A prosperidade segundo a Bíblia
Por eudeslopescavalcanti em 14 de agosto de 2012
Hoje mais do que em qualquer outra época da vida da Igreja o assunto prosperidade tem invadido o
arraial evangélico, despertando nele uma sofreguidão pelo que é material. As Igrejas que tem optado
como diretriz básica do seu ministério a ênfase nesse assunto, numa ânsia de um crescimento
numérico rápido, têm muitas delas, explorado esse tema até as últimas consequências, inclusive
comprometendo a pureza do Evangelho.
Mas o que é prosperidade? Entendendo o assunto conforme o significado da palavra, vemos
que prosperar é “melhorar de condição; progredir; crescer, desenvolver-se; enriquecer”.
Muitos evangélicos acham que pelo fato de serem filhos de Deus (por adoção) deve ser
necessariamente rico financeiramente e o argumento que usam é que se a Deus pertence à
riqueza (Ag 2.8), então os seus filhos têm que ser ricos também. E o pior de tudo é quando se
ensina que se o crente não é próspero (rico) tem problema na sua vida espiritual, ou falta de fé,
ou algum pecado que impede a sua prosperidade.
Mas será que no Novo Testamento é isso que é enfatizado? (Lembramos aos irmãos que um
determinado assunto para ser normativo na vida da Igreja tem que ter necessariamente o
respaldo do Novo Testamento, pois a revelação foi dada de forma progressiva. Se não há
confirmação do Novo Testamento para um assunto do Antigo Testamento, o mesmo teve o seu
valor circunstancial, mas não é normativo para a Igreja – isto é uma regra básica da
Hermenêutica Bíblica, que é a ciência de interpretação dos textos bíblicos).
Não restam dúvidas de que o Novo Testamento enfatiza a prosperidade do ponto de vista
espiritual. Em Efésios 1.3 nos é dito que Deus já abençoou a Sua Igreja com toda a sorte de
bênçãos espirituais. Pedro disse sobre o assunto, que Deus nos deu grandes e preciosas
promessas pelas quais nos tornamos participantes da natureza divina (2 Pe 1.3,4). João
também tratou do assunto quando se dirigiu a Gaio, o destinatário da sua 3ª carta, dizendo que
ele era um homem próspero espiritualmente (3 Jo 1,2).
A luz da Bíblia, Deus é soberano e tem gerência direta na vida de todos os seres humanos. A
uns Ele dá riquezas, a outros não. “O rico e o pobre se encontraram; a todos os fez o Senhor”
Pv 22.2. “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz” Sl 115.3. (Veja ainda o
Salmo 103.19). Ainda sobre a questão da soberania de Deus é bom que todos saibam que
ninguém pode ter coisa alguma se não lhe for dada do Céu (Jo 3.27). Tiago também via o
assunto dessa maneira quando disse que toda a boa dádiva e todo dom perfeito vinha do alto,
descendo do Pai das luzes (Tg 1.17).
Se você irmão tem alguma coisa, algum recurso, prosperou, tem um bom emprego, uma boa
casa para morar, um automóvel para se locomover, tem influência, o seu futuro e o dos seus
filhos estão garantidos (?) não se ensoberbeça, mas adore a Deus que graciosamente lhe deu
essas coisas. Se você querido irmão não tem as coisas citadas acima ou as tem em menor
escala não se entristeça, pois Deus não lhe deu isso ou lhe deu pouco, mas por outro lado Ele
cuida de você com um cuidado todo especial. Observe os textos a seguir: “Fui moço e agora
sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” Sl
37.25. “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele
disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O
Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem” Hb 13.5,6. Dê graças
a Deus por isso em obediência ao que Ele disse em 1 Ts 5.18: “Em tudo dai graças, porque
esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Não estou com isso pregando um determinismo, nem sou adepto da “síndrome da Gabriela”
(eu nasci assim, vou viver assim e vou morrer assim). Esforce-se, estude, trabalhe, progrida,
mas não venda a sua alma por causa disso. Lembre-se de que o Senhor censurou aquelas