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possui algumas vantagens sobre os demais modais de transporte, pois é mais rápido,
além de ser mais viável para remessas como bagagem, peças de reposição, produtos
eletrônicos, mercadoria perecível, brindes, medicamentos, amostras, etc. O transporte
aéreo também é vantajoso pelo fato de não necessitar de embalagem mais reforçada, já
que o manuseio é mais cuidadoso, pois normalmente suas cargas são unitizadas em
pallets ou até mesmo em contêineres, um procedimento que contribui para a redução de
custos e para facilidade do embarque e desembarque. Em contra partida, há
desvantagens, como, menor capacidade de carga, valor de frete elevado em relação aos
outros modais e custo elevado da sua infraestrutura.
2. Custo da logística de transporte no Brasil
O custo da logística de transporte do Brasil consome 11,7% da receita das empresas.
Este valor cresceu nos últimos tempos impactado principalmente pela alta do preço do
óleo diesel, em razão da grande dependência do modal rodoviário no transporte de carga
e pela má qualidade da infraestrutura de transporte do Brasil. Entre 2014 e 2015, o
custo da logística de transporte cresceu, em média, 1,8%. As empresas que tiveram o
maior aumento são as mais dependentes do transporte rodoviário de longa distância.
Nesses casos, houve um item que contribuiu para deteriorar o custo das empresas que
foi o aumento do preço do óleo diesel.
O elevado custo da logística de transporte no Brasil contribui para a elevação do preço
dos produtos no mercado interno, além de levar à perda da competitividade dos
produtos brasileiros no mercado internacional. Para ter uma ideia da perda de
competitividade do Brasil, basta comparar com o custo da logística nos Estados Unidos
que equivale a 8% da receita das empresas. A grande dependência do modal rodoviário
no Brasil e a má qualidade da infraestrutura viária são problemas significativos para as
empresas. Pesquisa CNT de Rodovias 2015 informa que 57% da malha viária do Brasil
tem deficiências no seu estado geral, que fazem aumentar o custo operacional do
transporte em cerca de 25%. É por isso que, para 40% das empresas consultadas, a
melhoria das condições das rodovias é um fator importante para reduzir os custos
logísticos. 69,1% das empresas consultadas consideram as rodovias muito ruins ou
ruins. Nos modais ferroviário e portuário, a situação é ainda pior: 95,5% e 80,8% das
companhias responderam que a qualidade é muito ruim ou ruim, respectivamente.
É preciso observar que os custos que uma empresa de transporte incorre são custos fixos
e variáveis. Os principais fatores que afetam o custo das rotas são: distância, volume e
peso. Os custos fixos são os que não variam com a distância percorrida: depreciação,
remuneração do capital, custos administrativos, impostos e salários. Os custos variáveis
variam com a distância percorrida: pneus, óleo, lavagem/lubrificação, combustível,
manutenção e pedágio. As decisões de transporte estão fortemente relacionadas com
essa estrutura de custos, sendo fundamental para a adoção de políticas adequadas por
parte das empresas contratantes. Por exemplo, quando um fabricante de bens de
consumo escolhe o modal de transporte, normalmente observa que os custos dos modais
aquaviário e ferroviário são majoritariamente fixos, ao passo que no modal rodoviário e
no aéreo predominam os custos variáveis que variam com a distância e o peso. Custos
fixos elevados são mais adequados ao transporte de commodities e cargas de baixo
valor agregado, ao passo que custos variáveis mais elevados refletem operações em que
os prazos de entrega são a prioridade no transporte e os produtos são de maior valor
agregado.