Região Nordeste - Economia clima relevo vegetação sub-regiões
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Language: pt
Added: Jul 08, 2017
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Região Nordeste Unidade 6 Tema1 Geografia Professora Christie
Aspectos Gerais A Região Nordeste do território brasileiro é composta por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Tema1
Climas Na região nordeste, predominam quatro tipos de clima: Tropical Úmido ou Tropical Litorâneo (predominante em toda a Zona da Mata). Tropical Semiárido (predominante na porção central do Nordeste brasileiro) Tropical (predominante em grande parte do Maranhão, do Piauí, do Ceará e da Bahia). Equatorial úmido (Predomina numa faixa estreita no estado do Maranhão, na fronteira com o estado do Pará, na Região Norte) Tema1
O clima tropical semiárido A presença do clima semiárido no Nordeste é explicado: Pela circulação atmosférica . Massas de ar úmidas que se dirigem a essa região perdem umidade ao longo do trajeto e, quando chegam, apresentam características de massas de ar secas. Pela presença do Planalto da Borborema, que funciona como barreira natural às massas de ar carregadas de umidade que chegam do Oceano Atlântico. Ao encontrar a barreira do Borborema, as massas se elevam e se resfriam. Isso provoca sua condensação e favorece a ocorrência de chuvas, denominadas chuvas orográficas . Tema1
Relevo O relevo da Região Nordeste é formado por planaltos (Borborema e Nordestino), depressões (Sertaneja e do São Francisco) e planícies costeiras que, associadas aos climas e solos da região, resultam na formação de espécies vegetais específicas. Tema1
Relevo Tema1
Vegetação Em locais mais úmidos há ocorrências da Mata Atlântica. A caatinga, que apresenta plantas com aspecto retorcido, além de cactos e plantas espinhosas, típica das áreas de clima tropical semiárido. Em locais que ocorre o clima tropical, como no centro-oeste da região, é encontrado o Cerrado. No extremo oeste da região Nordeste, onde o clima é o equatorial, a vegetação encontrada é a floresta Amazônica, além da ocorrência de Mata dos Cocais. Tema1
Hidrografia A região nordeste do Brasil apresenta uma certa escassez quando é assunto é recursos hídricos. As bacias hidrográficas do Nordeste correspondem apenas a 18% do total das bacias brasileiras. Os rios que não apresentam águas superficiais ao longo de todo o ano são chamados de rios intermitentes (ou temporários) . É o caso da maioria dos rios nordestinos. Das bacias hidrográficas do território nordestino, destacam-se as dos rios Parnaíba e São Francisco, ambos perenes . Além dos rios, a população do Nordeste conta com as águas subterrâneas, obtidas por meio de poços artesianos. Tema1
Tema1
Rio São Francisco O Rio São Francisco, popularmente conhecido por “Velho Chico”, possui o maior volume de águas e é o mais importante rio do Nordeste. É perene porque a localização de suas principais nascentes estão na Serra da Canastra, em MG, onde há elevados volumes pluviométricos. Ele atravessa os estados de MG, BA, PE, SE e AL. É utilizado pela população ribeirinha na pesca e na agricultura, para produção de energia elétrica, no transporte de cargas e em projetos de irrigação. Tema1
O Nordeste na atualidade Esta região apresenta expressivo crescimento econômico nos últimos anos, principalmente com a instalação de indústrias. Muitas indústrias deixaram a região Sudeste e se instalaram no Nordeste em busca de benefícios fiscais. Os investimentos em infraestrutura e os programas de combate à miséria do governo federal incrementaram o desenvolvimento da região. A industrialização se concentra nas áreas próximas às capitais, que se tornam cada vez mais atrativas, resultando no aumento da população e da urbanização. A região Nordeste é a segunda maior do Brasil em produção de petróleo. No estado da Bahia está instalado o Polo Petroquímico de Camaçari, um dos mais importantes do país. Tema2
Passado colonial: ocupação e organização do espaço nordestino Conhecida pelas suas desigualdades sociais, a região Nordeste chegou a ser a área mais importante e valorizada do território brasileiro nos primeiros séculos de colonização O passado colonial deixou marcas no espaço nordestino que permanecem nas paisagens de cidades como Recife e Salvador, assim como na existência de latifúndios, canaviais e usinas produtoras de açúcar. A fundação de vilas e cidades se deu, inicialmente, ao longo do litoral. Vila de Santo Antônio – Litoral Norte da BA Tema2
No século XVI, a economia açucareira norteou outras atividades, como a criação de gado, sendo que esta atividade acabou por se expandir para áreas do sertão, constituindo a base de sua economia. Os bois eram inicialmente usados nos engenhos como animais de tração e de transporte da cana-de-açúcar, e também no fornecimento de carne e couro. Posteriormente, esses animais passaram a ser criados em áreas descampadas e distantes do litoral, onde as condições do clima e do solo não eram favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar. Tema2
Alguns aspectos socioeconômicos da organização do espaço: formação de latifúndios (grandes áreas destinadas à plantação da cana-de-açúcar); desenvolvimento de monocultura de cana-de-açúcar; trabalho escravo com pessoas trazidas da África. Tema2
Atividades econômicas O desenvolvimento econômico depende, entre outros fatores, na implantação de infraestruturas como estradas, portos, aeroportos. Nas últimas décadas, a região Nordeste recebeu muitos investimentos em obras de infraestrutura. A região também modernizou sua agricultura e seu parque industrial. Na agricultura, a Região Nordeste também se modernizou e hoje conta com importantes áreas de produção agrícola irrigada, voltadas, principalmente, ao mercado de exportação de frutas tropicais. Camaçari - BA Em 2013, todos os estados do Nordeste tiveram crescimento econômico acima da média nacional. Em consequência, as empresas têm enfrentado dificuldade para encontrar mão de obra especializada. Tema2
Serviços Algumas regiões metropolitanas do Nordeste (de São Luís, Fortaleza, Natal, Recife, Maceió e Salvador) concentram atividades de serviços e de comércio. Entretanto, cada vez mais cresce a importância de municípios localizados fora delas. O turismo e os serviços relacionados são importantes por para a economia da região. A região é rica em manifestações culturais, como as festas populares nas quais se destacam, principalmente, o Carnaval e o São João. Tema2
Áreas de dinamismo econômico O litoral da região é a área mais industrializada e com maior diversidade e infraestrutura para os serviços e o comércio. Os estados do Ceará e de Pernambuco estão entre os mais industrializados, A criação de polos industriais para a exploração de petróleo e o desenvolvimento da indústria automobilística têm contribuído para dinamizar a região. Tema2
O interior está se tornando forte produtor agropecuário, principalmente com a implantação de canais de irrigação que possibilitam o cultivo de diversas frutas na região, inclusive em áreas de clima tropical semiárido. Mangas e Uvas do Vale do São Francisco Tema2
Subdivisões regionais do Nordeste A Região Nordeste pode ser dividida em quatro sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte. Esta divisão está baseada principalmente nas características do clima e da vegetação original. Tema3
A Zona da Mata A faixa litorânea do Nordeste brasileiro que compreende os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, é denominada de Zona da Mata , originalmente recoberta pela Mata Atlântica, que foi substituída em grande parte pelos cultivos de cana-de-açúcar e por povoamentos que se transformaram em importantes cidades como as capitais dos estados do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Alagoas, de Sergipe e da Bahia. A exploração recente de petróleo em campos terrestres ( on shore ) também contribui para o desmatamento. Tema3
O relevo da Zona da Mata é constituído principalmente de planícies litorâneas. O clima é tropical úmido, e o solo é fértil em razão da regularidade de chuvas. Tema3
As cidades da Zona da Mata As maiores cidades da Região Nordeste estão concentradas na Zona da Mata. Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza (CE) são as três maiores metrópoles do Nordeste e estão entre as dez maiores do Brasil. As metrópoles nordestinas apresentam os mesmos problemas estruturais das demais metrópoles brasileiras, com especial importância a falta de rede de esgoto e coleta de lixo. Lixo, urubus e casas de papelão. Esse é o cenário do lixão de Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde vivem cerca de nove famílias. Tema3
Economia da Zona da Mata Em virtude do fato de essa ser a região com o maior número populacional e de indústrias, é nela também que se encontram os principais problemas socioestruturais do Nordeste Destaca-se nesta sub-região a produção de cana-de-açúcar — desde o período colonial —, que se estende do Rio Grande do Norte até a Bahia, conhecida como Zona da Mata açucareira . No sul da Bahia encontra-se a Zona da Mata cacaueira . Essa área foi importante produtora e exportadora mundial de cacau desde o fim do século XIX até praticamente o final da década de 1970. Na década de 1950, uma crise na produção cacaueira — provocada por uma praga que afetou as plantações (vassoura de bruxa), a concorrência com outros países, a queda nos preços do produto e a falta de tecnologias na produção — levou à diminuição da área de plantio desse fruto na Bahia e no restante do país. Apesar dessa redução, o sul da Bahia ainda é importante exportador de cacau. Tema3
Polos econômicos Após a crise, a chamada Zona do cacau passou a desenvolver outras atividades, como a pecuária, a industrialização de polpa de frutas e a indústria de celulose. Com o declínio do açúcar e do cacau, o poder público buscou alternativas para dinamizar a economia da Zona da Mata. Foram realizados investimentos em infraestrutura para desenvolver atividades voltadas à agropecuária, à indústria e aos serviços, principalmente o turismo. Eucalipto começa a substituir cana-de-açúcar em áreas da Zona da Mata Tema3
O Agreste Agreste nordestino compreende a uma faixa de transição entre a Zona da Mata, com predominância da Mata Atlântica, e o Sertão, onde há o predomínio da caatinga. O clima característico do Agreste é o tropical, com umidade, como na Zona da Mata, e ocorrência de áreas mais secas, características do Sertão. Grande parte do Agreste corresponde ao planalto da Borborema, voltada para o oceano Atlântico, recebe ventos carregados de umidade que, em contato com o ar mais frio, provocam chuvas de relevo. Na encosta oeste do planalto, as secas são frequentes e a paisagem desolada do Sertão se torna dominante. O Agreste é uma área com policultura. Há cultivos de diversos alimentos e criação de gado para a produção do leite, queijo e manteiga. Tema3
As cidades do Agreste Não há nenhuma capital nordestina no Agreste, porém há quatro núcleos urbanos importantes formados pelas cidades de Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Arapiraca (AL) e Feira de Santana (BA). A cultura do Agreste é representada pelas festas de São João, principalmente as de Campina Grande e de Caruaru. Tema3
A importância do algodão Muitos municípios do Agreste cresceram em decorrência da produção do algodão, que se expandiu nessa sub-região a partir do século XIX e impulsionou indústrias têxteis já no século XX. Recentemente as inovações tecnológicas incorporadas à produção e resgataram a importância do algodão no Agreste, onde essa cultura tinha praticamente desaparecido em consequência de uma doença devastadora conhecida como “bicudo do algodoeiro”. Tema3
O Sertão O Sertão é uma sub-região do nordeste localizado entre o Agreste e o Meio Norte. Esta sub-região corta todos os estados nordestinos de norte a sul, com exceção do Maranhão. Seu clima predominante é o semiárido, caracterizado pelos longos períodos de seca, com baixo índice pluviométrico anual e temperaturas que variam entre 27 °C e 35 °C. Isso contribui para o aspecto seco das vegetações, assim como as características de plantas bem escassas com pouco verde, a caatinga. Cactos, plantas típica da caatinga Tema 4
Hidrografia Os cursos d’água do sertão são, geralmente, formados por rios temporários (também chamados de intermitentes), com exceção do Rio São Francisco. Tema 4
A economia do Sertão O solo da região é pouco profundo, pedregoso e em grande parte, pouco fértil. No entanto, alguns locais, como os brejos, a umidade é mais elevada e, portanto, o solo é mais fértil. Nas várzeas dos rios, permanentes ou intermitentes, há terrenos planos e encharcados para onde são carregados, na época chuvosa, materiais decompostos, que formam no solo uma camada mais espessa e úmida, propícia à agricultura. A pecuária extensiva e a agricultura comercial de frutas, café, algodão, soja, milho, feijão, arroz e mandioca são as principais atividades do Sertão. A maioria da população rural dessa sub-região vive da agricultura e da pecuária de subsistência. Em Alagoas, cerca de 5 mil agricultores familiares têm na mandioca sua fonte de renda Tema 4
Fruticultura irrigada Nos últimos anos, áreas irrigadas do Sertão vêm se tornando importantes produtoras agrícolas para atender os mercados interno e externo. Quando aliadas a modernas técnicas de irrigação, a baixa umidade do ar e as poucas chuvas da região oferecem condições favoráveis à agricultura. Além disso, algumas empresas agrícolas têm trocado o Centro-Sul do país pelo Sertão em razão do menor custo das terras e da localização estratégica Na foto ao lado, em meio a Caatinga, parreiras repletas de frutos. Tema 4
A transposição das águas do São Francisco O Rio São Francisco, chamado carinhosamente de Velho Chico, possui aproximadamente 2.830 quilômetros de extensão. Sua nascente está localizada na Serra da Canastra (MG). O projeto de transposição do Rio São Francisco, iniciado em 2007, prevê a construção de 720 quilômetros de canais que irão transferir de 1% a 3% das águas do Velho Chico para pequenos rios e açudes que atualmente secam durante a estiagem do semiárido nordestino O governo afirma que a transposição beneficiará mais de 12 milhões de habitantes do semiárido nordestino, proporcionando água para suprir as necessidades humanas e impulsionar o desenvolvimento de atividades econômicas. No entanto, muitos pesquisadores, inclusive o renomado geógrafo Aziz Ab’Saber , afirmam que essa obra não beneficiará esse número de pessoas, sendo os pecuaristas os principais privilegiados com a transposição do Velho Chico. . Tema 4
Ambientalistas afirmam que a melhor forma para minimizar a seca nas regiões do Nordeste brasileiro é a construção de poços para captação de água do lençol freático, além de reservatórios para coleta da água da chuva. Esses métodos são mais baratos, beneficiam diretamente a população e não agridem o Rio São Francisco, que já está bastante deteriorado em razão da intensificação das atividades econômicas nas suas margens Tema 4
O Meio-Norte O Meio-Norte é a faixa mais a oeste da Região Nordeste. Ela envolve todo o território do Maranhão e toda área oeste do estado do Piauí. Em razão da diversidade climática, a vegetação muda drasticamente à medida que se aproxima da Floresta Amazônica, passando da vegetação seca e árida da Caatinga para a mata de cocais, até a formação de uma floresta mais fechada. Destacam-se as palmeiras de carnaúba (imagem ao lado) e babaçu, buriti e oiticica. Está área, com este tipo de vegetação, é conhecida como Mata dos Cocais e prevalece no Maranhão . Tema 4
O Meio-Norte possui terras predominantemente em altitudes baixas (entre 0 e 200 metros); apenas na porção mais ao sul as terras apresentam-se em altitudes mais elevadas (entre 200 e 500 metros), e, em pequenos trechos, em altitudes entre 500 e 800 metros, onde nascem vários rios que formam a rica rede hidrográfica do Meio-Norte. O clima que prevalece nesta sub-região é o tropical úmido com verão úmido e inverno seco. A região litorânea tem índice de chuva elevado. Já a área próxima ao sertão tem índice pluviométrico baixo (em torno de 650 mm por ano).. São Luiz – MA. A cidade mais importante do Meio-norte Tema 4