Lembrança viva
O diário é um gênero textual que registra
acontecimentos e impressões das pessoas
sobre fatos ou situações que despertaram
interesse na vida delas. Geralmente, os
diários são escritos com a intenção de
captar, na escrita, momentos da vida que
merecem ser registrados. Nem sempre
tais momentos são os mais importantes
para outras pessoas. Não importa: a
experiência de tais momentos devem ser
importantes para quem os registra.
Registro secreto
Sendo um gênero textual presente em
todos os tempos e nas mais variadas
culturas, é importante não só
construirmos o nosso, no qual
colocaremos o registro de nossas
experiências, mas lermos os de outras
pessoas para aprendermos com as
experiências delas e assim, nos
tornarmos mais integrados com o
universo do outro.
Local e data
Vocativo
Verbos no
passado
Uso da primeira pessoa
-função emotiva
Descrição do cotidiano e
conteúdo pessoal,
íntimo...
Público na
Internet
Data da
publicação
Título
Verbos no passado e
em primeira pessoa
Assinatura ou
despedida Interação
Descrição do cotidiano e
conteúdo pessoal, mas
não particular.
“
Trata-se, obviamente, de um relato das experiências da vida de uma
determinada pessoa, abarcando suas vivências, os traços que
marcaram sua existência, enfim. Nesse sentido, como se trata do
revelar de alguém, certamente que as formas verbais são expressas
na primeira pessoa do singular. Quanto ao nível de formalidade da
linguagem, pode haver variações, dependendo do grau de intimidade
dos interlocutores, como também para o público a quem se destina a
circunstância comunicativa em pauta.
Anne Frank
AnneFrankéumaentreosmilhõesdevítimasda
perseguiçãoaosjudeusduranteaSegundaGuerra
Mundial.
Elanasceua12junhode1929emFrankfurtamMein,
naAlemanha.Em1933comaascensãodeAdolfHitler
aopodernaAlemanha,instalandoumregime
antijudaico,afamíliaFrank,deorigemjudaica,
decidiumudar-separaosPaísesBaixos,tendo-sefixado
emAmsterdam,ondeopaiOttoestabeleceuuma
empresa.
“Eu sei o que quero, tenho um objetivo, tenho uma
opinião, tenho uma crença e um amor.”
Anne Frank, 11 de abril de 1944
A ocupação dos Países Baixos
Em maio de 1940, o exército alemão invadiu os Países
Baixos e veio implementar cada vez mais medidas contra
os judeus. No dia 6 de julho de 1942, Otto e Edith Frank
e as filhas Margot e Anne “mergulharam”.
*“Mergulhar”: Designação dada ao desaparecimento
voluntário de pessoas que passaram a ter uma existência
ilegal ou clandestina.
Desaparecimento
A família Frank escondeu-se no prédio da
Prinsengracht 263 onde Otto Frank tinha a sua
empresa. Mais tarde, juntaram-se a eles Hermann van
Pels, a sua mulher Auguste, o filho deles, Peter, e Fritz
Pfeffer. O prédio da empresa de Otto era composto por
duas partes: a casa da frente e a “casa das traseiras”, ou
o Anexo Secreto. No andar superior do anexo viviam as
oito pessoas escondidas.
“O nosso esconderijo é agora perfeito. O senhor Kugler
teve a boa ideia de tapar a porta de entrada do
anexo.”
Anne Frank, 21 de agosto de 1942
O diário de Anne Frank
Noseudécimoterceiroaniversário,aAnne
recebeuumdiáriodospais.Quandoafamília
Frankdecidiurefugiar-senoAnexoSecreto,
Annelevouodiárioconsigo.Em1944,Anne
ouviuemumatransmissãoderádioqueum
membrodogovernoholandêsesperava,depois
daguerra,recolhercartasediáriosde
testemunhosocularessobreosofrimentodo
povoholandêsduranteaocupaçãoalemã.
“A emissora inglesa fala de câmaras de gás.
Sinto-me horrível.”
Anne Frank, 9 de outubro de 1942
Esconderijo
“Durante o dia as nossas cortinas não se podem abrir nem um centímetro.”
Anne Frank, 28 de novembro de 1942
“
“Tenho vontade de escrever, e tenho uma
necessidade ainda maior de tirar todo o tipo de
coisas de dentro do meu peito.”
20 de Junho de 1942
Fonte: http://www.annefrank.org/
Anne Frank
“
Museu
Das oito pessoas escondidas, só Otto Frank sobreviveu à guerra. Ele decidiu
publicar o diário de Anne. Em 1960 o Anexo Secreto, onde viveram
escondidos, tornou-se um museu.
Relatos de guerra
Sendo um gênero textual presente em todos os
tempos e nas mais variadas culturas, é importante
não só construirmos o nosso, no qual colocaremos
o registro de nossas experiências, mas lermos os
de outras pessoas para aprendermos com as
experiências delas e assim, nos tornarmos mais
integrados com o universo do outro. Uma das
principais formas de se conhecer os horrores das
guerras é principalmente através de relatos escritos
por pessoas que viveram cotidianamente os
conflitos. Dessa forma, os relatos de guerra são
importantes fontes históricas para o estudo dos
impactos que as guerras causaram nos indivíduos e
para conhecer detalhes que não são encontrados
nos documentos oficiais.
Diários como literatura infantojuvenil
O diário de ficção, ao contrário de se destinar para
o próprio emissor, centrado no próprio eu, volta-se
para o público, provocando assim o efeito de
sentido desejado. Dessa forma, cabe ressaltar que
a ideia que se tem do diário “íntimo”, uma vez
comparada ao diário de ficção, destoa-se, visto que
enquanto no diário comum a interlocução reside no
próprio “eu”; no ficcional, ela é destinada ao público,
isto é, não é feito para ser trancado às sete chaves,
mas sim para ser publicado.
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Prof Marina Ferreira