A palavra quilombo origina-se do termo kilombo, presente no idioma dos povos
Bantu, originários de Angola, e significa local de pouso ou acampamento. Os povos da
África Ocidental eram, antes da chegada dos colonizadores europeus, essencialmente
nômades, e os locais de acampamento eram utilizados para repouso em longas viagens.
No Brasil Colonial, a palavra foi adaptada para designar o local de refúgio dos escravos
fugitivos. Quilombola é a pessoa que habita o quilombo.
Quilombolas são os descendentes e remanescentes de comunidades formadas por
escravizados fugitivos (os quilombos), entre o século XVI e o ano de 1888 (quando
houve a abolição da escravatura), no Brasil. Atualmente as comunidades quilombolas
estão presentes em todo o território brasileiro, e nelas se encontra uma rica cultura,
baseada na ancestralidade negra, indígena e branca. No entanto, os quilombolas sofrem
com a dificuldade no acesso à saúde e à educação.
A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade
africana de negros escravizados que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se
nas matas. Com o passar do tempo, vários desses fugitivos aglomeravam-se em
determinados locais, formando tribos. Formado a partir da reunião de vários escravos
fugitivos, um quilombo passava a constituir um tipo de comunidade bastante diferente
das que foram criadas pela ação dos colonizadores portugueses. As
comunidades quilombolas são grupos com identidade cultural própria e se formaram por
meio de um processo histórico que começou nos tempos da escravidão no Brasil. Elas
simbolizam a resistência a diferentes formas de dominação.
Os antigos quilombos eram formados em sua maioria por negros fugidos do
sistema escravista, no entanto, poderia encontrar nestes quilombos: brancos, índios,
ladrões, padres, vendedores, donos de tabernas, escravos que viviam em senzalas entre
outras pessoas que mantinham relações comerciais com os quilombolas. As
comunidades quilombolas além de contar a história, mantêm tradições seculares como,
por exemplo, o congado e rosário. Além das religiões de matriz africana.
“Os quilombos fazem parte da manutenção da nossa história e da cultura brasileira. Foi
na região da Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, que Ganga Zumba e
outros escravos fugidos formaram o Quilombo dos Palmares.
O funcionamento dos quilombos considerava a tradição dos escravos fugidos
que neles habitavam. Nessas comunidades, se realizavam atividades diversas como
agricultura, extrativismo, criação de animais, exploração de minério e atividades
mercantis. Nesses locais, os negros tratavam de reviver suas tradições africanas.