Prefácio
Como aconteceu de um artista como eu escrever o prefácio de um livro
sobre acupuntura por pressão? Bem, vejamos... Recentemente, envolvi-me
muito nesse assunto em virtude de minhas relações de amizade com o autor
deste livro. Além disso, tenho queda para inventar e desenhar, e, assim,
acabei ilustrando o livro para o autor, o Dr. Keith Kenyon. Fiquei
envaidecido quando ele me pediu que fizesse o trabalho.
No entanto, sou mais conhecido como ventríloquo e, acreditem ou não,
foi a ventriloquia que me levou, indiretamente, à acupuntura por pressão.
Como pode, afinal, ser bom um ventríloquo que não consegue manipular
seus bonecos sem sentir dor? Porém, estou-me antecipando. Vamos,
portanto, começar do início.
No verão de 1973, visitei a Alemanha e, enquanto me encontrava lá,
minha mão direita ficou muito inchada e dolorida sem nenhuma razão
aparente. Duvido que a Alemanha tivesse algo a ver com isso. De qualquer
modo, desde que eu estaria de volta aos Estados Unidos dentro de duas
semanas, decidi esperar até poder consultar meu médico de família. Ele
simplesmente me daria uma injeção qualquer e meu problema desapare
ceria.
Deixem-me encurtar a história, porque nove meses se passaram até que
finalmente encontrei alívio. Fui submetido a testes de todas as doenças
possíveis — todos os resultados foram negativos. Eu não tinha artrite, nem
reumatismo, nem gota, nem alergia, nem distúrbio do colagênio, etc.,etc.
Após vários meses, meu médico fez-me sentar para uma daquelas conversas
francas.
“ Acho que será melhor” , começou ele, “ você se conformar com o fato
de que sempre terá essa inchação e essa dor, a menos que comece a tomar
cortisona diariamente” .
Vocês podem imaginar como fiquei atormentado, e, para piorar as
coisas, já estava perdendo contratos de trabalho; eu não podia manipular os
bonecos devido à dor.
Durante todo esse tempo eu vinha trabalhando com o Dr. Kenyon,
desenvolvendo uma fonte de força para o coração artificial que inventei.
Há meses, ele tivera conhecimento da minha dor e me vinha aconse
lhando, repetidamente, a tentar a acupuntura por pressão. Realmente, eu
nunca lhe dera ouvidos, porque estava certo de que seria encontrada uma
cura para mim. Então, com a esperança a desaparecer, decidi ouvir o Dr.
Kenyon. Ele me ensinou como poderia tratar-me eu mesmo, em apenas
alguns minutos.
Poucas semanas após usar a acupuntura na mão e no pulso, a dor
começou a diminuir. Não digo tivesse ela curado o estado subjacente; talvez
o meu médico de família esteja certo, mas, embora não me tenha libertado
completamente da dor, pelo menos posso manipular meus bonecos nova
mente.
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