ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - PARTE I - Criação.pptx

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Antropologia Teologiaca


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ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA Pe. Me. Iuri Ribeiro dos Santos [email protected]

I PARTE: NOÇÃO DE ANTROPOLOGIA BÍBLICA

ANTRO+POLOGIA (do grego anqrwpoj [ anthropos ], homem, e logoj , [ logos ], razão/pensamento) é a ciência que tem como objeto o estudo racional do homem e da humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.

A Antropologia bíblica é predominantemente unitária, sendo o homem visto como um todo , como se não fosse estruturado. A visão cultural , diferente da nossa, apresenta a maior dificuldade para interpretarmos os textos e captarmos seu significado. Mais do que traduzir termos , temos que entender o que as palavras significam e para isto não basta estudar livros e dicionários, é preciso o esforço de assimilar outra cultura , que não é nem moderna, nem ocidental.

Nessa cultura, o homem é visto como um corpo animado , não como composto de corpo e alma , nem como espírito encarnado! Termos que indicam: Órgãos ou partes do corpo; Uma função biológica, A capacidade psíquico-espiritual correspondente, Outras funções próximas, O homem todo determinado pela função em causa; Todo esse conjunto pessoal visto como relacionado. Seguem alguns exemplos desse uso, tentando traduzir para a nossa mentalidade moderna a visão unitária da linguagem bíblica.

1) OS TERMOS BÍBLICOS ANTROPOLÓGICOS NO ANTIGO TESTAMENTO Nefesh ( נֶפֶשׁ ) Basar בָּשָׂר) ) Ruach ( רוּחַ ) Leb-Lebab ( לֵב )

NEFESH נֶפֶשׁ) – ) Diz-se do animal, do homem, às vezes de Deus. Traduz-se habitualmente por psyché ( yuch ) - anima - alma . Pode significar: Garganta, goela , onde se experimentam as necessidades básicas: sede, fome, alento, fôlego: Is 5,14; 29,8;Jr 2,25; Hab 2,5; Sl 107,5.9; Pv 10,3; 27,7; Ecl 6,7; Pescoço , ligado facilmente à ameaça de vida: Sl 44,26;105,18;119,25;Jr 4,10;

O conjunto de desejos, apetites, anseios , tendências experimentadas como necessários para a sua vida: Gn 34,2; Dt 21,14; 1Sm 1,15; Jr 34,16; Sl 42,2s; 84,3; A alma , como sede de emoções vitais: Ex 23,9; 1 Sm 1,10; Jó 19,2; O homem vivo , a vida do homem: Lv 17,11; Dt 12,23; Pr 7,23; 8,35s; 19,8; Sl 30,4; A pessoa, o indivíduo (pode ser traduzido às vezes por um pronome pessoal): Gn 12,13; 19,19s; 46,15;Lv 18,29; 23,30; Jz 16,30; Sl 54,6; Jó 16,4. A nefesh é o homem necessitado

BASAR בָּשָׂר) ) Diz-se do animal, do homem, nunca de Deus. Traduz-se habitualmente por sarks ( sarx ) - caro - carne. Pode significar: A carne , parte musculosa do animal e do homem (ferida ou morta, exala mau odor, apodrece): Lv 26,29; Is 22,13; 49,26; Ez 23,20: Jó 10,11; O corpo inteiro (ossos, órgãos...): Lv 19,28; Nm 8,7; Jó 4,15; Sl 38, 4; 102,6;

O homem como existência fraca, precária, cheio de misérias e incapacidades, destinado à morte: Gn 6,12; Jr 17,5-7; Jó 10,4; 34,14s; Sl 56,5; 65,3s; 78,38s; Parentesco próximo : Gn 37,27; Lv 18,6; Is 58,7: qualquer ser humano. O conjunto dos seres vivos , os mortais, o comum dos mortais, base da personalidade corporativa: Gn 6,12.17; 9,16s; Is 40,5s;49,26; Sl 145,21. Temos, portanto, uma conotação positiva , o relacionamento com outros, e uma negativa , a debilidade, o homem efêmero que não basta a si mesmo.

RUACH רוּחַ) – ) Diz-se de Deus, do vento, do homem. Traduz-se habitualmente por pneuma ( pneuma )- spiritus - espírito. Pode significar: Vento, ar em movimento: Gn 1,2 (?); 3,8; Ex 10,13.19; 14, 21; Dt 32, 11; Is 7,2; Ar em movimento no homem: respiração : Is 42,5;Jr 2,24;Jó 34,14s; 19,17; Sl 146,4; Força vital criadora de Deus, transformadora: Deus comunica essa força ao homem para ações eficientes: Gn 41,38; Ex 15,8;Jz 3,10; 14,6; 1Sm 10,6;Is 42,1; Sl 33,6;

Espírito: força concedida ao homem por dom de Deus: Nm 11,17.25s.29; 27,16; 2Rs 2,9s.15; Conjunto de sentimentos e disposições : 1Rs 10,5; Pv 14,29; 18.14; Ecl 7,8; Ações enérgicas da vontade: Esd 1,5; Jr 51,11; Sl 32,2. Ruach é, assim, o homem autorizado, confirmado, potencializado pela presença e ação de Deus. Por isso aparece também em contraposição a basar ( Gn 6,3; Is 31,3). É o homem em sua relação com Deus.

LEB-LEBAB ( לֵב ) Diz-se de Deus (1Sm 2,35; 2Rs 10,30; Os 11,8s Sl 33,11) e do homem . Traduz-se por kardia ( kardia ) - cor - coração . Pode significar: O coração , órgão do qual dependem os movimentos do corpo (note-se que os antigos desconheciam as funções do cérebro):1Sm 25,37s;1Rs 21,7;2Rs 9,24;Jr 4,19; O que é inacessível, inexplorável, profundo, o interior oposto ao exterior que aparece (em contraposição a basar ), pois o coração não é visível: Dt 4,9; 1Sm 16,7; Jn 2,4; Pv 24,12; 30,18s;

Sentimentos, afetos, desejos secretos e autênticos do homem: Nm 15,39; 1Sm 2,1; Jr 17,9s; Pv 15,11; 17,22; 23, 17; Sl 21,3; 25,17; 44,22; 104,15; 119,32; 139,23; Centro do homem que vive de modo cônscio: razão, consciência, memória, juízo, espírito: capacidade de saber, conhecer, julgar, refletir, que deriva de escutar, obedecer, acolher: Gn 31,20; Dt 6,6; Is 42,25; Jr 17,1;Pv 8,5; 10,13; 15,14; 16,23; 18,15; Jó 8,10; 12,3;

Vontade, decisão, escolha, a consciência que dirige e valoriza as ações: Gn 8,21 BJ; Ex 35,21; Dt 10,16; Nm 16,28; 1Sm 14,6s; 24,6; 2Sm 7,3.27; Ez 11,19s; Pv 16,9; Sl 20,5. O coração é o eu sem defesa nem máscaras , o homem como tal na sua autenticidade inegável, para além das aparências e representações, de idealizações, de ideias e proposições voluntaristas, de emoções, impressões e reações a influências vindas de fora. O leb é, portanto, o homem como ser racional, consciente e livre.

1) OS TERMOS BÍBLICOS ANTROPOLÓGICOS B) NO NOVO TESTAMENTO Soma Sarks Psyché Pneuma Kardia

Soma ( swma ) Corresponde, às vezes, a basar ( Rm 6,6;7,24 BJ), mas sobretudo a corpo (termo inexistente no Ant. Testamento) no sentido positivo de corporeidade ou corporificação da pessoa; homem concreto: (1Cor 6,19); existência terrena ( Fl 1,20-25); corpo ( Rm 8,11). É o eu concreto.

Sarks ( sarx ) Como o hebraico ‘ basar ’ indica o homem inclinado ao pecado ou dominado por ele ( Rm 7,5 BJ; Gl 5,19; 6,8; Ef 2,11s); a existência mortal ( Jo 1,14 BJ); Indica também o corpo ou parte do corpo (2 Co 7,1; Lc 24,39). Viver na carne é a condição presente terrestre ( Gl 2,20), mas viver segundo a carne é inaceitável (2 Co 10,3). É o eu na sua condição perecível .

Psyché ( yuch ) Revela o substrato de nefesh e significa: vida ( Mt 16,26; Lc 12, 22s; Jo 10, 15-17; Rm 11,3; Fl 2,30); ser vivo ( Ap 16,3); alma, ( Mt 10,28; Ap 6,9 (trata-se de uma visão já dualista?); pessoa humana ( Lc 12,19; Rm 2,9; 13,1;1Pd 1,9; 3,20); valores que preenchem a vida (Mc 8,34s). Cf BJ em 1 Co 14,44. É o eu na sua força vital.

Pneuma ( pneuma ) Traduz ruah ( Jo 3,8; 20,22; 2Tes 2,8); indica o homem ligado a Deus (1Ts 5,23 BJ; Rm 1,9 BJ); o homem redimido ( Rm 8,4-13; Gl 3,3-5; 5,16s; 6,8); como também a alma ( Hb 12,23; 1 Pd 3,19; Tg 2,26). É o eu dirigido por Deus. É a dimensão mais alta, não como para os gregos era o ‘ nous ’ , ou para antigos e modernos a dimensão psíquica (cf. Jung). Cf . 1Cor 2,14s: ánthropos psychikós e ánthropos pneumatikós ; 15,44s: soma psychikón e soma pneumatikón .

Kardia ( kardia ) Como no Antigo Testamento Leb-lebab ( לֵב ) , indica a parte mais íntima da pessoa ( Lc 2,19; Rm 5,5; 6,17; 8,27; Ef 1,18 BJ). É o eu que acolhe, sente e motiva.

Notamos também a novidade no uso do termo ‘ corpo’ , desconhecido em hebraico e com sentido negativo (mas não sempre!) na língua grega . São Paulo o usa de forma positiva e ampla, pois serve para realidades materiais (1Cor 15, 38.40), para a fisicidade humana (Cl 2,23) sujeita ao pecado ( Rm 6,6;7,24), para a natureza criada unida ao homem ( Rm 8,22s)...

para o corpo de Cristo encarnado (Cl 1,22) , para o Cristo glorioso (Cl 2,9; Fl 3,21), para o corpo ressuscitado (1 Co 15,44), para a eucaristia (1Cor 10,16s), para a Igreja ( Rm 12,4s; 1Cor 12,12ss; Cl 1,18.24; 2,19; Ef 4, 12-16), para a sexualidade (1Cor 6,16) e o matrimônio ( Ef 5,28.31).

2) DUALISMO ANTROPOLÓGICO S. Gregório de Nissa

O dualismo corpo-alma tem uma origem mais filosófica que religiosa . No entanto, a tradição cristã incorporou este dualismo substancial na explicação da criação do ser humano e da sua natureza. A posição da Igreja Católica expressa em documentos conciliares e pontifícios consagra este dualismo ontológico. O conceito substancialista de alma parece permitir-nos responder a quatro questões fundamentais sobre o ser humano :

1. O que dá vida a um mero conjunto de células dando-lhes a forma de corpo humano ?

Esta questão, não se coloca nos nossos dias. A biologia dá-nos uma explicação suficiente dos mecanismos biológicos que tornam possível o nascimento dos corpos biológicos humanos e a sua persistência até à morte. O que dá forma humana ao corpo biológico é a experiência da relação interpessoal que se inicia logo no momento da concepção de um novo ser.

Este caráter relacional do ser humano explica melhor a forma humana do seu corpo do que a infusão no momento da concepção de uma alma espiritual no substrato biológico concebido por um casal. O dualismo substancial enfrenta problemas de difícil solução e as tentativas de o salvar esbarram com dificuldades sem solução.

Hoje há a tendência entre os filósofos e os teólogos cristãos de afirmarem a unidade de corpo e alma . Mas esta unidade ou é indissolúvel ou não. Se é indissolúvel , ao desfazer-se em cinza o corpo, deverá igualmente desfazer-se em cinza a alma. Se no momento da morte o corpo se desfaz, mas não a alma , voltamos ao dualismo substancial que se pretendia superar.

Este caráter relacional do ser humano explica melhor a forma humana do seu corpo do que a infusão no momento da concepção de uma alma espiritual no substrato biológico concebido por um casal. O dualismo substancial enfrenta problemas de difícil solução e as tentativas de o salvar esbarram com dificuldades sem solução.

2. O que distingue os seres humanos dos outros animais?

O conceito substancial de uma alma espiritual parece proporcionar uma resposta fácil. O ser humano é dotado de uma alma espiritual que o torna diferente dos outros animais. Para além de alguma confusão terminológica – ‘espírito’ parece identificar-se com ‘alma espiritual’, por exemplo -, esta solução enfrenta todas as dificuldades já atrás referidas.

Discussão..... O que nos faz diferentes dos outros animais não poderá ser a qualidade das relações interpessoais e o seu caráter constitutivo do humano enquanto humano?

3. O que permite acreditar na imortalidade?

Finalmente, no que se refere à terceira questão, é ainda o caráter relacional do ser humano que o torna capaz de imortalidade. É a relação com um Deus imortal que assegura aos seres humanos a imortalidade. Conclusão: o dualismo corpo-alma torna-se fundamental numa concepção substancialista do ser humano, mas não numa concepção relacional.

4. Qual a diferença entre alma e espírito?

Há duas interpretações sobre a composição físico-espiritual do homem . A primeira, defendida pelos " tricotomistas ", diz ser o homem formado de corpo, alma e espírito. A segunda, a dos " dicotomistas ", sustenta que o homem possui apenas corpo e alma , sendo esta dividida em duas substâncias : a alma propriamente dita, ligada aos nossos sentimentos, e o espírito , que tem consciência e possui o conhecimento de Deus.

O Antigo Testamento não faz muita distinção entre alma e espírito: " E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida. E o homem foi feito ALMA VIVENTE " ( Gn 2.7). O termo espírito deriva do hebraico " ruah ", do grego "pneuma", do latim " spiritus ", e significa sopro, hálito, vento, princípio de vida . Logo, nossa parte imaterial ou espiritual foi formada de uma parte da essência ( do sopro ) de Deus ( Ez 3.19; Pr 23.14; Sl 33.19).

No Novo Testamento, vemos alguma distinção entre alma e espírito : " A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador " ( Lc 1.46-47). Outras referências: Hb 4.12; 1Tes 5.23. Jesus disse: " Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito " ( Lc 23.46). A verdade é que o homem possui uma parte material (o corpo) formado do pó, e uma imaterial formada do sopro de Deus , semelhante a Deus.

Quando esta parte imaterial se relaciona com a carne ( sensações , emoções , vontade ), chama-se ALMA ; Quando serve de ligação com Deus , chama-se ESPÍRITO . Admitimos que alma e espírito são inseparáveis e imortais , com funções distintas no corpo .

II PARTE: DEUS CRIADOR E O HOMEM CRIADO

1. A Criação na Sagrada Escritura

Antes de falar da criação na Sagrada Escritura propriamente dita, é de suma importância entender o significado do verbo criar : Segundo o Dicionário Houaiss : conceber , tirar aparentemente do nada, dar existência a, formar , gerar , dar origem a . Num sentido teológico específico , criar é propriamente produzir , fazer ou tirar do nada ou de nada.

Num sentido mais genérico e vago , indica que os seres existentes têm sua origem primeira em Deus de algum modo. As coisas existem porque recebem o ser de Deus , não de algum ser não divino , não por acaso , não de si mesmas , não desde sempre.

O vocabulário do Antigo Testamento mostra a criação dentro de 3 modos de execução do desígnio divino: Criação por ação : onde o agir de Deus é manifestado explicitamente, pois nos relatos escriturísticos mostra-se a ação de Deus ao: formar, ordenar o caos, organizar; separar; lutar; Gerar, fazer nascer; produzir; Plasmar, modelar (como o oleiro); Tecer; Estender; Fundar etc... Todos esses verbos mostram a ação divina;

b) Criação pela Palavra : Ao criar o mundo é Deus quem fala e tudo se faz através do poder de sua palavra. A Palavra anuncia, efetua, revela e aprova a criação. A Palavra cria diretamente; Não é palavra mágica, mas mostra a espiritualidade e transcendência do Criador ; mostra a diferença entre o Criador e a criatura e exclui assim toda a espécie de emanatismo e panteísmo ;

c) Criação pelo “Espírito” : É por meio da ação do Espírito de Deus que tudo vai se formando de acordo com a palavra proferida pelo Criador. O Espírito paira, dá fecundidade a tudo que é criado.

Os relatos sobre a criação estão no inicio do Livro do Genesis (1-2), onde duas tradições diferentes (Sacerdotal e Javista ) mostram como Deus Criador através de sua ação criadora ordenou o caos e criou todas as coisas existentes no mundo . Também mostram a criação da espécie humana através do primeiro homem e da primeira mulher.

Assim, os relatos da criação do Gênesis coincidem diante dos seguintes pontos: Deus não tem princípio (origem), é não gerado; Deus é apresentado como um ser pessoal; Ele é o Criador de tudo quanto existe no mundo; O homem, a imagem e semelhança de Deus, é o centro de toda a criação; Homem e mulher são feitos um para o outro (a mulher é a auxiliar do homem); Por fim, a criação em sua origem corresponde aos planos de Deus.

Na pregação profética , se recorre ao tema de Deus criador para fortalecer no povo a fé em Deus salvador. Em Is 51 temos esta relação entre Deus criador e Deus salvador. No relato da vocação de Jeremias (1,5) o fundamento da esperança está em invocar ao Deus criador. Em Am 4 mostra a relação entre o Deus criador e dominador de tudo com o Deus que julga e castiga.

Em outras ocasiões este Deus criador e consumador atua para a libertação do povo ( Is 27). Também insistem muito em realçar a fé na criação com as consequências éticas que dela se deriva (Am 5,4ss; Ml 2,10; Is 5,12).

Os Salmos a fé em Deus criador é frequente, pois esta faz parte da espiritualidade israelita . São diversos os sentimentos que suscita nos salmistas a contemplação da criação ( Sl 8; 104; 136; 146). Os salmistas não só cantam a ação criadora de Deus , mas a relação entre Criador e criatura vai além, pois de uma maneira especial mostra a dependência de que cada criatura tem do Criador.

O conceito bíblico de criação do nada (que é desconhecido em todas as culturas antigas) é explicitado em 2Mac 7,28: “ Deus fez não de coisas existentes ”, esta expressão foi traduzida pela Vulgata por “ ex nihilo ”, que significa “ do nada ”.

No NOVO TESTAMENTO Jesus cura em dia de Sábado : a cura é sinal do Reino definitivo. Curar é criar, recriar, dar a vida . Ele cura como Deus cria, através da palavra , cujo resultado é imediato e total. Existem dois temas que mostram o conteúdo da criação no Novo testamento: a Criação em Cristo.

A criação foi realizada: por Ele, para Ele, Nele, por meio d’Ele; E o tema da Nova Criação , análogo ao da Nova Aliança : O paralelismo Cristo-Adão; A nova criação; O novo Homem. Toda a obra de Deus em Cristo é uma nova criação , não uma restauração da criação anterior . Essa nova criação ainda está em curso , bem longe de seu 7º dia. O primeiro dia foi a Ressurreição pessoal de Jesus, o novo Adão.

Do Pensamento PAULINO podemos extrair três grandes proposições relacionadas ao tema da Criação : O mundo visível, feito por Deus, atesta a sabedoria e a gloria do Criador (At 14,15-17; At 17, 26-28; Rm 1,20); Deus fez o mundo com sabedoria, sem conselho, ficando afastado todo tipo de cosmogonia pagã ( Rm 11,33-36).

Deus cria porque quer que as criaturas tiradas do nada gozem da felicidade de existir e de exprimir a grandeza e sabedoria do Criador. 3) À doutrina do AT sobrevém um elemento novo : o Cristocentrismo (Cl 1,15s).

São Paulo mostra o primado de Cristo , Deus feito homem, como o primogênito de toda criatura no sentido de “ anterior a toda criatura ”. Também em Ef 1,3-14, São Paulo mostra o papel de Cristo como eixo central de toda a obra da criação dentro do plano de Deus.

2) Desenvolvimento Histórico da Doutrina da Criação
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