaram comigo em recitações ao ar livre na embriaguez da companhia de um bom e
sóbrio vinho.

Dedicado à Cauã Carvalho Abrantes

131

Sobre o Autor

Sua alma no universo imaginativo perambula, seu gosto pelo vinho revitalizar sua emoção
desconhecida, inebria o coração dos mais atarraxados e vulgariza os de sensibilidade escassa,
nascido em São Luís do Maranhão no dia 26 de fevereiro de 1981, sua vida literária foi
marcada sempre pela paixão descomunal que possuía pela arte teatral, musical,
cinematografia, artes plásticas e história geral da humanidade, isso talvez explique sua
fascinação eterna e magnética que este escritor tem pelos livros, desde muito novo teve amor
pela escrita, ainda completamente apaixonado por esta arte se propôs inicialmente a escrever
peças teatrais, pensamentos soltos, crônicas e por último poesias, esta, no entanto é a sua
grande e essencial maior paixão de sua vida...

Este livro que ousei chamar de “Vinte e Um Contos e Lendas Culturais e Folclóricas para
serem Contadas em Acampamentos antes de Dormir - Um Conto e uma Lenda para cada
Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis” apenas resumisse como as poesias
podem tomar um lugar ímpar de destaque diante da escrita, posso concluir que este livro, tem
seus escritos grafados literalmente sobre pensamentos em branco, igualmente parecidos com
as folhas de papel que raramente rabisco, a primavera e o outono na sua completa Repetição
de flores e frio, me possibilitou fazer as minhas poesias intercaladas dentro de suas
harmonias, foram àquelas flores sobre a chuva que me deram a inspiração que eu tanto queria;
esta é a minha terceira obra prima, expressa em um livro quase ambíguo, sem dúvida ouso e
dizer que ele é muito romântico, de frases inteligentes, conflituoso, lascivo e encantador, mais
ao mesmo tempo possui características tempestuosas e muito tenebrosas, os papeis em branco
ai tingidos sobre cacos de vidros e a cinzas de um forno velho, não me deixam desconfortável,
porém fica ao cargo do leitor colori-los com as suas interpretações contextuais, não se
admirem caso vocês amigos leitores, se por acaso alguns de vos, encontrar seus pedaços
sentimentais nas entrelinhas desta vida de papel, escondidas por entre as orelhas deste livro,
colidindo com a forma e o pensar de alguns, por favor não se aflija, apenas goze o ato de lê-
lo, consumam meus pensamentos como a quem bebe vinho, aconselho que se deve manter o
estado de embriaguez lírico de seus corpos, os que se entendem em envolvimentos tenaz,
calem-se em seu sono febril, neste caso caros amigos antes que se embriaguem com o que vão
ler bebam um bom e velho vinho primeiro, depois divirtam-se.


Roosevelt F Abrantes

132

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“Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer coisa, viver é sofrer e sobreviver é encontrar um significado no
sofrimento, o que não me faz morrer me torna mais forte...”
Friedrich Nietzsche