A medida que elas falam, sempre com a mesma veemência, suas fisionomias tem um só aspecto: o do furor. Por vezes o pescoço incha e a face se injeta; noutras, empalidece, como nas pessoas normais, num violento acesso de cólera; os lábios estão sempre úmidos de saliva, o que leva a dizer que as doentes espumam . "Limitados inicialmente às partes superiores, os movimentos vão ganhando o tronco e os membros inferiores; a respiração torna-se ofegante; as doentes redobram o furor, tornam-se agressivas, deslocam os móveis, atiram as cadeiras, os tamboretes, tudo quanto lhes cai às mãos, sobre os assistentes; precipitam-se sobre estes para lhes bater, tanto nos parentes quanto nos estranhos; jogam-se por terra, sempre com os mesmos gritos; rolam-se, batem as mãos no solo ou no peito, no ventre, na garganta e procuram arrancar algo que parece incomodar nesses pontos. Viram-se e reviram-se de um salto; vi duas que, levantando-se como que por uma mola, voltavam-se para trás de tal modo que a cabeça tocava o solo ao mesmo tempo que os pés . Esta crise dura, mais ou menos, dez, vinte minutos, meia hora, conforme a causa que a provocou. Se em presença de um estranho, sobretudo um padre, é raro que termine antes que a pessoa se afaste. Neste caso os movimentos convulsivos não são contínuos: depois de terem sido violentos, enfraquecem e param para recomeçar imediatamente, como se a força nervosa esgotada repousasse um momento para se refazer”. Revista Espírita