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Teologia Sistemática 4 Prof.: Pr. Kenneth Eagleton
O Homem (Antropologia)
Anthropos, em grego, significa homem ou pessoa. A antropologia
estuda o homem ou a humanidade. Dependendo do seu enfoque e
interesse, cada área do conhecimento humano que estuda a
antropologia (sociologia, psicologia, teologia, etc.) o fará sobre um
prisma um pouco diferente. Na teologia a antropologia é o estudo do
que a Bíblia diz a respeito do sêr humano: quem ele é, como é
constituído e sua capacidade de se relacionar com Deus, com outros
seres humanos e com a natureza.
A) Imagens da humanidade: existem muitas imagens seculares a respeito da humanidade.
Três das mais difundidas são:
1. Homens como máquinas – nesta perspectiva, o ser humano é definido “de acordo
como o que tem capacidade para fazer”
1
. O seu valor é proporcional a sua utilidade à
sociedade, a uma atividade econômica ou à sua família. “A preocupação principal
dos que têm essa concepção será satisfazer aquelas necessidades que manterão o
ser humano (a máquina) funcionando de modo efetivo. A saúde do trabalhador
interessa, não porque a doença pode significar sofrimento pessoal, mas porque pode
resultar em perda de eficiência no trabalho. Elas têm valor enquanto são úteis”
2
.
Quando perdem a utilidade (ou nunca a tiveram por deficiência física ou mental),
existe a facilidade de encostá-las, abandoná-las e mesmo praticar a eutanásia.
2. Homens como animais – “outra corrente vê os homens primeiramente como
membros do reino animal e como descendentes de algumas de suas formas
superiores. Eles surgiram por meio do mesmo tipo de processo pelo qual passaram
todos os outros animais e terão um fim semelhante. Não há diferença qualitativa
entre os seres humanos e os outros animais. A única diferença é de grau”
3
. Esta é a
conclusão lógica dos que crêem na evolução natural como explicação para a
existência da humanidade.
3. Homens como peões do universo – “entre alguns existencialistas” e outros
“encontramos a idéia de que os homens estão à mercê das forças do mundo que
lhes controlam o destino, mas não têm verdadeiro interresse por eles. Essas são
consideradas forças cegas, forças do acaso em grande parte. Às vezes são forças
pessoais, mas, mesmo então, são forças sobre as quais os homens não têm controle,
e sobre as quais não exercem nenhuma influência, como os superpoderes políticos.
Trata-se de uma concepção basicamente pessimista que retrata os homens sendo
esmagados por um mundo hostil ou, pelo menos, indiferente a seu bem-estar e
necessidades. A conseqüência é um sentimento de desamparo, de futilidade”
4
e de
resignação.
1
ERICKSON, Millard J., Introdução à Teologia Sistemática, (São Paulo: Edições Vida Nova), 1997, p. 205.
2
ERICKSON, p. 205.
3
ERICKSON, p. 206.
4
ERICKSON, p. 207.
A antropologia
estuda o que a
Bíblia diz a
respeito da
humanidade.