O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASES DA INTOXICAÇÃO
EXPOSIÇÃO
É fase da disponibilidade química. O agente tóxico
encontra-se no ambiente, disponível para penetrar no
organismo por alguma via de exposição.
É a fase em que a superf
ície corporal (externa ou interna)
do organismo entra em contato com o agente tóxico.
Agente
químico
Dose
Exposição:
Ingresso no
organismo
Fonte: ANVISA
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
Principal via de exposição na Toxicologia Ocupacional
(cerca de 90%) – gases, vapores, fumaças, fumos
metálicos, aerodispersóides sólidos e líquidos, névoas,
neblinas.
Partículas menores de 10 µm (sub 10) podem chegar aos
alvéolos e causarem lesões (Pneumoconioses) ou serem
absorvidas e levarem a efeitos sistêmicos.
RESPIRATÓRIA (INALAÇÃO)
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
Superfície alveolar total - 50 a 80 metros quadrados
Membrana alveolar = 1 µm
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Fonte: https://jmarcosrs.files.wordpress.com/2011/04/pulmao.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
Dissolução: Concentração no ar alveolar (pressão parcial),
solubilidade no sangue.
Reação química: Ocorre uma fixação entre o agente
químico e o sangue. Ex.: Monóxido de carbono (CO),
chumbo, etc.
SISTEMA RESPIRATÓRIO (ALVÉOLOS PULMONARES)
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
SISTEMA RESPIRATÓRIO (ALVÉOLOS PULMONARES)
Clearence Pulmonar: mecanismo de remoção dos
aerodispersóides do Sistema Respiratório.
Fonte: http://photos1.blogger.com/blogger/6016/2032/320/cilia.0.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
As membranas biológicas possuem constituição
lipoproteica.
Substâncias solúveis em gordura (lipossolíveis ou
apolares) absorvem pela pele.
Ex.: solventes, fenol (hidroxibenzeno), mercúrio elementar
(líquido na temperatura ambiente e altamente volátil.
CUTÂNEA (PELE)
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
Epiderme: Região córnea, Região gordurosa, Região
lúcida, Região germinativa
Derme:Tecido conjuntivo (vasos sanguíneos, folículos
pilosos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e
nervos)
CUTÂNEA (PELE)
Fonte: http://www.afh.bio.br/sentidos/img/sentidos%20pele.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
Fatores que influenciam na absorção cutânea:
Superfície corporal,
Abrasão da pele, queimaduras,
Pilosidade,
Gravidez,
Temperatura ambiente, vasoconstritores,
Tempo exposição,
Lipossolubilidade.
CUTÂNEA (PELE)
FASES DA INTOXICAÇÃO
VIAS DE EXPOSIÇÃO
É a via de exposição menos significativa para a Toxicologia
Ocupacional.
Exposição geralmente acidental, ao pipetar com a boca em
laboratórios ou ao fumar e comer com as mãos sujas de pó
de metais. Ex.: fundição de metais, soldadores.
Apenas uma parte dos agentes tóxicos ingeridos são
absorvidos, em geral menos de 10%.
DIGESTIVA (INGESTÃO)
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICOCINÉTICA
Inicia-se com a absorção e mostra o caminho percorrido
pelo agente no organismo.
Ocorre a ação do organismo sobre o agente tóxico,
procurando diminuir ou impedir a ação nociva.
Agente
químico
Dose
Exposição:
Ingresso no
organismo
Toxicocinética:
Absorção
Distribuição
Armazenamento
Biotransformação
Eliminação
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICOCINÉTICA
ABSORÇÃO
Fatores relacionados ao agente tóxico:
Lipossolubilidade – quanto maior a lipossolubilidade, mais
rápida a chegada aos órgãos-alvo
Grau de ionização – quanto menor a ionização (apolar),
maior a absorção
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO
Transportado por meio da corrente sanguínea para o resto
do organismo.
Ligando-se às proteínas do plasma ou glóbulos vermelhos.
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICOCINÉTICA
ARMAZENAMENTO
Principais locais de armazenamento: prote
ínas
plasm
áticas, tecido adiposo, ossos, fígado, rins, cabelos.
Local de armazenamento = sítio de ação
Ação aguda e grave. Ex.: Monóxido de carbono (sangue)
Local de armazenamento ≠ órgão-alvo:
Ex.: Chumbo é armazenado nos ossos e atua no sistema
nervoso central, nervos e sangue.
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICOCINÉTICA
BIOTRANSFORMAÇÃO
Objetivo: tornar o tóxico mais hidrossolúvel (polar) – facilitar
a eliminação pelo rins.
Principalmente no fígado: Oxidação – Redução – Hidrólise
– Conjugação.
Mecanismo de bioativação: produz metabólitos com
atividade igual ou maior do que o precursor
Ex.: Metanol ► Ácido fórmico ( ação tóxica nervo óptico )
Mecanismo da desativação: o produto resultante é menos
ativo ou tóxico (mais comum)
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICOCINÉTICA
EXCREÇÃO
Processo pelo qual uma substância é expulsa do
organismo.
Pelas secreções (bile, suor, lágrima, saliva, leite, gástrica),
Pelas excreções (urina,fezes)
Pelo ar expirado (pulmonar).
ELIMINAÇÃO POR BIOTRANSFORMAÇÃO
Substâncias mudam de estrutura, mas continuam no
organismo sob a forma de metabólitos.
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICODINÂMICA
Mecanismos de interação entre as moléculas do toxicante
e os sítios de ação dos órgãos e o aparecimento de
desequilíbrio homeostático
Corresponde ao início da intoxicação:
Interação com moléculas orgânicas
Alterações bioquímicas
Alterações morfológicas
Alterações funcionais
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICODINÂMICA
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA
Quanto maior a dose, maiores são os efeitos
Limites de Exposição Ocupacional
0
20
40
60
80
100
log dose
%
r
e
s
p
o
s
t
a
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
log dose
%
r
e
s
p
o
s
t
a
Fonte: ANVISA
FASES DA INTOXICAÇÃO
TOXICODINÂMICA
MECANISMOS DE TOXICIDADE
Podem ocorrer concomitantes ou sequencialmentes:
Alteração da expressão gênica
Alteração química de proteínas específicas
Alteração do funcionamento de células excitáveis
Prejuízo da síntese de ATP
Aumento de Ca2+ intracelular
Estresse oxidativo
Fonte: ANVISA
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA
É a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou
ainda alterações patológicas detectáveis mediante provas
diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados
pela interação do toxicante com o organismo.
Desequilíbrio orgânico ou quebra da homeostasia
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
IRRITANTES
Irritação local.
Ex: Dermatite de contato irritativa (não imunológica) – mais
comum. Lesão apenas na área de contato do agente tóxico
Fonte: http://www.dermis.net/bilder/CD005/550px/img0039.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
ALERGIAS
Reação imunológica com a formação de anticorpos
Ex: Dermatite de contato alérgica Ex.: cromo, níquel
Alergia respiratória ( asma )
FOTOALERGIAS
Agente tóxico + esposição ao sol levando a formação de
hatenos.
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO
Agente tóxico + esposição ao sol levando a formação de
radicais reativos que causam lesões na pele.
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
ASFIXIANTES
Asfixiantes simples: ▼ concentração do O2 no ar
Ex.: CO2, butano, metano, etano
Asfixiantes químicos:
Ligação à hemoglobina formando disemoglobinas
(Hemoglobina que não se liga ao O2). Ex.: CO
Bloqueio da respiração celular. Ex.: H2S, HCN
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
ANESTÉSICOS
São lipossolúveis, atravessam a barreira hematocefálica e
causam depressão do sistema nervoso central.
Primários: atuam apenas sobre o sistema nervoso central.
Ex.: hidrocarbonetos alifáticos (propano e butano)
De ação visceral: sistema nervoso central e outros órgãos.
Ex., hidrocarbonetos clorados (tetracloreto de carbono,
tricloroetileno).
De ação sobre a medula óssea e sistema nervoso
central: Ex., hidrocarbonetos aromáticos (benzeno,
tolueno).
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
INTERFERÊNCIA COM O SISTEMA GENÉTICO
Citostáticos (Citotóxicos) – impedem a divisão celular
► Inibição enzimática
► encaixe das duplas hélices
Fonte: https://djalmasantos.files.wordpress.com/2010/10/01-novo.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
ATUAÇÃO NO NÚCLEO CELULAR
Mutagênicos – alteração do código genético de células
germinativas;
Etil metano sulfonato; etil etano sulfato; metil metano
sulfonato; di-etil sulfato; azida s
ódica; ácido nitroso
(HNO2).
Esses qu
ímicos adicionam radicais alquila -CH3; -CH3-CH2
em posi
ções variadas nas bases nitrogenadas, alterando a
cadeia de DNA.
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
ATUAÇÃO NO NÚCLEO CELULAR
Carcinogênicos – alterações cromossômicas que causam
divisão celular incontrolável ;
Ex., amianto (asbesto).
Fonte: https://static.tuasaude.com/img/oq/ue/o-que-pode-provocar-cancer-de-pulmao--640-427.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
ATUAÇÃO NO NÚCLEO CELULAR
Teratogênicos – ação tóxica no embrião/feto
Ex., talidomida.
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-WodaEITc9TI/TbljDyVarvI/AAAAAAAAAqg/yizStQJkWdc/s1600/talidomida.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
FASE CLÍNICA – EFEITOS DO TÓXICOS NO ORGANISMO
PNEUMOCONIÓTICOS
Pneumoconioses: doenças pulmonares ocupacionais
causadas pela inalação de poeiras, podendo ser fibróticas
e não fibróticas.
Fonte: http://i1.r7.com/data/files/2C92/94A4/2578/D834/0125/7DCE/2444/001A/explosao-mina-turquia-afp-hg-20091211.jpg
FASES DA INTOXICAÇÃO
TÓPICOS ESTUDADOS
Exposição
Toxicocinética: (absorção, distribuição, armazenamento,
biotransformação, eliminação)
Fatores que facilitam a absorção
Distribuição
Principais locais de armazenamento
Ideal: orgão de depósito diferente do sítio de acão
Local de biotransformação
Bioativação ou desativação
Excreção
Toxicodinâmica
Efeitos dos tóxicos sobre o organismo