Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição
SÍNTESE DA UNIDADE
(pptadaptado)
Encontros –11.o ano ▪Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Inês Ribeiros
Séc. XVII
BARROCO
Séc. XIX
ROMANTISMO REALISMO
AMOR DE PERDIÇÃO: SÍNTESE DA UNIDADE
Friso cronológico
Camilo Castelo Branco (1825-1890)
Amor de Perdição (1861)
Obra de ficção,
em que
abundam
peripécias
narrativas,
culminando em
desfecho
trágico.
Sugestão de relato histórico
e familiar verídico
Com base num documento
oficial (livro de registos de
entradas na cadeia da
Relação do Porto referente a
Simão Botelho, tio de Camilo
Castelo Branco, que havia
sido degredado para a Índia
e de que se mantinha na
família um maço de cartas
de amor trocadas com
Teresa Albuquerque).
TÍTULO E SUBTÍTULO
Sugestão Biográfica (Simão e Narrador)
Subtítulo
Memórias de uma família
Título
Amor de Perdição
MAS
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AestruturadeAmordePerdiçãoéresumidapelonarradornaIntrodução
daobradaseguinteforma:“amou,perdeu-seemorreuamando”.
Introdução
“amou”
Conclusão
“morreu amando”
•Referência a dados biográficos de Camilo.
•Apresentação global do infortúnio de Simão
Botelho –o degredo.
•Morte de Simão.
•Suicídio de Mariana.
•Amor de Simão e Teresa –correspondido, mas
proibido.
•Amor de Mariana por Simão –não correspondido.
•Assassínio de Baltazar Coutinho.
•Condenação de Simão ao degredo.
•Ida de Teresa para o Convento.
•Morte de Teresa.
ESTRUTURA DA NARRATIVA
Desenvolvimento
“perdeu-se”
Narrador que intervém através de comentários,
interrompendo o relato para tecer considerações
Os comentários do narrador ao longo da Introdução
permitem perceber o quanto compreende e desculpabiliza o
herói da sua própria narrativa.
Ex.: “me causaram aquelas linhas, de propósito procuradas,
e lidas com amargura e respeito e, ao mesmo tempo, ódio”
NARRADOR
RELAÇÕES ENTRE AS PERSONAGENS
Famílias de
Simão e de
Teresa
Denúncia de uma sociedade
marcada pelo ódio, pela violência.
Ódio,
rivalidade
Denúncia do conflito
intergeracionale reivindicação
dos valores dos jovens:
•jovens (filhos) –idealismo,
excesso e radicalismo de
posições;
•adultos (pais).
Simão e
Teresa
↕
Respetivos
pais
Conflito
intergeracional
Simão
↕
Teresa
Denúncia de uma sociedade repressiva
que atua através de instituições:
•instituição familiar (autoritarismo
paterno, casamentos de conveniência,
situação de inferioridade da mulher);
•igreja (conventos);
•prisão (justiça).
RELAÇÕES ENTRE AS PERSONAGENS
Amor-paixão
sincero, puro,
excessivo,
oposto às
convenções
sociais e à
ordem
instituída.
Mariana
↓
Simão
Denúncia da autorrepressão relacionada
com a classe social (povo) e com o sexo
(feminino).
Amor-paixão
(não
correspondido)
RELAÇÕES ENTRE AS PERSONAGENS
O AMOR-PAIXÃO
Amor-paixão
SIMÃO
TERESA MARIANA
Amor
correspondido
Amor não
correspondido
Relações entre as personagens e a forma de vivência
do amor por cada uma delas.
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Simão Botelho
Estatuto nobre.
Sentimentos fortes:
–antes de amar –rebelde,
marginal e violento;
–ao amar (amor-paixão) –
apaixonado, sincero, fiel,
obstinado na defesa da
sua honra de amante
perseguido, excessivo no
amor e no ódio; veia
poética (cf. cartas escritas
na prisão); morre de
amor.
Transformação pela
paixão.
Herói romântico
Teresa de Albuquerque
Estatuto nobre.
Jovem, pura e frágil (mulher-anjo).
Sentimentos fortes –amor-paixão (vive o
amor intensamente e morre de amor);
obstinação na recusa de aceitar a autoridade
paterna.
CONSTRUÇÃO DO HERÓI ROMÂNTICO
Heroínas
românticas
Mariana
Nobreza de sentimentos –sofre em silêncio
por amor (amor não correspondido);
abnegação, generosidade, dedicação.
Indiferença em relação à sociedade.
Morte por amor (suicídio).
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LINGUAGEM E ESTILO
DIÁLOGO
Marcado pela retórica sentimental e pela nobreza trágica, em algumas situações.
“–Meu pai, não lhe dê esses
conselhos!…
–Cala-te aí, rapariga! –disse mestre
João.
–Vai tirar o albardão à égua, amanta-
a, bota-lhe seco. Não és aqui
chamada.”
Classes populares
(João da Cruz, Mariana):
linguagem viva, espontânea,
incisiva.
“–Teresa… –disse o velho.
–Aqui estou, senhor –respondeu a filha,
sem o encarar.
–Ainda é tempo […] de seres boa filha.
–Não me acusa a consciência de o não
ser. “
Classes nobres
(Simão, Teresa e respetivas
famílias): linguagem convencional,
esmerada, elaborada.
Diálogo entre
Tadeu de Albuquerque e Teresa
Diálogo entre
João da Cruz e Mariana
Século XIX
Ascensão da burguesia
↓
Mudança de valores
Amor de Perdição
Obra em que se representa a
mudança de valores sociais,
através da atuação das
personagens (cf. relações
entre personagens, amor-
-paixão, herói e heroína(s)
românticos)
A OBRA COMO CRÓNICA DA
MUDANÇA SOCIAL
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CONCENTRAÇÃO TEMPORAL DA AÇÃO
Narração precisa e rápida das ações decisivas
A concentração temporal da ação em Amor
de Perdição deve-se:
•à hábil escolha das cenas dramáticas e à
sua progressão rápida e lógica para a
catástrofe;
•à rapidez das peripécias;
•à orientação dos diálogos para os pontos
essenciais do enredo;
•à ausência de divagações filosóficas.
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