ELETROCARDIOGRAMA ELETROCARDIOGRAMA
NORMALNORMAL
Curso de ECGCurso de ECG
Prof. Márcio LandimProf. Márcio Landim
HISTÓRICOHISTÓRICO
1887 – Wallen (aplicada em coração humano)- fez um registro direto 1887 – Wallen (aplicada em coração humano)- fez um registro direto
dos potenciais cardíacosdos potenciais cardíacos
1901 – Einthoven – galvanômetro e autor do triângulo –forneceu um 1901 – Einthoven – galvanômetro e autor do triângulo –forneceu um
método seguro e direto para o registro da atividade elétrica do método seguro e direto para o registro da atividade elétrica do
coração coração
1925 – Sr. Thomas Lewis ampliou o uso do galvanômetro1925 – Sr. Thomas Lewis ampliou o uso do galvanômetro
1930 – Wilson – Eletrocardiografia científica como usada até 1930 – Wilson – Eletrocardiografia científica como usada até
atualmenteatualmente..
Características do método:Características do método:
simples realização simples realização
ReprodutívelReprodutível
seguroseguro
baixo custo.baixo custo.
ECGECG
Método auxiliar para diagnostico das doenças cardíacasMétodo auxiliar para diagnostico das doenças cardíacas
Reflete alterações primárias ou secundárias aos processos do miocárdio:Reflete alterações primárias ou secundárias aos processos do miocárdio:
–doenças das artérias coronáriasdoenças das artérias coronárias
– hipertensão arterialhipertensão arterial
– cardiomiopatiascardiomiopatias
–Distúrbio do ritmoDistúrbio do ritmo
–Sobrecargas de câmaras Sobrecargas de câmaras
–Doenças metabólicas e alterações eletrolíticasDoenças metabólicas e alterações eletrolíticas
–efeitos tóxicos ou terapêuticos das drogas e próteses.efeitos tóxicos ou terapêuticos das drogas e próteses.
ECGECG
Indicações: Indicações:
Avaliação pré-operatóriaAvaliação pré-operatória
Pacientes CardiopatasPacientes Cardiopatas
Pacientes com suspeita de doença cardíaca na Pacientes com suspeita de doença cardíaca na
avaliação clinica.avaliação clinica.
Propriedades Fisiológicas das Células MiocárdicasPropriedades Fisiológicas das Células Miocárdicas
AutomaticidadeAutomaticidade
ExcitabilidadeExcitabilidade
CondutividadeCondutividade
ContratilidadeContratilidade
Vetores da despolarização Vetores da despolarização
ventricularventricular
CICLO DESPOLARIZAÇÃO CICLO DESPOLARIZAÇÃO -- REPOLARIZAÇÃO REPOLARIZAÇÃO
FASES DO POTENCIAL DE AÇÃOFASES DO POTENCIAL DE AÇÃO
Fase 0Fase 0: despolarização rápida: despolarização rápida
Entrada rápida de Na para o interior da célula.Entrada rápida de Na para o interior da célula.
Fase 1Fase 1 –início da repolarização –início da repolarização
Entrada lenta de NaEntrada lenta de Na
Fase 2Fase 2 – Platô : entrada de cálcio e saída de K – Platô : entrada de cálcio e saída de K
Fase 3Fase 3 – Saída rápida de K . – Saída rápida de K .
Fase 4Fase 4 - Repouso elétrico - saída de Na e entrada de K – - Repouso elétrico - saída de Na e entrada de K –
através da Bomba de Na e Katravés da Bomba de Na e K
Potencial de açãoPotencial de ação
Potencial de açãoPotencial de ação
Sistema elétrico do coraçãoSistema elétrico do coração
nó sinusalnó sinusalfeixes internodaisfeixes internodaisjunçao AVjunçao AVfeixe de His e feixe de His e
ramosramosrede de prkingerede de prkingeendocárdioendocárdio
NSNS
Derivações Derivações
São Locais padronizados para se colocar os São Locais padronizados para se colocar os
eletrodos / é uma linha que une dois pontos de eletrodos / é uma linha que une dois pontos de
potenciais elétricos diferentes.potenciais elétricos diferentes.
O ECG compõe-se de 12 derivações, seis nos membros e O ECG compõe-se de 12 derivações, seis nos membros e
seis precordiais. seis precordiais.
2 planos elétricos : Frontal e Horizontal2 planos elétricos : Frontal e Horizontal
1. Plano frontal:1. Plano frontal:
Bipolares ou clássicas Bipolares ou clássicas
DI, DII, DIIIDI, DII, DIII
UnipolaresUnipolares
aVL, aVF, aVRaVL, aVF, aVR
2. Plano Horizontal:2. Plano Horizontal:
Precordiais Precordiais
V1,V2, V3, V4, V5, V6V1,V2, V3, V4, V5, V6
Lei de EinthovenLei de Einthoven
Terminal Central de WilsonTerminal Central de Wilson
TC
R L
F
Goldberger –
Derivações
unipolares dos
membros aumentadas
(aVR, aVL, aVF)
Derivações perifericas -bipolaresDerivações perifericas -bipolares
Clássicas ou de EinthovenClássicas ou de Einthoven
DI, DII, DIIIDI, DII, DIII
DIDI
+ braço esq. - braço dir.+ braço esq. - braço dir.
DIIDII
+ perna esq. - braço dir.+ perna esq. - braço dir.
DIIIDIII
+ perna esq. - braço esq.+ perna esq. - braço esq.
Derivações periféricas -unipolaresDerivações periféricas -unipolares
Diferença de potencial de um dos membros (braço dir., Diferença de potencial de um dos membros (braço dir.,
braço esq. e perna esq.) e um ponto (próximo de neutro) braço esq. e perna esq.) e um ponto (próximo de neutro)
localizado no aparelho:localizado no aparelho:
aVRaVR - braço dir. - braço dir.
aVLaVL- braço esq.- braço esq.
aVFaVF- perna esq.- perna esq.
Derivações precordiaisDerivações precordiais
V1V1: 4° espç. intercostal, à dir. do esterno: 4° espç. intercostal, à dir. do esterno
V2V2: 4° espç. intercostal, à esq. do esterno : 4° espç. intercostal, à esq. do esterno
V3V3: A meio caminho entre V2 e V4 : A meio caminho entre V2 e V4
V4V4: 5° espç. intercostal esq., na linha clavicular média : 5° espç. intercostal esq., na linha clavicular média
V5V5: 5° espç. intercostal esq., na linha axilar anterior : 5° espç. intercostal esq., na linha axilar anterior
V6V6: 5° espç. intercostal esq., na linha axilar média : 5° espç. intercostal esq., na linha axilar média
Registro do ECGRegistro do ECG
Traçado do ECG em Papel quadriculadoTraçado do ECG em Papel quadriculado
A uma velocidade de 2,5 cm/s.A uma velocidade de 2,5 cm/s.
O papel é milimetrado, sendo 1mm a distância entres dois O papel é milimetrado, sendo 1mm a distância entres dois
traços horizontais ou verticais. A cada 5 traços a linha é traços horizontais ou verticais. A cada 5 traços a linha é
mais forte tanto horizontal como verticalmentemais forte tanto horizontal como verticalmente
Horizontal = tempo:Horizontal = tempo:
–cada milímetro no papel = 0,04 s. cada milímetro no papel = 0,04 s.
–cada 0,5 cm no papel = 0,20 s.cada 0,5 cm no papel = 0,20 s.
Vertical = voltagemVertical = voltagem
–1 cm = 1mV 1 cm = 1mV
ECG normalECG normal
Ondas características (P, Q, R, S e T) as quais Ondas características (P, Q, R, S e T) as quais
correspondem a eventos elétricos da ativação do correspondem a eventos elétricos da ativação do
miocárdio.miocárdio.
Onda P = despolarização atrialOnda P = despolarização atrial
Complexo QRS = despolarização ventricular Complexo QRS = despolarização ventricular
Onda T = repolarização dos ventrículosOnda T = repolarização dos ventrículos
ECG NORMALECG NORMAL
Pontos importantes a serem Pontos importantes a serem
observados no ECG:observados no ECG:
1.1.Determinar o ritmo;Determinar o ritmo;
2.2.Determinar a freqüência;Determinar a freqüência;
3.3.Determinar o eixoDeterminar o eixo
4.4.Avaliar a onda P;Avaliar a onda P;
5.5.Medir o intervalo PRMedir o intervalo PR;;
6.6.Determinar a duração e aspecto do QRS;Determinar a duração e aspecto do QRS;
7.7.Examinar as ondas TExaminar as ondas T;;
8.8.Medir o intervalo QT;Medir o intervalo QT;
9.9.Verificar a presença de batimentos ectópicos e Verificar a presença de batimentos ectópicos e
outras anormalidades.outras anormalidades.
Eletrocardiograma - Análise Ritmo SinusalEletrocardiograma - Análise Ritmo Sinusal
O ritmo sinusal O ritmo sinusal
consta de três consta de três
eventos P, QRS e T e eventos P, QRS e T e
a onda P vem a onda P vem
obrigatoriamente obrigatoriamente
antes do complexo antes do complexo
QRS.QRS.
Determinar a freqüência cardíacaDeterminar a freqüência cardíaca
FC: FC:
–normal: entre 50 e 100 bpmnormal: entre 50 e 100 bpm
–Bradicardia sinusal: abaixo de 50 bpmBradicardia sinusal: abaixo de 50 bpm
–Taquicardia sinusal: acima de 100 bpmTaquicardia sinusal: acima de 100 bpm
CALCULO DA FREQUENCIA CALCULO DA FREQUENCIA
Regra do 300: Dividir 300 pelo número de 5 quadrados ( que Regra do 300: Dividir 300 pelo número de 5 quadrados ( que
perfazem 0,20 s) que contém o intervalo RRperfazem 0,20 s) que contém o intervalo RR
Regra dos 1500: Dividir 1500 pelo número de quadrados menores Regra dos 1500: Dividir 1500 pelo número de quadrados menores
( unidade menor que contém o intervalo RR)( unidade menor que contém o intervalo RR)
A partir de uma onda R que coincida com uma linha escura, conte: A partir de uma onda R que coincida com uma linha escura, conte:
300, 150, 100, 75, 60, 50 para cada linha escura, até a próxima onda 300, 150, 100, 75, 60, 50 para cada linha escura, até a próxima onda
RR
Determinar o eixo elétricoDeterminar o eixo elétrico
Determinação do Eixo Elétrico do QRSDeterminação do Eixo Elétrico do QRS
D1
aVF
D1 D1
D1
D1
D1
D1
aVF
aVF
aVF
aVFaVF
aVF
HEINISCH, RH
D1
D2
D3
aVF
aVR
aVL
O
o
+90
o
- 90
o
- 60
o
- 30
o
+30
o
+60
o
+120
o
+150
o
HEINISCH, RH
- 150
Se D1 é positivo
QRS isodifásico em D2 = eixo -30 graus
QRS isodifásico em D3 = eixo +30 gaus
QRS isodifásico em aVR = eixo -60graus
QRS isodifásico em aVL = eixo +60graus
QRS isodifásico em aVF = eixo 0grau
Se D1 é negativo:
QRS isso em D2 = eixo +150graus
QRS isso em aVR = eixo +120graus
Eixo Elétrico de QRSEixo Elétrico de QRS
Se D1 é positivoSe D1 é positivo
QRS isodifásico em D2 = eixo -30 grausQRS isodifásico em D2 = eixo -30 graus
QRS isodifásico em D3 = eixo +30 gausQRS isodifásico em D3 = eixo +30 gaus
QRS isodifásico em aVR = eixo -60grausQRS isodifásico em aVR = eixo -60graus
QRS isodifásico em aVL = eixo +60grausQRS isodifásico em aVL = eixo +60graus
QRS isodifásico em aVF = eixo 0grauQRS isodifásico em aVF = eixo 0grau
Se D1 é negativoSe D1 é negativo::
QRS isso em D2 = eixo +150grausQRS isso em D2 = eixo +150graus
QRS isso em aVR = eixo +120grausQRS isso em aVR = eixo +120graus
Eventos do ECG: Onda PEventos do ECG: Onda P
Despolarização dos átriosDespolarização dos átrios
Amplitude maxima: 0.25 mV. Amplitude maxima: 0.25 mV.
Tamanho Normal: Tamanho Normal:
–altura 2,5mmaltura 2,5mm
–comprimento 3,0mm comprimento 3,0mm
Hipertrofia atrial gera aumento da onda PHipertrofia atrial gera aumento da onda P
Arritmia não sinusal = ausência da onda PArritmia não sinusal = ausência da onda P
Onda “P” Onda “P” Amplitude;Duração;FormaAmplitude;Duração;Forma
Onda “P” Onda “P”
A onda “P” deve ser A onda “P” deve ser
arredondada,monofáarredondada,monofá
sica ou difásica, a sica ou difásica, a
fase positiva maior fase positiva maior
do que a negativa. do que a negativa.
A onda “P” é A onda “P” é
obrigatoriamente obrigatoriamente
positiva em D1, D2 e positiva em D1, D2 e
AVF; e AVF; e
obrigatoriamente obrigatoriamente
negativa em AVR.negativa em AVR.
Intervalo P-RIntervalo P-R
Intervalo PRIntervalo PR
Entre o início da onda P e início do complexo QRS.Entre o início da onda P e início do complexo QRS.
Indica a velocidade de condução entre os átrios e os Indica a velocidade de condução entre os átrios e os
ventrículos ventrículos
Tempo de condução do impulso elétrico desde o nódo sinusal Tempo de condução do impulso elétrico desde o nódo sinusal
até aos ventrículos.até aos ventrículos.
O Segmento P-RO Segmento P-R
Onda “Q”Onda “Q”
Profundidade - Deve Profundidade - Deve
ser em torno de 3 ser em torno de 3
mm ou no máximo mm ou no máximo
1/3 da amplitude do 1/3 da amplitude do
complexo do “QRS.complexo do “QRS.
Duração – Deve se Duração – Deve se
em torno de 0,03 seg.em torno de 0,03 seg.
OBS.: Em algumas OBS.: Em algumas
derivações esses derivações esses
valores podem ser valores podem ser
ultrapassados (AVR, ultrapassados (AVR,
AVL e D3).AVL e D3).
Complexo QRSComplexo QRS
Complexo QRSComplexo QRS
Despolarização ventricularDespolarização ventricular
É maior que a onda P pois a massa muscular dos É maior que a onda P pois a massa muscular dos
ventrículos é > que a dos átriosventrículos é > que a dos átrios
Anormalidades no sistema de condução geram complexos Anormalidades no sistema de condução geram complexos
QRS alargados.QRS alargados.
Complexo QRS FormaComplexo QRS Forma
Complexo do “QRS” AmplitudeComplexo do “QRS” Amplitude
Baixa Voltagem: Se em nenhuma das derivações se Baixa Voltagem: Se em nenhuma das derivações se
registra, pelo menos uma deflexão, positiva ou registra, pelo menos uma deflexão, positiva ou
negativa, maior que 5mm e no plano horizontal ela negativa, maior que 5mm e no plano horizontal ela
será aceita se a maior deflexão não ultrapassar será aceita se a maior deflexão não ultrapassar
8mm;8mm;
Não há critérios universalmente aceito de alta Não há critérios universalmente aceito de alta
voltagem. voltagem.
Segmento “ST”Segmento “ST”
Onda TOnda T
Repolarização ventricularRepolarização ventricular
Normalmente é perpendicular e arredondadaNormalmente é perpendicular e arredondada
Inversão da onda T indica processo isquêmicoInversão da onda T indica processo isquêmico
Onda “T”Onda “T”
FormaForma
Assimétrica: seu ramo ascendente é lento e Assimétrica: seu ramo ascendente é lento e
seu ramo descendente é rápido.seu ramo descendente é rápido.
OBS.: Quando for negativa sem patologia ela OBS.: Quando for negativa sem patologia ela
deve continuar sendo assimétrica.deve continuar sendo assimétrica.
Onda “T”Onda “T”
A onda “T” é obrigatoriamente positiva em D1, D2 e A onda “T” é obrigatoriamente positiva em D1, D2 e
AVF, obrigatoriamente negativa em ARV e variável em AVF, obrigatoriamente negativa em ARV e variável em
D3 e AVL;D3 e AVL;
É obrigatoriamente positiva em V5 e V6, mas pode É obrigatoriamente positiva em V5 e V6, mas pode
ser difásica e até negativa em V3 e V4 e ser difásica e até negativa em V3 e V4 e
extremamente variável em V1 e V2.extremamente variável em V1 e V2.
Onda “T”Onda “T”
FormaForma
Intervalo “QT”Intervalo “QT”
Mede-se do inicio do “QRS” ate o final da Mede-se do inicio do “QRS” ate o final da
onda “T”.onda “T”.
ECG medidasECG medidas
Onda P: 0,08 a 0,10sOnda P: 0,08 a 0,10s
Intervalo PR: 0,12 a 0,20sIntervalo PR: 0,12 a 0,20s
QRS: 0,08 a 0.11sQRS: 0,08 a 0.11s
Intervalo QT: 0,34 a 0,44s.Intervalo QT: 0,34 a 0,44s.