A RESSURREIÇÃO DE MUITOS SANTOS NA ÉPOCA DA MORTE DE CRISTO.pptx

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A RESSURREIÇÃO DE MUITOS SANTOS NA ÉPOCA DA MORTE DE CRISTO UM ESTUDO SOBRE MATEUS 27.52,53

INTRODUÇÃO Vamos estudar hoje o trecho de Mateus 27.52,53. Tem sido uma peculiaridade do Evangelho de Mateus esse incidente, pois nenhum outro evangelista cita o fato, nem mesmo em qualquer carta do NT há algum relato parecido. Algumas propostas têm sido espalhadas entre os comentaristas e a sede dos leitores da Bíblia sobre este fato sempre foi grande, haja vista o silêncio que Mateus faz depois de escrever o fato. Parece que a falta de mais informação traz maior curiosidade acerca do que deve ter acontecido realmente aquele dia tão glorioso, que foi a morte de Cristo.

Na carência de informação, os setores extraeclesiásticos se aproveitam para fazer suas conjecturas. Veremos um pouco como os testemunhas de jeová entendem esse trecho em questão. O entendimento da Torre de Vigia da passagem é como se expressou a organização na revista   A Sentinela  de 15 de abril de 1976, págs. 255, 256 : “Significa Mateus 27.52,53 que, por ocasião da morte de Jesus, algumas pessoas já sepultadas foram ressuscitadas? Muitos comentaristas bíblicos acham que é isto o que estes versículos significam. No entanto, os eruditos admitem que o sentido e a tradução correta destes versículos são extraordinariamente difíceis.

Na realidade, há motivo para se crer que, quando Jesus morreu, o terremoto acompanhante rachou alguns túmulos perto de Jerusalém e assim expôs os cadáveres aos transeuntes . Mas, se houve uma ressurreição quando Jesus morreu, conforme sugerem estas e outras traduções, teriam os ressuscitados esperado até depois da própria ressurreição de Jesus, no terceiro dia depois disso, antes de saírem dos seus sepulcros? Por que ressuscitaria Deus a tais ‘santos’ nesta ocasião, uma vez que Jesus devia ser ‘o primogênito dentre os mortos’? (Col. 1:18; 1 Cor. 15:20) Também, era durante a futura presença de Cristo que cristãos ungidos ou ‘santos’ deviam participar da primeira ressurreição. — 1 Tes. 3:13; 4:14-17: Rev. 20:5, 6.

Observe que, falando-se estritamente, a narrativa não diz que os ‘corpos’ passaram a viver. Apenas diz que ressurgiram ou foram jogados para fora dos sepulcros pelo terremoto. Algo similar aconteceu na cidade de Sonson , na Colômbia, em 1962.  El   Tiempo  (31 de julho de 1962) noticiou : ‘Duzentos cadáveres no cemitério desta cidade foram lançados fora de seus túmulos pelo violento tremor de terra’. Pessoas que passavam por ali ou através daquele cemitério viram os cadáveres, e, em resultado, muitos de Sonson tinham de ir para lá e enterrar de novo seus parentes falecidos . Sem violação da gramática grega, pode-se traduzir Mateus 27:52, 53, dum modo que sugira que houve uma exposição similar de cadáveres em resultado do terremoto que houve por ocasião da morte de Jesus.

Assim , a tradução de Johannes Greber (1937) verte estes versículos do seguinte modo: ‘Túmulos foram abertos, e muitos cadáveres dos enterrados foram jogados em posição vertical. Nesta postura projetavam-se para fora das sepulturas e foram vistos por muitos dos que passavam por ali em caminho de volta para a cidade’. – Compare isso com a Tradução do Novo  Mundo. Junto com o rasgar da cortina do templo, que separava o Santo do Santíssimo, este violento tremor de terra, que expôs cadáveres que em pouco tempo foram vistos por viajantes que levaram a notícia a Jerusalém, serviu de prova adicional de que Jesus não era mero criminoso executado por uma contravenção . Ele era o Messias, aquele que dentro em breve seria o primogênito dentre os mortos destinados à vida celestial”.

É claro que este entendimento se reflete na maneira como o relato é apresentado na  Tradução do Novo Mundo , usada pelas Testemunhas de Jeová. O trecho completo (Mateus 27:51-53) foi traduzido da seguinte maneira nesta versão bíblica : “E eis que a cortina do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam. E abriram-se os túmulos memoriais e muitos corpos dos santos que tinham adormecido foram levantados, (e pessoas, saindo dentre os túmulos memoriais depois de ele ter sido levantado, entraram na cidade santa,) e tornaram-se visíveis a muitas pessoas”. Ou seja, segundo a Torre de Vigia, os que foram vistos em Jerusalém não foram mortos ressuscitados, e sim  transeuntes que haviam visto cadáveres fora dos túmulos e depois entraram em Jerusalém contando isso ao povo .

Na verdade esta ideia não se originou com a Torre de Vigia . Muito antes do surgimento dessa organização, outros escritores religiosos já expressavam este entendimento. Em seu  Comentário da Bíblia  (escrito entre 1810 e 1826), o erudito Adam Clarke fez referência a isso:  “Alguns pensaram que estes dois versículos foram introduzidos no texto de Mateus a partir do Evangelho dos Nazarenos, outros pensam que o significado é simples: vários corpos que haviam sido enterrados foram jogados para fora pelo terremoto e expostos, e continuaram na superfície até depois da ressurreição de Cristo, sendo vistos por muitas pessoas na cidade”. Esta é exatamente a mesma ideia expressa na explicação da  Sentinela, e eles insistem que este é o único entendimento correto. 

ANALISANDO ATENTAMENTE O TEXTO  A maioria das versões bíblicas transmite realmente a ideia de que ocorreu uma  ressurreição  naquele caso, e estes ressuscitados foram os que entraram em Jerusalém, sendo vistos por muita gente . Leiamos o texto em algumas versões diferentes. ARA e ARC: “Abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos”.

NVI e A21: “Os sepulcros se abriram, e os corpos de muitos santos que tinham morrido foram ressuscitados. E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos”. NTLH: “Os túmulos se abriram, e muitas pessoas do povo de Deus que haviam morrido foram ressuscitadas e saíram dos túmulos. E, depois da ressurreição de Jesus, entraram em Jerusalém, a Cidade Santa, onde muitos viram essas pessoas”. EP (Católica): “Os túmulos se abriram e muitos santos falecidos ressuscitaram. Saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas”.

No NT Interlinear, o texto está assim:

Não são muitos os comentaristas que se arriscam a dizer alguma coisa, de modo que os hereges rapidamente se manifestam para expor sua aberração, que acaba sendo tida como a interpretação correta, ou na melhor das hipóteses, como uma interpretação alternativa, quando, na verdade acabamos de ver que não passa de uma corrupção do texto original. De imediato fica claro o seguinte:  Nenhuma  dessas versões diz rigorosamente que essas pessoas foram ressuscitadas  antes  de Cristo . E todas elas informam claramente que tais pessoas só entraram em Jerusalém  depois da ressurreição dEle . De modo que a ideia da Torre de Vigia segundo a qual “houve uma ressurreição  quando Jesus morreu , conforme sugerem estas e outras traduções” está equivocada, já que nenhuma tradução erudita sugere isso.

O texto permite a conclusão de que  o terremoto ocorreu  e  os túmulos foram abertos em decorrência desse terremoto  por ocasião da morte de Cristo. O   momento exato  em que as pessoas que estavam neles ‘foram levantadas’ não é especificado. Sob esse ponto de vista, não haveria qualquer necessidade de pessoas ressuscitadas terem “esperado até depois da própria ressurreição de Jesus, no terceiro dia depois disso, antes de saírem dos seus sepulcros”, como disse a  Sentinela.  Embora os túmulos já estivessem abertos, a princípio essas pessoas continuaram mortas. Com a ressurreição, saíram dos túmulos já abertos e entraram em Jerusalém só depois da ressurreição de Cristo , o que não violaria o ensino bíblico de que Cristo foi “o primogênito dentre os mortos ”.

POSIÇÃO DE JOÃO CALVINO João Calvino entendia esse trecho como um anúncio de Deus de que Seu Filho tinha agora poder sobre a morte. Segundo ele, Deus usou o momento exato da maior fraqueza (morte) do Seu Filho, para mostrar a maior energia magnífica ao ressuscitar estes santos. Ele contradiz os comentaristas de sua época, que diziam que os corpos foram ressuscitados, mas ficaram escondidos em seus túmulos até que Cristo ressuscitasse. “ Acho mais provável que, quando Cristo morreu, as sepulturas foram abertas imediatamente, e que, quando Ele se levantou, alguns dos piedosos, tendo recebido a vida, saíram de seus túmulos, e foram vistos na cidade”.

Para o reformador de Genebra, Cristo não ressuscitou “a título privado”, mas para “lançar o odor da vida em todos os crentes”. Então ele previu a seguinte pergunta: “Por que apenas alguns santos ressurgiram, uma vez que a participação na ressurreição de Cristo pertence igualmente a todos os salvos?” Ele mesmo responde: “Porque o tempo para reunir todo o Corpo (igreja) à Cabeça (Cristo) ainda não havia chegado... Então, como que para dar aos demais uma elevada esperança, era vantajoso que uns poucos saboreassem aquela ressurreição”. Usa então Colossenses 3.4 para afirmar que a vida pós-morte dos crentes está reservada à 2ª vinda de Cristo.

A RAZÃO DOS TÚMULOS SE ABRIREM Certamente o terremoto foi o fator mediato que causou a abertura dos túmulos. Mas podemos ter certeza de que o fator primário foi Deus. O texto não dá a ideia de que somente os túmulos de alguns santos foram abertos, mas diz “os túmulos foram abertos”. A ressurreição é que se deu com alguns santos... Se for ligar a ressurreição com a abertura dos túmulos, então pode-se presumir que apenas alguns túmulos se abriram, mas se observarmos segundo a literalidade do texto, todos os túmulos da região se abriram, mas somente alguns santos ressuscitaram.

Fritz Rienecker comenta que “aconteceu um terremoto, suficientemente intenso para que se formassem fendas nas paredes rochosas, numerosas nos montes em torno de Jerusalém”. “Em todas essas paredes, porém, há grande número de câmaras mortuárias, cujos acessos, enquanto elas eram ocupadas, ficavam fechados por lajes de pedra”. “Por isso qualquer abalo sísmico em Jerusalém tinha o efeito de que os túmulos se abrissem , porque as portas de pedra caíam”. “Essa circunstância simboliza que, com a morte de Jesus foi vencida a morte, e que com Sua morte abrem-se as sepulturas das pessoas”. “Através desse acontecimento foi declarado para muitos por que Jesus morreu. Eles viram que ele entregou a sua vida como resgate, pelo qual libertou muitos da culpa e da morte”.

QUEM ERAM ESTES SANTOS? Há geralmente duas opiniões sobre quem eram estes santos. Há os que defendem que eram santos do AT, tais como Abraão, Noé, Moisés, Davi, etc. Outros porém entendem como sendo santos da época de Cristo mesmo, tais como Isabel, Zacarias, Simeão, Ana, etc. Barnes diz em seu comentário de Mateus que “É provável que eles eram pessoas que tinham morrido recentemente, e eles parecem ter sido conhecidos em Jerusalém”. Sobre isto conclui dizendo que se fossem os santos do AT não teriam sido reconhecidos pelos moradores de Jerusalém e isto não daria crédito à ressurreição.

Outro equívoco sério na explicação da Torre de Vigia é este : “ Observe que, falando-se estritamente, a narrativa não diz que os “corpos” passaram a viver. Apenas diz que ressurgiram ou foram jogados para fora dos sepulcros pelo terremoto.”   “Estritamente”, o relato diz que os mortos “foram levantados” ou “ressurgiram” e  não diz  uma só palavra sobre eles terem sido “jogados para fora dos sepulcros pelo terremoto”. Isso não passa de uma conclusão de quem escreveu a  Sentinela. A ideia de um grande grupo de cadáveres sendo jogado para fora de suas sepulturas – e  todos em posição vertical  – conforme expresso na forçada tradução de  Johannes Greber (a citada pela Torre de Vigia para “provar” isso) é absolutamente fantasiosa e nem mesmo o caso moderno citado, ocorrido na Colômbia, tem semelhança com isso.

Além do mais, praticamente todas as versões – inclusive a  Tradução do Novo Mundo  – deixam claro que todos esses que ‘foram levantados’ tratavam-se de pessoas “santas”, “justas”, “do povo de Deus”.  Isso gera imediatamente a pergunta: Por que o relato expressa esse detalhe de que o episódio só ocorreu com “corpos de santos” e não com os de outras pessoas? Se a questão era simplesmente cadáveres em decomposição ficando expostos durante dias a céu aberto, em decorrência dum terremoto, de forma totalmente inglória e desonrosa, não seria estranho e contraditório isso só ocorrer com corpos de pessoas santas ? Portanto, não procede a tentativa dos tj’s de torcer o texto bíblico para dar apoio às suas viagens fantasiosas.

QUE TIPO DE RESSURREIÇÃO FOI AQUELE? Há 4 tipos de ressurreição. Da morte do pecado para a vida espiritual: ressurreição espiritual ( Jo 5.25; Ef 2.1; Ap 20.4). Da morte física para a vida física: exemplos do AT (1Re 17.22), Lázaro ( Jo 11.43,44), Dorcas (At 9.40), etc. Da morte física para a vida eterna: exemplo, Cristo e a igreja na 2ª vinda ( Dn 12.2; Jo 5.29; 1Ts 4.16,17). Da morte física para a condenação eterna: exemplo, os ímpios na 2ª vinda ( Dn 12.2; Jo 5.29; Ap 20.15).

Os que defendem a ressurreição da morte física para a vida eterna (como Calvino, Fritz Rienecker e muitos outros bons comentaristas), o fazem pelo fato de entenderem o acontecimento como um anúncio da vitória de Cristo sobre a morte e um prenúncio de que os demais membros do Seu Corpo terão o mesmo destino. De acordo com essa posição, não faria sentido os santos serem ressuscitados e depois voltarem a morrer, como foi o caso de Lázaro e outros mais, pois, que glória há demonstrada nisso? Cristo dar o anúncio de que venceu a morte e os santos que com Ele ressuscitaram voltarem ao poder da morte? Isso já tinha acontecido no AT, quando um homem foi lançado no túmulo de Eliseu e voltou à vida, entretanto voltou a morrer novamente, como se depreende do texto (2Re 13.20,21).

Para o nosso texto em questão, apenas dois desses tipos de ressurreição podem ser alternativas corretas. Quanto à ressurreição da morte física para a morte ou condenação eterna não pode ser, uma vez que eles eram santos e esta ressurreição só se aplica a ímpios. Quanto à ressurreição da morte do pecado para a vida espiritual também não pode ser, uma vez que eles estavam nos sepulcros, e esse tipo de ressurreição só se dá com pessoas ainda vivas fisicamente. Então, de que tipo de ressurreição eles participaram? Ou aqueles santos ressuscitaram da morte física para a vida física, ou ressuscitaram da morte física para a vida eterna . Os que defendem a ressurreição da morte física para a vida física, não têm problema em aceitar que estes santos possam ter ressuscitado antes de Jesus.

O argumento “então Jesus não seria o ‘primogênito’ dos mortos” não tem valor nessa visão, pois outros mortos também ressuscitaram antes de Cristo (Lázaro, por exemplo) e nem por isso Cristo deixou de ser o ‘primogênito’. Se os santos ressuscitados participaram de uma ressurreição milagrosa à semelhança da de Lázaro, então qual foi o seu destino? Voltaram para os seus familiares de uma forma milagrosa e conviveram com eles até morrerem novamente. Aqui entra a dúvida sobre a possível contradição entre as ressurreições da morte física para a vida física e o texto de Hb 9.27. Como explicar esse paradoxo (pois na Bíblia não existe contradição)?

Se observarmos o contexto deste versículo de Hb 9, a partir do v. 23, nós veremos que o autor está interessado em fazer alguns contrastes . O texto de Hb 9.27 faz parte de um discurso que o autor da epístola inicia no versículo 23 e conclui com uma comparação entre Cristo e os homens nos versos de 27 e 28. Então se percebe claramente que a ênfase deste texto não recai na quantidade de vezes que alguém pode morrer naturalmente, mas sim no fato de que a morte é inevitável para humanidade . Os vv. 25,26 deixam bem claro que a intenção do autor é fazer contraste entre “muitas vezes” e “de uma vez por todas”, mostrando como o sacrifício de Cristo não precisou ser repetido como os sacrifícios no AT.

Daí ele usa a morte do homem como exemplo, com a finalidade de comparação. Como se fosse: “O homem não só morre uma vez? Também Cristo apenas uma vez se ofereceu”. O autor aos Hebreus quer dizer que o sacrifício de Cristo não era do tipo do AT que tinha que ser feito muitas vezes, assim como também não vemos uma mesma pessoa morrer muitas vezes! Quando alguém morre, segue-se o juízo. Isto é a regra, aquilo que é normal. As ressurreições relatadas na Bíblia foram exceções que confirmam a regra, não que as abolem. De fato, os ressuscitados da Bíblia voltaram à sua vida física até morrerem novamente, mas isso é exceção, não a regra.

Agora, se considerarmos a ressurreição daqueles santos na época da morte de Cristo como sendo o tipo de ressurreição da morte física para a vida eterna, como concordam os comentaristas que já foram citados aqui, então qual foi o destino destas pessoas? Certamente não ficaram na terra! Foram levados para o céu em um corpo de glória. Desta opinião partilham grandes comentaristas como os já citados e também Matthew Henry, que inclusive cita uma visão de sua época destes santos serem os de Apocalipse 20, que viveram e reinaram com Cristo mil anos. Calvino, apesar de ser da opinião de que eles foram glorificados, não vê problema se eles tivessem morrido novamente, sendo prova naquele momento, do poder de Cristo sobre a morte. Entretanto, a Bíblia se cala sobre o destino destas pessoas.

CONSIDERAÇÕES PESSOAIS Se eles ressuscitaram em glória e foram para a eternidade, por que o silêncio do restante do NT acerca deste fato tão extraordinário? Teria sido de fato uma adição do texto dos Nazarenos? Sendo assim, as pessoas que as viram depois teriam dado testemunho de terem contemplado seus corpos em glória! Na ordem da ressurreição que Paulo faz em 1Coríntios 15, ele escreve que Cristo é primeiro, depois os que são de Cristo na Sua vinda! É importante notar que nada diz Paulo sobre esse, digamos, evento de intervalo.

Não é errado supor qualquer uma destas duas formas de ressurreição, visto que ambas glorificam o poder de Cristo. Quando o véu se rasga, o Pai demonstra o poder dado ao Filho sobre os vivos; quando os túmulos se rasgam, Ele demonstra o poder dado ao Filho sobre os mortos, para que Ele seja Senhor tanto dos mortos como dos vivos ( Rm 14.9). Se tais santos voltaram depois aos seus túmulos, provaram por um tempo aos seus que Jesus de fato era o Filho de Deus, como admitiu o centurião ( Mt 27.54). Se eles foram glorificados, em nada contradizem o versículo de Hb 11.40, pois este fala dos heróis do AT e estes santos eram da época de Cristo. Além do mais, estes santos foram apenas exceção de uma regra que envolve todos os santos que morreram na esperança de Cristo.

Todavia, me parece mais normal acreditar que eles ressuscitaram da morte física para a vida física novamente e voltaram ao convívio de seus lares. Isto não diminui em nada a glória de Cristo (se fosse assim, a ressurreição de Lázaro não seria para a glória de Deus, visto que ele morreu de novo). Isto explicaria a ausência de mais informações (desde que creiamos que estes versículos são relatos inspirados)... Pois, uma vez que ressurreições desse tipo eram comuns no ministério de Cristo e dos apóstolos, então aí está uma provável explicação do desinteresse tanto de Mateus como dos demais escritores do NT em falar mais sobre esse evento: ressuscitaram para a vida física, normal, entre seus familiares e, dando testemunho do poder de Cristo sobre a morte e, voltaram a morrer depois de certo tempo.

CONCLUSÃO Conjecturar pode, mas não mirabolar ! Lembrando sempre que conjecturas não podem ser provadas pela Bíblia, apenas apresentam razões lógicas, debaixo do escrutínio de bons raciocínios! Portanto, somos livres para conjecturar dentro desses dois tipos de ressurreição, desde que nosso argumento seja melhor que o do outro lado; caso contrário, temos que admitir que o segundo conceito é melhor e até passarmos a crer assim. Visto que este não é um assunto que interfere na salvação, temos liberdade sobre como vamos crer acerca dele.
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