Figura 1. Cultura africana
Fonte: Cultura africana (2016).
O estudo sobre a cultura pode variar de tempos em tempos, de autor para
autor, de paradigma para paradigma. Sendo assim, podemos dizer que é por
meio desse conceito que os antropólogos estudam o “outro”. O antropólogo
evolucionista Tylor (1920, p. 1) definiu cultura, em 1871, como “aquele todo
complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, costume e
outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade”. Com o tempo, outros autores vão problematizando essa noção
totalizante de cultura, tornando-a mais interpretativa, mais parcial, mais
polissêmica, saindo da ideia do todo para apresentar feições da cultura.
De qualquer modo, podemos dizer que a cultura se “manifesta por meio
de diversos sistemas” (DIAS, 2010, p. 67) – como o sistema de valores, o de
normas, o de ideologias, o de comportamentos, entre outros – dentro de um
território específico, em determinada comunidade cultural, e influencia os
indivíduos na concretização das suas ações sociais. É na interação entre os
indivíduos e os grupos que são construídos e negociados os parâmetros culturais
nos quais as ações sociais se realizam, constituindo, assim, uma identidade
própria para cada cultura, como é o caso da cultura brasileira.
Portanto, podemos dizer também que a cultura é exclusiva das socie-
dades humanas, já que, a partir dela, se pode traçar a diferenciação entre
o homem e o animal. O homem é o único ser vivo que tem capacidade
para o acúmulo cultural, tanto pela quantidade dessa produção, como
pela complexidade da sua natureza. Nesse sentido, a linguagem humana é
fundamental para a comunicação simbólica, e sua importância se dá não só
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