Adolescentes versus obsolescentes

671 views 26 slides Sep 07, 2011
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About This Presentation

Sobreo o confliro entre jovens e adultos na internet e fora dela.


Slide Content

Adolescentes versus
obsolescentes?

Nos esforçamos por tantos anos em manter nosso
foco que agora estamos estranhando o modo multi-
tarefa em que nossos jovens vivem, e já começamos a
falar em mal-funcionamento das novas gerações.

Durante um tempo, as pessoas mais velhas se referiram
à informática (lembram deste termo?) como algo
importante que merecia ser aprendido.
Hoje apontam para os jovens e dizem que há algo
errado numa geração sem foco, dominada pela
tecnologia digital, com um enorme déficit de atenção e
pouca profundidade temática.
Nossos filhos não estão se encaixando em nossas
projeções e por isso estamos pensando que pode haver
algo de errado com eles.
Nossos filhos não estão se encaixando em nossas
projeções e por isso estamos pensando que pode haver
algo de errado com eles.
Nossos filhos não estão se encaixando em nossas
projeções e por isso estamos pensando que pode haver
algo de errado com eles.
Nossos filhos não estão se encaixando em nossas
projeções e por isso estamos pensando que pode haver
algo de errado com eles.
Nossos filhos não estão se encaixando em nossas
projeções e por isso estamos pensando que pode haver
algo de errado com eles.

Creio que estamos chegando em um ponto importante
da história do uso da tecnologia, no qual os jovens
conectados passam a disputar mercado com seus
preceptores e por isso passam a ser repelidos com
uma série de rótulos.

Por que o abismo tecno-relacional entre as gerações
vem se acentuando? Porque para muitos de nós, com
mais de quarenta anos, a intensidade e variedade dos
objetos de linguagem já atingem uma velocidade quase
insuportável.

Quando o pesquisador Douglas Engelbart apresentou
nos anos 70 a alternância de modos, e nos tirou das
telas verde-escura para uma interface colorida repleta
de ícones e com janelas simultâneas, a roda da história
avançou mais um pouco e somente hoje podemos
sentir quanto o mundo mudou.

Os jovens já estão completamente adaptados à
vertigem da multi-tarefa, mas a velha-guarda do
processador de texto ainda insiste que foco e
concentração são os únicos modos válidos de aprender
e trabalhar.
O que para nós é uma super-exposição de estímulos,
para os sentidos dos jovens é apenas o meio em que
nasceram, cresceram e aprenderam a viver.
O que para nós é uma super-exposição de estímulos,
para os sentidos dos jovens é apenas o meio em que
nasceram, cresceram e aprenderam a viver.
O que para nós é uma super-exposição de estímulos,
para os sentidos dos jovens é apenas o meio em que
nasceram, cresceram e aprenderam a viver.

Entretanto hoje não compreendemos como podem
trafegar de um assunto ao outro antes mesmo de
concluir o entendimento do anterior.
Não os acompanhamos nos mergulhos de hipertexto e
ainda somos teimosos, sempre dando mais valor às
nossas narrativas lineares.
Não os acompanhamos nos mergulhos de hipertexto e
ainda somos teimosos, sempre dando mais valor às
nossas narrativas lineares.
Não os acompanhamos nos mergulhos de hipertexto e
ainda somos teimosos, sempre dando mais valor às
nossas narrativas lineares.

No fundo ainda pensamos que para uma aprender uma
coisa é preciso aprender uma outra primeiro, e que há
uma ordem certa para isto.
Em nossa percepção não estão aprendendo nada
porque não mergulham prá valer nos conteúdos, e são
superficiais porque trocam de assunto sem um motivo
válido para nossos critérios.
Em nossa percepção não estão aprendendo nada
porque não mergulham prá valer nos conteúdos, e são
superficiais porque trocam de assunto sem um motivo
válido para nossos critérios.
Em nossa percepção não estão aprendendo nada
porque não mergulham prá valer nos conteúdos, e são
superficiais porque trocam de assunto sem um motivo
válido para nossos critérios.

Pensamos que eles mudam todo o tempo porque se
viciaram nisto, e no fundo culpamos o dispositivo que
originou toda essa confusão, o bisavô da navegação de
conteúdos, o controle-remoto da televisão!

As gerações anteriores fizeram um esforço enorme
para se adaptar à dura realidade da era industrial.
Tivemos que abandonar nosso fluxo espontâneo de
comer, dormir e amar a qualquer hora para entrarmos
no sincronismo do apito de fábrica e do relógio de
ponto.

Mas nossos corações e mentes teimavam em derivar
em desejos e interesses momentâneos, então
aprendemos a nos esforçar o tempo todo para manter
a atenção em apenas um assunto de cada vez e vivemos
tentando manter o "foco".

Acontece que a alternância de assuntos está saltando
para fora do computador e invadindo nossas vidas. A
televisão ficou mais rápida, as revistas repletas de
notícias, os jornais com textos cada vez menores e as
ruas repletas de anúncios e sinalizações digitais.
Pelo menos duas gerações cresceram neste meio,
jovens que mantém sete, dez janelas abertas e ainda
falam ao telefone enquanto comem um lanche, tudo
isso diante da televisão.
Pelo menos duas gerações cresceram neste meio,
jovens que mantém sete, dez janelas abertas e ainda
falam ao telefone enquanto comem um lanche, tudo
isso diante da televisão.
Pelo menos duas gerações cresceram neste meio,
jovens que mantém sete, dez janelas abertas e ainda
falam ao telefone enquanto comem um lanche, tudo
isso diante da televisão.

Nossos jovens tem acesso imediato a muitas fontes de
conhecimento, mesmo com seus professores
condenando o google e a wikipedia, mas ainda
esperamos que eles usem a memória, compreendam ou
decorem informações fundamentais, e que saibam
caligrafia!

E se o modo como nós aprendemos tudo até agora na
escola, memorizando a tabela periódica dos elementos,
equações matemáticas e rios do amazonas, estivesse
mesmo muito errado? Fomos diplomados como ótimos
alunos e alguém aí se lembra de alguma destas coisas?

Nossos professores eram bancos de memória
ambulantes, repletos de citações e exemplos.
Poucos mestres tinham a capacidade de se envolver, se
relacionar com os alunos e nos levar a uma experiência
única de sabedoria.
A maioria dos professores era entregador de verbetes,
fiscal de apostila ou zelador de livro didático.
A maioria dos professores era entregador de verbetes,
fiscal de apostila ou zelador de livro didático.
A maioria dos professores era entregador de verbetes,
fiscal de apostila ou zelador de livro didático.
A maioria dos professores era entregador de verbetes,
fiscal de apostila ou zelador de livro didático.
A maioria dos professores era entregador de verbetes,
fiscal de apostila ou zelador de livro didático.

Cultivamos um saber enciclopédico durante séculos e
talvez esta seja a primeira geração a se livrar deste
fardo, e por isso muitos os chamam de ignorantes.
Nunca imaginamos que eles teriam um tipo de
sabedoria e conhecimento tão diferente do nosso que
nos pareceria um certo tipo de ignorância!

Arrisco dizer que talvez os jovens não aprofundem
seus conhecimentos porque estão buscando em
primeiro lugar os índices. Não estão aprendendo
conteúdos, estão capturando mapas de localização do
conhecimento.

Na lógica destas gerações é possível organizar uma lista
de assuntos sobre um tema que ainda não conhecem.
Para nós mais velhos isto é impensável, pois nossos
sumários sempre apontam para textos que lemos,
imagens que vimos e filmes que assistimos. Nós
dependíamos da memória, eles dependem das buscas.
Nós resumíamos textos, eles condensam listas, buscam
por categorias, tipos, formatos, datas, assuntos, temas,
palavras-chave e tags.

Não aceitamos nem o modo como fazem a gestão de
suas amizades, e os acusamos de manterem fazendas de
falsos amigos representados por carinhas de facebook
que só dizem: husahuauahuhuasuahuhuhsuhaua.

Acho que estamos perdendo o bonde da história, ou
melhor, o trem-bala. Não conseguimos nos comunicar
com nossos filhos, estamos cada vez mais preocupados
com nossos jovens funcionários da geração Y, e cada
vez que alguém metralha uma escola, tenta fabricar uma
bomba em casa ou sai marchando em multidão pelas
ruas, culpamos a internet.

Se não tornarmos mais flexíveis nossas premissas e
freqüentarmos um pouco mais os espaços multi-tarefa
por onde os jovens fluem, as novas pontes entre nós
nunca irão aparecer.

Penso que cada um tem exatamente aquilo que precisa
para viver em seu tempo, a seu modo. O que
precisamos é não esquecer que, mesmo vivendo em
fluxos distintos, habitamos os mesmos espaços,
estamos ligados uns aos outros e precisamos cultivar o
encontro humano amoroso entre nós constantemente,
inclusive dentro das possibilidades não-presenciais,
usando o mural de Facebook, por exemplo.

Considerando que o mundo está cada vez mais
multicultural, multidiversificado e multitarefa, mesmo
sendo mais velhos é bom encontrarmos nosso lugar já
que, com o aumento da longevidade, ainda vamos viver
um bom tempo por aqui.

Meus amigos, ou melhor, meus velhos amigos, quando
a maturidade bloqueia a transformação, surge a velhice.
Um velho que transforma é sempre mais jovem que um
adolescente que conserva.
Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser
renovação. Não precisamos funcionar como os jovens,
mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o
único.
Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser
renovação. Não precisamos funcionar como os jovens,
mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o
único.
Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser
renovação. Não precisamos funcionar como os jovens,
mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o
único.
Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser
renovação. Não precisamos funcionar como os jovens,
mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o
único.
Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser
renovação. Não precisamos funcionar como os jovens,
mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o
único.

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