A Escravidão ainda existe? Junho de 2010: trabalhadores escravizados em fazenda de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul recebem suas refeições. Foto: Joao Roberto Ripper
Dezembro de 2001: Polícia Federal acompanha fiscalização e liberta escravizados da fazenda Tuerê , em Senador José Porfírio, Pará. Foto: J. R. Riper /Imagens Humanas
O escravismo Persiste A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que existam pelo menos 12,3 milhões de pessoas submetidas a trabalho forçado em todo o mundo, e no mínimo 1,3 milhão na América Latina.
A escravidão no mundo China: olarias, minas carvão e construção civil. Índia: olarias, plantações de arroz, prostituição... Suécia: tráfico humano para prostituição. Reino Unido: prostituição infantil . Migrantes : na agricultura, construção civil, indústria de alimentos e serviços domésticos. Crianças vietnamitas e chinesas são envolvidas em servidão por dívida e no cultivo de Cannabis . Estados Unidos: prostituiçao , construção civil, indústria ..
O Escravismo Persiste Estudos já identificaram 122 produtos fabricados com o uso de trabalho forçado ou infantil em 58 países diferentes. A OIT calculou em US$ 31,7 bilhões os lucros gerados pelo produto do trabalho escravo a cada ano, sendo que metade disso fica em países ricos, industrializados.
Algumas marcas Nike e a Adidas, contam com trabalhadores na Indonésia para produzir seus calçados . Walmart tem mais de 60 mil fornecedores. Esta loja tem um longo histórico de violações de direitos trabalhistas de "alto nível" em países como Bangladesh, China, Indonésia e Suazilândia e já falhou em áreas como salários, pagamento de horas extras, licença-maternidade, pausas para ir ao banheiro, trabalhos forçados e o direito de sindicalização .
Algumas marcas Marcas agroindustriais tais como Monsanto, Cargill e Archer Daniels Midland se envolvem em práticas de trabalho injustas De acordo com o Fórum Internacional dos Direitos do Trabalho, estas empresas "são o topo de uma cadeia de suprimentos complexa" que submete os empregados a trabalho infantil, forçado e escravidão por dívidas . Pequenos fazendeiros em diversas partes do mundo são obrigados a comprar sementes destes gigantes agroindustriais e vender a eles seus produtos a preços "insustentáveis".
Alguns Casos Trabalhadores de fazendas que exportam produtos como abacaxis, borracha, algodão, cacau, chá e flores abastecem importantes marcas de processamento de alimentos, tais como Kraft, Nestlé e Dole . Estas empresas são donas de uma parte significativa das marcas alimentícias globais e violam direitos trabalhistas em áreas que vão desde salários, horas de trabalho, liberdade de associação a exposição a produtos químicos nocivos ou tóxicos.
A s medidas adotadas Com base nas observações sobre as condições de trabalho em diversos países, a OIT aprovou, em 1930, a Convenção 29, que pede a eliminação do trabalho forçado ou obrigatório.
O Jeitinho brasileiro O Brasil, que assina as convenções, só reconheceu em 1995 que brasileiros ainda eram submetidos a trabalho escravo. Mesmo com seguidas denúncias, foi preciso que o país fosse processado junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que se aparelhasse para combater o problema.
Escravismo contemporâneo. Foram libertados 40 mil trabalhadores brasileiros de trabalho degradante desde a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel e do Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado, ambos de 1995.
Paralelo ao aumento da fiscalização o TEM passou a publicar a chamada lista suja. Trabalhadores rurais em Rubiataba (GO):
Lojas Marisa Após a fiscalização de 2010, a Marisa anunciou que implantaria um novo modelo de certificação para combater o trabalho degradante.
Entre os imigrantes libertados em São Paulo, 16 são bolivianos – entre eles um adolescente – e um peruano. A maioria dos bolivianos vinha de El Alto, cidade vizinha à capital La Paz. Eles disseram terem sido atraídos pelas histórias de sucesso de parentes que vieram para o Brasil. O único peruano disse que era de Cusco e não tinha o visto temporário.
Lojas Pernambucanas - 2013 Empresa terceirizada que atende as Pernambucanas é autuada por trabalho escravo
O Pará é ainda o estado com a maior incidência de trabalho escravo e o segundo com maior índice de grilagem de terra.
Em 2003, foi lançado o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, e para o seu acompanhamento foi criada a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo ( Conatrae ), com a participação de instituições da sociedade civil pioneiras nas ações de combate ao trabalho escravo no país.
O crime de trabalho escravo atualmente deve ser punido com prisão de dois a oito anos. A pena pode chegar a 12 anos se o crime for cometido contra criança ou por preconceito. A iniciativa acompanhou a legislação internacional, que considera o trabalho escravo um crime que pode ser equiparado ao genocídio e julgado pelo Tribunal Penal Internacional.
PEC 438. PEC 438 é considerada a segunda Lei Áurea; Uma das principais bandeiras daqueles que combatem o trabalho escravo é a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a expropriação das terras onde sejam encontrados trabalhadores em condições de escravidão.
As críticas à legislação atual A punição, de fato, acontece muito raramente. Quando há uma condenação, geralmente a pena de dois a oito anos de reclusão é convertida em prestação de trabalhos comunitários. A lentidão da Justiça brasileira. Em grande parte dos casos, é comum que o crime – cujo julgamento pode chegar a quatro instâncias da Justiça, até o Supremo – prescreva.
Referências Relação de marcas que utilizam trabalho escravo. Disponível em: http://www.ehow.com.br/relacao-marcas-utilizam-escravo-info_70208 / . Acesso em 24/02/2014. Lista Suja. Disponível em: http:// www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/trabalho-escravo/lista-suja.aspx . Acesso em 20/02/2014. Perfil dos escravizados. Disponível em: http:// www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/trabalho-escravo/perfil-dos-escravizados.aspx . Acesso em 20/02/2014. Trabalho Escravo no Mundo. Disponível em : http:// www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/trabalho-escravo/trabalho-escravo-no-mundo.aspx . Acesso em 19/02/2014.