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Capítulo 1 Hidrologia Aplicada
Questões a se pensar:
1. Por que se preocupar com as várias fases do ciclo hidrológico?
2. Se o estudo da Hidrologia não era importante há 30-40 anos atrás, por que o deveria
ser hoje?
3. Se essa quantidade de água doce nunca foi motivo de grandes preocupações, por que o
seria agora?
5. A ÁGUA E O DESENVOLVIMENTO
A água sempre desempenhou um papel fundamental na história da humanidade. O surgimento das
cidades sempre se deu ao longo os rios. Entretanto, não se tinha a percepção da importância da água
como hoje, uma vez que sua qualidade e quantidade eram adequadas às necessidades da época –
abastecimento, diluição de dejetos, pesca, geração de energia, entre outros. Como as fontes hídricas
não eram desenvolvidas no limite de sua possibilidades, havia pouco interesse em se obter dados e
conhecimento a respeito de suas capacidades máximas, e assim a Hidrologia, como ciência, pouco
se desenvolveu.
Hoje, o cenário é outro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo mundial de
água doce dobrou nos últimos 50 anos e corresponde, atualmente, à metade de todos os recursos
hídricos acessíveis. Explorar tais recursos foi o motor do desenvolvimento econômico de muitos países,
sobretudo na agricultura, abastecimento humano e animal, geração de energia, indústria e transporte.
Porém a competição por água entre tais setores vem degradando as fontes naturais, das quais o
mundo depende. O ciclo natural da água tem sido interrompido ou alterado em regiões muito
artificializadas, como as megacidades.
É consenso geral que a gestão das águas é uma necessidade. E assim, a Hidrologia ressurge, hoje,
como ferramenta indispensável para tal fim, uma vez é a ciência que trata do entendimento dos
processos naturais que dão base aos projetos de suprimento de água. Só ela pode avaliar como e
quanto o ciclo hidrológico pode ser modificado pelas atividades humanas.
No passado, já existiam estes sinais de desconhecimento da Hidrologia, mas os mesmos só afetavam
pequenas parcelas da população e tinham pouca divulgação. Isto tem mudado significativamente nos
últimos 30 anos. Hoje já se tem o entendimento que a prosperidade e a sobrevivência da humanidade
é função da disponibilidade de água doce e potável e que, a cada ano nascem mais alguns milhões de
consumidores e não é criada, sequer, uma gota d’água a mais no Planeta.
Ticiana Studart e Nilson Campos