O emprego dos substantivos “ ocupação” e “invasão” em revistas e jornais que circulam em nosso cotidiano Ocupação: empregado pelos Sem-Terra e pelos adeptos a sua causa; Invasão: empregado por aqueles que se opõem aos Sem-Terra. Os sentidos são produzidos em decorrência da ideologia dos sujeitos em questão
Antes do surgimento dos movimentos dos Sem-Terra , “invasão” e “ocupação” não circulavam na mídia que integra nosso cotidiano, pois não havia um espaço histórico-social que lhes possibilitasse a existência.
Concluindo... As palavras têm sentido em conformidade com as formações ideológicas em que os sujeitos (interlocutores) se inscrevem
O sentido de uma palavra, de uma expressão, de uma proposição, etc., não existe “em si mesmo” [...] mas, ao contrário, é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico no qual as palavras, expressões e proposições são produzidas (Pêcheux, 1997b, p. 190).
O QUE JUSTIFICA A TRANSDISCIPLINARIDADE DA ANÁLISE DO DISCURSO?
A palavra no dicionário: nega-se a imanência do significado uma vez que interessam os sentidos produzidos em decorrência da inscrição socioideológica e histórica dos sujeitos envolvidos.
A concepção de linguagem (apreendida sempre em funcionamento) e a concepção de sujeito próprias à Análise do Discurso implicam uma ruptura de paradigmas, pois seu objeto encontra-se constantemente em movimento, não é estático, e, não o sendo, implica movência de sentidos e deslocamentos.
Para a Análise do Discurso: A língua tem sua própria ordem, mas só é relativamente autônoma( reintrodução da noção de sujeito e de situação na análise da linguagem); a história tem seu real afetado pelo simbólico ( os fatos reclamam sentidos); O sujeito da linguagem é descentrado ( o sujeito discursivo funciona pelo inconsciente e pela ideologia);