vitória esmagadora de Israel em apenas seis
dias mudou o cenário geopolítico do Oriente
Médio. Emergindo como a potência regional,
enterrava as esperanças dos que queriam
“varrer Israel do mapa”. Para todos os judeus,
lá ou na Diáspora, era uma experiência transformadora
que, após séculos de insultos e violência, enchia-os de
orgulho e confiança.
Nas cinco décadas que se seguiram, historiadores e
cientistas políticos têm analisado os eventos que levaram
à Guerra de 1967 e suas consequências. Entre eles há
os que tentam reescrever a História. Mitos substituíram
fatos. “Uma mentira muitas vezes repetida se torna uma
verdade“, dizia um dos maiores inimigos do Povo Judeu,
gênio da propaganda. Esses mitos estão firmemente
arraigados entre acadêmicos e universitários, jornalistas,
diplomatas, líderes políticos e, mesmo, entre judeus
e israelenses. Nas últimas semanas, alguns jornais
conceituados, como o Washington Post, publicaram
artigos acusando Israel e demonizando suas ações em
relação à Guerra de 1967. É, portanto, imperativo
relembrar, ainda que de forma resumida, os motivos e
eventos que levaram à Guerra dos Seis Dias, como o
conflito se tornou conhecido.
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Há 50 anos, em maio de 1967, os judeus no mundo todo prenderam
a respiração. Israel tinha sua existência ameaçada, cercado por
exércitos árabes. em 5 de junho, aviões israelenses realizaram um
ataque preventivo destruindo o poder aéreo inimigo e abrindo
o caminho para uma fulminante vitória. No dia 10, quando o
armistício entrou em vigor, Israel conquistara o Sinai, Golã,
a “Margem Ocidental”, Gaza e a Cidade Velha de Jerusalém.
HISTÓRIA
SEIS DIAS QUE FIZERAM HISTÓRIA
- A GUERRA DE 1967
Um ato de legítima defesa
Um dos principais mitos é a afirmação de que a Guerra
decorreu de um ato de agressão bélica por parte de
Israel, quando, de fato, foi um ato de legítima defesa,
tomado após semanas de agonizante indecisão. Nas
semanas que antecederam o conflito, Israel estava
cercado por exércitos de Egito, Jordânia e Síria, com
o apoio do Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e
Sudão, postados ao longo das linhas de armistício. Se
eles atacassem simultaneamente, as FDI (Forças de
Defesa de Israel) teriam que lutar em três frentes, tendo
que dividir suas forças quando mal tinham o número
de homens e armas necessários para enfrentar o Egito.
Israel não queria a guerra, pois mesmo a vitória custaria a
vida de milhares de cidadãos. Mas, para o Estado Judeu,
não havia, e não há alternativa à vitória. Como sempre,
precisava lutar e vencer, pois uma derrota militar poderia
significar o fim da soberania de Medinat Israel.
Sim, afirmam os que querem reescrever a História, é fato
que uma coalizão de exércitos árabes armados pela URSS
cercava Israel e o propósito de seus líderes era “erradicar
a entidade sionista”, pondo um fim à presença judaica na
região. Mas, diziam eles, os árabes não pretendiam atacar A
JUNHO 2017