A sociedade de corte considerações gerais

SilvnioBarcelos 7,435 views 68 slides Mar 25, 2013
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About This Presentation

Considerações acerca do livro A SOCIEDADE DE CORTE de Norbert Elias realizado por: Prof. Silvânio Barcelos


Slide Content

A sociedAde de corte
Norbert Elias
Breves considerações
Por:
Prof. Silvânio Barcelos

 .

““A sociedade de corte” eA sociedade de corte” e
“O processo civilizador”“O processo civilizador”
•Condensa a base do
pensamento de Norbert Elias.
•Inaugura importante vertente
sociológica e histórica do
século XX.

A sociedade de corte:A sociedade de corte:
Categorias sociológicasCategorias sociológicas
•Teoria da sociologia nominalista:
•considera real apenas indivíduos isolados,
separados uns dos outros.
•Visão da sociedade como particularidades
abstraídas de indivíduos singularizados.
•Essências metafísicas independentes dos
indivíduos. (214)
•Elias critica essa vertente sociológica.

A sociedade de corte:A sociedade de corte:
Categorias sociológicasCategorias sociológicas
•Teoria da sociologia realista:
•Figurações de indivíduos
interdependentes (comprovados
empiricamente)
•Desenvolvimento de figurações
específicas: “Corte Real” e “Sociedade de
corte”

Tarefa da sociologia segundo Tarefa da sociologia segundo
Norbert EliasNorbert Elias
•“Tornar os indivíduos de
quaisquer associações
compreensíveis para si
mesmos e em relação aos
outros” (215)

Identidade última dos indivíduosIdentidade última dos indivíduos
•Possível na análise das
interdependências entre os indivíduos.
•ELIAS: “Sem a qual toda relação humana
(mesmo a do pesquisador com o
pesquisado, do vivo com o morto) tem
algo do período selvagem mais remoto no
desenvolvimento da humanidade”. (215)

A análise das “interdependências”A análise das “interdependências”
•Compreensão realista:
•Torna-se necessário perceber o indivíduo
(objeto) da pesquisa nas “perspectiva-eu”
e “perspectiva-nós”.
•Para Elias a “perspectiva-ele” (terceira
pessoa) afasta o pesquisador de uma
compreensão realista do objeto estudado.
•Como? = “indivíduos interdependentes”.

A análise das “interdependências”A análise das “interdependências”
•No caso do estudo do Rei Luís XIV:
•“Só quando temos em vista seu
comportamento [...], e da margem de
ação que lhe permitia sua rede de
interdependências, podemos fazer uma
imagem satisfatória de sua pessoa”
•“Esse valor só pode ser determinado
quando o vemos como um homem entre
homens”. (216)

A neutralidade do pesquisadorA neutralidade do pesquisador
•“Existe uma tendência de, ao julgar os
homens de outras épocas ou de outras
sociedades, partir dos juízos de valor de
sua própria época, selecionando na
infinidade de fatos justamente aqueles
que, à luz de seus próprios critérios,
parecem revestir-se de importância” (216)

A neutralidade do pesquisadorA neutralidade do pesquisador
•De acordo com Elias:
•Se não houver total distanciamento entre
ator e autor torna-se impossível discernir
as “interdependências” entre atores.
•“Só é possível compreendê-los [...]
quando são preservadas a relativa
autonomia das inter-relações, das
figurações” (217)

O valor científico das “figurações” O valor científico das “figurações”
para Norbert Eliaspara Norbert Elias
•Maior autonomia do objeto de pesquisa
•Controle dos ideais heterônomos que
influenciam o pesquisador
•Contato mais próximo com o contexto dos
fatos
•Modelos que não se submetem à posição
ou ideologia do pesquisador.
•Crítica: até que ponto isso é
possível? (ler 3º e 4º parágrafo
217 – debate)

• .

•BOA SOCIEDADE NO ANCIEN RÉGIME
•Luís XIV (Século XVII – XVIII): Vida social
concentrada na corte.
•Convívio social: Palais Royal (residência do
regente), Palais du Temple, Castelo do duque do
Maine = “pequenas cortes”
•Luis XV (Século XVIII): dos palácios para os hôtels
dos nobres até os hôtels dos financistas = CULTURA
DE SALÃO
•Luís XVI (Final século XVIII): Corte perde sua
importância como centro social. (burguesia)
•Corte de Napoleão: tempestades da Revolução
detona estrutura da corte. Formação de outra “boa
sociedade”
•CULTURA SOCIAL E MUNDANA: herança do século
XVIII

CORTE DE LUÍS XIVCORTE DE LUÍS XIV
Formação da “Nova sociedade de corte”Formação da “Nova sociedade de corte”
Conclusão de processo de longa data:Conclusão de processo de longa data:
Cavaleiros e cortesãos da Cavaleiros e cortesãos da
cavalaria se tornam cavalaria se tornam
CORTESÃOS (no sentido CORTESÃOS (no sentido
próprio da expressão)próprio da expressão)

Vue générale du château de Versailles, par Pierre Patel (1668).

Versailles (côté cours), en 1722. Voici l'aspect que présentait le château
à la fin du règne de Louis XIV : deux grilles, trois cours : cour du palais
entre les hôtels des ministres, cour royale ou du Louvre, tout au fond,
cour de Marbre. Peinture de P. D. Martin (Musée de Versailles).

“CASA DO REI e abrigo, pelo menos temporário, da sociedade de corte
Como um todo” : Diferente das unidades sociais da família (página 98)

Cerimônia do “lever do rei”
(página 101)
Rotina:
a) O Rei é acordado pelo primeiro criado;
b) As portas são abertas para os pajens;
c) O “grand chambellan” é avisado;
d) 1º fidalgo providencia o café;
e) 2º fidalgo assume seu posto diante da porta;

hierarquia de privilégios:
“entrées”
ENTRÉE FAMILIÈRE: Filhos legítimos, netos, príncipes e princesas
de sangue, 1º médico, 1º cirurgião, 1º criado de quarto, 1 pajem.
GRAND ENTRÉE: Reservada aos grands officiers de la chambre et
de la garderobe.
PREMIÈRE ENTRÉE: Leitores e intendentes do rei.
ENTRÉE DE LA CHAMBRE: Capelão, ministros, secretários,
conselheiros de estado, oficiais da guarda pessoal, marechais de
França.
QUINTA ENTRÉE: Senhores e senhoras favorecidas que dependiam
da vontade do fidalgo de quarto
SEXTA ENTRÉE: (mais disputada, entrada pelos fundos) filhos do
rei, inclusive os bastardos com familiares e genros e o
“superintendente de edifícios”. PERTENCER A ESSE GRUPO ERA
UM GRANDE PRIVILÉGIO (livre entrada)

Etiqueta como estrutura de
poder e dominação
Exemplo da elaboração da vida de corte
Cada atitude revela um sinal de prestígio,
símbolo da divisão de poder
Marcação das diferenças de níveis
Distribuição de distinções
Provas de favorecimento ou desagrado.
Fator de reprodução: competição (cortesãos,
disputa/manutenção de privilégios)

Figurações: indivíduos
interdependentes (mútuas coerções)
Etiqueta e cerimonial: perpetuum mobile
espectral:
“existia e se movia com total autonomia em
relação ao valor utilitário imediato, como que
impelido por um motor inesgotável, pela
competição dos homens envolvidos em busca de
status e poder – tanto entre si quanto em relação à
massa dos excluídos – e por sua necessidade de
um prestígio claramente delimitados” (p. 104)

Figurações: a delicada
“balança do poder”
Impossibilidade de reforma das tradições
Impossibilidade de alterações na precária
estrutura de tensões
Ameaça à estrutura de dominação
“Violar ou abolir tais condições de poder
era uma espécie de tabu na camada
dominante dessa sociedade” (p. 104)

Figurações: manutenção do
status quo
Busca de status por parte de um indivíduo
mantinha os outros em alerta.
“E depois que um determinado sistema de
privilégios estava estabilizado em seu
equilíbrio, nenhum dos privilegiados podia
abandoná-lo sem tocar nesses privilégios,
que constituíam a base de toda a sua
existência pessoal e social” (p. 105)

Equilíbrio da engrenagem
social
Fenômeno da pressão e contra-pressão:
Nível inferior X nível superior: luta pela
conservação dos privilégios
Nível superior X nível inferior: forçava a
concorrência por privilégios

Noblesse X não-nobres (entre eles a burguesia):
era necessário que as classes subalternas
continuassem pagando impostos

Mecanismo da etiqueta:
instrumento de dominação nas mãos do rei
“Ele utiliza a competição dos cortesãos
por prestígio e por favorecimento.
Alterações de posições e de prestígios
Deslocamento de pressões e do equilíbrio
social
Mudanças de hierarquias (à despeito da
antiguidade das casas)

O Racional e o irracional
Nobreza / burguesia
“Controle de comportamento e emoções”
Tipo aristocrático de corte: cálculo das chances de
poder através de prestígio e status.
Tipo burguês: cálculos de perdas e ganhos
financeiros.
“Como vimos, nos círculos da corte muitas vezes
se trocou um aumento de prestígio e status pela
perda de condições financeiras” (p.109)

Continuação...
“Boa sociedade nobre”: A opinião social
determinada o pertencimento à seu meio.
Conceito de HONRA (perder a honra
significa perder sua condição de membro e
também da distância que o separa das
camadas inferiores)
“Boa sociedade burguesa”: Posse de capital
ou profissão e a chance de ganhar dinheiro
garantem a existência do indivíduo.

Questão de identidade:
“pertencer à aristocracia”
“Eles não freqüentavam a corte apenas porque
dependiam do rei, mas permaneciam dependentes
do rei porque só pelo acesso à corte e à vida junto
à sociedade de corte podiam manter a distância em
relação aos outros, distância da qual dependia a
salvação de suas almas, de seu prestígio como
aristocratas de corte, ou seja, de sua existência
social e sua identidade pessoal” (116)

Conservação da distância de outras
camadas sociais: motor decisivo do
comportamento aristocrático
Norma sociológica para qualquer grupo
elitizado. (Segundo Elias)
“E onde quer que existam tendências de
elitização em uma sociedade [...] evidencia-
se o mesmo fenômeno”. (p. 119)
Existencialismo irrefletido.
Fetiche de prestígio.

Estratégias de comportamentoEstratégias de comportamento
1. A arte de observar as pessoas:
observação e auto-observação (um homem
conhecedor da corte é senhor de seu
comportamento)
2. A arte de lidar com as pessoas: cálculo,
sondagem, conveniência, diplomacia,
garantia, prudência, negociação. (No caso
dos relacionamentos burgueses não pesa a
questão da longevidade das relações)

Público e privadoPúblico e privado
Sociedade aristocrática de corte: não
havia separação entre a esfera
particular e a profissional no sentido
atual.
Sociedade burguesa de massa: “esfera
profissional é a área em que as coerções
sociais e a modelagem social dos homens
se exercem com mais força” (p.130)

Capítulo VII
 .

Estruturas de poder na França do
Ancien Régime
Diferente do absolutismo na Prússia,
depois Alemanha, na França o rei, ou
uma série de reis estavam inseridos em
uma determinada tradição social:
Cultura aristocrática de corte
O Rei também integrava a rede de
“interdependências humanas”:
CONDIÇÃO DE SEU PODER
ILIMITADO

Transformações das estruturas de poder:
de “cavaleiros a seigneurs da corte”
Nobreza espalhada por todo país deu origem
à nobreza de corte reunida em torno do rei.
Francisco I: “um rei cavaleiro” da dinastia dos
Valois (1515-1547) – comportamento
cavaleiresco, questões de honra. (proximidade
com outros nobres)
Henrique IV: o último rei cavaleiro incorporou
a transição para o “tipo aristocrático de corte”
Luís XIV (século XVII): Já não participava das
batalhas junto aos nobres como cavaleiro.

Luís XIV: centralização do poder
Distanciamento em relação à nobreza
Descolamento do equilíbrio de forças
Distância dentro da mesma camada
social.
1) Conservação do poder do rei
2) Conservação da nobreza como
ordem dependente do rei

Causas do descolamento de poder:
Nobreza / Realeza a partir do séc. XVI
Afluxo de metais preciosos: aumento de
circulação de dinheiro e INFLAÇÃO
Queda do poder de compra (4 por 1)
Aumento dos preços (1 por 4)
Aumento de recursos móveis (dinheiro)
(Ler citação 7 página 165)
Profundo abalo dos fundamentos
econômicos da nobreza

Continuação...
Nobreza tirava das terras seus
rendimentos fixos.
Com a inflação os rendimentos não
supriam seus gastos
Endividamento generalizado
Perda das propriedades rurais (dívidas)
Destituídas de terras, chegam à corte
em busca de uma vida nova.

Conseqüências...
 .

Enriquecimento da realeza
Aumento dos impostos e vendas de
cargos oficiais
Fortalecimento da burguesia (que
pagava impostos)
Crescimento urbano e comercial
CRIAÇÃO DO APARELHO DE PODER:
distribuição de dinheiro

Outras causas do deslocamento de
poder: AS GUERRAS
Nobreza Guerreira custeavam os
empreendimentos bélicos: armaduras,
cavalos e armas. RELATIVO PODER
Crescimento financeiro a partir século
XVI: modificações nas práticas de
guerra (ler citação página 167)
Uso da arma de fogo e do “soldo”:
deslocamento da balança de poder

Deslocamento poder entre nobreza
guerreira e príncipes suseranos
Utilizando recursos financeiros príncipes
passaram a contratar tropas para guerrear em
seu nome.
Recrutamento de “soldados” nas camadas
inferiores
Não se doava mais feudos em troca de
serviços militares.
Declínio da dependência da nobreza guerreira
Aumento da dependência financeira
ARMAS DE FOGO: “deslocamento do
equilíbrio social”

Nova mobilidade social
Dependência condicionada pela
distribuição de terras: maior autonomia:
“Pois em seu feudo, quaisquer que fossem
as dimensões deste, o nobre era um rei em
dimensões menores, sendo que, uma vez
concedidas e ocupadas as terras, o
vassalo estava seguro” (p. 169)
Dependência condicionada pela
distribuição de salários, pensões e
donativos: menor autonomia.

Produção e reprodução social
da distribuição de poder no Ancien Regime
Final século XVI quase todas as funções
da nobreza foram concedidas a homens
que vinham da plebe (burguesia):
Funções legais, administrativas e
ministeriais.
“O que restava à nobreza se fazer
indispensável ao rei?” (p. 170)

Produção e reprodução social
da distribuição de poder no Ancien Regime
Elias: questão sociológica
“Cada instituição é o produto de uma
bem determinada distribuição de poder
no equilíbrio das tensões entre grupos
humanos interdependentes” (p. 171)
Para compreender a “instituição social
da corte” é preciso entender as
“fórmulas das necessidades”

Produção e reprodução social
da distribuição de poder no Ancien Regime
Desde Francisco I foi-se criando uma
nobreza titular. (transição dos feudos
para uma aristocracia de corte)
“À medida que as funções tradicionais
dos suseranos, vassalos e cavaleiros
[...] perdiam a importância, tanto maior
era o valor social de se pertencer à
corte, como fundamento da distância e
prestígio”. (p.175)

Produção e reprodução social
da distribuição de poder no Ancien Regime
Uma nova estrutura social:
Parte da nobreza passa a fazer parte da
aristocracia de corte.
Outra parcela fica à margem, fechando-se em
si mesma.
Uma série de burgueses chega à esse grupo.
Burguesia de profissionais fora da corte
REESTRUTURAÇÃO DA NOBREZA

Equilíbrio das tensões
Surgimento de uma forte burguesia no século
XVI e XVII (Guerras religiosas, Henrique IV,
Santa Liga – Espanha e o Papa)
Corporações burguesas: resistência à
dominação e poder da nobreza. (Sem força
suficiente para reivindicar a dominação)
Nobreza ainda forte o bastante afirmar-se
perante a camada burguesa, porem fraca
demais para dominá-la. (financeiramente)

Absolutismo em andamento: esfera
de domínio mais ampla do rei
“Ele governava porque e
enquanto os grandes grupos
sociais da burguesia e da
nobreza, em acirrada rivalidade
pelas chances de poder,
mantinham a balança em
equilíbrio”. (p. 179)

Caso da Fronda: equilíbrio do poder

Exemplo da atuação do Príncipe Condé no
episódio da Fronda (partido que combate o
Cardeal Mazarino durante a menoridade de
Luís XIV -1648-1653)
Ao vencer o exército do rei, a burguesia de
Paris lhe abre as portas da cidade.
Quando pretende consolidar sua dominação é
a própria burguesia, temerosa de um poder
ainda maior concentrado nas mãos de Condé,
que através do Parlamento decreta a
maioridade de Luís XIV, em 1651,
normalizando o equilíbrio de poder.

Sucessão hereditária do rei: Sucessão hereditária do rei:
garantia do equilíbrio de podergarantia do equilíbrio de poder
•“A legitimidade da descendência
do rei acaba aparecendo como
garantia de que o soberano [...]
não tem obrigações em relação
aos outros grupos, nem está
envolvido unilateralmente com os
interesses destes” (p. 186)

Equilíbrio sempre instável e Equilíbrio sempre instável e
oscilante: fonte do poder do reioscilante: fonte do poder do rei
•Ligados à nobreza por origem e
costume não podia aumentar seu
poder, muito menos da burguesia.
•“Para manter o equilíbrio de seu reino,
os reis tinham que sustentar a nobreza,
mas ao mesmo tempo precisavam
distanciar-se dela.” (p. 187)

Categoria “ambivalência” na sociedade Categoria “ambivalência” na sociedade
no Ancien Régimeno Ancien Régime
•Nobreza representava perigo para o rei.
(competição latente)
•Dependência da nobreza como
elemento de dominação.
•“O fato de o rei ser servido pela
nobreza o distanciava de todas as
outras pessoas do reino” (p.188)

Ambivalência e as estruturas de Ambivalência e as estruturas de
poder (p. 188)poder (p. 188)
•“A aniquilação da nobreza, a supressão
da distância que a separava da burguesia,
o aburguesamento da nobreza, essas
coisas teriam provocado um grande
deslocamento do equilíbrio dessa
figuração, um significativo aumento do
poder das camadas burguesas e uma
dependência dos reis em relação à elas”

Cooptação da nobrezaCooptação da nobreza
•Funcionalismo constituído por
burgueses. Judiciário e
administração. Surgimento da
NOBLESSE DE ROBE.
•Nivelamento do poder entre
nobreza e burguesia.
•Ambas dependendo do rei.

““Vitória da realeza sobre a Vitória da realeza sobre a
nobreza”nobreza”
•Contexto: término das guerras religiosas
(final XVI) Aberto caminho absolutismo.
•Progresso da economia monetária:
inflação
•Reforma do exército (profissional)
•Empobrecimento da nobreza
•“Boa parte da nobreza dirige-se para a
corte, vinculando-se ao rei sob nova
forma” (p. 189)

Venalidade dos cargosVenalidade dos cargos
•Vendas de cargos: importante fonte de
renda
•Tira da nobreza a influência sobre
distribuição de cargos
•Abolir a venda de cargos comprometia o
equilíbrio social do Estado (compras de
cargos era um meio de acesso da
burguesia ao poder)

Luis XIV: vigilância incansávelLuis XIV: vigilância incansável
Equilíbrio das estruturas de dominação
“O rei quer reunir diretamente sob seu olhar
todos aqueles possíveis chefes de uma rebelião,
e cujos castelos poderiam servir como local de
reuniões...” (p. 203)
Construção de Versailles: Estabelecimento e
consolidação do poder e do prestígio.
Etiqueta: “todas as pessoas de nível
encontravam-se diretamente sob seu campo de
observação” (p. 203)
LER CITAÇÃO Página 203

Luis XIV: vigilância incansávelLuis XIV: vigilância incansável
Luís XIV via com pesar o fato de seu filho
primogênito manter uma corte separada em
Meudon.
O Caso da Duquesa de Berry, mulher de seu
neto.
O caso de seu próprio irmão que veio lhe
pedir um gouvernement e uma fortificação
“O lugar mais seguro para um filho da França
é o coração do rei” (p. 205)

Submissão da nobreza: Submissão da nobreza:
resistências e compensaçõesresistências e compensações
Consciência de serem influentes na corte
Chances financeiras
Prestígio e poder: principalmente junto às
camadas inferiores da sociedade de corte
Aliança com possíveis sucessores ao trono (ex.
citação Duque Saint-Simon pag. 206)
Afastamento da corte: condição extrema

Equilíbrio de tensões: fator de Equilíbrio de tensões: fator de
dominaçãodominação
Apoio à burguesia: chances econômicas,
cargos e prestígios ao mesmo tempo que os
mantinham em xeque
Distanciamento do restante da nobreza
Os limites: os reis só toleravam a decadência
da nobreza até certo ponto, sob risco de sua
própria existência.
Burgueses necessitavam do rei nas lutas
contra a nobreza

Função da nobreza Função da nobreza
Soberania do rei dependia da existência de
uma nobreza que contrabalançasse as
camadas burguesas, assim como a
existência e a força de camadas burguesas
como um contrapeso a nobreza.
“E foi precisamente essa função que deu à
nobreza sua característica própria” (p. 211)
APESAR DO ÓCIO (grifo nosso)

Como tornou-se possível a Como tornou-se possível a
“reprodução da aristocracia de corte”?“reprodução da aristocracia de corte”?
“A nobreza precisava do rei
porque nesse campo social
somente a vida em sua corte lhes
dava acesso às chances
econômicas e de prestígio que
possibilitavam uma existência
de nobres” (p. 211)

Figuração da corte: “prisioneiros Figuração da corte: “prisioneiros
da própria etiqueta e cerimonialda própria etiqueta e cerimonial
Rei, rainha, familiares e acompanhante,
cortesãos:
“Qualquer gesto representa um privilégio”
“Qualquer alteração representa perigo”
“Renunciava-se a qualquer tipo de mudança”
“Se certos privilégios fossem violados, outros
também poderiam sê-lo, inclusive os seus
próprios” (p. 212)

 .

Dominação auto-sustentávelDominação auto-sustentável
“Cada grupo se imobiliza temendo,
permanentemente, um
deslocamento desfavorável no
equilíbrio do poder, frustrando toda
tentativa de uma reforma mais
radical na estrutura de dominação
a partir de dentro” (p. 213)

A figuração no Ancien Régime A figuração no Ancien Régime
e o abismo social: REVOLUÇÃOe o abismo social: REVOLUÇÃO
Profunda distância social entre elite e povo
“Monde” hermético e fechado da nobreza
Pensar no povo era uma idéia estranha à
nobreza. (não correspondia a seus valores)
Existência social: valor auto-suficiente
“Mal viam eles as nuvens que se acumulavam
sobre suas cabeças” (p.213)
REVOLUÇÃO: novas estruturas de
dominação e poder: (Corte de Napoleão)

Créditos imagens slides 3 e 4
Disponível em:
http://www.cosmovisions.com/monuVersailles.htm

Acesso em 27 de Maio de 2012
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