A Diferença entre Religião e Religiosidade
12/03/2008
A decisão de nos distanciar da religião que cega, oprime e conduz o Homem à
ignorância deve prevalecer nos homens em que a razão é desenvolvida. O que não
podemos jamais esquecer é que o sentimento de "religiosidade" não deve se afastar da
prática na vida do homem, pois se isso acontecer, ele perde a noção de quem é, do que
está fazendo aqui e todos os seus valores desaparecem com seus atos, torna-o “des-
Humano".
A prática da Religiosidade e da Religião são coisas absolutamente distintas e não devem
ser confundidas de forma alguma. A primeira independe da segunda, e a segunda
lamentavelmente pode também ser encontrada divorciada da primeira. Religião é
sempre instituição, acordo social, edifício teórico, organização hierárquica, atividade
política. Religiosidade é o sentimento maior (inato), a fé praticada, a posição mais
íntima, a intuição do mistério.
Herculano Pires esclarece que esse sentimento se estrutura na consciência humana no
ser em evolução, sendo que a marca de Deus ali está presente na Lei de Adoração, que é
o sentimento inato de sua filiação Divina e se manifestará no sentimento religioso, base
de todas as experiências religiosas da Humanidade.
Ele diz ainda: “A vivência religiosa, pelo simples fato de ser vivência e não reflexão é
inerente ao Homem desde o seu aparecimento no Planeta”. A experiência de Deus que
começa no “Fiat” como elemento ontogenético (elemento constitutivo da própria gênese
do homem) difere da religiosa, que constituem uma tomada de tentativa de consciência
de Deus através de formulações religiosas, rituais, Instituições, sistemas litúrgicos,
ordenações dogmáticas.
Reforça ainda, conceitos sobre a Trindade Universal, espírito e matéria elementos
constitutivos do Universo e Deus o poder criador, onisciente, controlador e mantenedor,
e Suas Leis que regem o equilíbrio universal.
Em seu livro “O espírito e o Tempo” com base no esquema chamado “método cultural”
dos antropólogos ingleses, aplicado por John Murphy, com pleno êxito em seus estudos
sobre as origens e a história das religiões, Herculano nos deixa um verdadeiro tratado de
antropologia espírita. Faz uma viagem pelos “horizontes” percorridos pelas Civilizações
desde as eras remotas, retratando com clareza o processo de conscientização do ser em
evolução e de sua essência Divina, demonstrando que não estamos sozinhos nesse
processo cíclico e Universal.
Herculano com essa obra magnífica, permite entre tantos outros conhecimentos,
compreender em profundidade a questão 628 do livro dos Espíritos, que não podemos
negligenciar nenhuma religião, pois ela pode contribuir muito com a nossa instrução, se
estudarmos o que há de bom nelas, conhecendo o poder de influência que teve em
nossos caminhos evolutivos e que persistem até os dias de hoje.
Os cientistas da Religião dizem que no Brasil, o fenômeno de sincretismo religioso em
comunhão com três culturas fortemente calcadas na mística fez com que os elementos
formais de cada uma das três culturas fundissem em uma interpretação comum do