Ícone (escala de correspondência: primeiridade, sintaxe, qualissigno, possibilidade) – é um representame
que, em virtude de qualidades próprias, se qualifica em relação a um objeto, representando-o por traços
de semelhança ou analogia, e de tal modo que novos aspectos, verdades ou propriedades relativos ao
objeto podem ser descobertos ou revelados. Há ícones degenerados, representames icônicos, que
Peirce denomina hipoícones, classificando-os em três tipos: Imagens, Diagramas e Metáforas.
Índice (escala de correspondência: secundidade, semântica, sinsigno, existente) – signo que se refere ao
Objeto designado em virtude de ser realmente afetado por ele. Tendo alguma qualidade em comum com
o objeto, envolve também uma espécie de ícone, mas é o fato de sua ligação direta com o objeto que o
caracteriza como índice, e não os traços de semelhança. Há ícones degenerados, já convencionalizados:
um nome próprio, um pronome pessoal.
Símbolo (escala de correspondência: terceiridade, nível pragmático, legissigno, lei ou pensamento) –
signo que se refere ao Objeto em virtude de uma convenção, lei ou associação geral de idéias. Atua por
meio de réplicas. Implica idéia geral. Envolve um índice, embora de natureza peculiar, como foi
observado acima a respeito do sinsigno. A palavra é o símbolo por excelência.
(2004, p. 52 – 53)
No “vértice-do-interpretante”, o signo (em relação ao seu interpretante), pode o signo dividir-se em:
Rema, Dicissigno e Argumento.
Rema (escala de correspondência: primeiridade, sintaxe, qualissigno, ícone, possibilidade) – signo, para
o seu interpretante, de uma possibilidade qualitativa; termo ou função proposicional que representa tal ou
qual espécie de objeto possível, destituída da pretensão de ser realmente afetada pelo objeto ou lei à
qual se refere.
Dicissigno ou Signo Dicente (escala de correspondência: secundidade, semântica, sinsigno, índice,
existente) – signo, para seu interpretante – de existência real. É uma proposição ou quase-proposição
envolvendo um Rema.
Argumento (escala de correspondência: terceiridade, nível pragmático, legissigno, símbolo, lei) Signo –
para seu interpretante – de uma lei, de um enunciado,de uma proposição-enquanto-signo. Ou seja, o
objeto de um Argumento, para o seu interpretante, é representado em seu caráter de signo; esse objeto é
uma lei geral ou tipo. Envolve um Dicissigno. (2004. p. 54)
1ª CLASSE
Quali-signo Icônico Remático
Peirce explica:
É uma qualidade qualquer, na medida em que é um signo. Dado que uma qualidade é tudo aquilo que
positivamente é em si mesma, uma qualidade só pode denotar um objeto por meio de algum ingrediente
ou similaridade comum, de tal forma que um Qualissigno é necessariamente um Ícone. Além disso, como
uma qualidade é uma simples possibilidade lógica, só pode ser interpretada como um signo de essência,
ou seja, um Rema. (1962, p. 105)
Como exemplos, podemos citar:
n Uma pintura abstrata considerando a sua qualidade primeira – Sensação - (cores, luminosidade,
textura), sem tentarmos interpretar (nivel da Primeiridade).
n Lúcia Santaella cita ainda uma tela de cinema que, durante alguns instantes, é uma cor vermelha forte
e luminosa, como no filme “Gritos e Sussuros” de Bergman (2003, p.63).
Podemos concluir que é a qualidade apenas que funciona como signo, que se dirige a alguém e produz
na mente alguma coisa como uma sensação. Santaella complementa:
Um rema é um signo que é interpretado por seu interpretante final como representando alguma qualidade
que poderia ser encarnada em algum objeto possivelmente existente. É assim que o quali-signo é
compreendido no interpretante final, como presença de um signo de uma qualidade que poderia estar
corporificada em alguma ocorrência ou alguma entidade apenas possível. Na lógica, o rema corresponde
ao que Bertrand Russel chamava de função proposicional. Por exemplo: ‘... é preto’, ‘... é um cavalo’, ‘... é
guerra ou paz’. (1995, p. 188).