Na prática
No estudo, 10.259 pessoas foram sorteadas para receber o imunizante, enquanto outras 5.947
receberam um composto inócuo (placebo). Os testes aconteceram entre fevereiro de 2016 e julho de 2019, e
foram consideradas análises feitas até 13 de julho de 2021, resultando em uma média de 3,7 anos de
acompanhamento.
Nesse período, o risco de dengue sintomática foi maior no grupo que recebeu placebo do que nos
vacinados. A eficácia da vacina contra dengue grave foi de 89% –ou seja, quase todos aqueles efetivamente
imunizados não desenvolveram a forma grave da doença.
Produzida com uma versão atenuada das quatro variedades (sorotipos) do vírus da dengue, a
Butantan-DV ofereceu proteção média de 64,6% dos 2 aos 6 anos de idade, de 70,6% dos 7 aos 17 anos, e
de 72,8% dos 18 aos 59 anos, sendo sua eficácia geral de 75,8% contra o sorotipo da dengue tipo 1 e de
59,7% contra o 2.
“Diferentemente do que foi observado em outros estudos de vacinas contra a dengue após um
acompanhamento prolongado, não foram detectadas preocupações adicionais de segurança“, informou o
Instituto Butantan. “A Butantan-DV se manteve segura para toda a faixa etária de 2 a 59 anos, tanto para
quem tinha histórico de infecção prévia como para aqueles que nunca tiveram contato com o vírus.”
Os dados foram submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela
aprovação de medicamentos e alimentos no país, e o pedido de registro do imunizante já foi solicitado. Agora,
está em curso o processo de escalonamento de produção e de avaliação da qualidade do imunizante. Se tudo
der certo, a aprovação da Anvisa pode sair na primeira metade do próximo ano.
Em janeiro, o Ministério da Saúde incorporou o primeiro imunizante contra a dengue ao Sistema
Único de Saúde (SUS), destinado a jovens de 10 a 14 anos, a Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês
Takeda.
(IPEA, 2024)
Veja no livro!Veja no livro!Atividade 1