2
pequeno, segue cochilando, enquanto Seu Coração Divino vela sobre nós e enquanto, sobre seu Berço-
Sacrário vela a Rainha de Seus amores, a Virgem Maria.
(Pausa)
As almas - Oh, sim, Jesus - Eucaristia, ao lado do dourado cibório que Vos aprisiona está vossa Mãe;
Ela Vos nos presenteia nesta Hóstia Sacrossanta! Louvai-A, Senhor, em nosso nome.
Vós Lhe deveis o ter podido realizar o Vosso anseio de encontrar Vossas delícias entre os filhos dos
homens. Cantai-Lhe com os anjos de Vosso Santuário, engrandecei-A com os anjos de Vosso Paraíso,
glorificai-A, com os filhos, com os desterrados que A chamam sua Mãe, gemendo neste vale de lágrimas. Ah!
Em obséquio a Ela, a quem não podeis negar nada, dai-nos, Senhor, o reinado de vosso Coração em Vossa
Santa Eucaristia. Não queirais permitir que fiquem defraudadas Vossas esperanças e as de Vossa Mãe,
sempre onipotente na causa de Vossa glória.
(Lenta e pausadamente)
Jesus Sacramentado, entre os afligidos, como um consolo, naquele Pão consagrado de cada dia, que
nos dá a Rainha das Dores.
Reinai, Jesus Sacramentado, entre os meninos, como uma proteção de inocência perfeita e de
sinceridade, mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a Rainha das Virgens.
Reinai, Jesus Sacramentado, entre os pobres e desamparados, como um alento em tantas penalidades,
mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a humilde Rainha dos pastores de Belém.
Reinai, Jesus Sacramentado, entre os sacerdotes, como um fogo em amor de santidade e zelo,
mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a Rainha dos Apóstolos.
Reinai, Jesus Sacramentado, nos lares, como virtude de fé vivíssima nas almas dos pais e os filhos,
mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a Rainha do Éden de Nazaré.
Reinai, Jesus Sacramentado, no Episcopado, em Vosso Vigário, em Vossa Igreja, com um Pentecostes
de caridade abrasadora, mediante aquele Pão consagrado de cada dia, que nos dá a Rainha onipotente do
Cenáculo.
Jesus amabilíssimo e adorável do Belém dos Sacrários, pagai os desvelos, os ósculos de ternura, os
abraços, as lágrimas de Vossa Mãe, Seus êxtases de amor junto a Vosso berço, coroando a Maria Imaculada,
com as glórias e os triunfos de Vosso Coração Sacrossanto.
(Pausa)
Queixas de Maria - A voz dolorida é a de uma Mãe cruelmente ferida, que pede compaixão aos filhos
fiéis, pela decepção dos outros, dos pródigos, que no mesmo lar, oprimem com amarguras seu Coração
Santíssimo.
A história de Jesus de Nazaré não é história antiga; é, hoje em dia, uma triste história de dores que
cercam ao Filho e a Sua Mãe cercados de agudíssimos espinhos.
Que nos fale a Virgem Dolorosa:
“Uma terra estranha, uma terra de gentis, de inimigos, brindou um asilo a meu Filho Deus lá no Egito. O
deserto mitigou seus ardores e seus oásis tiveram mananciais e refrigérios que nos negaram os ingratos, os
preferidos nazarenos... Ai, como feriu o Coração de Vosso Deus esse desdém de soberba, essa inveja
inflamada dos de Sua própria casa! Aí onde deveriam aclamá-lO batendo palmas, tramaram com ira contra
Ele, e procuraram pedras para ultimá-lO, e um horrendo abismo para precipitá-lO com Sua glória... Choramos
juntos, Jesus e Maria, os desvios dos nossos, o desprezo altivo e injurioso daquela Nazaré de tantos e de tão
suavíssimas recordações... A solidão nos fez silenciosa companhia. E o ódio nos teceu, nesse terreno de
ternuras, nossa primeira coroa de espinhos... Aí onde eu, Sua Mãe, contemplei-Lhe, Menino e adolescente, aí
onde cantei Sua formosura divina, a coro com os anjos, vi-O amaldiçoado, e tive de chorar o desconhecimento
com que Nazaré recusou ao manso Redentor... Ai! Sua pena e a Minha se afundavam, pensando nas idades
por vir, prevendo que tantos filhos azarados, que tantos cristãos soberbos e renegados, desconheceriam a sua
voz, no seio mesmo de Israel e da Igreja, a lei de graça e a verdade do Senhor Jesus. Oh, sim! Viu-os fugindo
do cercado do Pastor, longe e esquecidos do lar do Pai celestial... Vós, filhos meus, porque sois os irmãos
menores de Jesus, meu Primogênito, e que viestes em procura de Seu Coração Divino, consolai-O em seu
desamparo... Tomai Meu amor, Minhas finezas e Meus sacrifícios e ponde-vos na ara do altar, como um
holocausto de reparação cumprida. Vossa Rainha vos pede para Ele uma íntima prece... Eu, a Imaculada, a
Virgem-Mãe, quero repetí-la convosco...”.
(Digamo-la em união com Maria)
As almas - Jesus de Nazaré, retornai e ficai encadeado, como Rei, entre nós! Não cedais, mil vezes
não, ao clamor de um mundo mau, que Vos arroja e Vos fere com desprezo de altivez satânica.
Retornai e ficai encadeado, como Rei, entre nós.
São muitos, Senhor, os que amaldiçoam Vosso nome e negam Vosso Evangelho; mas, vede, estamos
tão resolvidos, somos tão Vossos os que Vos suplicamos, que não Vos vades jamais, jamais, de nosso lado;
retornai, pois, e ficai encadeado, como Rei, entre nós.
Que faria o mundo sem Vós, que sois sua paz; sem Vós, que sois seu céu? Que faria, senão gemer
entre correntes por ter Vos desterrado, sendo Vós sua liberdade?... Os desgraçados que assim puderam Vos