Conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana , referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração . As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.
Principais autores: Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como “Espumas Flutuantes” e “Navio Negreiro”. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos.
Joaquim de Sousa Andrade (1833-1902) Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Alcântara, Maranhão. Formou-se em Letras pela Sorbonne. Depois faz o curso de Engenharia. Em 1870, conheceu várias repúblicas latinoamericanas . A partir de 1871, fixou residência em Nova Iorque, onde mandou imprimir suas Obras poéticas . Em 1884, lançou a versão definitiva de seu O Guesa Errante , obra radical e renovadora. Morreu abandonado e com fama de louco.
Obras de Souzândrade Poesia Harpas Selvagens, 1857 O Guesa Errante, 1866 Novo Èden , 1893
O Guesa Errante O sol ao pôr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluços Desmaia o céu d'estrelas arenoso E o lago anila seus lençóis d'espelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o céu, brando o ar pureza E as vias-lácteas sendas odorantes Alvas, tão alvas!... Sonoros mares, a onda d'esmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar.
Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871 Nasceu na fazenda Cabaceiras , a sete léguas da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia . Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro . Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro” . A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.
Obras de Castro Alves Poesia Navio Negreiro, 1868 Espumas Flutuantes, 1870 A Cachoeira de Paulo Afonso, 1976 Os Escravos, 1883 Hinos do Equador, em edição se suas Obras Completas (1921) Tragédia no Mar Teatro Gonzaga ou a Revolução de Minas, 1875
Navio Negreiro VI Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo! Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares!