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RESUMO DAS AULAS DE GEOGRAFIA – 2013/2014
governo. Se eu tiver que ir à Assembleia da República tenho mesmo que ir a Lisboa. Mas, para comprar um par
de sapatos ou uma roupa de cerimónia encontro esses produtos em Gaia. Até se quiser comprar um carro
utilitário não preciso de sair de Gaia. Todavia, se me sair o euromilhões e pretender comprar um Ferrari? Como
não existe em Gaia essa marca à venda terei de me deslocar a um stand na cidade do Porto. E, se terminado o
12º ano, concorrer ao curso de Medicina? Tenho que sair de Gaia e concorrer para a cidade do Porto, de
Coimbra, de Lisboa, de Braga ou da Covilhã. A população precisa dos médicos. Porém, seria impossível cada
uma das cidades ter uma universidade. O seu funcionamento é muito caro e não haveria número de alunos que
justificasse tal. Em conclusão, há funções urbanas que não nos fazem falta diariamente e só existem em
determinadas cidades. Algumas delas, provavelmente, nunca recorreremos a elas na nossa vida. São as
funções urbanas raras.
Exemplos de funções urbanas:
- residencial (há quem more na cidade)
- comercial (há muitas lojas na cidade e diversificadas, tais como, sapatarias, livrarias, cafés, lojas de roupa,
restaurantes …)
- industrial (hoje já não se encontram grandes edifícios fabris; as fábricas poluem muito e precisam de muito
espaço e, com o tempo, foram obrigadas a localizarem-se na periferia da cidade. Mas continuam a existir
pequenas indústrias compatíveis com a cidade, caso de oficinas de ourivesaria, de artes gráficas, de pequeno
mobiliário, de confeções de vestuário)
- cultural (há cinemas, teatros, galerias de arte, museus, monumentos)
- turística (pelos seus monumentos e pela maior oferta funcional, a cidade atrai mais turistas do que o campo)
- administrativa (uma das funções mais antigas. Desde que o homem se sedentarizou e teve receio de ser
atacado por invasores interessados nas riquezas que explorava, sentiu necessidade de ter quem o defendesse.
Defender implica ter um exército que obedeça, regras que têm de ser cumpridas, impostos que têm de ser
cobrados, isto é, tem que haver quem administre os bens públicos e os use para cobrir as necessidades da
população do país.
Acontece que existem cidades muito pouco importantes com poucas funções disponíveis e há vilas que
oferecem uma grande variedade de funções, algumas delas, raras.
Esta diferenciação entre as cidades está na base daquilo que se chama de hierarquia urbana.
Atrás dissemos que Lisboa é a cidade que ocupa o 1º lugar (547 733 habitantes), a cidade do Porto está no 2º
lugar (237 591), a cidade de Gaia em 3º (178 526) e seguem-se as restantes por ordem decrescente de
população. Beja, cidade capital do distrito de Beja, conta apenas com 25 024 habitantes.
A dificuldade numa definição que sirva para todas as situações urbanas levou ao aparecimento de critérios
mistos que procuram associar critérios numéricos a critérios funcionais.
Em Portugal, desde 1982, a Assembleia da República aprovou a Lei nº11/82 de 2 de Junho. Segundo o Artigo
13º:
Uma vila só pode ser elevada à categoria de cidade quando:
- Conte com um número de eleitores, em aglomerado populacional contínuo, superior a 8000
- Possua, pelo menos, metade dos seguintes equipamentos coletivos:
◦Instalações hospitalares com serviço de permanência
◦Farmácias
◦Corporação de bombeiros
◦Casa de espetáculos e centro cultural