Apostila De Portugues Especifico Concurso

jorjor 14,150 views 183 slides Feb 10, 2010
Slide 1
Slide 1 of 186
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62
Slide 63
63
Slide 64
64
Slide 65
65
Slide 66
66
Slide 67
67
Slide 68
68
Slide 69
69
Slide 70
70
Slide 71
71
Slide 72
72
Slide 73
73
Slide 74
74
Slide 75
75
Slide 76
76
Slide 77
77
Slide 78
78
Slide 79
79
Slide 80
80
Slide 81
81
Slide 82
82
Slide 83
83
Slide 84
84
Slide 85
85
Slide 86
86
Slide 87
87
Slide 88
88
Slide 89
89
Slide 90
90
Slide 91
91
Slide 92
92
Slide 93
93
Slide 94
94
Slide 95
95
Slide 96
96
Slide 97
97
Slide 98
98
Slide 99
99
Slide 100
100
Slide 101
101
Slide 102
102
Slide 103
103
Slide 104
104
Slide 105
105
Slide 106
106
Slide 107
107
Slide 108
108
Slide 109
109
Slide 110
110
Slide 111
111
Slide 112
112
Slide 113
113
Slide 114
114
Slide 115
115
Slide 116
116
Slide 117
117
Slide 118
118
Slide 119
119
Slide 120
120
Slide 121
121
Slide 122
122
Slide 123
123
Slide 124
124
Slide 125
125
Slide 126
126
Slide 127
127
Slide 128
128
Slide 129
129
Slide 130
130
Slide 131
131
Slide 132
132
Slide 133
133
Slide 134
134
Slide 135
135
Slide 136
136
Slide 137
137
Slide 138
138
Slide 139
139
Slide 140
140
Slide 141
141
Slide 142
142
Slide 143
143
Slide 144
144
Slide 145
145
Slide 146
146
Slide 147
147
Slide 148
148
Slide 149
149
Slide 150
150
Slide 151
151
Slide 152
152
Slide 153
153
Slide 154
154
Slide 155
155
Slide 156
156
Slide 157
157
Slide 158
158
Slide 159
159
Slide 160
160
Slide 161
161
Slide 162
162
Slide 163
163
Slide 164
164
Slide 165
165
Slide 166
166
Slide 167
167
Slide 168
168
Slide 169
169
Slide 170
170
Slide 171
171
Slide 172
172
Slide 173
173
Slide 174
174
Slide 175
175
Slide 176
176
Slide 177
177
Slide 178
178
Slide 179
179
Slide 180
180
Slide 181
181
Slide 182
182
Slide 183
183
Slide 184
184
Slide 185
185
Slide 186
186

About This Presentation

Apostila de potuguês para concurso público,
http://www.primeiroelemento.com


Slide Content

Concursos
Públicos

Nível 2º Grau

FONOLOGIA


Fonologia
é a parte da gramática que estuda as palavras sob o aspecto sonoro.

Fonemas são as unidades fônicas distintivas da palavra.

O número de fonemas é limitado dentro de um sistema lingüístico. Com poucos fonemas,
podemos formar uma grande quantidade de signos, simplesmente comutando um por outro.
Assim: lata, mata, pata,data, etc. Trocados os fonemas, altera-se logicamente o significado das
palavras.

Letras são os sinais gráficos que representam os fonemas.
Uma letra pode representar fonemas diferentes. É o caso de fonema /z/, por exemplo, que pode
ser representado pelas seguintes letras:
s = mesa
x = exato
z = azarado

O alfabeto português possui 23 letras: a, b, c, d ... Além destas, temos k, w e y, empregadas em
abreviaturas, símbolos e na transcrição de nomes próprios estrangeiros. A letra h não representa
fonema algum. Aparece em certas palavras por força da etimologia ou da tradição escrita, em
certas interjeições e na formação dos dígrafos.

···· Classificação dos fonemas

Vogais
- são fonemas que fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a corrente de ar
vinda dos pulmões não encontra obstáculos. São doze, e não cinco como muitos imaginam. São
silábicos, isto é, constituem a base da sílaba.

/ a / / â / / é / / ê / / / i / / / ó / / õ / / u / /

Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ quando formam sílabas com uma vogal.

can-tai a = vogal i = semivogal
le-vou o = vogal u = semivogal

Observação:

1) As letras e e o também podem representar semivogal:
2) põe = [põi] mão = [mãu]
3) Consoantes - são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela corrente de ar vinda dos
pulmões. São assilábicos porque não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal.
4) bo-ca, ca-sa, da-do, fa-ca

Encontros Vocálicos
 
Seqüência de fonemas vocálicos na mesma sílaba ou em sílabas distintas, sem intermediação de
consoante. Os encontros vocálicos podem ser:

DITONGOS, TRITONGOS ou HIATOS.

Ditongo
Ocorrência de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. O ditongo podem ser:
Crescentes
A semivogal antecede a vogal:

perícia
espécie
fastio
vácuo
ténue
água

Decrescentes
A vogal antecede a semivogal:
pai
feito
varapau
réu
biscoito
muito

Orais
O som sai só pela boca:
saia
farnéis
fugiu
boi
uivar

Nasais
O som sai pela boca e fossas nasais:
mãe
cãimbra
vem
mão
comeram

Abertas
au, mau, éu, ilhéu, ói, dói

Fechadas
eu, seu, oi, foi, õe, põe
 
Tritongo 
Seqüência de três fonemas vocálicos, sem intermediação de consoante (semivogal + vogal +
semivogal) na mesma sílaba:
 
Paraguai , enxaguei, saguão 
 
Hiato 
É o encontro de vogais em sílabas diferentes:
ru-im , a-inda , goi-aba , chei-o

Encontros Consonantais

É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:
Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba.
Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na

Encontro Consonantal Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas
diferentes.
ap-to, cac-to, as-pec-to

Encontro Consonantal Misto = É o agrupamento consonantal que mistura os dois modos
descritos.
fel-tro dis-pli-cen-te des-tro

Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou
simples sinais de nasalização .

Observação:
Lembre-se de que encontro consonantal é a seqüência de fonemas, e não de letras. Na palavra
sexo, por exemplo, ocorre encontro consonantal porque o x representa dois fonemas: [sekso]


Dígrafos

Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss,
sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais,
exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos,
quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras
separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não.

arroz = ar-roz
assar = as-sar
nascer = nas-cer
desço = des-ço
exceção = ex-ce-ção
alho = a-lho
banho = ba-nho
cacho = ca-cho
querida = que-ri-da - Kerida;
sangue = san-gue

Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras
com um fonema vocálico.

sangue = san-gue

Dífono = É o conjunto de dois fonemas representados por uma única letra. No português, o único
dífono é representado pela letra X
- axila
- fixo
···· Sílaba
Ao fonema ou conjunto de fonema emitidos num só impulso expiratório dá-se o nome de sílaba. O
seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela não pode haver sílaba. Uma palavra pode ser
formada por uma ou mais sílabas, recebendo a classificação seguinte:

a) monossílabos - vocábulos que apresentam apenas uma vogal: nó, já, rei;
b) dissílabos - vocábulos que apresentam duas vogais: da-do, cor-da, sa-ci;
c) trissílabos - vocábulos que apresentam três vogais: sa-la-da, ca-lo-te, pi-po-ca;
d) polissílabos - vocábulos que apresentam quatro ou mais vogais: tri-ân-gu-lo, ca-fe-zi-nho, a-ma-
vel-men-te.
···· Acento Tônico
Acento tônico é a maior intensidade de voz de uma sílaba. É importante observar que nem todas
as sílabas tônicas são marcadas com acento gráfico. Este é um mero sinal de escrita.
As sílabas sobre as quais incide o acento tônico são chamadas de tônicas, sendo átonas as que
não recebem tal acento. São pretônicas as sílabas átonas que se posicionam antes da tônica, e
postônicas as que figuram depois da tônica:

pa - re - de
|| || ||
atona tônica átona
pretônica postônica

Além das sílabas tônicas e átonas, existe uma de intensidade intermediária chamada subtônica,
própria de palavras derivadas e correspondente à tônica da palavra primitiva. Vejamos a
correspondência:
ca - fé
|| ||
átona tônica
||
ca - fe - zal
|| || ||
átona subtônica tônica

Conforme a posição do acento tônico, os vocábulos classificam-se em:
a) oxítonos - a última sílaba é a tônica: gua-ra-ná, ca-fé, sa-ci;
b) paroxítonos - a penúltima sílaba é a tônica: pa-re-de, pe-te-ca, so-lú-vel;
c) proparoxítonos - antepenúltima sílaba é a tônica: mé-di-co, ân-gu-lo, ló-gi-ca.

···· Classificação dos monossílabos quanto à tonicidades

a) monossílabos tônicos - são proferidos sem apoio na palavra vizinha: más, dê, nó...
b) monossílabos átonos - não têm autonomia fonética, ou seja, apóiam-se na palavra vizinha:
mas, de, no...
···· Ortoepia
A ortoepia trata da correta pronúncia das palavras quanto à emissão de vogais e articulação
das consoantes de maneira perfeita, bem como, à escolha do timbre correto, seja ele aberto ou
fechado, pronúncia esta que interfere na maneira de se escrever corretamente.
Pronúncia correta Pronúncia errada
Caranguejo carangueijo
Beneficência beneficiência
Camundongo camondongo
Empecilho impecilho
Mendigo mendingo
Mortadela mortandela
Reivindicar reinvidicar

Prosódia trata da correta pronúncia das palavras quanto à posição da sílada tônica.

Pronúncia correta Pronúncia errada
Avaro ávaro
Condor côndor
Circuito circuíto
Filantropo filântropo
Fluido fluído
Ibero íbero
Pudico púdico

ORTOGRAFIA OFICIAL

Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a
correta representação escrita das palavras.

O alfabeto português

Letras maiúsculas
A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z

Letras minúsculas
a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z

Empregamos, além dessas letras, o K k, W w, Y y em abreviaturas, siglas, nomes estrangeiros e
seus derivados.

Diferença entre letra e fonema.

Já visto em ¨FONOLOGIA¨ mas nunca é demais estudá-los novamente.

Fonemas: unidades sonoras capazes de estabelecer diferenças de significado.

Mato Pato
/m/ /p/
Fonema fonema

Letras: sinais gráficos criados para a representação escrita das línguas .

EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS

X ou CH ? Emprega-se "X"

a. Após um ditongo:
caixa - paixão - peixe.
Exceção: recauchutar e seus derivados.

b. Após o grupo inicial en:
enxada - enxergar - enxame
Exceção:
···· encher e seus derivados (que vêm de cheio)
····palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de
chapéu)

c. Após o grupo inicial me:
mexer - México - mexerica

Exceção: mecha

d. Nas palavras de origem indígena ou africana:
Xingu - Xavante

e. Nas palavras inglesas aportuguesadas:
xerife - xampu

G ou J? Emprega-se "G"

a. Nos substantivos terminados em:
···· agem: aragem - friagem
···· igem: origem - fuligem
···· ugem: ferrugem

Exceções: pajem - lambujem

b. Nas palavras terminadas em:
···· ágio: pedágio
···· égio: colégio
···· ígio: prestígio
···· ógio: relógio
···· úgio: refúgio

Emprega-se "J"

a. Nas formas verbais terminadas em: jar
···· arranjar (arranjei, arranjamos)
···· viajar (viajo, viajaram)

b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe:
jibóia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji

c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j:
laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja).

S ou Z ? Emprega-se "S"

a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s:
casebre, casinha, casarão (de casa)
pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise)
Exceção: catequizar (catequese)

b. Nos sufixos
- ês - esa: português - portuguesa
chinês - chinesa
- ense, oso, osa (que formam adjetivos):
paraense - orgulhoso - caprichosa
- isa (indicando feminino):
poetisa - profetisa

c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar
d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer:
pus, puseste, quis, quiseram

Emprega-se "Z"

a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z:
razão - razoável; raiz - enraizado

b. Nos sufixos:

- ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos)

AdjetivoSubstantivo abstrato
Surdo Surdez
Avaro Avareza
Belo Beleza

···· izar (que formam verbos):
civilizar, humanizar, escravizar
···· iza - ção (que formam substantivos):
civilização, humanização

S, SS ou Ç ? Emprega-se "S"

Verbos com nd- Substantivos com ns

Distender Distensão
Ascender Ascensão

Emprega-se "SS"

Verbos com ced - Substantivos com cess
Ceder Cessão
Conceder Concessão

····Emprega-se "Ç"

Verbos com ter- Substantivos com tenção
ConterContenção
Deter Detenção

Atente para a grafia de:
- acrescentar
- adolescência
- consciência
- isciplina
- fascinação
- piscina
- nascer
- obsceno
- ressuscitar
- seiscentos.

····X

Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/:
- experiência
- Sexta
- sintaxe
- texto.

···· Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/:
clímax
- intoxicar

- nexo
- reflexo
- sexagésimo
- sexo
- tóxico.

····XC
···· Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/:
- excesso
- exceção
- excedente
- excepcional.


E ou I ? Emprega-se "E"

a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães
b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar
Abençoe
perdoe
continue
efetue
c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto

Emprega-se "I"

Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra)

H

···· A letra "H" não representa nenhum som
···· É usada nos dígrafos: nh - lh - ch
···· É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem
···· Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo


Palavras homófonas

Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch:
···· Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel)
···· Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo soberano do Irã)
···· Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos)
···· Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de xadrez)
···· Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (manco)
···· Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto)
···· Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto)

Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste
gráfico:
···· Cozer (cozinhar) e coser (costurar)
···· Prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender)
···· Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior)
···· Acender (iluminar) e ascender (subir)

···· Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta)
···· Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular)
···· Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher)
···· Censo (recenseamento) e senso (juízo)
···· Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte ou divisão ) secção ( corte ) sessão
(reunião).
···· Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo)
···· Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo)
···· Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante)
···· Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade)
···· Paço (palácio) e passo (passada)

Algumas palavras parônimas:
···· Área (superfície) e ária (melodia)
···· Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir)
···· Delatar (denunciar) e dilatar (estender)
···· Descrição (representação) e discrição (reserva)
···· Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga)
···· Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar)
···· Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o que entra em um país estranho)
···· Eminente (excelente) e iminente (imediato)
···· Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo)
···· Recrear (divertir) e recriar (criar de novo)
···· Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico, nota musical)
···· Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão na face) e vultoso (volumoso)

DICAS DE ORTOGRAFIA

Qual a série certinha?

a) civilizar, analisar, pesquizar
b) civilizar, analizar, pesquizar
c) civilisar, analisar, pesquisar
d) civilizar, analisar, pesquisar

A gente usa o sufixo -izar para formar verbos derivados de adjetivo:
civil civilizar
municipal municipalizar

Há palavras que já têm o s no radical delas. Aí a gente tem
que respeitar a família. Mantemos o s. E acrescentamos-lhe
-ar, não -izar:

análise analisar
pesquisa pesquisar

resposta do teste:D

Que opção está todinha certa?

a. Ele quiz fazer a transação, mas não fes.
b. Ele quiz fazer a transação, mas não fez.
c. Ele quis fazer a transação, mas não fes.
d. Ele quis fazer a transação, mas não fez.

É essa mesma. Você acertou em cheio. O verbo querer não tem z no nome. Então não terá z
nunca. Quando soar o som z, não duvide: escreva s:
quis,
quisemos,
quiseram;
quiser,
quisesse,
queséssemos,
quisesse.

O verbo fazer tem z no infinitivo. Ele permanece fiel à letrinha. Todas as vezes que soar z,
escreve-se com z:
faz
fazemos
fazem
fiz
fez
fizemos
fizeram
fizer
fizermos
fizerem
fizesse
fizéssemos
fizessem.

resposta do teste:D

Está certinha a grafia de:
a. garçom
b. garçon
c. garssom
d. garsson

a. Você acertou em cheio. Garçom se escreve assim. Com m final.

resposta do teste: A

Estão certinhas as palavras da série:

a. maciês, camponês, solidês, frigidês
b. maciez, camponez, solidez, frigidez
c. maciez, camponês, solidez, frigidez
d. maciez, camponês, solidez, frigidês

Com s ou z? Se houver um dicionário por perto, consulte-o. Sem o paizão, o jeito é aprender a
lição.
Providência: saber de onde veio a palavra.
Se do adjetivo, é hora do z:
macio (maciez)
embriagado (embriaguez)
líquido (liquidez)
sólido (solidez)
frígido (frigidez)

Se do substantivo, o s pede passagem:
Portugal (português)
corte (cortês)
economia (economês)
campo (camponês)

resposta do teste:C

Estão certinhas as palavras:

a. rúbrica, previlégio
b. rubrica, previlégio
c. rúbrica, privilégio
d. rubrica, privilégio

Dizer rúbrica? Cruz-credo! Só o ex-ministro Kandir. Ele não deixa por menos. Também diz
previlégio. Seguir-lhe o exemplo? Só bobo. Rubrica é paroxítona. A sílaba tônica cai no bri. E
privilégio se escreve com i.

resposta do teste: D

Estão escritas como manda o figurino as palavras da série:

a. eu apóio, o apôio
b. eu apóio, o apoio
c. eu apoio, o apoio
d. eu apoio, o apôio

O ói faz parte de um grupo seleto. É o dos ditongos abertos. Joga no time do éi e do éu. Em
qualquer circunstância, no singular ou plural, eles são acentuados:
herói
jóia
jibóia
idéia
assembléia
céu
escarcéus.

Atenção, ditongo vive junto e não abre. Na separação silábica, mantenha-os coladinhos:
* i-déi-a
* as-sem-bléi-a

resposta do teste: B

DIFERENTES EMPREGOS DO "PORQUE".


POR QUE

Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas.
Exemplos:
···· Por que você fez isso?
····Quero saber por que você fez isso.
···· Por que você não foi à festa?
····Gostaria de saber por que você não foi à festa.

O "QUE" pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por "O QUAL", "A QUAL",
"OS QUAIS", "AS QUAIS".
Exemplos:
····A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá.
····"Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei."
····É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando.

Observação: também quando houver a palavra "motivo" antes, depois ou subentendida.
Exemplos:
····Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada.
····Não sei por que motivo ele não veio.
····Não sei por que (por que motivo) ele não veio.

Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final,
reticências).
Exemplos:
····Você vai sair a esta hora da noite por quê?
····Ele não viajou por quê?
····Se ele mentiu, eu queria saber por quê!
····"Mãe, preciso de cem reais?"
"Por quê?"

PORQUE

Porque: equivale à "PORQUANTO", "POR CAUSA DE".
Exemplos:
····Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal)
····Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa)
····Ele não foi porque estava doente. (causal)
····Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa)
····Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa. (explicativa)

Porquê: artigos "O" ou "UM". equivale à "a razão".
Exemplos:
····Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje.
····Quero saber o porquê da sua decisão.
····Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude.

DICA DE PORQUE E PORQUÊ

Qual é a frase certa?

a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se.
b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se.
c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se.
d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se.

A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal:
Maria se atrasou porque perdeu o ônibus.
Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas.
A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional.

Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A
conjunção porque responde na bucha:
Por que precisamos beber muita água?
Porque a umidade do ar está baixa.

PORQUÊ

Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa
. Tem plural. E
geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome.
Quer ver?

Não sei o porquê da decisão da juíza.
Há muitos porquês sem resposta.
Ficou intrigado com dois porquês.

resposta do teste: D


Forma e grafia

PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE APRESENTAM MAIS DÚVIDAS E M
NOSSO DIA-A-DIA

A / HÁ (em função do espaço de tempo).

A (preposição): "Ela voltará daqui a meia hora." (tempo futuro)
HÁ (verbo HAVER): "Ela saiu há dez minutos." (tempo decorrido)

A PAR / AO PAR

Segundo Soares Abreu a forma ao par é errada.

A par:
Significa "bem informado", "ciente"

Exemplo:
Estou a par da situação.

Ao par:
Indica relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros.
Exemplo:
Algumas moedas mantêm o câmbio praticamente ao par.

AONDE / ONDE / DE ONDE.

AONDE: com verbos que indicam movimento, um destino, como o verbo IR.
Exemplos:
···· Aonde você vai?
···· Aonde você quer chegar?

ONDE: com verbos que indicam permanência, como o verbo estar.
Exemplos:
···· Onde você está?
····A casa onde moro é muito antiga.

DE ONDE ou DONDE: com verbos que indicam procedência.
Exemplos:
···· De onde você saiu?
····Donde você surgiu?

AS PARTÍCULAS "ATÉ" E "NEM".

"Até" é uma partícula que traz a idéia de inclusão.
Exemplo:
···· Até o diretor estava presente no show dos alunos.

"Nem" deve ser usado quando houver idéia de exclusão.
Exemplo:
····"Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona."

BASTANTE / BASTANTES.

Esta palavra, que originalmente é um advérbio, somente varia em número (singular ou plural)
quando empregada como pronome adjetivo para concordar com o substantivo que a acompanha.
Exemplos:
····Os candidatos estavam bastante (advérvio) confiantes.
····Aquela livraria possui bastantes (pronome) livros raros.

DICA
Qual das frases está certinha?

a. Tenho bastante amigos que estudam bastante.
b. Tenho bastantes amigos que estudam bastante.
c. Tenho bastante amigos que estudam bastantes.
d. Tenho bastantes amigos que estudam bastantes.

Bastante é palavrinha bivalente. Ora é advérbio; ora, pronome indefinido. Como advérbio, ela se
mete na vida de verbos, adjetivos ou dos próprios advérbios. Fica invariável. Não quer saber de
plural:

····Estudei bastante.
····Trabalho bastante.
····Maria anda bastante.
····Diana era bastante querida.
····Maria é bastante crescidinha para saber distinguir entre o bom e o mau.
····Depois do tombo, o garoto ficou bastante mal.

Macete: o advérbio é sempre substituível por muito. Assim, sem plural.
····Estudei bastante (muito).
····Diana era bastante (muito) querida.
····Depois do tombo, o garoto ficou bastante (muito) mal.

Como pronome, o bastante acompanha o substantivo. E concorda com ele.
Mais: é substituível por muitos ou muitas:
····Tenho bastantes (muitos) amigos.
····Recebeu bastantes (muitos) foras ao longo da vida.
····Teve bastantes (muitas) oportunidades na vida.

resposta do teste: B

HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

Deve-se empregar a expressão "haja vista", já que a palavra "vista", neste caso, é invariável. Haja
vista significa "por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista".
Compare: quando se usa a expressão "tendo em vista", ninguém diz "tendo em visto". Então, não
esqueça: haja vista = tendo em vista.
Exemplos:
Haja vista o grande evento deste domingo.
Haja vista os concursos deste ano.

HUM / UM.

Em português, o numeral é "UM", e não "hum". "HUM" é interjeição: palavra ou expressão usada
para expressar uma reação (dor, alegria, espanto, irritação, admiração, etc).
Exemplos:
····"Comprei um relógio de ouro para dar à minha namorada."
····"Hum... você deve estar mesmo muito apaixonado!"
Observação: Assim também, o extenso de R$1.000,00 não é nem "um mil reais", nem "hum mil
reais". É "MIL REAIS".

MAS / MAIS

Mas: indica idéia contrária.
Conjunção adversativa, equivalendo a "porém"
Ex.: Fui, mas não queria ir.

Mais:
a) Pronome:
Exemplo:
Há mais meninos do que meninas na sala.

b) Advérbio de intensidade
Exemplo:
Não fale mais!

MAL / MAU

Mal:
a) Advérbio (opõe-se a "bem")
Exemplo:
Ele agiu mal

b) Substantivo (opõe-se a "bem")
Exemplo:
Ele só pratica o mal.

c) Conjunção, indicando tempo
Exemplo:
Mal cheguei, você saiu.

Mau:
É adjetivo
Exemplo:
Quem tem medo do lobo mau?

MEIO / MEIA.

MEIO: Como advérbio, modifica o adjetivo com o qual se relaciona, sendo invariável; equivale à
"UM TANTO", "UM POUCO".
Exemplos:
····Os alunos estavam meio cansados.
····Daniela ficou meio preocupada com a sua viagem de avião.

MEIO: como numeral fracionário adjetivo, sofrerá as flexões de gênero e número, concordando
com o substantivo ao qual se refere e que geralmente vem depois dele.
Exemplos:
····Pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim.
····Ela só sabe dizer meias verdades.
····Nossa reunião ficou marcada para meio-dia e meia (MEIA por causa
da concordância com HORA que está implícita na expressão.)

A palavra "MEIO" pode ainda se apresentar como um substantivo, significando "MANEIRA,
MODO, CAMINHO". Neste caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será
empregada no masculino.
Exemplos:
····Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa.
····"Os fins justificam os meios." (Maquiavel)

NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE

Na medida em que:

Equivale a "porque", "já que", "um vez que", exprimindo relação de causa.
Exemplo:
Na medida em que a prefeitura não faz nada, a população carente sofre.

À medida que:

Equivale a "à proporção que"
Exemplo:
À medida que escurecia, crescia o meu medo.



QUE / QUÊ
Que: monossílabo átono
Pode ser:
A - Pronome:(O) que você faz aqui?
B - conjunção:Pedi que ele viesse
C - partícula expletiva:Quase (que) morri de susto.

Quê: monossílabo tônico
Pode ser:
A - pronome no final da frase, antes de ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências.
Você precisa de quê:
B - substantivo (= alguma coisa, certa coisa)
Ele tem um quê de especial.



Denotação X Conotação
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as
situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo
de areia", pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa
"construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, "ocorrência incerta,
sem solidez".
Denotação: É o uso do signo em seu sentido real.
Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.

Signo
Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há
necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um
conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um
elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um
elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a
"abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa
a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween.

Signo = significante + significado.

Significado = idéia ou conceito (inteligível)  



Sentido Próprio


Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido
que a palavra tem originalmente.

Sentido Figurado


Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo
de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio:

Exemplos:

A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio)
A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado)

À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio)
"A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão".(sentido figurado)


Figuras de sintaxe

Designa a omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. A sua utilização torna o
enunciado mais condensado e incisivo.
Exemplos:
As escadas escuras. A porta e a luz, de repente, nos olhos desabituados. A luz forte da rua
num dia de Sol.
Neste exemplo, em cada uma das frases foi omitido o verbo, ficando cada uma delas reduzida aos
elementos essenciais. O resultado são três pequenos traços descritivos, sugerindo de forma
incisiva o salto abrupto da escuridão para a luz.
Eu vi coisas lindas, realmente emocionantes; ela, coisas abomináveis, terríveis aos seus olhos.
[omitiu-se o verbo ver em ela (viu) coisas abomináveis...];
Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que
quisesse];
Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)];
Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos (que) se faça justiça]

Um adjetivo ou um verbo ligam-se, simultaneamente, a realidades concretas e abstratas. Quase
sempre o zeugma tem um grande impacto sobre o leitor, devido à associação inesperada de
realidades muito diferentes.
Exemplos:
Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. [...na minha, só (havia) prédios]
Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. [Eu (conhecia) poucos]
Observação: quando a flexão do verbo omitido é exatamente a mesma do verbo da oração
anterior, tem se a zeugma simples. Quando a flexão é diferente, tem-se a zeugma complexa.

É a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou
expressão. É reconhecido como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a
ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da
língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso).
Exemplos:

Vamos sair fora! (se é sair, obviamente é para fora)
Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é para cima)
"Eu nasci há dez mil anos atrás" (se é há, só pode ser atrás)
Essa empresa tem o monopólio exclusivo da banana (se é monopólio, obviamente é exclusivo)
A mim, você não me engana (o verbo enganar tem dois complementos - a mim e me; eis um caso
de objeto pleonástico)
Observação:um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que não deve ser
considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos, para reforçar uma
característica que já é natural ao ser. Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada.

É, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim
de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se considerar como tipos de
inversão o hipérbato, a anástrofe a prolepse e a sínquise.
Exemplo:
Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca conheci sua mãe).

Tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente
apareceriam unidos, por meio da interposição de um elemento interferente, isto é, algo que
interfere. Hoje em dia, porém, costuma-se tomar o hipérbato como sinônimo de qualquer tipo de
inversão.
Exemplos:
A roupa, você verá, preta que comprei é linda [aqui o núcleo do sujeito (roupa) foi separado de
seu adjunto adnominal (preta) por meio de uma oração interferente].
Compraram as mulheres vários presentes para os maridos (aqui houve a simples inversão entre o
verbo e o sujeito).

É a inversão entre termo determinante (aquele que determina, constituído de preposição +
substantivo) e o determinado, que passa a vir depois do determinante.
Exemplos:
Da igreja estava ela na frente [a ordem natural seria Ela estava na frente da igreja; Da igreja é o
termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (frente)]
Aqueles rapazes, sim, por dinheiro são muito ávidos [a ordem natural seria Aqueles rapazes, sim,
são muito ávidos por dinheiro; Por dinheiro é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes
do determinado (ávido)]

Essa palavra vem do grego (sýgchysis) e significa confusão. É a inversão muito violenta na ordem
natural dos termos, de modo que a sua compreensão seja seriamente prejudicada. Consiste,
segundo alguns autores, em um vício de linguagem, e não em uma figura de sintaxe com fins
estilísticos.
Exemplos:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante" (ordem
natural: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico)

Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam (ordem
natural: Você pode acreditar que todas aquelas pessoas, muito honestas, sabiam da verdade).

(ou antecipação):
Deslocamento do termo de uma oração para a oração anterior.
Exemplos:
O Ministro do Planejamento dizem que vai pedir demissão [o sujeito da oração vai pedir demissão
(o Ministro do Planejamento) foi deslocado para antes da oração principal (dizem)]
Essas frutas parece que não prestam [o sujeito da oração não prestam (Essas frutas) foi
deslocado para antes da oração principal (parece)]

Vem do grego, syndeton, que significa conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas
(aquelas que ligam orações ou termos coordenados, independentes) no encadeamento dos
enunciados.
Exemplos:
Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espirrava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção
alguma para ligar as orações).
Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não apareceu conjunção alguma para ligar os
termos que complementam o verbo ter).

Consiste na repetição significativa da conjunção "e". Como é fácil perceber, a repetição da
conjunção tem um carácter intensificador.
E sofria crises -- más crises... Enfim, com a graça de Deus, e regime, e leite, e descanso, ainda
esperava arrastar uns anos.
Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente, e espirrava, e voltava a trabalhar (foi repetida a
conjunção coordenativa aditiva e).
Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem perdão (foi repetida a conjunção
coordenativa aditiva nem).

Consiste na alteração da construção sintáctica a meio da frase. O anacoluto é muito frequente na
linguagem falada. A rapidez do discurso e a impossibilidade de construir mentalmente toda a
frase, faz com que, em frases mais longas, se perca a coerência lógico-gramatical.
Essa possibilidade é, por vezes, intencionalmente utilizada na linguagem literária para obter
efeitos expressivos.
Exemplos:
O José, sinceramente parece que ele está ficando louco (perceba que O José deveria ser sujeito
de uma oração, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a quebra da seqüência sintática
esperada).
Cantar, sei que todos devem cantar (viu como o verbo cantar está sobrando? Parece que o autor
decidiu mudar a ordem da oração, sem nos avisar)
Observação: o anacoluto deve ser usado cuidadosamente na linguagem escrita. Exige
experiência, estilo e intencionalidade por parte de quem escreve, para que não se confunda com
uma confusão mental ou deficiências de estruturação do texto.

É a concordância que se faz com a idéia, e não com a palavra expressa. É também chamada de
concordância ideológica. Há três tipos de silepse: de gênero (a concordância se faz com a idéia
feminina ou masculina); de número (a concordância se faz com a idéia singular ou plural); e de
pessoa (a concordância se faz com uma pessoa gramatical diferente da expressa pela palavra)
Exemplos:
São Paulo realmente é linda [silepse de gênero - o adjetivo linda ficou no feminino porque
concorda com a idéia (a cidade de) São Paulo]
Vossa Excelência pode ficar tranqüilo e calmo [silepse de gênero - os adjetivos tranqüilo e calmo
ficaram no masculino porque concordam com a idéia: a pessoa a quem se dirige o pronome de
tratamento Vossa excelência é homem]
Os paulistas somos bem tratados no Paraná [silepse de pessoa - o verbo ser concorda com a
primeira pessoa do plural (nós), apesar de o sujeito expresso ser Os paulistas (terceira pessoa do
plural). Com esse recurso, o emissor da mensagem quis passar a idéia de que ele também é
paulista; de que ele se inclui entre os paulistas]
A gente não quer só alimento. Queremos amor e paz [silepse de número - o verbo querer ficou no
plural, e seu sujeito oculto (A gente) é singular]
Observação: a principal diferença entre silepse de pessoa e de número é que na de pessoa o
emissor da mensagem se inclui no sujeito de terceira pessoa do plural.

É a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de insistência, progressão e
intensificação. Quando se repetem adjetivos ou advérbios, é uma maneira de se fazer o grau
superlativo.
Exemplos:
Aquela moça era linda, linda, linda.
E, enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, crescia.
O sol estava claro, claro; eu mal podia enxergar.

Consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres. É, na
verdade, um dos processos de formação das palavras, que cabe à Morfologia.
Exemplos:
Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se entrechocando).
Quando a insultei, slapt! (a palavra slapt imita o ruído provocado por um tapa).

Figuras de Palavras

É a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como,
assim como, bem como, tal qual, etc.).
Exemplos:
Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo;
houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo como)

Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de ações entre o neto e os avós; houve,
pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo tal quais)

Substituição da palavra adequada por outra, com base numa comparação implícita (relação de
semelhança).
Um exemplo poderá ajudar-nos a compreender melhor a natureza da metáfora.
Exemplos:
Aquela mulher é uma baleia.
É fácil perceber que a palavra "baleia" não é o termo mais adequado para caracterizar uma
pessoa, visto que "uma mulher não é uma baleia. No entanto, a expressão é linguisticamente
aceitável, porque todos os falantes de português percebem sem dificuldade que, dessa maneira,
se põe em destaque um traço característico daquela mulher (a gordura). Na verdade, a metáfora
assenta sobre uma comparação implícita (Aquela mulher é gorda como uma baleia).
Frequentemente, uma expressão concentra, não um, mas dois ou mais recursos estilísticos. Neste
caso, podemos dizer que estamos perante uma metáfora hiperbólica (expressão exagerada).
Os salgueiros mergulham as longas cabeleiras nas águas dos canais.
Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; como não houve
um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-se a essa comparação mental de
metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como uma
qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre os dois seres é a
bondade)
Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício (que características em comum têm o ato de viajar
muito e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, uma das partes que compõem o
trabalho do emissor dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que compõem os corpos
de alguns seres vivos. Houve a transferência do sentido de componente, algo necessário, da
palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor decodificar essa transferência)

Consiste em atribuir a uma coisa o nome de outra com base numa relação de contiguidade.
o autor pela obra
Comprou um Van Gogh por um milhão de dólares.
o local de fabrico pelo produto
Bebemos um porto.
o material de que é feito pelo objeto
Gosta de cristais.
o efeito pela causa
Respeitem os meus cabelos brancos.
o físico pelo moral
Ele é uma boa cabeça.
o sinal pela coisa significada
A cruz e a espada engrandeceram Portugal.
O instrumento pela pessoa que dele se utiliza
Júlio sem dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é um dos instrumentos
utilizados para comer)
O recipiente (continente) pelo conteúdo

Jonas já bebeu duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conteúdo de duas
garrafas de uísque); Os Estados Unidos assistem ao espetáculo das eleições (as pessoas
que moram nos Estados Unidos assistem...)
O singular pelo plural
O paulista adora trabalhar (Os paulistas...)
A matéria pelo objeto
Você tem fogo (isqueiro ou fósforos)?

Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão.
Exemplos:
-É noite: e, sob o azul morno e calado,
Concebem os jasmins e os corações.
Gomes Leal
Nestes versos a sensação de cor, implícita na palavra "azul", associa-se a uma sensação táctil
("morno") e a uma auditiva ("calado").
- Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) pode ser verde (visão)]
- Que voz aveludada Renata tem [como um som (audição) pode ser aveludado (tato)].

(ou antonomásia):
Consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito por poucas.
Exemplos:
- Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos (antonomásia para Castro Alves).
- O Rei do Futebol já fez mais de mil golos (antonomásia para Edson Arantes do Nascimento).
- Tu gostas da Terra da Garoa (antonomásia para cidade de São Paulo)?
- Eis a terra do ouro verde (antonomásia para café)
Observação: note que somente as antonomásias referentes a nomes próprios têm iniciais
maiúsculas.

Figuras de Pensamentos

Aproximação de duas palavras ou idéias com sentidos contrários, opostos.
Exemplos:
E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se.
"Era o porvir - em frente do passado, A liberdade - em face à Escravidão" (Castro Alves).


É a interpelação inesperada de um ente real ou imaginário que se faz com a interrupção da
seqüência do pensamento.

Exemplo:
- Sei de minhas condição vil e efêmera. Sei também de minhas fraquezas. Tu, que queres aqui?
(note que a seqüência foi interrompida bruscamente com a evocação de alguém).
Observação: não confundir apóstrofe com apóstrofo, que é o sinal gráfico que indica a supressão
de um fonema.
- Tomei dois copos d'água (o apóstrofo indica que o fonema e foi supresso)

É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação
de cunho desagradável e chocante.
Exemplos:
- Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu).
- Nem a quimioterapia deteve o avanço da doença ruim. Depois de agonizar por uma semana, ele
finalmente descansou.

É a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase.
Exemplos:
- Carlos, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e morreu (gradação
ascendente, do menor para o maior).
- Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação descendente, do maior para
o menor).

Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário
do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por
parte do receptor (leitor ou ouvinte).
Exemplos:
- Aquele sujeito era realmente um gênio. Teve a brilhante idéia de secar o cachorro no forno de
microondas.
- Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha
sido completamente esvaziada durante um assalto)...


É um recurso estilístico muito frequente, tanto na literatura, como na linguagem corrente. Consiste
numa expressão exagerada da realidade.
Quando pretendemos destacar determinado aspecto, tendemos a exagerá-lo, de tal modo que os
nossos atos comunicativos diários estão repletos de hipérboles: chove a cântaros, rios de
lágrimas...
Trazem ferocidade e furor tanto,
Que a vivos medo e a mortos faz espanto.
Camões

Nesta passagem bem conhecida d' Os Lusíadas é fácil sentir o efeito expressivo que a hipérbole
pode adquirir. Para enaltecer o valor dos portugueses, põe-se em destaque a ferocidade dos
adversários, que é tal que causa espanto aos próprios mortos.

(ou personificação):
É a atribuição de características humanas a seres não-humanos.
Exemplos:
O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma
edificação).
Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma atitude humana
atribuída a um astro).


É a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a cargo do leitor ou ouvinte a
interpretação/inferência do que deveria ou poderia ser mencionado.
Exemplos:
- Eu fiz toda a minha tarefa. Carla... bem... ela... (podemos deduzir que Carla não fez a tarefa).
- Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir que o emissor da
mensagem não tenha certeza de que terá algo para comer amanhã; ou de que será feijão com
arroz. A correta inferência dependerá do contexto em que a reticência estiver inserta).


Consiste em consertar uma afirmação anterior.
Exemplos:
Todos os deputados se reuniram para trabalhar. Ou melhor, para fazer-nos pensar que iriam
trabalhar.
Ele, aliás, todos eles me traíram.

Aproximação de palavras com sons semelhantes, mas de significados distintos.
Exemplo:
- Era iminente o fim do eminente político.



Reunião de palavras contraditórias, paradoxais.

Exemplos:

- "covarde valentia".
- "inocente culpa".

LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL

Falado e Escrito / Formal e Informal

Linguagem coloquial ( Informal )
Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos
perguntou:
- Como é que é, Zé ? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula ?
- Normal ! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma esplanada -respondeu José
bastante animado.
- É isso. Vou nessa! - disse Marcos apertando o passo.
GÍRIA
A gíria é um elemento de linguagem que
denota expressividade e revela grande
criatividade, desde que, naturalmente,
adequada à mensagem, ao meio e ao
receptor.
Mesmo que seja criativa a gíria só é
admitida na língua falada. Sendo que a
língua escrita não a tolera. Só em casos
especiais na comunicação entre amigos,
familiares, namorados, sendo que isto é
caracterizada pela linguagem informal.


Linguagem formal

No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-
aluno, agora seu colega. O professor diz-lhe:
- Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo!
- Como está, professor? É bom revê-lo - sorriu o ex-aluno emocionado. - O senhor nem
pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas.
- Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável.

A distinção linguagem popular / linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério
sociocultural, ao passo que a distinção linguagem informal / linguagem oratória se apóia sobretudo
numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um
discurso e ao conversar com amigos num bar).
Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geralmente em função de restrições
materiais: dificilmente poderá um comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao
descrever e comentar uma partida ao vivo. De modo geral, a linguagem cuidada emprega um
vocabulário mais preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da linguagem comum.

Para resolver esse impasse se poderia, à primeira vista, propor a obediência à norma na escrita e
sua flexibilização na fala, o que, no entanto, seria ainda inexato. Na verdade, a dicotomia correta é
formal versus informal e não escrito versus falado.
Em circunstâncias formais, a comunidade espera que se empregue, seja escrevendo ou falando, a
língua-padrão (cf. ing. standard language), entendida aqui como a variedade formal culta e até
certo ponto supra-regional do idioma, que corresponde, em parte ao menos, à língua descrita
pela gramática escolar.
Em situações informais, ao contrário, seja na fala ou na escrita, a expectativa da comunidade é
que se empreguem as variedades informais da língua.
Em outras palavras: o binômio decisivo para a obediência à norma gramatical é o referente ao
grau de formalidade da comunicação e não à natureza oral ou escrita desta.
Não se conclua daí, entretanto, que não haja correlação entre modalidade escrita e formalidade,
por um lado, e entre informalidade e fala, por outro.
De fato, a comunicação escrita tende a ser mais formal do que a falada.
Na verdade, a oposição formal / informal é uma simplificação didática. Há no mínimo quatro graus
de formalidade (registros) no português do Brasil: o ultraformal, o formal, o semiformal e o
informal, de que são exemplos, respectivamente (no uso oral da língua);
O discurso solene de um paraninfo numa cerimônia de formatura (ultraformal), uma conferência
(formal), uma conversa entre cientistas que se conhecem há muito tempo sobre assunto de sua
especialidade (que não ficará totalmente formal, pela intimidade existente entre os interlocutores,
nem totalmente informal, pela natureza "intelectual" do assunto tratado)(semi-formal) e a
conversação diária (informal).
Exemplos na modalidade escrita:
···· do ultraformal - certos textos jurídicos e um ou outro texto burocrático;
···· do formal - um verbete de enciclopédia;
···· do semiformal - uma crônica esportiva (na mídia immpressa);
···· do informal - um bilhete.
Ainda numa visão um tanto esquemática, mas didaticamente necessária, diríamos que a
necessidade de obediência à norma gramatical existe no registro ultraformal e no formal, não
existindo nos dois últimos.
Além do grau de formalidade, outros fatores interferem na escolha do tipo de linguagem adequado
a cada situação, a saber:
···· o status dos interlocutores;
···· o local, o assunto;
···· o gênero textual (o que é virtude num gênero pode ser defeito em outro);
···· a modalidade escrita ou oral e
···· a natureza monolocutiva ou interlocutiva, privada ou pública etc. da comunicação.
O princípio geral, porém, é sempre o mesmo: o da adequação.

Precisamos levar em conta
124) A quem nossos textos ou palavras se dirigem, ou seja, nosso interlocutor na
interação verbal ou oral;
125) o assunto sobre o qual versa o texto ou a fala;
126) e o papel desempenhado pela língua.
Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.

LINGUAGEM INFORMAL LINGUAGEM FORMAL
Poder igual Hierarquia de poder (não igual)
Contato freqüente Contato não freqüente
Grande envolvimento afetivo Pouco envolvimento afetivo
Léxico coloquial (abreviações e gírias) Léxico formal (formas não abreviadas e não
emprego de gírias)
Emprego de apelidos e diminutivos Emprego de títulos
Expressões de afeto e despreocupação com a
polidez
Expressões de deferência e preocupação com
a polidez
Uso de expressões que indicam opinião Uso de expressões que indicam sugestão


Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na
empresa, ou mesmo em nossas falas elementos próprios da linguagem informal e, portanto,
inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial e às vezes em interlocuções orais que
requerem certa formalidade.

Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são
chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem:
127)mais formal,
128)menos formal;
129)mais distante,
130)menos distante.
Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação
em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por
exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da
Faculdade.
É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de
interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos
acadêmicos ou empresariais.
Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos
identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações as
mais diversas a que somos postos.
Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam
elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os:
( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos
sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de
subsistência
( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha
educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse
subir na vida.
( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do
banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão
que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco.
( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos.
( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas
decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora
Universitária.

Tema para discussão

A palavra "bóia-fria" é uma linguagem formal ou uma linguagem informal?

A palavra
bóia-fria está dicionarizada (no Aurélio ou no Michaellis) há pelo menos 15 anos e já é
utilizada hoje como um vocábulo comum, não só pela imprensa, em geral, mas até mesmo pelos
acadê(é)micos.
Ao publicar o seu primeiro grande estudo sobre o tema em 1975, O "Bóia-fria": Acumulação e
Miséria (Petrópolis: Ed. Vozes, 6.ª edição, 1978; 1.ª ed.: 1975), Maria Conceição D'Incao e Mello
empregou aspas. Nove anos depois, a autora as dispensaria em Qual é a Questão do Bóia-fria
(São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984), revelando assim que o discurso formal já aceitava os bóias-
frias sem restrições.
Os documentos oficiais, no entanto, ainda não permitem que eles andem completamente à
vontade pelos textos formais. A instrução normativa n.º 84 do INSS, de dezembro de 2002, por
exemplo, fala de trabalhador volante, mas esclarece, entre parênteses, que este não passa de um
bóia-fria. Duas linhas depois, no mesmo item, a palavra reaparece sem que seja precedida pelo
termo mais formal:
« o trabalhador volante (bóia-fria) que presta serviço a agenciador de mão-de-obra, constituído
como pessoa jurídica, observado que, quando o agenciador não estiver constituído como pessoa
jurídica, o bóia-fria e o agenciador serão considerados empregados do tomador de serviços».
Num discurso que se queira absolutamente formal, a palavra sempre pode ser usada entre aspas
ou da forma como o INSS o fez. Num discurso informal, não precisaria da fatiota das aspas. Como
se sabe, o bóia-fria tem uma flexibilidade ainda maior que a dos discursos.




DIVISÃO SILÁBICA


A divisão silábica obedece às seguintes regras:

Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R).

Exemplos:
re - cla - mar
re - ple - to
pa - trão

observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte
integrante da primeira sílaba.

Exemplos:
mne - mô - ni - co
pneu - má - ti - co
pseu - dô - ni . mo

Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados
por duas consoantes.

Exemplos:
advento(ad - ven - to)
obtuso(ob - tu - so)

sucção(suc - ção)
nafta (naf - ta)
constar(cons - tar)
abstrato(abs - tra - to)
magnólia (mag - nó - lia)

Não se separam ditongos:

Exemplos:
ópio(ó - pio)
coitado(coi - ta - do)
peixe(pei - xe)
muito(mui - to)
fiéis(fi - éis)
capitães(ca - pi - tães)

Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando,
assim, a separação de alguns deles.

- ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo.
história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria)
piada(pi - a - da)(pia - da)

Não se separam tritongos.

Exemplos:
Uruguai(U - ru - guai)
saguão(sa - guão)

Separam-se os hiatos:
Exemplos:
Saara(Sa - a - ra)
vôo(vô - o)
rainha(ra - i - nha)

Dígrafos:

Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC.

Exemplos:
carro(car - ro)
assassino(as - sas - si - no)
nascimento(nas - ci - men - to)
nasça(nas - ça)
exceto(ex - ce - to)

Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU.

Exemplos:
palha(pa - lha)
unha(u - nha)
cave(cha - ve)
guerra(guer - ra)
queixa(quei-xa)


Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras.
(prefixos, radicais, etc)

Exemplos:
transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co)
bisavó (bi - sa - vô)

Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa.

Exemplos:
sub - ter - râ - neo
sub - ma - ri - no

Exceções:
su - bes - ti - mar
su - bes - ti - ma - do




ACENTUAÇÃO GRÁFICA
REGRAS BÁSICAS

a) Proparoxítonas (acento tônico na antepenúltima sílaba): todas são acentuadas.

Exemplos:
lâmpada, médico, matemática.

b) Paroxítonas (acento tônico na penúltima sílaba): são acentuadas as terminadas em:

Ps: Fórceps
L: Útil
I (s) Táxi (s)
X: Tórax
Ão (s) Órgão (s)
Us: Bônus
à (s): Irmã (s)
R: Caráter
Um (uns) Álbum (álbuns)


c)
Oxítonas (acento tônico na última sílaba) são acentuadas as terminadas em:

A (s): Pá
E (s): Pé
O (s): Pó

Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra.

Proclíticas:subordinadas ao acento da palavra seguinte.
esse homem
a escola
que bonito

Apoclíticas:subordinadas ao acento da palavra anterior.
ensinei-vos
diz-me
encontrámo-lo

Mesoclíticas: subordinadas ao acento da palavra anterior ou seguinte.
digo-vo-lo
reparti-lo-emos

Regras Especiais

Hiatos: (vogal + vogal em sílabas separadas)

São acentuados:
a) Quando a 2ª letra do hiato for "i" ou "u" tônicos, seguidos ou não de "s", (na mesma sílaba).
Exemplos: saída, saúva, baú, país

Obs.: Se o "i" ou "u" não vierem seguidos de "s", a 2ª letra do hiato não deverá ser acentuada.
Exemplos: ruim, raiz, rainha.

b) Os grupos "ee" (terminação), exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver.
Exemplos: crêem, dêem, lêem, vêem

c) Os grupos oo: magôo, perdôo.

Ditongos: (vogal + semivogal na mesma sílaba ou semivogal + vogal na mesma sílaba)

São acentuadas.
As vogais tônicas dos ditongos abertos éi, ói, éu
Exemplos: anéis, caracóis, céus

Obs.: Se a vogal do ditongo aberto não for tônica, o ditongo não será acentuado.
Exemplos: chapeuzinho, pasteizinhos.

DICAS - ACENTUAÇÃO

1) A série em que as palavras estão acentuadas do jeito que o professor manda é:

a) urubú, cajú, ví, lí
b) urubu, caju, vi, li
c) urubu, caju, ví, lí
d) urubú, cajú, vi, li

As palavras, há anos, firmaram um pacto. As oxítonas aliaram-se às monossílabas. Quando
terminadas em i e u e antecedidas de consoante, nunca têm acento. É o caso de caju, Aracaju,
urubu, maracatus, fugi, descobri, parti-lo; vi, li, nu, cru, pu-lo.

resposta da questão:B

2) A série em que todas as palavras estão grafadas como o professor manda é:
a) ítem, ítens, éden, édens
b) item, itens, eden, edens
c) ítem, itens, éden, edens
d) item, itens, éden, edens

Item é paroxítona terminada em em. Joga no mesmo time de jovem, homem, garagem, nuvem.
Uns e outros não agüentam acento nem no singular nem no plural: itens, jovens, homens,
garagens, nuvens.
Atenção, navegantes. A regra vale para as paroxítonas terminadas em en. No singular, as
bichinhas têm acento. No plural, ficam iguaizinhas à turma dos homens, jovens e itens: hífen
(hifens), éden (edens), hímen (himens), pólen (polens).

resposta do teste: D

3) Qual a série correta?

a) cantá-lo, vendê-lo, partí-lo
b) canta-lo, vende-lo, parti-lo
c) cantá-lo, vendê-lo, parti-lo
d) cantá-lo, vende-lo, partí-lo

É a velha história da acentuação gráfica. A gente põe acentinho nas oxítonas terminadas em a, e
e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u estão fora. Com elas, nada de chapeuzinho ou
grampinho:

sofá, sofás, está, estás, cantá-la, comprá-la
café, cafés, você, vocês, vendê-lo, comê-lo
vovó, vovós, vovô, vovôs, pô-lo
tupi, guarani, comi, parti-lo
caju, urubu, Aracaju

resposta do teste:C

4) Qual a opção certinha da silva?

a. sofá, café, caqui, cipó, caju
b. sofá, café, caquí, cipó, caju
c. sofá, café, caquí, cipó, cajú
d. sofá, café, caqui, cipó, cajú

Acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u
têm alergia a acento.

resposta do teste:A

Trema

Coloca-se trema sobre os grupos gue, gui, que, qui, quando a letra "u" for pronunciada..
Exemplos: lingüiça, agüentei, seqüestro, tranqüilo

Formas Verbais seguidas de Pronomes Oblíquos

Considerar somente a forma verbal (sem o pronome)
Em amá-lo - "amá" - é oxítona terminada em "a" e, por isso, leva acento.
Em incluí-lo - incluí - o "í" tônico do hiato é acentuado.
Em conduzi-lo è conduzi é oxítona terminada em "i" e, por isso, não é acentuado.

Acentos diferenciais

Ele tem Ele vem
Eles têm Eles vêm
Ele mantém Ele convém
Eles
mantêm
Eles
convêm

Ele pode (verbo poder, presente do indicativo)
Ele pôde (verbo poder, pretérito perfeito do indicativo)

Pôr (verbo)

Por (preposição)

Pára (do verbo parar)
Para (preposição)

Côa, côas (verbo coar)
Coa, coas (preposição com + artigo a(s)) ............... comum em poesia

Pela (s) (contratação de preposição + artigo)
Péla (s) (do verbo pelar = tirar a pele de)

Pêlo (s) (substantivo)
Pélo (forma do verbo pelar)
Pelo, pelos (preposição + artigo)

Pêra (fruta)
Péra (pedra)
Pera (preposição arcaica)

Pôla (ramo novo de árvore)
Pola (contratação arcaica de preposição e artigo)

Emprega-se hífen:

1) para unir pronomes átonos a verbos:
exemplos: disseram-me, pintá-lo-ei

2) para separar palavras no final da linha:
exemplo: liber- / tar

3) para separar os sufixos:
exemplos: - açu, - guaçu, - mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada
graficamente ou por tônica nasal
Sabiá-guaçu
Cajá-mirim
Capim-açu

4) Em palavras compostas formadas por:

Substantivo + substantivo: salário - família
Substantivo + preposição + substantivo: pé-de-moleque
Substantivo + adjetivo: amor-perfeito
Adjetivo + substantivo: má-criação
Verbo + substantivo: arranha-céu
Adjetivo + adjetivo: verde-amarelo
Verbo + verbo: pisca-pisca
Advérbio + adjetivo: sempre-viva

Outras combinações: leva-e-traz, reco-reco, deus-nos-acuda, etc.

5) Prefixos separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo
elemento:
a)
Além - aquém - recém -
além-túmulo aquém-mar recém-nascido

b)
pós - pré - pró -

pós-datar pré-primário pró-alfabetização

c)
bem - sem - terminados em ditongo nasal:
bem-querer sem-vergonha

d)
sota - soto - vice -
sota-vento soto-mestre vice-rei

e)
ex-
ex-aluno

f)
co -, no sentido de juntamente:
co-autor co-seno

6) Se o 2º elemento começar por h, r, s, ou vogal, alguns prefixos devem ser separados por hífen.
Auto -: auto-hemoterapia
Neo -: neo-expressionismo
Proto -: proto-árido
Pseudo -: pseudo-herói
Intra -: intra-ocular
Extra -: extra-oficial
Infra -: infra-estrutura

Supra -: supra-renal
Ultra -: ultra-som
Contra -: contra-ataque
Semi -: semi-reta
Mas: neoclássico, infravermelho, contradança, etc.

7) Se o 2º elemento principiar por h, r ou s, os prefixos que se seguem devem ser separados por
hífen:
Ante -: ante-sala
Anti -: anti-higiênico
Arqui -: arqui-rabino
Sobre -: sobre-humano
Mas: antebraço, antiofídico, etc.

8) Se o 2º elemento principiar por h ou r, os prefixos que se seguem devem ser separados por
hífen:
Inter -: inter-hemisfério
Super -: super-homem
Mas: interestadual, supersônico

9) Se o 2º elemento principiar por h ou vogal, os prefixos que se seguem devem vir separados por
hífen:
Circum -: circum-hospitalar
Com -: com-hospedado
Mal -: mal-humorado
Pan -: pan-americano

(
exceção: panarmônico, malandança, malcriado, circunlóqui, etc.)

10) Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), os prefixos que se seguem devem ser
separados por hífen:

Ab: ab-rogar
Ob: ob-robar
Sob: sob-roda
Mas: abjurar, oblongo, sobestar

11) Se o 2º elemento principiar por r (múltiplo) ou b, o prefixo sub- deve ser separado por hífen:
Sub-ramo, sub-base
Mas: subsolo, subdelegado

12) Algumas locuções que se escrevem com hífen:
À-toa, vice-versa, zás-trás, tão-só, tão-somente, visà-vis

13) Algumas locuções que se escrevem sem hífem:
À beira de
A baixo de
A fim de
A menos que
Em volta de
Na medida em que
Uma vez que
Um a um
Uma a uma
Etc.

DICAS - HÍFEN

1) Estão certinhas as palavras da série:
a) micro-saia, macro-região, mini-eleição
b) micro-saia, macrorregião, minieleição
c) microssaia, macrorregião, mini-eleição
d) microssaia, macrorregião, minieleição

Micro joga no time dos alérgicos a hífen. Tem por companheiros micro e maxi: microssérie,
microssaia, microempresa, minissaia, minirrádio, minieleição, macrorregião, macroeconomia.

resposta do teste:D

2) A série em que todas as palavras estão certinhas da silva é:
a. semi-final, semi-árido, semi-selvagem, semi-real
b. semifinal, semiárido, semisselvagem, semirreal
c. semifinal, semi-árido, semi-selvagem, semi-real
d. semifinal, semi-árido, semisselvagem, semirreal

Semi, que significa metade, meio, pede o tracinho
antes da vogal, h, r e s: semi-árido, semi-humano,
semi-real, semi-selvagem. Fora isso, é tudo
coladinho: semicírculo, semifinal, semiportátil,
semimorto.

resposta do teste:C

3) O hífen está correto na palavra:

a) anti-malufismo
b) anti-imperialismo
c) anti-judaísmo
d) anti-Malan

Há prefixos que não suportam hífen. Com eles é tudo coladinho. É o caso de mini, micro, agro.
Outros aceitam o tracinho só quando seguidos de palavras começadas com determinadas letras.
Vale lembrar anti (h, r, s) ou super (h, r). Até aí tudo bem. Mas há um problema. Às vezes, o nome
que os segue é substantivo próprio. O que fazer? Pôr a letra maiúscula no meio?
Não. O português só aceita letra grande no início da palavra. No caso, cessa tudo que a musa
antiga canta. Fica o dito pelo não dito. Usa-se hífen sem dó nem piedade: mini-FHC, micro-
Brasília, anti-Malan, super-Camdessus.

resposta do teste:D

Como se escrever os símbolos das unidades de medida:

Emprega-se letra minúscula, sem ponto, sem s (para indicar plural), de preferência imediatamente
após o número:
2 cm,
29 km,
2h 15min,
80 km/h.
Exceção: 1t.; 203 t.

O símbolo do real deve ser colocado sem espaço entre ele e o numeral. O cifrão tem apenas um
traço sobreposto e não dois . Exemplo: R$230,00.



PONTUAÇÃO

Emprega-se Vírgula ( , )

···· Entre as orações coordenadas assindéticas.
Exemplo:
Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar.

···· Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção.
Exemplo:
O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.=

···· Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado.
Exemplo:
Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo.

···· Nas expressões: "isto é", "por exemplo", "ou melhor", "ou por outra", "ou seja", "quero dizer",
"digo", "digo melhor".
Exemplo:
Isto é bom, ou melhor, é ótimo.

···· Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas.
Exemplo:
Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero.

···· Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando
intercaladas na sua principal.
Exemplos:
Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso
Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.

···· Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem
intercaladas.
Exemplo:
Quando eu cheguei, ele já havia saído.

···· Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam
entre dois verbos.
Exemplo:
Pudemos, finalmente, ficar sozinhos.

···· Para separar termos aos quais queremos dar realce.
Exemplo:
As telhas, levou-as o vento.

···· Para indicar que houve elipse de verbo.
Exemplo:
Ela foi para a praia e ele, para o campo.

···· Para separar os topônimos, nas datas.
Exemplo:
Ribeirão Preto, 16 de março de 1999.


Não se emprega Vírgula ( , )


···· Entre o sujeito e o verbo.
Exemplos:
Minha mãe, viajou. (incorreto).
Minha mãe viajou. (correto).

···· Entre o verbo e seu complemento.
Exemplos:
Vimos, o filme. (incorreto)
Vimos o filme. (correto)

···· Entre o substantivo e o adjunto adnominal.
Exemplos:
Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto)
Meu bom amigo não estava em casa. (correto)

···· Como norma geral, antes da conjunção e.
Exemplos:
Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto)
Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto)

Obs.: Se depois do "e", o termo seguinte for pleonástico ou se o "e" for repetido enfaticamente, a
vírgula se torna obrigatória.
Exemplos:
Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa)
E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac)

···· Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre
vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser
separada por vírgula.
Exemplo:
Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)

···· Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto.
Exemplos:
Caixa Postal, 158 (incorreto)
Caixa Postal 158 (correto)
Casa, 35 (incorreto)
Casa 35 (correto)

Ponto Final ( . )

···· Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa.
Exemplo:
Não pudemos sair de casa, pois chovia demais.

···· É empregado também em abreviações.
Exemplo:
Sr., V. Exa., pág., etc.

Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; )


···· Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por
conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem
diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar
enumerações longas dentro das quais existam vírgulas.

Exemplo:
Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora
deste mundo.

···· Para separar os considerados de um decreto ou sente nça, ou de diversos itens
enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc.

Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por fim:
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e
dos demais grupos que compõem a comunidade;
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;
c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
d) ...................................;
e) ...................................;
f) ...................................;
g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou
religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.

···· Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou
um esclarecimento.

Exemplos:
a) - Então, ele disse
- Não quero mais ver você.
b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais.

···· Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de
igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a
finalidade, etc. que se pretende ressaltar.

Exemplo:

Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão!


Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? )

···· Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta.
Exemplo:
Quantos anos você tem?

Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação.
Exemplo:
Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha.

Emprega-se ponto de exclamação ( ! )

···· Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa,
admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc.
Exemplos:
Fica, por favor!
Nossa!

Reticências ( ... )


···· Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando:
hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida.
Exemplo:
Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ...

···· São empregadas em citações:
Exemplo:
No trecho do texto: "... que a situação financeira deixada pelo Estado ...", qual é a função
sintática de "situação financeira"?

Emprega-se Travessão ( - )


···· Para indicar a fala da personagem.
Exemplo:
Ele gritou a plenos pulmões:
Elisa!

···· Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da
personagem (nesse caso, são empregados dois travessões):

···· Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas.
Exemplo:
E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta.

Empregam-se Aspas ( " " )

···· No início e no final de uma citação textual.
Exemplos:

"É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o passo e você fosse a linha". (Gilberto Gil)

···· Para destacar palavras ou expressões.
Exemplo:
Ele era um bom homem. Homem com "h" maiúsculo.

···· Nos títulos de obras artísticas ou científicas:
Exemplo:
"Senhora" é um livro de José de Alencar.

Empregam-se os Parênteses ( )

···· Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo -
intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo.
Exemplo:
E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação.

···· Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas.
Exemplos:
"Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza"

(Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983)

COLCHETES ( [ ] )

Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários.

ASTERISCO ( * )

Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar,

PARÁGRAFO ( § )

É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc.

DICA - PONTUAÇÃO

O ponto está certinho na frase:

a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda..
b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc..
c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.
d) Vi carros, lojas, ônibus, etc....

A útlima palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se
outro ponto para indicar o fim do período?
Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas,
bananas, pêras, abacaxis, etc.

resposta do teste:C



SEMÂNTICA

É o estudo do sentido das palavras de uma língua.
A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos:

Família de idéias
São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma
idéia.

Veja a relação a seguir:
- casa,
- moradia,
- lar,
- abrigo,
- residência,
- sobrado,
- apartamento,
- cabana.

Todas essas palavras representam a mesma idéia:
lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias.

Observe outros exemplos:
···· revista,
···· jornal,
···· biblioteca,
···· livro,
···· casaco,
···· paletó,
···· roupa,
···· blusa,
···· camisa,
···· jaqueta,
···· serra,
···· rio,
···· montanha,
···· lago,
···· ilha,
···· riacho,
···· planalto.
···· telefonista,
···· motorista,
···· costureira,
···· escriturário,
···· professor, etc.



Sinonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou
semelhantes - SINÔNIMOS.

Exemplos:

Cômico - engraçado
Débil - fraco, frágil
Distante - afastado, remoto


Antonímia


É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.

Exemplos:
Economizar - gastar
Bem - mal
Bom - ruim


Homonímia

É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes,
possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.

As homônimas podem ser:

Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas)
são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.

Exemplos:
gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)
Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)


Homófonas heterográficas (ou homófonas)
são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.

Exemplos:
cela (substantivo) - sela (verbo)
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Cerrar (verbo) - serrar (verbo)


Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos)
são as palavras iguais na pronúncia e na escrita.

Exemplos:
cura (verbo) - cura (substantivo)
Verão (verbo) - verão (substantivo)
Cedo (verbo) - cedo (advérbio)


Paronímia


É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes,
mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.

Exemplos:

cavaleiro - cavalheiro
Absolver - absorver
Comprimento - cumprimento


Polissemia

É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.

Exemplos:

Ele ocupa um alto posto na empresa.
Abasteci meu carro no posto da esquina.

Os convites eram de graça.
Os fiéis agradecem a graça recebida.


MORFOLOGIA
Primeira parte


···· Estrutura das Palavras


···· Origem das Palavras


···· Formação das Palavras




ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Toda a graça deste texto está na brincadeira que o poeta faz com as palavras. Ele cria um jogo
que a língua permite e nós o aceitamos porque percebemos seu sentido.

Datas
Os magos janeiram dia 6
Os peixes abrilam dia 1
A Virgem setembra dia 8
Os mortos novembram dia 2

(MENDES, Murilo. Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.p.183)

Elementos Mórficos

Você conhece a música de Raul Seixas e Cláudio Roberto intitulada "Maluco beleza"? É muito
interessante. Um trecho diz assim :

Eu do meu lado aprendendo a ser louco
Um maluco total, na loucura real
Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
PASSOS, Sylvio e BUDA, Tonihho, Raul Seixas- Uma antalogia.
São Paulo, Martin Claret, 1992.p.218

Mistura boa, não é, um pouco de maluquez misturada a um pouco de lucidez... Vamos pensar na
palavra lucidez: significa "
qualidade ou estado de lúcido". Lúcido, por sua vez, significa "brilhante
como a luz". Como você pode observar, são palavras que derivam de luci-, que significa "luz". Por
essa razão, também empregamos lúcido para indicar a pessoa que usa a inteligência, as
faculdades mentais, ou seja, a pessoa iluminada, e lucidez para indicar a qualidade de quem usa
a inteligência.
Mas o interessante nos versos acima é a palavra maluquez, que não existe nos dicionários. Os
autores criaram essa palavra para rimar com lucidez. Nos dicionários encontramos, para indicar o
"estado ou doença de maluco", a palavra maluquice. Mas aí não ficaria bom, maluquice não se
mistura com lucidez!
O importante, o que gostaríamos que você entendesse, é o fato de os autores terem criado uma
palavra obedecendo a algumas regras, como também fez Murilo Mendes ao criar os verbos
janeirar, abrilar, setembrar e novembrar. Se essas regras não tivesse sido seguidas, ninguém
entenderia a nova palavra.
Para conhecer e compreender as palavras, e até brincar com elas ou criar novas, é que nós
estudamos a estrutura das palavras.
Agora vamos supor que a palavra sujões apareça numa manchete de jornal ou revista, disposta
da seguinte maneira:




Os jovens que picham e emporcalham a cidade

Poderíamos brincar com essa palavra, promovendo ligeiras alterações:

Sujo sujão sujinho
Suja sujona sujar
Sujos sujeira

Repare que, nessa brincadeira, uma parte da palavra não sofreu alteração ( suj- ); no entanto, a
outra parte mudou para indicar gênero masculino ou feminino, número plural, grau aumentativo ou
diminutivo, etc.

-o (elemento que indica o gênero masculino)
-a (elemento que indica o gênero feminino)
-(o) s (elemento que indica o número plural)
-ão (elemento que indica o grau aumentativo masculino)
-ona (elemento que indica o grau aumentativo feminino)
-eira (elemento que indica qualidade, propriedade)
-inho (elemento que indica o grau diminutivo masculino)
-(a) r (elementos que indicam a primeira conjugação e o
infinitivo do verbo)
Sj-


As palavras podem, portanto, ser divididas em unidades menores. Repare que essas unidades
possuem caráter significativo, isto é, informam alguma coisa.

Damos o nome de elementos mórficos a essas unidades significativas que formam as palavras. A
terefa de dividir as palavras em seus elementos mórficos recebe o nome de análise mórfica.
Nem sempre será possível dividir as palavras em seus elementos mórficos, já que algumas delas
são indivisíveis, isto é, não comportam divisão em unidades menores. É impossível dividir
palavras como sol e mar.

Classificação dos elementos mórficos
Observe as seguintes palavras
alun o
alun a
alun inhos
lun ato
pedr a
pedr as
pedr eiras
pedr ada
ferr o
ferr os
ferr agens
ferr inho
menin o
menin os
menin inhos
menin ice
lúc ido
luc idez
luc ipotente
luc ímetro


Verifique que, em cada família de palavras, a base do significado está contida num elemento
comum. Nos exemplos acima, esses elementos são: alun-, pedr-, ferr-, menin- e luc-. A esses
elementos damos o nome de radical. Às palavras que possuem um mesmo radical damos o nome
de cognatas.

Desinências
Você deve ter notado que alguns elementos mórficos estão indicando se a palavra pertence ao
gênero masculino ou feminino, ou se ela está no plural.
Nas palavras aluna e menino, os elementos -a e -o estão indicando o gênero da palavra, ou
seja, se ela é masculina ou feminina.
Já em pedras e meninos, o elemento -s está indicando que a palavra está no plural.
Esses elementos mórficosque indicam se a palavra é masculina ou feminina, ou se ela está no
plural, recebem o nome de desinências.

Existem dois tipos de desinências:

···· desinências nominais: indicam as flexões gramaticais de gênero e número dos nomes.

radical desinência nominal
genêro número
alun a s
menin o s

···· desinências verbais: indicam as flexões gramaticais de tempo, modo, número e pessoa dos
verbos.

desinência verbal

tempo e modo número e pessoa
amá va mos vende sse m

Observação: O conhecimentro das desinências nominais será importante para o estudo das
flexões de gênero e número das classes de palavras variáveis, como o substantivo e o adjetivo.
O conhecimento das desinências nominais e verbais será essencial para a compreensão dos
mecanismos de concordância nominal e verbal.
Esses assuntos serão estudados adiante nesta gramática. Por ora, basta que você saiba distinguir
as desinências nominais das verbais. Quando formos estudar os verbos, trataremos das
desinências verbais e das flexões que elas indicam com mais detalhes.

Vogal temática
Muitas vezes, sobretudo nos verbos, é impossível acrescentar a desinência diretamente ao
radical.

Observe:

radical desinência
am va

O radical do verbo amar é am-. Tente acrescentar a esse radical a desinência verbal -va.

Como, nesse caso, é impossível acrescentarmos a desinência diretamente ao radical, vamos
precisar colocar entre esses dois elementos mórficos uma vogal, a fim de preparar o radical para
receber a desinência.

Dessa forma:
am a va
radical desinência

Essa vogal que, em alguns casos, acrescentamos ao radical chama-se vogal temática.
Nos verbos, as vogais temáticas são três: -a, -e, -i e indicam a que conjunção pertence o verbo.
Veja abaixo.

Vogal Temática Conjugação exemplo
a primeira am - a - va
e segunda vend - e - ra
i terceira part - i - sse

TEMA
Ao radical já acrescido da vogal temática damos o nome de tema. Nos exemplos acima, os temas
são, respectivamente: ama -, vende- e parti- .

Prefixos e sufixos
Observe as seguintes palavras:
leal feliz camisola
desleal infeliz camiseta
lealdade felizmente descamisado

Note que acrescentamos aos radicais (leal-, feliz- e camis-) elementos mórficos (des-, -dade, in-, -
mente,-ola, -eta, des-, -ado), que formaram palavras novas. Veja ainda, que esses elementos
podem ser colocados antes do radical (como em infeliz), quando são chamados de prefixos, ou
depois do radical (como em lealdade), quando são chamados de sufixos. Sufixos aumentativos e
sufixos diminutivos são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões
gramaticais.

Exemplos de Prefixos
Ateu
Supermercado
pré-história
Exemplos de Sufixos
amoroso
livraria
lapisinho
Vogais e consoantes de ligação

Há casos em que, na junção de elementos mórficos, intercalamos uma vogal ou uma consoante
para facilitar a pronúncia. Como essas vogais e consoantes não possuem significação alguma,
não são consideradas elementos mórficos. A elas, damos o nome de vogal ou consoante de
ligação. Veja os exemplos abaixo.





ORIGEM DAS PALAVRAS PORTUGUESAS

Na língua portuguesa, encontramos palavras provenientes de diversos idiomas. Veja agora a origem de
algumas palavras que você comumente usa:
- sanduíche vem do inglês (Sandwich, nome de um nobre inglês que teria inventado esse tipo de comida);;
- abajur vem do francês (abat-jour) ;
- carioca vem do tupi (kari' oca, quer dizer "casa do branco");
- samba vem de um dialeto africano ( semba, quer dizer "umbigada");
- alfaiate vem do árabe (al-khaiãT).

A maioria das palavras da língua portuguesa, no entanto, ou vem do grego ou do latim, que era a língua
falada no antigo Império Romano. É importante que você tome contato com alguns radicais e prefixos gregos
e latinos, pois isso o ajudará muito a compreender o significado das palavras de nossa língua.
Alguns radicais de origem grega
Radical Significado Exemplo
···· Acro ....................... alto.......................................... acrofobia (medo de altura)
···· Aero ...................... ar.......................................Aeronáutica (navegação pelo ar)
···· Agogo ................o que conduz......................... Demagogo (o que conduz o povo)
···· Agro...................... campo .................. Agronomia (ciência que estuda as atividades agrícolas)
···· Algia ..................... dor ............................ Nevralgia (dor que se estende pelos nervos)
···· Anemo...................vento ................... Anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento)
···· Antropo................homem ....................... Antropologia (estudo dos grupos humanos)
···· Aristo ............o melhor ...... aristocracia (governo de um reduzido grupo de pessoas priviliegiadas)
···· Arítmo ................número..........aritmética (Matemática que estuda os números inteiros e racionais)
···· Arqueo.................antigo ................................ Arqueologia (estudo de coisas antigas)
···· Arquia.................governo..........................................anarquia (ausência de governo)
···· Auto.............de/ por sí mesmo.............................Automóvel (que se move por sí mesmo )
···· Baro................pressão, peso....................barômetro (aparelho que mede a pressão atmosférica )
···· Biblio......................livro..............................................biblioteca (coleção de livros)
···· Bio..........................vida..........................................biologia (estudo dos seres vivos)
···· Caco......................mau......................................................cacofonia (mau som)
···· Cali.........................belo....................................................caligrafia (bela escrita)
···· Cardio.................coração...........................................Cardiologia (estudo do coração)
···· Cefalo.................cabeça.........................................encefalite (inflamação do encéfalo)
···· Cito......................célula...............................................citologia (estudo das células)
···· Cosmo................mundo............................................cosmopolita (cidadão do mundo)
···· Cracia................governo...............................................democracia (governo do povo)
···· Cromo...................cor.......................................cromatismo (distribuição harmoniosa de cores)
···· Crono..................tempo................................................cronômetro (o que mede o tempo)

···· Demo...................povo......................................................democracia (governo do povo)
···· Eco......................casa..............ecologia (estudo das relações entre os seres vivos e seu ambiente)
···· Etimo.................origem.................................................etimologia (estudo das origens)
···· Etno................Raça, povo...............................................etnologia (estudo das raças)
···· Fago..........que ou aquele que come.....................antropófago (aquele que come carne humana)
···· Filo......................amigo.......................................................filósofo (amigo do saber)
···· Fobia............medo , aversão...............................................fotofobia (aversão à luz)
···· Gastro..............estômago............................................gastrite (inflamação do estômago)
···· Geo.......................terra........................................................geologia (estudo da terra)
···· Grafia..................escrita......................................................ortografia (escrita correta)
···· Hemo...................sangue............................................hemorragia (derramamento de sangue)
···· Hidro.....................água.....................................hidroginástica (ginástica realizada dentro d'àgua)
···· Hipno.....................sono........................................................hipnofobia (medo de dormir)
···· hipo......................cavalo ........................................hipódromo (local onde correm cavalos)
···· homo..............mesmo, igual........................................homônimo (que tem o mesmo nome)
···· lito.........................pedra...............................................litogravura (gravura feita em pedra)
···· mega....................grande........................................................magalópole (grande cidade)
···· metro...................medida......................................................cronômetro (o que mede o tempo)
···· micro..................pequeno.........................................................micróbio (pequeno ser vivo)
···· morfo...................forma........................................................morfologia (estudo das formas)
···· necro....................morto..............................................................necrologia (lista de mortos)
···· neo.......................novo............................................................neologismo (palavra nova)
···· orto...............certo/ correto.....................................................ortografia (escrita correta)
···· pato....................doença........................................................patologia (estudo das doenças)
···· poli.......................muitos........................................................polissílabo (que tem muitas sílabas)
···· pseudo.................falso.............................................................pseudônimo (falso nome)
···· psico.....................alma..............................................................psicologia (estudo da alma)
···· taqui.....................rápido..............................................................taquigrafia (escrita rápida)
···· teca....................coleção ...........................................................mapoteca (coleção de mapas)
···· tele........................longe .........................................................telefone (o que fala para longe)
···· teo.........................deus.........................................................teocracia (governo dos deuses)
···· termo...............temperatura...........................................termômetro (o que mede a temperatura)
···· trofia............desenvolvimento........................................atrofia (ausência de desenvolvimento)
···· xeno.................estrangeiro....................................................xenofobia (aversão ao estrangeiro)
···· zoo.......................animal.........................................................zoologia (estudo dos animais)

Alguns radicais de origem latina
radical significado Exemplo
····agri.................................campo...............................................Agricultor (que cultiva o campo )
····arbori.............................árvore................................................arborizar (plantar árvores)
····avi..................................ave.....................................................aviário (local onde se vendem aves)
····beli.................................guerra................................................belicoso (habituado à guerra)
····capiti..............................cabeça..............................................decapitar (cortar a cabeça)
····cida...............................que mata............................................inseticida (que mata insetos)
····cola..........que cultiva, que habita...........vitícola (que cultiva vinhas) - silvícola (que habita as florestas)
····fero...................que contém, que produz...............................aurífero (que contém ou produz ouro)
····fide...................................fé....................................................Fidedigno (digno de fé)
····forme............................forma.................................................biforme (que possui duas formas)
····frater.............................irmão.................................................fraternidade (irmandade)

····fugo.............................que foge.............................................lucífugo (que foge da luz)
····loco................................lugar.................................................localizar (fixar o lugar)
····ludo................................jogo................................ludoterapia (tratamento psicológico por meio de jogos)
····mater.............................mãe...................................................materno (relativo a mãe)
····multi..............................muito..................................................multilateral (muitos lados)
····paro........................que produz.............................................ovíparo (que produz ovos)
····pater.............................pai.....................................................paterno (relativo a pai)
····pede.............................pé......................................................pedestre (que anda a pé)
····pisci............................peixe...................................................piscoso (cheio d epeixes)
····pluri............................vários..................................................pluricelular (que possui várias células)
puer...........................criança.................................................pueril (infantil)
quadri.........................quatro.................................................quadrimotor (que tem quatro motores)
silva..........................floresta.................................................silvícola (Qua habita as florestas)
umbra.......................sombra..................................................penumbra (quase sombra)
voro.........................que come...............................................carnívoro (que come carne)

Alguns prefixos de origem grega


prefixo significado exemplo
a, an negação, privação ateu, anarquia
anfi duplicidade.dualidade anfíbio, anfiteatro
anti ação contrária antiaéreo, antipatia
arce, arqui superioridade arcebispo, arquiduque
dia movimento através diagonal, diâmetro
dis mau estado, dificuldade disenteria, dispnéia
endo posição interior endoscópio, endotérmico
epi posição superior epiderme
eu bem, bom eufemismo, eufonia
hemi metade hemisfério
hiper excesso hipertensão
meta transformação metamorfose, metáfora
oni tudo, todo onipresente
para ao lado de paralelo, parágrafo
peri em torno de perímetro, periscópio
sin simultaneidade simpatia

Alguns prefixos de origem latina

prefixo significado exemplo
ambi duplicidade ambivalente, ambidestro
ante anterioridade antebraço, antepor
bi, bis dois bienal, bisavô
circum movimento em torno circunferência, circunavegação
cis posição aquém cisplatino, cisalpino
contra oposição contradizer, contra-ataque
infra posição inferior, abaixo infravermelho, infra-assinado
intra, intro posição interior intravenoso, introvertido
justa posição ao lado justapor
mal, male mal malcriado, maledicente
multi muitos multinacional, multicolor
pen quase península, penumbra
per movimento através percorrer, perambular


Resumo:
Elementos mórficos são unidades significativas que formam as palavras.

Radical é o elemento mórfico que funciona como base do significado e é comum a palavras de mesma
família.
Desinências são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais.
Vogal temática é a vogal que, em alguns casos, junta-se ao radical, preparando-o para receber as
desinências.
Tema é o radical já acrescido da vogal temática.

Prefixos e sufixos são elementos mórficos que se juntam ao radical para formar palavras novas.




FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Composição:
União de dois ou mais radicais que formam uma nova palavra: cachorro-quente, bem-te-
vi, malcriado. Existem dois tipos de composição:

a)sufixal, quando o sufixo se junta ao radical:
laranja + al = laranjal
arte + ista = artista
pedre + eiro = pedreiro.

b)parassintética, quando o prefixo e o sufixo se juntam a um radical ao mesmo tempo:
en + duro + ecer = endurecer
sub + mar + ino = submarino
a + noite + ecer = anoitecer.

Derivação
Palavras como reinação, enferrujar, invisível, e avassalador foram formadas,
respectivamente, a partir das palavras, rei, ferro, ver e vassalo por acréscimo de um
prefixo ou de um sufixo.

Quando isso ocorre, dizemos que as palavras foram formadas por derivação.

Veja mais exemplos de palavras formadas por derivação:

desleal lealdade fuzilar
pré-história historiador borboletear
super-homem homenzarrão esquentar

A derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintética, regressiva ou imprópria.

Derivação préfixal - Ocorre derivação préfixal quando a palavra nova é obtida pelo
acréscimo de prefixo, como em desleal, pré-história e super-homem.

Derivação sufixal - Ocorre derivação sufixal quando a palavra nova é obtida pelo
acréscimo de sufixo, como em lealdade, historiador, homenzarrão, borboletear e fuzilar.

Derivação parassintética - Observe agora a formação da palavra esquentar. Trata-se,
evidentemente, de uma palavra derivada de quente. Verifique que nela ocorrem, ao
mesmo tempo, um prefixo e um sufixo, que se juntaram ao radical quent:
es+ quent + ar

Quando a palavra é formada por acréscimo de prefixo e sufixo ao mesmo tempo, dizemos
que ocorreu derivação parassintética.

Veja mais alguns exemplos de palavras formadas por derivação parassintética:

palavra deriv.
pref. rad. suf. por parassíntese
en forc ar enforcar
a manh ecer amanhecer
en velh ecer envelhecer
a podr ecer apodrecer

Veja que só ocorrerá derivação parassintética se o prefixo e o sufixo se juntarem ao
mesmo tempo ao radical.
Por exemplo:
como não existe na língua portuguesa a palavra entriste, nem a palavra tristecer, fica
claro que, na formação do verbo entristecer, o prefixo en - e o sufixo -ecer se agregaram,
ao mesmo tempo, ao radical trist.

Já na palavra infelizmente, embora tenhamos o prefixo in - e o sufixo -mente agregados
ao radical feliz, não ocorre derivação parassintética, já que prefixo e sufixo não se
juntaram ao mesmo tempo ao radical. É fácil você perceber isso, observando que, em
português, existem as palavras infeliz e felizmente.
No caso da palavra infelizmente, dizemos que ocorreu derivação prefixal e sufixal.
A maioria das palavras formadas por derivação parassintética são verbos.

Derivação regressiva - Como você observou até agora, no processo de derivação
empregamos ou um prefixo (derivação prefixal), ou um sufixo (derivação sufixal), ou
ambos ao mesmo tempo (derivação parassintética). Em razão disso, a palavra derivada
será sempre maior que a palavra primitiva.
Há um caso de derivação em que a palavra derivada é menor do que a primitiva, já que,
em vez de acrescentarmos um prefixo ou um sufixo à palavra primitiva, dela retiramos
algum elemento, de sorte que a palavra derivada é obtida por redução da palavra
primitiva. A esse tipo de derivação, damos o nome de regressiva.
Por exemplo:
caçar (palavra primitiva) deu origem ao substantivo caça (palavra derivada).

Veja mais exemplos de palavras formadas por derivação regressiva:


Palavra primitiva Palavra derivada
combater combate
pescar pesca
nadar nado
atacar ataque

A maioria das palavras formadas por derivação regressiva são substantivos derivados de
verbos e que indicam ação.

Derivação imprópria - É comum usar a expressão comício monstro. Repare que a
palavra monstro, que primitivamente era um substantivo, aquí é usada como um adjetivo.
Portanto, podemos afirmar o seguinte: o adjetivo monstro que aparece em comício
monstro é derivado do substantivo monstro. Note que, nesse tipo de derivação, não
ocorreram prefixos ou sufixos: a palavra derivada possui a mesma estrutura da palavra
primitiva.
Ocorreu tão-somente mudança de categoria gramatical: um substantivo virou adjetivo. A
esse tipo de derivação, damos o nome de imprópria.
Veja outros exemplos de palavras formadas por derivação imprópria:

Não compareci ao jantar de confraternização.

(substantivo jantar, derivado do verbo jantar)

"Como será o amanhã ?"
(substantivo amanhã, derivado do advérbio amanhã)

Ela usava uma blusa laranja.
(adjetivo laranja, derivado do substantivo laranja)
Outros processos de formação de palavras

Além dos processos de composição e derivação, que já estudamos, temos ainda os
seguintes processos de formação de palavras:

Onomatopéias - Onomatopéias são palavras que criamos para tentar reproduzir sons
ou ruídos.

Abreviação - A abreviação consiste na redução de uma palavra longa até um limite
que não prejudique o sentido.
Veja alguns exemplos de palavras formadas por esse processo:

moto (em vez de motocicleta)
cine (em vez de cinema)
foto (em vez de fotografia)

Siglas - As siglas, que não são propriamente palavras, são formadas por um processo
semelhante ao da abreviação.
PT (Partido dos Trabalhadores)
Banespa (Banco do Estado de São Paulo)
Aids (Acquired Immunodeficiency Syndrome = Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida)
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

Note que as siglas são formadas a partir das letras iniciais ou mesmo das sílabas iniciais
das palavras que formam esses nomes.
É interessante observar que, embora as siglas não sejam propriamente palavras, delas
podemos derivar palavras. Veja:

PT - petista
DDT - dedetizar, dedetização
CLT - celetista


PARA NÃO ESQUECER

Palavras primitivas são aquelas que não se originam de outra palavra da língua portuguesa.
Palavras derivadas são aquelas que se originam de outra palavra da língua portuguesa. Palavras
simples são aquelas que apresentam um só radical. Palavras compostas são aquelas que
apresentam mais de um radical. Composição por justaposição: ocorre quando os elementos que
formam o composto não sofrem alteração fonética. Composição por aglutinação: ocorre quando,
na junção dos elementos que formam o composto, há alguma alteração fonética. Derivação é o
processo pelo qual se obtêm palavras novas, chamadas derivadas, por acréscimo de prefixos e
sufixos à palavra primitiva. Derivação parassintética: ocorre quando a palavra nova é obtida por
acréscimo de prefixo e sufixo, ao mesmo tempo. Derivação regressiva: ocorre quando a palavra
nova (derivada) é obtida por redução da palavra primitiva. Derivação imprópria: ocorre quando a
palavra nova (derivada) é obtida por mudança da categoria gramatical da palavra primitiva.

CLASSE DAS PALAVRAS

As palavras são classificadas em :


···· substantivo
···· adjetivo
···· artigo
···· numeral
···· pronome
···· verbo
···· advérbio
···· preposição
···· conjunção
···· interjeição.





SUBSTANTIVO


Substantivo:
Palavra com que designamos os seres em geral.

Substantivo Comum - é o que nomeia todos os seres de mesma espécie.
Exemplos: homem, árvore, animal, etc.

Substantivo Próprio - é o que nomeia um ser da mesma espécie.
Exemplos : Brasil, Rio de Janeiro, Maria, Campinas, etc

Substantivo Simples - é aquele formado por um só radical.
Exemplos: sol, amor, mão, água, fogo etc

Substantivo Composto - quando é formado por mais de um radical.
Exemplos : amor-perfeito, pé-de-moleque, guarda-chuva, passatempo.

Substantivo Primitivo - quando não se origina de outra palavra existente na língua portuguêsa.
Exemplos: casa, pedra, jornal, relógio, motor, etc.

Substantivo Derivado - é aquele que se origina de outra palavra existente na língua portuguêsa.
Exemplos : florista, jornaleiro, motorista, caseiro.

Substantivo Concreto - é aquele que designa os seres de existência real ou representados pela
imaginação.
Exemplos: casa, mesa, faca, bruxa, lobisomem, etc

Substantivo Abstrato- São aqueles que denomina seres que não existem por sí, ou seja, só
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-los

como seres. Os substantivos abstratos são portanto aqueles que designam ações, estados ou
qualidades, considerados como seres:
Exemplos: amor, tristeza, beleza, coragem, corrida, etc.

Geralmente os substantivos abstratos, são derivados de verbos ou adjetivos.
Exemplos: belo - beleza
trabalhar - trabalho.

Substantivo Coletivo - é aquele que designa um conjunto de seres da mesma espécie.
Exemplos:

acervo de obras de uma biblioteca,
museu
Álbum de retratos, de selos
Alcatéia de lobos
Armada de navios de guerra
Arquipélago de ilhas
Arsenal de armas, de munições
Assembléia de pessoas reunidas com
um fim comum
Atlas de mapas
Baixela de utensílios de mesa
Banca de examinadores, de
advogados
bando de pessoas em geral, mas
com sentido pejorativo
batalhão de soldados
biblioteca de livros
bosque de árvores
buquê de flores
cáfila de camelos
caravana de viajantes
cardume de peixes
carrilhão de sinos
colégio de eleitores, de cardeais
colméia de abelhas
colônia de imigrantes, de formigas,
de bactérias
concentraçãode
tropas, de
atletas

concílio de bispos
conclave de cardeais para eleger o
Papa
constelação de astros ou estrelas
cordilheira de montanhas
correição de formigas
elenco de artistas, atores, palavras,
medidas
enxame de abelhas, de sonhos
enxoval de roupas e seus
complementos

esquadra de navios de guerra
esquadrilha de aviões
exército de soldados
falange de soldados, anjos, ou pes-

soas com valor positivo
farândola de mendigos
fardo de coisas pesadas
fauna de todos os animais de uma
região
feixe de lenha, de raios luminosos
flora de todas as plantas de uma
região
floresta de árvores
frota de navios, de veículos per-
tencentes a uma empresa
junta de dois bois, de médicos,
examinadores,militares que
governam
júri de jurados
legião de anjos, de demônios, de
soldados
malta de gente ordinária em geral
manada de gado ou animais grandes
(bois, elefantes, etc)
matilha de cães de caça
miríade de coisas com número su-
perior a 10.000
molho de coisas agrupadas em
feixes (chaves, cenouras, etc)
multidão de pessoas ou coisas aglo-
meradas (inimigos, fatos, etc)
nuvem de fumaça, ou de coisas pe-
quenas (insetos, pó, etc)
orquestra de músicos
pelotão de soldados
penca de bananas, de chaves
pilha de coisas dispostas umas
sobre as outras
pinacoteca de quadros
plêiade de pessoas ilustres
prole de filhos
quadrilha de ladrões
rebanho de gado, ou de quadrúpedes
repertório de peças teatrais, musicais,
ou de piadas
resma de papel
réstia de cebolas, de alho
saraivada de protestos, de balas, de
vaias, de perguntas
seleta de textos escolhidos
súcia de pessoas desonestas
trouxa de roupas
viveiro de aves ou peixes confinados


ADJETIVO

Palavra que caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe qualidades, estado ou lugar de origem.
Exemplo:

···· Menino estúpido
···· Trânsito confuso
···· Cidadão brasileiro
Classificação dos adjetivos

simples - quando formados por um só radical.
Exemplos: alegre, sincero, etc.

compostos - formado por mais de um radical.
Exemplos: franco-espanhol, verde-amarelo, azul-marinho.

primitivos - são os adjetivos que não derivam de outra palavra.
Exemplos: pequeno, triste, grande, etc.

derivados - são os que derivam de outra palavra. Podem derivar de um verbo ou substantivo.
Exemplos: durável (do verbo durar) , carnavalesco (do subst. Carnaval).

Adjetivos Pátrios

São aqueles que servem para designar a nacionalidade ou lugar de origem de alguém ou de
alguma coisa.

Relação de alguns adjetivos pátrios.
Bragança bragantino
Cairo cairota
Chicago chicaguense
Croácia croata
Terra do fogo fueguino
Três Corações tricordiano
Buenos Aires portenho, buenairense
Jerusalém hierosolimita
Manaus manauense
Rio de Janeiro (Est.) fluminense
Rio de Janeiro (Cid.) carioca
Salvador soteropolitano
Amapá amapaense
Belo Horizonte belo-horizontino
João Pessoa pessoense
Marajó marajoara
Espirito Santo capixaba
Florianópolis florianopolitano
Rio Branco rio-branquense
São Luis sãoluisense
Ribeirão Preto riberopretano

Locução Adjetiva

É a reunião de duas ou mais palavras com o significado de um único objetivo.
Exemplos:
amor de mãe (amor materno),
água do rio (água fluvial)

Algumas locuções adjetivas principais

de anjo angelical
de bispo episcopal
de cobra viperíno
de abelha apícola

de cavalo eqüino ou hípico
de boca bucal
da chuva pluvial
de céu celeste
de aranha aracnídio
de leite lácteo
sem fim infindável
de umbigo umbelical
de mestre magistral

FLEXÃO DO ADJETIVO

Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser:

UNIFORMES: possuem apenas uma forma, que se aplica tanto a substantivos masculinos como a
substantivos femininos:

O homem feliz A mulher feliz
O interesse comum A causa comum
O mês anterior A semana anterior

BIFORMES: possuem duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino:

O menino brincalhão A menina brincalhona
O professor inglês A professora inglesa
O homem corajoso A mulher corajosa

O gênero da maioria dos adjetivos biformes é formado pelas mesmas regras de flexão do
substantivo:

O garoto ativ
o A garoto ativa
O homem sofredor A mulher sofredora
O menino português A menina portuguesa
O homem cristão A mulher cristã
O pai chorão A mãe chorona
O técnico espanhol A técnica espanhola
O arroz cru A carne crua

Há, porém, alguns adjetivos que não seguem estas regras:

O homem
ateu A mulher atéia
Rapaz plebeu Moça plebéia
Menino judeu Menina judia
Homem mau Mulher má

NÚMERO DO ADJETIVO

PLURAL DOS ADJETIVOS SIMPLES

O adjetivo simples varia em número para concordar com o substantivo a que se refere. Em geral,
os adjetivos fazem o plural seguindo as mesmas regras do substantivo:

Menina
bela Meninas belas
Menino gentil Meninos gentis
Leão feroz Leões ferozes
Criança amável Crianças amáveis
Homem são Homens sãos
Homem trabalhador Homens trabalhadores
Pessoa jovem Pessoas jovens

PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS

Regra geral:

Apenas o último elemento do adjetivo composto é flexionado.

- Olhos castanho-claros
- Peles castano-claras
- Problemas sul-africanos
- Pesquisas político-sociais
- Artes greco-romanas
- Saias verde-escuras
- Relações franco-espanholas
- Tratados anglo-frances
- Escolas médico-cirúrgicas
- Poemas lírico-dramáticos
- Comemorações cívico-religiosas
- Conflitos russo-americanos

···· São exceções:

Casacos azul-marino
Blusas azul-celeste

Surdo-mudo: flexão nos dois elementos
Meninos surdos-mudos

···· São invariáveis os adjetivos compostos referentes a cores, quando o segundo elemento da
composição é um substantivo:

Blusas amarelo-limão
Gravatas verde-garrafa
Calças azul-pavão
Vestidos branco-gelo
Meias azul-turquesa
Saias verde-musgo
Esmaltes vermelho-sangue


GRAU DO ADJETIVO

O adjetivo pode apresentar-se em dois graus: comparativo e superlativo

GRAU COMPARATIVO
Quando se estabelece a comparação:
···· De uma mesma qualidade entre dois seres:
A
moça era tão gorda quanto a sua irmã

1
o
ser uma qualidade 2
o
ser

···· De duas qualidades num mesmo ser:
A
moça era tão bonita quanto delicada

um ser 1
a
qualidade 2
o
qualidade

O grau comparativo pode ser de:

IGUALDADE
Tão + adjetivo + quanto (como)
O menino é tão inteligente quanto sua irmã.

SUPERIORIDADE
Mais + adjetivo + (do) que
O menino é mais inteligente que sua irmã.


INFERIORIDADE
Menos + adjetivo + (do) que
O menino é menos forte que seu irmão.

Notas:
Expressa-se o grau comparativo de superioridade dos adjetivos bom, mau, pequeno e grande com
as palavras:


Melhor (mais bom) Pior (mais mau)
Menor (mais pequeno) Maior (mais grande)

Quando são comparadas duas qualidades de um mesmo ser, pode-se usar as expressões mais
bom, mais mau, mais pequeno mais grande.

Exemplos:
Ele é mais bom do que agressivo
Ele é mais pequeno do que magro


GRAU SUPERLATIVO

O grau superlativo pode ser:

Relativo: quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres:
Era a mais alta das irmãs.

um ser qualidade conjunto de seres

Essa relação pode ser de:


···· SUPERIORIDADE: o (a) mais + adjetivo + de (dentre)
Aquele aluno é o mais inteligente da classe

um ser conjunto de seres

···· INFERIORIDADE: o (a) menos + adjetivo + de (dentre)
Aquele aluno é o menos inteligente da classe

um ser conjunto de seres

Absoluto: quando a qualidade de um ser é intensificada sem relação com outros seres:
É altíssima

um ser uma qualidade

O grau superlativo absoluto apresenta-se nas formas:

Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão idéia de intensidade (muito,
extremamente, etc.)
O aluno é muito inteligente

Sintética: a intensificação se faz por meio de acréscimo de sufixos (íssimo, rimo, imo)
O aluno é inteligentíssimo.

Nota: também o grau superlativo dos adjetivos bom, mau, pequeno e grande expressa-se com
palavras especiais:

Superlativo Superlativo absoluto
relativo sintético
O melhor ótimo (bom)
O pior péssimo (mau)
O menor mínimo (pequeno)
O maior máximo (grande)


Alguns superlativos absolutos sintéticos:

Ágil - agílimo Livre - libérrimo
Agradável - agradabilíssimo Magro - macérrimo
Amargo - amaríssimo Maléfico - maleficentíssimo
Amigo - amicíssimo Miserável - miserabilíssimo
Áspero - aspérrimo Miúdo - minutíssimo
Audaz - audacíssimo Negro - nigérrimo
Benéfico -beneficentíssimo Nobre - nobilíssimo




ARTIGO

Artigo é a palavra que antepomos ao substantivo para determiná-lo.

Os artigos classificam-se em definidos e indefinidos :

Definidos : o, a, os, as.
Os artigos definidos determinam os substantivos de maneira precisa.
Exemplo: falei com o professor de matemática.

Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os artigos indefinidos determinam os substantivos de maneira vaga.
Exemplo: falei com um professor de matemática.

FLEXÃO DO ARTIGO

O artigo é uma classe variável. Varia em gênero e número para concordar com o substantivo a
que se refere:

Gênero
O menino (masculino singular)
A menina (feminino singular)

Os meninos (masculino plural)
As meninas (feminino plural)

Número
Um menino (masculino singular)
Uma menina (feminino singular)

Uns meninos (masculino plural)
Umas meninas (feminino plural)



NUMERAL

Numeral - é a palavra que exprime número de ordem, múltiplo ou fração. Classificam-se em:

a) Cardinais: um, dois, três,...
b) Ordinais: primeiro, segundo, terceiro,...
c) Multiplicativos: dobro, triplo, sêxtuplo...
d) Fracionários: meio, terço, um quarto, um quinto...

FLEXÃO DO NUMERAL

O numeral é uma classe variável em gênero e número

GÊNERO DO NUMERAL

Variam em gênero:

···· Os cardinais:
um, dois, e os de duzentos a novecentos:
Um - uma

···· Todos os ordinais:
Primeiro - primeira
Segundo - segunda
Terceiro - terceira

···· Os multiplicativos e os fracionários, quando expressam uma idéia adjetiva em relação ao
substantivo:

O atleta deu um salto duplo e um triplo, depois tomou uma dose quíntupla de vitaminas.
João comeu meio abacate e meia banana após o almoço.
Coube-lhe a quarta parte da torta.
Ele saiu ao meio dia e meia (hora).

NÚMERO DO NUMERAL

Variam em número:

···· Os cardinais terminados em ão:
Um milhão - dois milhões
Um bilhão - dois bilhões

···· Todos os ordinais:
Primeiro - primeiros
Centésimo - centésimos

Milésimo - milésimos

···· Os multiplicativos, quando têm função adjetiva:
Tomei dois copos duplos de água.
Foram triplas as doses de uísque servidas.

···· Os fracionários, dependendo do cardinal que os antecede:

Gastou um terço do salário em remédios.

Gastou dois terços do salário em remédios.

Nota:

Os cardinais, quando substantivados, vão para o plural se terminarem em som vocálico.

Exemplo: Tirei dois oitos em Português. (= duas notas oito)

Os cardinais ficam invariáveis, se terminarem por som consonantal
Ex.: Tirei dois seis em Matemática. (=duas notas seis)






Flexão de Número

Quanto ao número, os substantivos podem assumir a forma do singular (relativos a um só ser ou a
um único conjunto de seres) ou do plural (relativos a mais de um ser ou conjunto de seres).

Formação do Plural

Substantivos terminados em vogal, ditongo oral e ditongo nasal - "ãe"
Acréscimo de ¨S¨

Singular plural
Casa Casas
Pai Pais
Mãe Mães


Maioria dos substantivos terminados em - ão
Substitui-se ão por ões

Botão...................................Botões
Nota: Incluem-se aqui também os aumentativos
Vozeirão.............................Vozeirões


Substantivos paroxítonos terminados em - ão e alguns poucos oxítonos e
monossílabos.
Acréscimo de S

Sótão...................................Sótãos
Cidadão..............................Cidadãos
Mão......................................Mãos


Alguns substantivos terminados em ão
Mudam ão para ães

Alemão..............................................Alemães
Cão....................................................Cães
Nota: Alguns substantivos admitem mais de uma forma para o plural:

Ancião anciões anciães anciãos
Guardiãoguardiões guardiães
Ermitão ermitões ermitães ermitãos
Verão verões verães
Anão anões anãos
Vilão vilões vilãos



Substantivos terminados em - r e- z
Acréscimo de - es

Açúcar.......................................Açúcares
Rapaz........................................Rapazes

Nota: Destaquem-se os plurais de:
Caráter...................................Caracteres
Júnior.....................................Juniores
Sênior.....................................Seniores


Substantivos terminados em - s
Acréscimo de - es

Gás.........................................Gases

substantivos paroxítonos ou proparoxítonos terminados em s
Invariáveis
O pires.....................................Os pires
O ônibus.................................Os ônibus


Substantivos terminados em - al - el - ol, ul
Retira-se o "l" e acrescenta-se "is"

Canal....................................Canais
Carretel................................Carretéis
Anzol.....................................Anzóis

Nota: Destaquem-se os plurais de:
Mal.......................................Males
Cônsul...............................Cônsules
Gol......................................Goles ou gois, mas a forma consagrada pelo uso é gols.

Substantivos oxítonos terminados em - "l"
Troca "l" por "is"

Barril..................................Barris



Substantivos paroxítonos terminados em - "l"
Trocam "l" por "eis"

Fóssil................................Fósseis
Réptil................................Répteis(ou reptis)
Projétil..............................Projéteis (projetis)



Substantivos terminados em - "n"
Acréscimo de s - es

Abdômen.........................Abdomens / abdômenes
Hífen.................................Hifens / hífenes
Cânon..............................Cânones

substantivos terminados em - "x"

o tórax.............................os tórax



Nota: Atente para o plural de:
Cálix ou cálice cálices
e
Balãozinho balõezinhos
Anzolzinho anzoizinhos
Pãozinho pãezinhos
Colarzinho colarezinhos
Papelzinho papeizinhos

Plural com mudança de som (ou plural metafônico)

Singular (ô) Plural (ó) Singular
(ô)Plural
(ó)

Aposto Apostos Caroço Caroços
Corno Cornos Corpo Corpos
Corvo Corvos Esforço Esforços
Imposto Impostos Jogo Jogos
Miolo Miolos Olho Olhos
Osso Ossos Ovo Ovos
Poço Poços Porco Porcos
Porto Portos Posto Postos
Povo Povos Reforço Reforços
Socorro Socorros Tijolo Tijolos


Plural dos substantivos compostos

Substantivos compostos não separados por hífen.
Acrescenta-se "s" (como um substantivo simples).

Pernalonga................................pernalongas
Pontapé......................................pontapés

Substantivos compostos separados por hífen.
Os dois elementos vão para o plural

cirurgião - dentista: ..............cirurgiões-dentistas substantivo + substantivo
boa-vida:..................................boas-vidas adjetivo + substantivo
cartão-postal:.........................cartões-postais substantivos + adjetivo

Se o segundo elemento limitar a idéia do primeiro:
Apenas um elemento vai para o plural

banana-maçã...........................bananas-maçã
pombo-correio.........................pombos-correio

Se os elementos forem ligados por preposição

pé-de-moleque........................pés-de-moleque
pão-de-ló..................................pães-de-ló

Se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável:
Apenas o segundo elemento vai para o plural:

Guarda-roupa.............................guarda-roupa
s (verbo + substantivo)
Alto-falante..................................alto-falantes (advérbio + substantivo)
Contra-ataque............................contra-ataques (preposição + substantivo)

Se os elementos forem palavras repetidas ou onomatopaicas:

Tico-tico.......................................tico-ticos
Reco-reco...................................reco-recos
Tique-taque................................tique-taques

Nota: Se os dois elementos forem verbos, admite-se a flexão dos dois:
Corre-corre................................corres-corres

Se o primeiro elemento for constituído de formas reduzidas, como grão, grã e bel:

Grão-duque...............................grão-duques
Grã-cruz.....................................grã-cruzes
Bel-prazer..................................bel-prazeres

Nenhum dos elementos vai para o plural:

Se for formado de verbo mais palavra invariável:

Os ganha-pouco
Os bota-fora
Os pisa-mansinho

Se for formado de verbos com sentidos opostos:

Os leva-e-traz
Os ganha-perde

Nota: Atente para o plural de:
Guarda-chuva (verbo+substantivo)..........................guarda-chuvas
Guarda-noturno (substantivo+adjetivo)..................guardas-noturnos

Substantivos de um só número

Há substantivos que são empregados apenas no plural.
Os mais comuns são:
Os afazeres
As algemas
Os anais
Os arredores
As belas-artes
As bodas
As férias (descanso)
As cócegas
As condolências
As fezes
Os idos
As núpcias
Os óculos
As olheiras
Os parabéns
Os pêsames
Os picles
Os víveres

Há substantivos que, habitualmente,
são usados só no singular:
A bondade
A caridade
A fé
A falsidade
O ouro
A prata
O cobre
A brisa
O oxigênio
A fome
A sede
A plebe
A gente
O pó
A neve
A lenha
O cristianismo
O nazismo
A fumaça
A sinceridade
A lealdade

Mudança de número com mudança de sentido.

Há substantivos que mudam de sentido quando mudam de número:

Bem
(felicidade, virtude, benefício)....................Bens (propriedades, valores)
Costa
(litoral)......................................................Costas (dorso)
Féria
(renda diária)..............................................Férias (descanso)
Letra
(símbolo gráfico).........................................Letras (literatura)
Vencimento
(fim, prazo final)............................Vencimentos (salário)






FLEXÃO DE GÊNERO

Os substantivos, em português, podem pertencer ao:
a) gênero masculino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "o".
b) gênero feminino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "a".

formação do feminino

Substantivos biformes: são os que possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino.

Maioria dos substantivos terminados em - o átono.
Ex.: Gato substitui-se o "o" por "a" = Gata

Maioria dos substantivos terminados em consoante.
Ex. freguês, juiz acréscimo da desinência - a.
Ex.: freguesa, juíza.

Destaquem-se os pares:

Ator / atriz
Czar / czarina
Imperador / imperatriz

Embaixador / embaixatriz (esposa do embaixador)
Embaixadora (mulher que ocupa o cargo)

Maioria dos substantivos terminados em -
ão Substitui-se o ão por -ã ou -oa
ex.: cidadão / cidadã leão / leoa

Nota: Nos aumentativos, a substituição por - ona:
Valentão / valentona

Destaquem-se os pares:

Sult
ão / sultona Cão / cadela Ladrão / ladra
Perdigão / perdiz Barão / baronesa

Alguns substantivos ligados a título de nobreza, ocupações ou dignidades - esa, - essa, - isa
Abade / abadessa Cônsul / consulesa
Poeta / poetisa

Alguns substantivos terminados em e - "e" por - "a"
Mestre / mestra

Alguns substantivos formações irregulares
Avô.......................................................avó
Rei........................................................rainha
Réu......................................................ré
Cavaleiro...........................................amazona
Cavalheiro.........................................dama
Frade..................................................freira
Frei......................................................sóror / soror

Genro................................................. Nora
Homem.............................................. Mulher
Marido................................................ Mulher
Padrasto............................................Madrasta
Padrinho............................................Madrinha
Pai.......................................................Mãe
Boi / touro.........................................Vaca
Bode..................................................Cabra
Carneiro............................................Ovelha
Cavalo...............................................Égua
Zangão ou zângão....................... Abelha

Substantivos comuns-de-dois ou comuns de dois gêneros

São os chamados uniformes por terem apenas uma forma para o masculino
e para o feminino
o/a Agente o/a Dentista o/a Mártir
o/a Artista o/a Estudante o/a Pianista
o/a Camarada o/a Gerente o/a suicida
o/a Colega o/a Imigrante
o/a Cliente o/a Jornalista

Substantivos sobrecomuns

Designam seres humanos e são sempre do mesmo gênero, quer se refiram a masculino, quer se
refiram a feminino.
O Cônjuge
A Criança
A Testemunha
A Criatura
O Indivíduo
A Vítima

Substantivos epicenos: designam animais e algumas plantas

A Águia A Cobra O Jacaré
A Baleia O Besouro A Palmeira
A Borboleta O Crocodilo O mamoeiro

Para se especificar o sexo dos substantivos sobrecomuns e epicenos costuma-se proceder da
seguinte forma:

Criança do
sexo masculino / criança do sexo feminino
Um macho de jacaré / uma fêmea de jacaré
ou
jacaré macho / jacaré fêmea

Particularidades de gênero

Gênero de alguns substantivos
São masculinos:
O apêndice O formicida O dó O guaraná
O clã O gengibre O eclipse O telefonema
O grama (peso) O eczema O champanha O sósia

São femininos:
A alface..............A gênese............A entorse.................A matinê
A cal...................A comichão........A derme...................A omoplata
A dinamite........A ênfase..............A apendicite............A decalcomania

Admitem os dois gêneros:
O ou a ágape.....................................O ou a aluvião
O ou a avestruz................................O ou a laringe
O ou a caudal....................................O ou a personagem

Gênero e mudança de sentido

Um substantivo pode ter significados diferentes dependendo do gênero.
Exemplo:

João é o cabeça da turma.
Líder

Ela machucou a cabeça.
Parte do corpo

O mais comuns são:

O capital -dinheiro
O cisma - separação religiosa
O crisma - óleo sagrado
O cura - pároco
O estepe - pneu sobressalente
O grama - medida de massa
O guia - pessoa que guia outras
O moral - estado de espírito
O rádio - aparelho
A cabeça - parte do corpo
A capital - cidade
A cisma - receio
A crisma - sacramento
A cura - ato ou efeito de curar
A estepe - planície de vegetação herbácea
A grama - relva
A guia - documento
A moral - conjunto de regras de conduta
A rádio - estação



FORMAÇÃO DO GRAU

Grau do Substantivo

Grau é propriedade que o substantivo tem de exprimir as variações de tamanho do ser. Ex.:

Menino ( tamanho normal )
Meninão (tamanho aumentado)
Menininho
(tamanho
diminuído)



Os graus do substantivo são dois:
aumentativo e diminutivo.

Grau aumentativo: indica o aumento dotamanho normal do ser.
Grau diminutivo: indica a diminuição do tamanho do ser.

Os graus aumentativos e diminutivos têm duas formas:
···· analítica (mais de uma palavra)
···· sintética (uma única palavra)

Grau Aumentativo

Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão idéia de ampliação de tamanho:

Barco - grande - enorme
na forma sintética recebe o auxílio de sufixos:
barco + aça = barcaça

alguns sufixos com sentido aumentativo

ão - dentão, carrão, pezão, livrão
aço - balaço, volumaço, animalaço, corpaço, porcaço, unhaço
alhão - dramalhão, facalhão (de faca), vagalhão (de vaga)
ona - mocetona, mulherona
arrão - homenzarrão, canzarrão, insetarrão
Orra - beiçorra, cabeçorra, manzorra
Arra - bocarra, naviarra
Eirão - vozeirão, boqueirão
Ázio - copázio, balázio
Az - cartaz, facalhaz (de faca) lobaz
Alha - muralha, fornalha

Nota: Muitas vezes o sufixo não expressa aumentativo.
Ex.: portão, cartão.

Grau Diminutivo

Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão idéia de diminuição de tamanho:
Burro pequeno

Na forma sintética recebe o auxílio de sufixos:
Menininho (menin + inho) burro + ico = burrico

Alguns sufixos com sentido diminutivo

Inho - sapatinho, carrinho, dentinho
Zinho - irmãozinho, mulherzinha, colherzinha, florzinha
Ito - mosquito, casita
Zito - cãozito, florzita

Acho - riacho, penacho, populacho
Culo - fabrícula, montículo, partícula
Ejo - lugarejo, vilarejo, animalejo
Elho - rapazelho, artiguelho
Ela - viela, ruela
Ete - filete, corpete
Ulo - glóbulo, fórmula, célula
Eto - folheto, poemeto, maleta
Icho - canicho, barbicha
Ico - burrico, namorico
Ilho - vidrulho, esquadrilha
Im - espadim, flautim, festim
Ola - sacola, aldeola, bandeirola
Ota - ilhota Ote - meninote
Ucho - papelucho
Únculo - homúnculo

Nota: Nem sempre os sufixos usados para formar o diminutivo expressam sentido diminutivo:
carpete, cavalete, cartilha.




EMPREGO DOS PRONOMES

Pronomes: Palavras que substituem (pronomes substantivos) o nome, ou acompanham o nome
(pronomes adjetivos), indicando as pessoas do discurso.
Ex.:
Meu pai saiu cedo de casa.

Acompanha o nome pai
(é, por isso, pronome adjetivo)

Ele só voltará à noite

Refere-se ao nome pai, substituindo-o
(é, por isso, um pronome substantivo)

PRONOMES PESSOAIS

Sujeito Objeto Objeto
Retos Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos
Singular: 1a pessoa: eu me mim, comigo
2ª pessoa: tu te ti, contigo
3ª pessoa: ele, ela se, lhe, o, a si, consigo
Plural: 1a pessoa: nós nos conosco
2ª pessoa: vós vos convosco
3ª pessoa: eles, elas se, lhes, os, as si, consigo

Como associar os pronomes oblíquos átonos à forma verbal?

forma verbal + o(s), a(s)

Quando o verbo termina em z, s, r, o pronome assume a forma: lo, la, los, las, ao mesmo tempo
que se suprime a terminação verbal.

Exemplos:
Fiz + a = fi-la

Dizer + a = dizê-la
Pôs + os = pô-los
Amar + as = amá-las
Fizemos + o = fizemo-lo

Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, na, nos, nas

Exemplos:
Viram + o = viram-no
Repõe + a = repõe-na

Forma verbal + demais pronomes oblíquos átonos

Não há nenhuma modificação

Exemplos:
Deu + lhe = deu-lhe
Amaram + te = amaram-te
Vestiu + se = vestiu-se

Emprego dos pronomes eu e tu

(mim;retos e ti; oblíquos).
As formas eu e tu nunca podem vir precedidas de preposição. Só podem ser sujeitos.
Exemplos:
Eu quero vencer.
Tu queres vencer.

Eu e tu podem ser sujeitos de um verbo no infinitivo, embora antes deles exista uma preposição
Exemplo:
Ele pediu-me para eu fazer seu dever.

Sujeito do verbo fazer


Comprei um livro para tu leres.

Sujeito do verbo ler

Estaria incorreto dizer:


Ele pediu para mim fazer o seu dever.
Mim não pode fazer nada, (porque) só eu posso fazer alguma coisa.

sujeito de um verbo


Entre
eu e ele, ou entre mim e ele?
Resposta: entre mim e ele
E assim:
Entre mim e ti
Sem você e mim
Sem elas e ti
Perante mim e vós
Contra elas e mim
Sobre mim e V. Sa.
Todos esses pronomes são usados como complementos verbais


Emprego do Pronome "se"

I) Partícula apassivadora
II) Índice de indeterminação do sujeito
III) Objeto direto
IV) Objeto indireto
V) Partícula de realce
VI) Partícula apassivadora.


Usada na voz passiva sintética ou pronominal.
Vendem-se apartamentos. = apartamentos são vendidos.

Partícula apassivadora

Só haverá partícula apassivadora com verbos transitivos diretos e indiretos (somente esses
verbos admitem a passagem da voz ativa para a voz passiva).

Voz ativa: Os corretores vendem apartamentos.
Voz passiva sintética ou pronominal: Vendem-se apartamentos.
Voz passiva analítica: Apartamentos são vendidos pelos corretores.

Obs.:

É raro o emprego da partícula apassivadora se quando o agente está expresso:
Vendem-se apartamentos pelos corretores.

Com partícula apassivadora, o verbo deve concordar sempre com o sujeito.

3o singular
Vende-se uma casa na praia.
Sujeito singular
3o plural
Vende-se casas na praia.
Sujeito plural

Índice de indeterminação do sujeito

Empregado em:

verbos intransitivos = Ex. Vive-se bem aqui
verbos transitivos indiretos = Ex.: Precisa-se de babá
verbo de ligação= Ex.: Ficou-se, dessa forma, pobre Índice de indeterminação do sujeito (o sujeito
existe mas não se pode determinar quem é ele.)

Objeto direto

O "se" será objeto direto com verbos transitivos diretos que expressam ação reflexiva.

Ex.: A jovem pinta-se todos os dias.
O.D.

Objeto indireto

O "se" será objeto indireto quando for complemento de certos verbos transitivos diretos e indiretos
que têm, quase sempre, o sentido de "dar-se alguma coisa", "atribuir-se alguma coisa", "impor-se
alguma coisa".

Ex.: Ele se impôs pesadas obrigações.

Partícula de realce

Empregada com verbos intransitivos ou transitivos indiretos. Pode ser retirada da oração, sem
prejudicar sua compreensão, e não tem nenhuma função sintática.
Afinal, ele se foi embora. = Afinal, ele foi embora.
Partícula de realce

Emprego do Pronome "si"

O pronome "si" só poderá ser empregado em frases reflexivas (em que o sujeito pratica e recebe
a ação).
Ex.: Ele só pensa em si. (reflexão)
Ele quer o filho junto a si. (há reflexibilidade)

Colocação dos pronomes oblíquos átonos

Regras para a colocação do pronome átono, conforme a gramática tradicional.

Os pronomes átonos podem assumir três posições:
Próclise (antes do verbo)
Isso ocorre quando antes do verbo, existirem:
···· Palavras ou expressões negativas: não, nunca, ninguém, nenhum, etc.
Ex.: Ele não me conhece.
···· Pronomes relativos: quem, qual, que, cujo, onde, quanto.
Ex.: Entregue o livro a quem te pedir.
···· Pronomes indefinidos: alguém, quem, algum, diversos, quem quer que, etc.
Ex.: Responda a quem quer que te peça informações.
···· Conjunções subordinativas: quando, se, como, que, porque, etc.
Ex.: Faço tudo o que posso, quando me pedem.
···· Advérbios: talvez, ontem, aqui, ali, agora, etc.
Ex.: Aqui se trabalha com afinco.

Observações:
Quando antes do infinitivo pessoal houver uma das palavras ou expressões mencionadas, pode-
se colocar o pronome átono antes ou depois do verbo.
Não lhe dissemos nada para não o incomodar.
Ou
Não lhe dissemos nada para não incomodá-lo.

Nas frases optativas deve-se empregar próclise:
Deus te abençoe!
Que o diabo te carregue!

Ênclise (depois do verbo):
Ocorre:
Com as formas verbais no infinitivo impessoal, no imperativo afirmativo e gerúndio.

Ex.: Você deve comportar-se adequadamente.

Aqui estão suas roupas. Guarde-as.
Ele fechou a porta, afastando-se de todos.

Obs.: Se o gerúndio vier precedido da preposição em, deverá ser empregada a próclise:

Em se tratando de boatos, esse atingiu mais pessoas famosas do que os outros.
O pronome átono não deve iniciar o período:
Deixe-me falar.
Vi-o de longe, observei-o, ignorei-o, por fim.
Se não chover, arrisco-me a enfrentar a fila do cinema.

Depois de vírgula, ocorre enclise.

Mesóclise: O pronome é intercalado ao verbo no futuro do presente e no futuro do pretérito do
indicativo.

Ex.:
Far-te-ei o favor que tu me pediste.
Se fosse possível, contar-vos-ia o que ocorreu comigo.

Obs.: Se antes do futuro do presente do indicativo ou antes do futuro do pretérito do indicativo
houver uma das palavras ou expressões que provocam a próclise, não deverá ser empregada a
mesóclise.
Ex.: Se fosse possível, alguém te contaria o que ocorreu comigo.

O pronome átono em locuções verbais perfeitas

Nessas locuções (que têm um só sujeito para os dois verbos e são formadas pelo auxiliar querer,
saber, poder, ter de, haver de, seguidos do verbo principal no infinitivo impessoal), o pronome
átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo.
Devemos-lhe contar a verdade.
Nós lhe devemos contar a verdade.
Devemos contar-lhe a verdade.

Os pronomes átonos em tempos compostos

Nos tempos compostos (formados pelo auxiliar ter ou haver mais o particípio do principal), o
pronome deve vir junto ao verbo auxiliar, nunca junto ao particípio.
Ex.: Eu me havia acostumado com aqueles bons ares.

FORMAS DE TRATAMENTO

A segunda pessoa indireta ocorre quando se empregam pronomes que pertencem à 2a pessoa
(indicam o interlocutor), mas que sempre exigem o verbo na 3a pessoa.

É o caso dos pronomes de tratamento:
····Meritíssimo (a) .....................................................................juiz (a).
····Vossa(s) Alteza (s) (V.V.A.A.)..............................................para príncipes, duques.
····Vossa(s) Eminência (s) (V.Ema., V.Emas.)........................para cardeais.
····Vossa(s) Excelência (s) (V.Exa., V.Exas.)...........................para altas autoridades.
····Vossa Santidade (V.S.)........................................................ para papa.
····Vossa(s) Majestade (s) (V.M., V.V.M.M.).............................para reis ou rainhas: imperador.
····Vossa(s) Magnificência(s) (V.Magª., V.Magas.).................para reitores de universidades.
····Vossa(s) Reverendíssima(s) (V.Revma., V.Revmas.).......para sacerdotes e outras autoridades
religiosas do mesmo nível.

····Vossa(s) Senhoria(s) (V.Sa., V. Sas.) .................................para oficiais, funcionários graduados e
principalmente na linguagem comercial.

Atenção: Pronome de tratamento que deve ser empregado quando falarmos diretamente com a
pessoa:
Vossa (Santidade, Senhoria, etc.).

Pronome de tratamento usado ao falarmos sobre a pessoa:
Sua (Santidade, Senhoria, etc.).

São também pronomes de tratamento:

Senhor (Sr.), Senhora (Sra.): para tratamento cerimonioso
Senhorita (Srta.): para moças solteiras
Você (v): no tratamento familiar (largamente empregado no português do Brasil, substituindo as
formas tu e vós)

Obs.: Na língua coloquial, utiliza-se, com freqüência, a forma a gente como sendo da 1a pessoa
do plural. O verbo deve permanecer na 3a pessoa do singular.
O que a gente pode fazer?
Na língua formal, a gente deve ser trocado por nós.
O que nós podemos fazer?

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Variáveis 1a pessoa : este(s), esta(s)
2a pessoa : esse(s), essa(s)
3a pessoa : aquele(s), aquela(s)
Invariáveis 1a pessoa : isto
2a pessoa : isso
3a pessoa : aquilo

Este(s), esta(s), isto

Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa que fala (1a pessoa do singular ou
do plural: eu, nós).

Relaciona-se com o advérbio "aqui" e com os possessivos meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s).
Ex.: Isto aqui nas minhas mãos, o que é?

Empregados quando apontamos o que se vai dizer imediatamente após.
Ex.: Só quero isto: que vocês sejam felizes.

Esse(s), essa(s), isso

Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa com quem se fala (2a pessoa do
singular ou do plural: tu, vós, e 3a pessoa do singular ou plural: você, vocês). Relacionam-se com
o advérbio aí e com os possessivos: teu(s), tua(s), vosso(s) e seu(s) (= de você(s)), sua(s) (= de
você(s)).

Ex.: quem é esse aí do seu lado?

Empregados quando apontamos o que se acabou imediatamente de dizer.
Ex. Que sejam felizes, é isso que eu quero.

Aquele, aquela, aquilo

Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa ou coisa de quem se fala (3a
pessoa do singular ou do plural: ele(s), ela(s)).

2. Relaciona-se com o advérbio "lá" e com os possessivos
seu(s) (=dele(s)),
suas(s) (=dela(s)).
Ex.: Quem é aquele, lá do outro lado da rua?

Empregados numa enumeração. Para o elemento mais próximo empregamos este, esta, isto.
Para o elemento anterior, empregamos aquele, aquela, aquilo.
Ex.: Escrevi um bilhete e uma carta. Esta, para minha mãe, aquele, para o meu namorado.

Pronome Possessivo

1o singular meu(s), minha(s) 1o plural nosso(s), nossa(s)
2o singular teu(s), tua(s) 2o plural vosso(s), vossa(s)
3o singular seu(s), sua(s) 3o plural seu(s), sua(s)

Obs.: Anteposto a nomes próprios, "seu" não é possessivo, mas uma alteração fonética de
senhor.
Ex.: Seu Mário já saiu de casa.

Pronomes Indefinidos

Referem-se à 3a pessoa, mas de modo vago, indefinido: algo, alguém, fulano, beltrano, sicrano,
nada, ninguém, outrem, quem, tudo, cada, certo(s), certa(s), algum(s), alguma(s), bastante(s),
demais, nenhum, nenhuma, qualquer, quaisquer, quanto, quantos, todo(s), toda(s), etc.

Obs.:
Anteposto, algum tem sentido afirmativo e, posposto, algum tem sentido negativo.
Alguns meninos trouxeram a tarefa. (positivo)
Menino algum trouxe a tarefa. (negativo)

Cada um e não cada.
Quanto custa cada um? (certo)
Quanto custa cada? (errado)

Certo + substantivo= pronome indefinido

Substantivo + certo= Adjetivo

Exemplos:
Certo cidadão recebeu o prêmio.
Pronome indefinido

Premiaram o cidadão certo
adjetivo

Pronomes Interrogativos

Usados em frases interrogativas diretas ou indiretas
Quem chegou? (interrogativa direta)

Pronome
interrogativo
Perguntaram quem chegou. (interrogativa indireta)
Pronome interrogativo

Pronomes Relativos

Relacionam-se (por isso "relativos") a seres mencionados nas orações. São os que representam
nomes já mencionados anteriormente.

Obs.:
O pronome relativo pode vir precedido de preposição se o verbo da oração assim o exigir.

O filme a que assistimos foi bom.

prep. pron.rel. v.assistir pede a prep. A

O filme que vimos foi bom.

pron.rel. v. ver não pede a prep. A

Cujo(s), cuja(s) equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais, e indica que o nome a que se
refere é propriedade do antecedente.
O menino, cujo pai é médico, ganhou o concurso.

Quanto, quanta, quantos, quantas, como pronome relativo tem como antecedente tudo, todo, toda.
Pegue tudo quanto quiser.

Onde, pronome relativo, equivale a: em que, na qual, nos quais, nas quais.
Aquela é a casa onde moro.





Lista de Abreviaturas
A
(a), (a.) = assinado(a)
(aa), (aa.) = assinados(as)
a/c, A/C = ao(s) cuidado(s)
ad fin. ad finem, = até o fim
ad infin. ad infinitum, = até o infinito, inumeravelmente
ad init. ad initium, = no início, logo no início
ad int. ad interim, = interinamente, no ínterim
ad loc. ad locum, = ao lugar, para o lugar
add adde ou addatur, = junta, junte-se
adm. púb. = administração pública
adv.º, Advº = advogado
ap., apart.= apartamento
aprox. = aproximadamente
art., Art. = artigo
at.te = atenciosamente

aux.º = auxílio
aven., Av. = avenida
B
B.el = bacharel
B.éis = bacharéis
bibliog.= bibliografia
bibliot. = biblioteca
buroc. = burocracia
C
c/ com, = conta
cap., Cap. = capítulo, capital
caps. = capítulos
c/c = conta corrente, combinado(a)(s) com
C.C. = código civil
C.Com. = código comercial
cet. par. ceteris paribus, = sendo iguais (semelhantes, equivalentes) as outras coisas
cf. = confere, compare, confira, confronte, confronte com, verifique
Cia., Cia, Cia, C.ia = companhia
cif, C.I.F. cost, insurance and freight, = custo seguro e frete
cit. citação, citatus, citata, citatum, = citado, citada, citado (neutro)
citt. citati, citatae, citata, = citados, citadas, citados (neutro)
cód. águas = código de águas
cód. civ. = código civil
cód. com. = código comercial
cód. cont. = código de contabilidade
cód. pen. = código penal
cód. proc. = código de processo
cód. proc. civ. = código processual civil
cód. proc. pen. = código processual penal
cód. trab. = código do trabalho
cons.o, consel. = conselheiro
const., Const. = constituição
Cont.dor, Contor = contador
contab. = contabilidade
corresp. = correspondência
cump.to = cumprimento
cx, cx. = caixa
D
D. = dom
Da, D.a, Da. = dona
dec. = decreto
dep. = departamento
deps. = departamentos

Desemb., Des.dor, Des.or = desembargador
dir. adm. = direito administrativo
dir. ant. = direito antigo
dir. civ. = direito civil
dir. com. = direito comercial
dir. const. = direito constitucional
dir. consuet. = direito consuetudinário
dir. crim. = direito criminal
dir. fisc. = direito fiscal
dir. intern. = direito internacional
dir. pen. = direito penal
dir. pol. = direito político
dir. proc. = direito processual
dir. públ. = direito público
dir. rur. = direito rural
dir. trab. = direito do trabalho, direito trabalhista
doc. = documento
docs. = documentos
Dr., D.r = doutor
Drs. = doutores
Dra., Dra, Dra, D.ra, = doutora
Dr.as = doutoras
E
ed. = edição, editado
E.D. = espera deferimento
e.g. exempli gratia, = por exemplo
E. M. = em mão, em mãos
E.M.P. = em mão própria, em mãos próprias
E. R. = espera resposta
et al. et alii, et aliae, et alia, = e outros, e outras, e outro (neutro)
etc. et cetera, = e as demais coisas
ex. exemplo(s), = em exemplo, por exemplo
Exa., Ex.a, Exa = excelência
Exma., Ex.ma = excelentíssima
Exmo., Ex.mo, Exmo = excelentíssimo
F
fol., f., fl.= folha
fols., ff., fls.= folhas
fig. = figura, figuradamente, figurado
fin. públ. finanças públicas
fisc. = fiscal
F.O.B. free on board, = livre a bordo
for. = forense, praxe forense

form. = formulário
fs. = fac-símile
fss.= fac-símiles
G
grd, gde = grande
gloss. = glossário
gov. = governador, governadoria, governo
G/P = ganhos e perdas
gráf. = gráfico
H
h = hora, horas
hab. = habitante, habitantes
hipót. = hipótese
hist. contemp. = história contemporânea
hist. inst. = história das instituições
hist. mod. = história moderna
I
i.e. id est, = isto é
ib., ibid. ibidem, = no mesmo lugar
id. idem, = o mesmo
id. q. idem quod, = o mesmo que
Ilma., Ilma. = ilustríssima
Ilmo., Ilmo, Ilmo.= ilustríssimo
incog. incognito, = de forma não conhecida
índ. = índice
inf. = infra, abaixo
inform. = informação
in loc. in loco, no lugar, nesse mesmo lugar
inst., instit.= instituição, instituto
inst. pol. instituições políticas
inst. públ. = instituições públicas
itál. itálico
J
jur.= jurídico
juris, jurisp.= jurisprudência
J.z, Jz juiz
L
l = linea, linha
ll. lineae,= linhas
l., L., l.o, lo, liv. liber, = livro
lat.= latim, latinismo, latino
leg. fin. = legislação financeira
leg. soc.= legislação social

lit. litteraliter,= literalmente
l.c., loc. cit. locus citatus,= lugar citado, loco citato, = no lugar citado
loq. loquitur, = disse
L.Q. lege, quaeso, = lê ou leia, por favor
Ltda., ltda., Ltd., Lt.da, L.da = limitada
M
m = metro, metros, minuto, minutos
mat. fin. = matemática financeira
máx.= máximo
M.D. = muito digno
memo. memorandum, = memorando
m/ = meu(s), minha(s)
min = minuto(s)
mín. = mínimo
MM., m.mo = meritíssimo
muit.mo = muitíssimo
munic. = municipal
N
n., nº, n.º, núm., Nº = número, números
n.b., N.B. nota bene,= note bem
non seq. non sequitur, = não segue
O
ob. cit. = obra citada
obg.mo, obr.mo = obrigadíssimo
obr.º = obrigado
obr. púb., Obr. Púb. = obras públicas
obs. = observa, observe, observação(ões)
of. = oficial, ofício
o m. q. = o mesmo que
op. cit. opere citato, = na obra citada,
opus citatum, = obra citada
opp. citt. opera citata, = obras citadas
op. laud. opus laudatum, = obra citada
P
p/ = para, por
pág., p. = página
págs., pp. = páginas
P.D. = pede deferimento
p.e. partes aequales, = partes iguais
P.E.F. = por especial favor
P.E.O. = por especial obséquio
p. ext. = por extensão, por extenso
pg. = pago, pagou

P.J. = pede justiça
P.M. = prefeitura municipal
P.M.O. = por muito obséquio
p.m.o.m. = pouco mais ou menos
P.M.P. = por mão própria
p.p. = por procuração, próximo passado
P.P. = para protestar
P.P.S. post post scriptum, = depois do que foi escrito
pref.= prefeito, prefeitura, prefixo
pres., presid., Pres. = presidente
presid. = presidência
prev. soc. = previdência social
P.R.J. = pede recebimento e justiça
proc. = processo, processualística, procuração, procurador
proc. = dados processamento de dados
prof., Prof. = professor
profs., Profs. = professores
prof.a, Prof.ª = professora
prof.as, Prof.as = professoras
pro temp. pro tempore, = para o tempo em que for oportuno
P.S. post scriptum, = pós-escrito
pt = ponto
pts. = pontos
public.= publicação, publicidade
Q
q.e.d. quod erat demonstrandum, = o que se queria demonstrar
q.v. = queira ver, quod vide, veja isso
R
R. = rua
ref. = referência, referente
Rem.te = remetente
R.S.V.P. répondez, s'il vous plait, = respondei, por favor
S
s = segundo, segundos
S.A.= sociedade anônima
S.A.R.L. = sociedade anônima de responsabilidade limitada
s.d. = sem data, sine die
s.e.o., S.E.O.= salvo erro ou omissão
S. Exa., S. Ex.a = sua excelência
S. Ex.as, SS. Ex.as = suas excelências
S. Ilma., S. Il.ma = sua ilustríssima
S. Il.mas, SS. Il.mas = suas ilustríssimas
s.m.j., S.M.J. = salvo melhor juízo

Sr. = senhor
Srs. = senhores
Sra., Sr.a = senhora
Sras., Sr.as = senhoras
Sr.ta = senhorita
Sr.tas = senhoritas
S.S.a = sua senhoria
S.S.as, SS.SS. = suas senhorias
sup.e s = uplicante
S.V.P. s'il vous plait, = por favor
T
tel., telef. = telefone
trib. = tribunal, tributário, tributos
U
u. e c. = usos e costumes
V
v., V. veja, vejam, veja-se
V. Exa., V. Ex.a = vossa excelência
V. Ex.as, VV. Ex.as = vossas excelências
V. Exma., V. Ex.ma = vossa excelentíssima
VV. Ex.mas = vossas excelentíssimas
v.g. verbi gratia, = por amor da palavra, por exemplo
V. Ilma., V. Il.ma = vossa illustríssima
VV. Il.mas = vossas ilustríssimas
vol. = volume
vols. = volumes
V.Sa., V.S., V. S.a = vossa senhoria
V. Sas., V. S.as, VV. SS. = vossas senhorias
V. Sa. Ilma., V. S.a Il.ma, V.S. Ilma = vossa senhoria ilustríssima
V. S.as Il.mas, VV. SS. Il.mas = vossas senhorias ilustríssimas
X
X.P.T.O. = excelente, magnífico, sem par



VERBO

É a palavra que exprime um processo no tempo: ação, fenômeno, estado ou mudança de estado.
Exemplos:
Eles fizeram suas obrigações.
(ação no tempo passado)

Está muito frio.
(ação no tempo presente)

Todos eles tornar-se-ão médicos.

(mudança de estado no tempo futuro)

CONJUGAÇÕES

Em Português existem somente três conjugações:
1a conjugação - com a vogal temática A: cant-a-r
2a conjugação - com a vogal temática E: vend-e-r
3a conjugação - com a vogal temática I: part-i-r

Obs.: O verbo POR e seus derivados pertencem à 2a conjugação (vem de POER, do latim).


ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO

Radical - é a parte que contém o significado da palavra. É a parte que sobra quando tiramos as
terminações indicativas das conjugações (ar, er, ir)
Exemplo: cant-a-va, vend-e-ra, part-i-ra

Sufixo temporal - é o elemento que indica o tempo e o modo.
Exemplos: cant-a-va, corr-e-ra, part-i-a

Desinência pessoal - é aquela que se flexiona e indica a pessoa e o número.
Exemplo: cant-o, canta-s, cant-a, canta-mos, canta-is, canta-m

Vogal temática - é aquela que vem depois do radical e caracteriza as conjugações. Ex.: and-a-r

Tema - é o radical mais a vogal temática.

Vogal temática Radical Tema
A (1a conjugação) Cant Cant-a
E (2a conjugação) Vend Vend-e
I (3a conjugação) Part Part-i

LOCUÇÃO VERBAL

É o conjunto constituído pelo verbo auxiliar + verbo principal.
Eis alguns dos verbos auxiliares que formam locuções verbais:
Ir - eles vão sair mais tarde.

Acabar de - ela acabou de sair.

Começar a - começamos a ler faz duas horas.

Costumar - costumo sair à noite.

Ter de - temos de falar a verdade.

Parecer - as crianças parecem estar felizes.

Observação: nas locuções verbais há um só sujeito para os verbos. O último verbo é o principal, pois é a sua
idéia que prevalece.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Rizotônicas - a tonicidade recai no radical (na raiz)

Ex.: canto, cantas, canta, cantam

Arrizotônicas - a tonicidade recai na desinência (fora da raiz0
Ex.: cantamos, cantais.

FLEXÕES DO VERBO

Pessoa e Número

1a pessoa do singular - EU
2a pessoa do singular- TU
3a pessoa do singular - ELE
1a pessoa do plural - NÓS
2a pessoa do plural - VÓS
3a pessoa do plural - ELES

Modo:
Três são os modos dos verbos: indicativo, subjuntivo e imperativo.
Tempo:
Três são os tempos fundamentais: presente, passado e futuro
Flexão de voz:
É a flexão verbal que indica ação praticada ou recebida pelo sujeito.
São três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva


MODOS E TEMPOS VERBAIS

Modo indicativo:
Enuncia o fato de modo a que sobre ele não paire dúvida.
Exemplos:
Lerei o livro.
Senti saudades.
Ando de bicicleta.

a)Infinitivo:Radical + ar, er ou ir
Ex.: am-ar, vend-er, part-ir
b)Gerúndio:Radical + ando, endo, indo
Ex.: am-ando, vend-endo, part-indo
c)Particípio:Radical + ado ou ido
Ex.: am-ado, vend-ido, part-ido


Obs.: Quando funcionam como verbos, vêm sempre com verbos auxiliares:
Ex.:
Hei Verbo auxiliar de cantar Infinitivo bem
Estou Verbo auxiliar vendo Gerúndio TV
Tenho Verbo auxiliar dançado Particípio aos sábados

Modo Imperativo
Quando enuncia o fato com objetivo de uma ordem, pedido, conselho, súplica, exortação.
Exemplos:
Volte, meu filho!
Senhor, tem piedade de nós!

Obs.: O imperativo pode ser afirmativo e negativo, e não possui formas próprias, mas emprestadas do
Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo.
IMPERATIVO AFIRMATIVO
FORMAÇÃO
PRESENTE DO IMPERATIVO PRESENTE
INDICATIVO AFIRMATIVO DO SUBJUNTIVO
Canto Cante
Cantas Canta (tu) Cantes
Canta Cante(você) Cante
Cantamos Cantemos (nós) Cantemos
Cantais Cantai (vós) Canteis
Cantam Cantem (vocês) Cantem


Obs.: Pelo que se pode observar, as 2as pessoas foram retiradas do presente do indicativo, sem o s. As
demais pessoas provêm do presente do subjuntivo, sem alteração.
IMPERATIVO NEGATIVO
FORMAÇÃO
PRESENTE DO IMPERATIVO
SUBJUNTIVO NEGATIVO
Cante
Cantes Não cantes (tu)
Cante Não cante(você)
Cantemos Não cantemos (nós)
Canteis Não canteis (vós)
Cantem Não cantem (vocês)


Obs.: Todas as pessoas do Imperativo Negativo são retiradas, sem alteração, do presente do subjuntivo,
acrescentando-se apenas a negativa: não
No imperativo, o sujeito é oculto.

FORMAS NOMINAIS

São três as formas nominais do verbo:

Infinitivo, Gerúndio e Particípio.

···· INFINITIVO: equivale a um substantivo.
Ex.: amar é bom.

···· GERÚNDIO: equivale, normalmente, a um advérbio
Ex.: chegando o momento certo, todos falaram.

···· PARTICÍPIO: equivale a um adjetivo, podendo flexionar-se em gênero e número.
Ex.: chegado o momento certo, todos falaram.

Essas formas têm as seguintes desinências:

Infinitivo: radical + ar, er, ou ir
Ex.: cant-ar, vend-er, part-ir

Gerúndio: radical + ando, endo, ou indo
Ex.: cant-ando, vend-endo, part-indo

Particípio: radical + ado ou ido (para 2a e 3a conjugação)
Ex.: cant-ado, vend-ido, part-ido

Obs.: Quando funcionam como verbos, vêm sempre com verbos auxiliares:
Ex.:
Hei Verbo auxiliar de cantar bem Infinitivo
Estou Verbo auxiliar vendo TV Gerúndio
Tenho Verbo dançado aos sábados auxiliar particípio

VERBOS PARADIGMA (SERVEM COMO MODELOS)
- UM DE CADA CONJUGAÇÃO -

Modo Indicativo
Presente
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Canto Vendo Parto
Cantas Vendes Partes
Canta Vende Parte
Cantamos Vendemos Partimos
Cantais Vendeis Partis
Cantam Vendem Partem

Pretérito Perfeito
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantei Vendi Parti
Cantaste Vendeste Partiste
Cantou Vendeu Partiu
Cantamos Vendemos Partimos
Cantastes Vendestes Partistes
Cantaram Venderam Partiram

Pretérito Imperfeito
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantava Vendia Partia
Cantavas Vendias Partias
Cantava Vendia Partia
Cantávamos Vendíamos Partíamos
Cantáveis Vendíeis Partíeis
Cantavam Vendiam Partiam

Pretérito mais que perfeito
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantara Vendera Partira
Cantaras Venderas Partiras
Cantara Vendera Partira
Cantáramos Vendêramos Partíramos
Cantáreis Vendêreis Partíreis
Cantaram Venderam Partiram

Futuro do presente
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantarei Venderei Partirei
Cantarás Venderás Partirás
Cantará Venderá Partirá
Cantaremos Venderemos Partiremos
Cantareis Vendereis Partireis
Cantarão Venderão Partirão

Futuro do pretérito
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantaria Venderia Partiria
Cantarias Venderias Partirias
Cantaria Venderia Partiria
Cantaríamos Venderíamos Partiríamos
Cantaríeis Venderíeis Partiríeis
Cantariam Venderiam Partiriam

Modo Subjuntivo
Presente
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cante Venda Parta
Cantes Vendas Partas
Cante Venda Parta
Cantemos Vendamos Partamos
Canteis Vendais Partais
Cantem Vendam Partam

Pretérito imperfeito
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantasse Vendesse Partisse
Cantasses Vendesses Partisses
Cantasse Vendesse Partisse
Cantássemos Vendêssemos Partíssemos
Cantásseis Vendêsseis Partísseis
Cantassem Vendessem Partissem

Futuro
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Cantar Vender Partir
Cantares Venderes Partires
Cantar Vender Partir
Cantarmos Vendermos Partirmos
Cantardes Venderdes Partirdes
Cantarem Venderem Partirem

Modo Imperativo
Afirmativo
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Canta (tu) Vende (tu) Parte (tu)
Cante(você) Venda (você) Parta (você)
Cantemos (nós) Vendamos (nós) Partamos (nós)
Cantai (vós) Vendei (vós) Parti (vós)
Cantem (vocês) Vendam (vocês) Partam (vocês)

Negativo
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
Não Canta (tu) Não Vende (tu) Não Parte (tu)
Não Cante(você) Não Venda (você) Não Parta (você)
Não Cantemos(nós) Não Vendamos (nós) NãoPartamos (nós)
Não Cantai (vós) Não Vendei (vós) Não Parti (vós)
Não Cantem (vocês) Não Vendam (vocês) Não Partam (você)

Infinitivo
Impessoal
Cantar Vender Partir

Pessoal
Cantar Vender Partir
Cantares Venderes Partires
Cantar Vender Partir
Cantarmos Vendermos Partirmos
Cantardes Venderdes Partirdes
Cantarem Venderem Partirem

Gerúndio
Cantando Vendendo Partindo

Particípio
Cantado Vendido Partido

TEMPOS COMPOSTOS

Os auxiliares ter e haver formam, juntamente com os particípios dos verbos principais, os chamados tempos
compostos.

Modo Indicativo

Pretérito perfeito composto
Tenho/hei
Tens/hás
Tem/há
Temos/havemos Cantado / vendido / partido
Tendes/haveis
Têm/hão

Pretérito mais que perfeito composto
Tinha/havia
Tinhas/havias
Tinha/havia
Tínhamos/havíamos Cantado / vendido / partido
Tínheis/havíeis
Tinham/haviam

Futuro do presente composto
Terei/haverei
Terás/haverás
Terá/haverá
Teremos/haveremos Cantado / vendido / partido
Tereis/havereis
Terão/haverão

Futuro do pretérito composto
Teria/haveria
Terias/haverias
Teria/haveria
Teríamos/haveríamos Cantado / vendido / partido
Teríeis/haveríeis
Teriam/haveriam

Modo Subjuntivo

Pretérito perfeito composto
Tenha/haja
Tenhas/hajas
Tenha/haja
Tenhamos/hajamos Cantado / vendido / partido
Tenhais/hajais
Tenham/hajam

Pretérito mais que perfeito composto
Tivesse/houvesse
Tivesses/houvesses
Tivesse/houvesse
Tivéssemos/houvéssemos Cantado / vendido / partido
Tivésseis/houvésseis
Tivessem/houvessem

Futuro
Tiver/houver
Tiveres/houveres
Tiver/houver

Tivermos/houvermos Cantado /vendido/ partido
Tiverdes/houverdes
Tiverem/houverem

INFINITIVO

Pretérito Impessoal
Ter / haver Cantado / vendido / partido
Pretérito Impessoal
Ter / haver
Teres / haveres
Ter / haver
Termos / havermos Cantado / vendido / partido
Terdes / haverdes
Terem / haverem

GERÚNDIO

Pretérito
Tendo / havido Cantado / vendido / partido

CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS IRREGULARES

V E R B O
ABO LIR

INDICATIVO
Presente : Aboles, abole, abolimos, abolis, abolem

IMPERATIVO: Abole, aboli

SUBJUNTIVO
Presente : Não existe

Defectivo nas formas em que ao radical se siga a ou o, o que ocorre apenas no indicativo presente e
derivados. Como ele, se conjugam:
banir, brandir, carpir, colorir, comedir-sedelir, demolir, extorquir,
escapulir, haurir, delinqüir, etc.

V E R B O
ABSTER-SE

INDICATIVO
Presente : Abstenho-me, absténs-te, abstém-se, abstemo-nos, abstendes-vos, abstêm-se
Pretérito imperfeito : Abstinha-me, etc.
Pretérito perfeito: Abstive-me, etc.
Pretérito mais que perfeito: Abstivera-me, etc.
Futuro do presente: Abster-me-ei, etc.
Futuro do pretérito: Abster-me-ia, etc.

IMPERATIVO
Abstém-te, abstenha-se, abstenhamo-nos, abstende-vos,abstenham-se

SUBJUNTIVO
Presente : Que me abstenha, etc.
Pretérito imperfeito: Se me abstivesse, etc.
Futuro: Se me abstiver, etc.

GERÚNDIO: Abstendo-se

PARTICÍPIO: Abstido

Conjuga-se como ter

VER B O
AGREDIR


INDICATIVO
Presente : Agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem

SUBJUNTIVO
Presente : Agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam

IMPERATIVO
Agride, agrida, agridamos, agredi, agridam

Regular no resto.

VERBO
DIZER

Este verbo muda a vogal e em i nas formas rizotônicas do presente do indicativo, presente do subjuntivo e
imperativo, o mesmo ocorrendo com seus derivados. É o caso dos verbos: progredir, regredir, transgredir,
denegrir, prevenir, cerzir.

Pretérito imperfeito: Dizia, dizias, etc.
Pretérito perfeito: Disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Pretérito mais que perfeito: Dissera, disseras, etc.
Futuro do presente: Direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Futuro do pretérito: Diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam

IMPERATIVO
Dize, diga, digamos, dizei, digam

SUBJUNTIVO
Presente : Diga, digas, digamos, digais, digam
Pretérito imperfeito: Dissesse, dissesses, dissesse,disséssemos, dissésseis, dissessem
Futuro: Disser, disseres, disser, dissermos,disserdes, disserem
Inf. Pres. Impessoal : Dizer
Inf. Pres. Pessoal: Dizer, dizeres, etc.

GERÚNDIO: Dizendo

PARTICÍPIO: Dito

Assim se conjugam bendizer, condizer, contradizer, entredizer, desdizer, entredizer, maldizer, predizer,
redizer.

VERBO
FALIR

INDICATIVO
Presente : Falimos, falis, etc.
Pretérito imperfeito: Falia, falias, etc.
Pretérito perfeito: Fali, faliste, faliu, etc.
Pretérito mais que perfeito: Falira, faliras, falira, etc.

PARTICÍPIO: Falido

Verbo regular defectivo. Usa-se apenas nas formas em que ...............

V ER B O
FAZER

INDICATIVO
Presente: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Pretérito perfeito: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram
Pretérito mais que perfeito: Fizera, fizeras, etc.
Futuro do presente: Farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
Futuro do pretérito: Faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam

IMPERATIVO
Faze, faça, façamos, fazeis, façam

SUBJUNTIVO
Presente: Faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Pretérito imperfeito: Fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem
Futuro: Fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Inf. Impessoal: Fazer
Inf. Pres. Pessoal: Fazer, fazeres, etc.

GERÚNDIO:Fazendo

PARTICÍPIO: Feito

Assim se conjugam afazer-se, desfazer, perfazer, satisfazer, etc.

V E R B O
F E R IR

INDICATIVO
Presente : Firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem

IMPERATIVO
Fere, fira, firamos, feri, firam

SUBJUNTIVO

Presente: Fira, firas, fira, firamos, firais, firam

Note o i na 1a pessoa do singular do indicativo presente e em todo o subjuntivo presente.
Seguem a conjugação de ferir: aderir, compelir, competir, concernir, convergir, despir, divergir, discernir,
divertir, gerir, digerir, ingerir, refletir, vestir, servir, desservir, seguir, repelir, conseguir, perseguir,
prosseguir, preterir, inserir, revestir, deferir, advertir, aferir, auferir.

VERBO
IR

INDICATIVO
Presente : Vou, Vais, Vai, Vamos, Ides, Vão
Pretérito imperfeito: Ia, Ias, Ia, Íamos, Íeis, Iam
Pretérito perfeito: Fui, Foste, Foi, Fomos, Fostes, Foram
Pretérito mais que perfeito: Fora, Foras, Fora, etc.
Futuro do presente: Irei, Irás, Irá, etc.
Futuro do pretérito: Iria, Irias, etc.

IMPERATIVO
Vai, Vá, Vamos, Ide, Vão

SUBJUNTIVO
Presente: Vá, Vás, Vá, Vamos, Vades, Vão
Pretérito imperfeito: Fosse, Fosses, etc.
Futuro: For, Fores, For, Formos, Fordes, Forem
Inf. Pres. Pessoal: Ir, Ires, Ir, Irmos, Irdes, Irem

GERÚNDIO: Indo

PARTICÍPIO: Ido
V E R B O
JA ZE R

INDICATIVO
Presente: Jazo, Jazes, Jaz, Jazemos, Jazeis, Jazem
Pretérito perfeito: Jazi, Jazeste, Jazeu, Jazemos, Jazestes, Jazeram
Futuro do presente: Jazerei, etc.
Futuro do pretérito: Jazerei, etc.

IMPERATIVO
Jaze, Jaza, Jazamos, Jazei, Jazam

SUBJUNTIVO
Presente : Jaza, Jazas, etc.
Pretérito imperfeito: Jazesse, etc.
Futuro: Jazer, Jazeres, etc.

GERÚNDIO: Jazendo

PARTICÍPIO: Jazido
V E R B O
PODER

INDICATIVO
Presente: Posso, Podes, Pode, Podemos, Podeis, Podem
Pretérito imperfeito: Podia, Podias, Podia, etc.
Pretérito perfeito: Pude, Pudeste, Pôde, Pudemos, Pudestes, Puderam
Pretérito mais que perfeito: Pudera, Puderas, etc.

IMPERATIVO
Não existe

SUBJUNTIVO
Presente; Possa, Possas, Possa, Possamos, Possais, Possam
Pretérito imperfeito: Pudesse, Pudesses, etc.
Futuro: Puder, Puderes, Puder, Pudermos, Puderdes, Puderem
Inf. Pres. Impessoal: Poder, Poderes, Poder, Podermos, Puderdes, Puderem

GERÚNDIO: odendo

PARTICÍPIO: Podido
VERBO
POLIR

INDICATIVO
Presente: Pulo, Pules, Pule, Polimos, Polis, Pulem

IMPERATIVO
Pule, Pula, Pulamos, Poli, Pulam

SUBJUNTIVO
Presente: Pula, Pulas, Pula, Pulamos, Pulais, Pulam

Irregular nas formas rizotônicas, nas quais o o do radical muda em u. Segue a conjugação do verbo sortir.
Nos demais tempos é regular.

VERBO
PÔR

INDICATIVO
Presente: Ponho, Pões, Põe, Pomos, Pondes, Põem
Pretérito imperfeito: Punha, Punhas, Punha, Púnhamos, Púnheis, Punham
Pretérito perfeito: Pus, Puseste, Pôs, Pusemos, Pusestes, Puseram
Pretérito mais que perfeito: Pusera, Puseras, Pusera, Puséramos, Puséreis, Puseram
Futuro do presente: Porei, Porás, Porá, Poremos, Poreis, Porão
Futuro do pretérito: Poria, Porias, Poria, Poríamos, Poríeis, Poriam

IMPERATIVO
Põe, Ponha, Ponhamos, Ponde, Ponham

SUBJUNTIVO
Presente: Ponha, Ponhas, Ponha, Ponhamos, Ponhais, Ponham
Pretérito imperfeito: Pusesse, Pusesses, Pusesse, Puséssemos, Pusésseis, Pusessem
Futuro: Puser, Puseres, Puser, Pusermos, Puserdes, Puserem
Inf. Pres. Impessoal: Pôr
Inf. Pres. Pessoal: Pôr, Pores, Pôr, Pormos, Pordes, Porem

GERÚNDIO: Pondo

PARTICÍPIO: Posto

Assim se conjugam: antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, entrepor,
expor, impor, indispor, interpor, justapor, maldispor, opor, pospor, predispor, prepor, pressupor, propor,
recompor, repor, sobrepor, sotopor, superpor, supor, transpor.
V ER B O
PRAZER

Só se conjuga na 3ª pessoa do singular:

INDICATIVO
Presente: Praz
Pretérito imperfeito: Prazia
Pretérito perfeito: Prouve
Pretérito mais que perfeito: Prouvera
Futuro do presente: Prazerá
Futuro do pretérito: Prazeria

SUBJUNTIVO
Presente: Praza
Pretérito imperfeito: Prouvesse
Futuro: Prouver

GERÚNDIO: Prazendo

PARTICÍPIO: Prazido

Assim se conjugam aprazer e desprazer.
Quanto ao cognato comprazer-se, segue o modelo jazer.
V E R B O
P R E C A V E R

INDICATIVO
Presente: Precavemos, Precaveis
Pretérito imperfeito: Precavia, precavias, precavia, etc
Pretérito perfeito: Precavi, Precaveste, Precaveu, Precavemos, Precavestes, Precaveram

IMPERATIVO
Precavei

SUBJUNTIVO
Presente: Não há
Pretérito imperfeito: Precavesse, Precavesses, etc.
Futuro: Precaver, Precaveres, etc.
Inf. Pres. Impessoal: Precaver
Inf. Pres. Pessoal: Precaver

GERÚNDIO: Precavendo

PARTICÍPIO: Precavido

Este verto é defectivo. Não se usa nas formas rizotônicas. Não é composto de ver nem de vir, sendo,
portanto, errôneas as formas precavejo, precavês, precavenho, precavéns, precavém, precavenha, etc. Nas

formas em que é defectivo empregaremos os verbos precatar, acautelar, ou prevenir. Usa-se mais
freqüentemente como verbo pronominal precavemo-nos, precavia-me, precavei-vos, etc.
V E R B O
P R O V E R

INDICATIVO
Presente: Provejo, Provês, Provê, Provemos, provedes, Provêem
Pretérito imperfeito: Provia, Provias, etc.
Pretérito perfeito: Provi, Proveste, Proveu, Provemos, Provestes, proveram
Pretérito mais que perfeito: Provera, Proveras, etc.
Futuro do presente: Proverei, Proverás, etc.
Futuro do pretérito: Proveria, Proverias, etc

IMPERATIVO
Provê, Proveja, Provejamos, Provede, Provejam

SUBJUNTIVO
Presente: Proveja, Provejas, etc.
Pretérito imperfeito: Provesse, Provesses, etc.
Futuro: Prover, Proveres, Prover, Provermos, Proverdes, Proverem

GERÚNDIO: Provendo

PARTICÍPIO: Provido

Este verbo é conjugado como ver, exceto no perfeito e seus derivados e no particípio, em que é regular.
V E R B O
Q U E R ER

INDICATIVO
Presente: Quero, Queres, Quer, Queremos, Quereis, Querem
Pretérito imperfeito: Queria, Querias, etc.
Pretérito perfeito: Quis, Quiseste, Quis, Quisemos, Quisestes, Quiseram
Pretérito mais que perfeito: Quisera, Quiseras, Quisera, Quiséramos, Quiséreis, Quiseram
Futuro do presente: Quererei, Quererás, etc.
Futuro do pretérito: Quereria, Quererias, etc

IMPERATIVO
Queira, Queiram

IMPERATIVO NEGATIVO
Não Queiras, Não Queira, Não Queiramos, Não Queirais, Não Queiram
Obs.: O imperativo afirmativo só é usado em casos como: "Queira sentar-se, por favor!"

SUBJUNTIVO
Presente: Queira, Queiras, Queira, Queiramos, Queirais, Queiram
Pretérito imperfeito: Quisesse, Quisesses, Quisesse, Quiséssemos, Quisésseis, Quisessem
Futuro: Quiser, Quiseres, Quiser, Quisermos, Quiserdes, Quiserem
Inf. Pres. Pessoal: Querer, Quereres, Querer, Querermos, Quererdes, Quererem

GERÚNDIO: Querendo

PARTICÍPIO: Querido

V E R B O
REQUERER

INDICATIVO
Presente: Requeiro, Requeres, Requer, Requeremos, Requereis, Requerem
Pretérito imperfeito
Pretérito perfeito: Requeri, Requereste, Requereu, Requeremos, Requerestes, Requereram
Pretérito mais que perfeito: Requerera, Requereras, Requerera, etc.
Futuro do presente: Requererei, Requererás, etc.
Futuro do pretérito: Requereria, Requererias, etc.

IMPERATIVO
Requere, Requeira, Requeiramos, Requerei, Requeiram.

SUBJUNTIVO
Presente: Requeira, Requeiras, Requeira, etc.
Pretérito imperfeito: Requeresse, Requeresses, Requeresse, etc.
Futuro: Requerer, Requereres, Requerer, etc.

GERÚNDIO: Requerendo

PARTICÍPIO: Requerido

Este verbo não segue a conjugação de querer. É irregular apenas na 1ª e na 3ª pessoas do singular do
Indicativo-presente e, portanto, no Presente do Subjuntivo e no Imperativo Negativo.
V E R B O
SA B ER

INDICATIVO
Presente: Sei, Sabes, Sabe, Sabemos, Sabeis, Sabem
Pretérito imperfeito: Sabia, Sabias, Sabia, etc.
Pretérito perfeito: Soube, Soubeste, Soube, Soubemos, Soubestes, Souberam
Pretérito mais que perfeito: Soubera, Souberas, etc.

IMPERATIVO
Sabe, Saiba, Saibamos, sabei, Saibam

SUBJUNTIVO
Presente: Saiba, Saibas, Saiba, Saibamos, Saibais, Saibam
Pretérito imperfeito: Soubesse, Soubesses, etc.
Futuro: Souber, Souberes, etc.
V E R B O
T R A Z E R

INDICATIVO
Presente: Trago, Trazes, Traz, Trazemos, Trazeis, Trazem
Pretérito imperfeito: Trazia, Trazias, etc.
Pretérito perfeito: Trouxe, Trouxeste, Trouxe, Trouxemos, Trouxestes, Trouxeram
Pretérito mais que perfeito: Trouxera, Trouxeras, Trouxera, Trouxéramos, Trouxéreis, Trouxeram
Futuro do presente: Trarei, Trarás, Trará, Traremos, Trareis, Trarão
Futuro do pretérito: Traria, Trarias, Traria, Traríamos, Traríeis, Trariam

IMPERATIVO

Traze, Traga, Tragamos, Trazei, Tragam

SUBJUNTIVO
Presente: Traga, Tragas, Traga, Tragamos, Tragais, Tragam
Pretérito imperfeito: Trouxesse, Trouxesses, Trouxesse, Trouxéssemos, Trouxésseis,Trouxessem
Inf. Pres. Pessoal: Trazer, Trazeres, Trazer, Trazermos, Trazerdes, Trazerem

GERÚNDIO:Trazendo

PARTICÍPIO: Trazido
V E R B O
R E A V E R

INDICATIVO
Presente: Reavemos, Reaveis
Pretérito imperfeito: Reavia, Reavias, Reavia, etc.
Pretérito perfeito: Reouve, Reouveste, Reouve, Reouvemos, Reouvestes, Reouveram
Pretérito mais que perfeito: Reouveram, Reouveras, etc.
Futuro do presente: Reaverei, Reaverás, etc.
Futuro do pretérito: Reaveria, Reaverias, etc.

IMPERATIVO
Reavei

SUBJUNTIVO
Presente
Pretérito imperfeito: Reouvesse, Reouvesses, etc.
Futuro: Reouver, Reouveres, Reouver, etc.
Inf. Pres. Impessoal
Inf. Pres. Pessoal

GERÚNDIO: Reavendo

PARTICÍPIO: Reavido
V E R B O
R E SFO LE G A R

INDICATIVO
Presente: Resfolgo, Resfolgas, Resfolga, Resfolegamos, Resfolegais, Resfolgam
Pretérito imperfeito: Resfolegava, etc.
Pretérito perfeito: Resfoleguei, etc.

Obs.: Regular nos demais tempos do indicativo

SUBJUNTIVO
Presente: Resfolgue, Resfolgues, Resfolgue, Resfoleguemos, Resfolegueis, Resfolguem, etc.

Obs.: Regular nos demais tempos do subjuntivo.

Este verbo perde o e da penúltima sílaba nas formas rizotônicas.
É menos recomendável a conjugação regular (resfólego, resfólegas, etc) que alguns gramáticos adotam. Há a
variante resfolgar, inteiramente regular.

V E R B O
VALER

INDICATIVO
Presente: Valho, Vales, Vale, Valemos, Valeis, Valem

IMPERATIVO AFIRMATIVO
Vale, Valha, Valhamos, Valsi, Valham

SUBJUNTIVO
Presente: Valha, Valhas, Valha, Valhamos, Valhais, Valham

V E R B O
VER

INDICATIVO
Presente: Vejo, Vês, Vê, Vemos, Vedes, Vêem
Pretérito imperfeito: Via, Vias, Via Víamos, Víeis, Viam
Pretérito perfeito: Vi, Viste, Viu, Vimos, Vistes, Viram
Pretérito mais que perfeito: Vira, Viras, Vira, Víramos, Víreis, Viram

IMPERATIVO
Vê, Veja, Vejamos, Vede, Vejam

SUBJUNTIVO
Presente: Veja, Vejas, Veja, Vejamos, Vejais, Vejam
Pretérito imperfeito: Visse, Visses, Visse, etc.
Futuro: Vir, Vires, Vir, Virmos, Virdes, Virem

GERÚNDIO:Vendo

PARTICÍPIO: Visto
Assim se conjugam: antever, entrever, prever, rever.

V E R B O
V IR

INDICATIVO
Presente: Venho, Vens, Vem, Vimos, Vindes, Vêm
Pretérito imperfeito: Vinha, Vinhas, Vinha, Vínhamos, Vínheis, Vinham
Pretérito perfeito: Vim, Vieste, Veio, Viemos, Viestes, Vieram
Pretérito mais que perfeito: Viera, Vieras, Viera, Viéramos, Viéreis, Vieram
Futuro do presente: Virei, Virás, etc.
Futuro do pretérito: Viria, Virias, etc.

IMPERATIVO
Vem, Venha, Venhamos, Vinde, Venham

SUBJUNTIVO
Presente: Venha, Venhas, Venha, V enhamos, Venhais, Venham
Pretérito imperfeito: Viesse, Viesses, Viesse, Viéssemos, Viésseis, Viessem
Futuro: Vier, Vieres, Vier, Viermos, Vierdes, Vierem
Inf. Pres. Impessoal
Inf. Pres. Pessoal: Vir, Vires, Vir, Virmos, Virdes, Virem

GERÚNDIO:Vindo

PARTICÍPIO: Vindo

Assim se conjugam: advir, convir, intervir, provir, sobrevir, avir-se, desavir-se, desavindo, além de
particípio, é adjetivo: casais desavindos.

Obs. Importante: Verbos como: odiar, incendiar, passear, pentear, somente são irregulares, nas formas
rizotônicas.
Ex.: Eu incendeio, tu incendeias, ele incendeia, nós incendiamos, vós incendiais, eles incendeiam.
Ex.: Eu penteio, tu penteias, ele penteia, nós penteamos, vós penteais, eles penteiam.

CONJUGAÇÃO DOS VERBOS IRREGULARES

Ter, haver, ser e estar

Presente do Indicativo
Ter: Tenho, tens, tem, temos, tende, têm
Haver: Hei, hás, há, havemos, haveis, hão
Ser: Sou, és, é, somos, sois, são
Estar: Estou, estás, está, estamos, estais, estão

Pretérito Perfeito do Indicativo
Ter: Tive, tiveste, teve, tivemos, tiveste, tiveram
Haver: Houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram
Ser: Fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Estar: Estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram

Pretérito Imperfeito do Indicativo
Ter: Tinha, tinhas, tinha tínhamos, tínheis, tinham
Haver: Havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam
Ser: Era, eras, era, éramos, éreis, eram
Estar: Estava, estavas, estavas, estávamos, estáveis, estavam

Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo
Ter: Tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram
Haver: Houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram
Ser: Fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Estar: Estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram

Futuro do Presente do Indicativo
Ter: Terei, terás, terá, Teremos, tereis, terão
Haver: Haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão
Ser:Serei, serás, será, seremos, sereis, serão
Estar: Estarei, estarás, estará, estaremos, estareis, estarão

Futuro do Pretérito do Indicativo
Ter: Teria, terias, teria teríamos, teríeis, teriam
Haver: Haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam
Ser: Seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam
Estar: Estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, estariam

Presente do Subjuntivo
Ter: Tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham
Haver: Haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam
Ser: Seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam
Estar: Esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Ter: Tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem
Haver: Houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem
Ser: Fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Estar: Estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem

Futuro do Subjuntivo
Ter: Tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem
Haver: Houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem
Ser: For, fores, for, formos, fordes, forem
Estar: Estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem

Modo Imperativo Afirmativo
Ter: Tem (tu), tenha (você), tenhamos (nós), tende (vós), tenham (vocês)
Haver: Há (tu), haja (você), hajamos (nós), havei (vós), hajam (vocês)
Ser: És (tu), seja (você), sejamos (nós), sede (vós), sejam (vocês)
Estar: Está (tu), esteja (você), estejamos (nós), estai (vós), estejam (vocês)

Negativo
Ter: Não tenhas, não tenha, não tenhamos, não tenhais, não tenham
Haver: Não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam
Ser: Não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejam
Estar: Não estejas, não esteja, não estejamos, não estejais, não estejam

Infinitivo Impessoal
Ter, Haver, Ser, Estar.

Infinitivo Pessoal
Ter: Ter, teres, Ter, termos, terdes, terem
Haver: Haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem
Ser: Ser, seres, ser, sermos, serdes, serem
Estar: Estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem

Gerúndio
Tendo, Havendo, Sendo, Estando

Particípio
Tido, Havido, Sido, Estado

VOZES VERBAIS

O verbo possui três vozes:

Voz Ativa:
Indica que o sujeito pratica a ação verbal - sujeito agente.
Ex.: Ele fechou a janela.

Voz Passiva:
Indica que o sujeito sobre a ação verbal - sujeito paciente.
Ex.: A janela foi fechada por ele.

(Voz passiva analítica : verbo ser ou estar mais particípio do verbo principal).

Nota: para que se tenha VOZ PASSIVA SINTÉTICA, o SE, classificado como apassivador, deverá
acompanhar verbos transitivos diretos ou verbos transitivos diretos e indiretos. Só esses verbos aceitam voz
passiva.

Voz reflexiva:
Indica ação praticada e recebida pelo sujeito.
Ex.: Ele feriu-se com a faca.

SUBCLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

Regular:
É o verbo cujo radical não se altera e cujas terminações seguem o modelo da conjugação a que pertence.
Exemplos:
Eu amo, Tu amas, Ele ama.

Irregular: é o verbo cujo radical sofre alteração ou cujas terminações não seguem o modelo da conjugação a
que pertence.
Exemplos:
Eu caibo, eu trago.

Anômalo: são verbos que apresentam profundas variações nos seus radicais, não se enquadrando em
conjugação alguma.
Exemplos:
Ser e Ir

Abundante: é o que apresenta mais de uma forma de particípio.
Ex.:
Acendido - aceso
Nascido - nato
Aceitado - aceito
Elegido - eleito
Ganhado - ganho
Salvado - salvo

OBS.: as formas regulares se usam com os verbos auxiliares ter e haver. As formas irregulares se usam com
os verbos auxiliares ser e estar.
Exemplos:
As luzes já estão acesas.
A proposta foi aceita.
Já tinham aceitado a proposta.

Defectivo: é o que não possui algum tempo, algum modo ou alguma pessoa; alguns só podem ser conjugados
nas formas arrizotônicas, como precaver-se; outros não possuem a 1ª pessoa do singular do Pres. Ind.
E, portando, as formas que derivam desse tempo (presente do subjuntivo, imperativos).
Exemplos:
reaver, precaver-se, gerar, coloria.

Auxiliar: é o que auxilia a conjugação de outro, chamado principal. São: ser, estar, ter e haver.
Exemplos:
tinham feito a lição.
Estávamos fazendo compras.

Impessoal: verbo que não admite sujeito como: chover, ventar, (fenômeno da natureza), ser, estar, fazer
(quando indicam tempo); haver, quando significa existir ou ocorrer.

Obs.: Esses verbos só podem ser usados na 3ª pessoa do singular, sendo o verbo ser o único que não obedece
a essa norma.
Exemplos:
Amanheceu rapidamente.
Faz meses que...
Estava cedo ainda.
São oito horas.

VERBOS PRONOMINAIS

São os que sempre se conjugam com o pronome que corresponde à pessoa do sujeito.
Eis alguns: queixar-se, arrepender-se, agachar-se, orgulhar-se, atrever-se, etc.
Exemplos:
Eu me queixo.
Tu te queixas.
Ele se queixa.
Nós nos queixamos.
Vós vos queixais.
Eles se queixam.



ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma
circunstância.

Classificação dos advérbios:

De lugar: aquí, cá, lá, acolá, abaixo, acima, alí , aquém , além ,algures ,alhures, nenhures, aonde,
de trás, de frente, dentro, perto, longe, etc.

De tempo: ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca, jamais, antes, depois, breve,
brevemente , outrora, presentemente, ainda, etc.

De negação: não.

De afirmação: realmente, efetivamente, sim, certamente, deveras, etc.

De modo : bem, mal, pior, melhor, depressa, devagar, debalde, aliás, suavemente, calmamente,
propositadamente, assim, e quase todos terminados em ( mente ).

De intensidade: muito, pouco, mais, menos, bastante, demasiado, completamente , quase,
apenas, todo, demais, quanto, profundamente, tanto, ligeiramente, etc.

De dúvida: talvez, porventura, quiçá, provavelmente, decerto, oxalá.

Advérbios Interrogativos

Por que ? , como ? , quando ? , onde ?, aonde ?,

Exemplos:

Quando chegarão?

Por que não vieram?

Onde estão elas.

LOCUÇÕES ADVERBIAIS

São duas ou mais palavras com função de advérbio.

As locuções adverbiais podem ser:

De lugar : à direita , à esquerda, ao lado, ao longo, de fora, de lado, etc.

De tempo: de manhã , de tarde, de noite, ao entardecer, de repente, em breve, hoje em dia, etc.

De modo : de mansinho, a rigor, em geral, ao invés, às claras, ao acaso, à vontade , à toa, de
súbito, por um triz, etc.

De meio ou instrumento : a pé, a cavalo, a mão, a pau, etc.

De afirmação : na verdade, de certo, de fato, etc.

De negação : em hipótese alguma, de maneira nenhuma, de modo algum, de modo nenhum, etc.

De dúvida : por certo, quem sabe, etc.

FLEXÃO DO ADVÉRBIO

O advérbio é uma classe invariável em gênero e número, mas flexiona-se em grau. À semelhança
do adjetivo, admite dois graus:
comparativo e superlativo.

GRAU COMPARATIVO

De igualdade:
Tão + advérbio + quanto (como)
Eu falo tão alto quanto o professor.

advérbio de modo

De inferioridade:
Menos + advérbio + que (que)
Eu falo menos alto que o professor.

advérbio de modo

De superioridade:
···· Analítico:

Mais + advérbio + que (do que)
Eu falo mais alto que o professor.

advérbio de modo
···· Sintético:

Melhor ou pior que (que)
O professor fala melhor que eu.

adjetivo funcionando
como advérbio

GRAU SUPERLATIVO

Absoluto

···· Analítico:

Acompanhado de outro advérbio

Eu falo muito alto.

advérbio de
intensidade
adjetivo funcionando
como advérbio

···· Sintético:

Formado com sufixos
O professor fala altíssimo.

advérbio de modo

Nota: as formas diminutivas (cedinho, pertinho, agorinha, depressinha, etc.) são comuns na língua
popular.

Exemplos:
Moro pertinho daqui. (muito perto)
Levantei cedinho. (muito cedo)




PREPOSIÇÃO

É a palavra que estabelece uma relação entre dois termos de uma oração, subordinando o
segundo termo ao primeiro. Dependendo da frase, uma mesma preposição pode estabelecer
variadas relações.

···· Venho de São Paulo. (origem )
···· Morreu de calor. (causa)
···· Prova de matemática. (assunto)

Classificação das preposições :


a) essenciais : a, ante, após , até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, sem, sob,
sobre., trás.
Exemplos:
Bebia copo após copo.
Fora intimado a comparecer perante o juiz., para ser interrogado.

b) Proposições acidentais :
afora, conforme, consoante, segundo, durante, exceto, mediante, não obstante, salvo, senão, visto
etc.
Exemplo:
"Mediante manobras mesquinhas, o escrivão conseguira prestígio".

Combinações e Contrações

Ao estudarmos os artigos, observamos que muitas vezes eles aparecem unidos a uma
preposição. Na verdade, as preposições podem aparecer unidas não só a artigos, mas também a
pronomes e advérbios.Nesses casos, podemos ter duas situações distintas:

Combinação - Ocorre, quando a preposição aparece unida a outra palavra sem perda de nenhum
elemento fonético, como em :
- ao (preposição a + artigo o)
- aonde (preposição a + advérbio onde)

b) Contração - Ocorre, quando a preposição aparece unida a outra palavra com perda de algum
elemento fonético como em :
····do (preposição de + artigo o)
····um (preposição em + artigo um)
····na (preposição em + artigo a)
····daquele (preposição de + pronome aquele)

Locução Prepositiva

É o conjunto de palavras que tem o valor de preposição :
Acima de, abaixo de, junto a, em vez de , de acordo com, em baixo de, em cima de, ao lado de,
além de etc.



CONJUNÇÃO

Conjunção - é a palavra que liga duas ou mais orações.
As conjunções podem ser : coordenativas e subordinativas.

Conjunções Coordenativas - São aquelas que ligam duas orações da mesma natureza, sem
subordinar uma à outra.

Podem ser:

···· Aditivas: e, nem, mas também, mais ainda, senão, também, como também, bem como (dão
idéia de adição)
Exemplo: Trabalha de dia e estuda à noite.

···· Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, senão, ao passo que, no entanto, apesar disso
(exprimem contraste, oposição).
Exemplo: Falou bastante, mas não nos convenceu.

3) Alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, seja... seja, quer... quer (exprimem alternativa,
alternância).
Exemplo : Ou nos unimos, ou seremos derrotados.

4) Explicativas: que, porque, porquanto, pois (As conjunções explicativas aparecem normalmente
depois de orações imperativas, exprimindo explicação, motivo).
Exemplo: Vamos, que já é tarde !

5) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, por isso, pois (depois do verbo), expressando
conclusão.
Exemplo: O trabalho não está bom, portanto vamos refazê-lo.

Conjunções Subordinativas

São aquelas que ligam orações em que há uma relação de dependência , de subordinação.

Uma oração é a principal , a outra é subordinada.

Podem ser:

1) Causais: porque, que, como, uma vez que, visto que, já que, etc.
Exemplo: Não prolongamos a viagem, porque o dinheiro estava no fim.

2) Comparativas: como, tal qual, assim como, que nem, quanto, etc.
Exemplo: Ela é mais corajosa que o irmão.

3) Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, se
bem que, posto que, nem que, dado que, sem que, etc.
Exemplo: Não me farão desistir, ainda que me criem grandes dificuldades.

4) Condicionais: se, caso, desde que, salvo se, contanto que, a não ser que, a menos que, etc.
Exemplo: Terminaremos cedo o ensaio, caso todos sejam pontuais.

5) Conformativa: como, conforme, segundo, consoante, etc.
Exemplo: Fêz a propaganda do produto conforme lhe pedimos.

6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de
modo que, de forma que, de maneira que, etc.
Exemplo: Tão comovente foi a cena que até ele chorou.

7) Finais: a fim de, para que, que, porque, etc.
Exemplo: Deixou o trabalho aquí para que eu o analisasse.

8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, etc.
Exemplo: Os desafios aumentam, à medida que nosso projeto cresce.

9) Temporais: enquanto, quando, logo que, assim que, depois que, agora que, antes que, desde
que, até que, sempre que, etc.
Exemplo: Os trabalhadores conquistam seus direitos quando se organizam.

10) Integrantes : introduzem orações que completam ou integram o sentido da oração principal:
que e se.
Exemplo: Espero que você consiga o emprego procurado.

Locução Conjuntiva
É um grupo de palavras que tem o valor de uma conjunção.




INTERJEIÇÃO

Interjeição é uma palavra que comunica um estado emotivo.

Aclamação: viva !

Alegria: Ah! , oba!

Animação: coragem ! , avante ! , força !

Advertência: cuidado !, calma ! , atenção ! , olha lá !

Admiração: nossa ! , puxa !, credo !, caramba !,

Aplauso: viva !, bis !, ótimo !, muito bem ! , apoiado !

Silêncio: Psiu ! , caluda ! , silêncio !

Desacordo, Incredulidade: pois sim ! , qual o que ! , que esperança !

Suspensão: auto ! , basta !

Locução Interjetiva - é o conjunto de palavras que tem o mesmo valor de uma interjeição.

Exemplos: Deus me livre !
Ora bolas !
Minha nossa senhora !
Valha-me Deus !
Muito bem !




Finalidade da Análise Sintática


Estuda as relações que as palavras estabelecem entre si (nas orações) e as relações que se estabelecem
entre as orações (nos períodos). Assim, dependendo da "posição" que a palavra ou oração ocupa em um
período, essa palavra terá uma função sintática.
Tomemos como exemplo o substantivo "menino". Dependendo da relação que essa palavra estabelecer com
as demais palavras da oração, terá uma função sintática.

Ex.:
O menino provocou o incêndio

Sujeito (é o termo do qual se afirma alguma coisa)
O bombeiro chefe repreendeu o menino

Objeto direto
(é complemento obrigatório do verbo repreender, que é um verbo transitivo direto)

Tomemos agora como exemplo, uma oração: "(que) os bombeiros dominem o fogo". Dependendo da relação
que esta oração estabelece com a oração principal, terá uma função sintática.

É importante Oração principal
que os bombeiros dominem o fogoObjeto direto da oração principal Por ser uma oração, é chamada de
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

Obs.: Mais adiante serão estudadas mais detalhadamente as funções sintáticas das orações (Estudo do
Período Composto)

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Frase
···· Qualquer comunicação feita por meio de palavras
Ex.: Fogo! (sem verbo)
Há um incêndio na mata. (com verbo)

Oração
···· Frase formada em torno de um verbo
Ex.: Os bombeiros ainda não dominaram o incêndio.

Período
É a frase organizada em uma ou mais orações.

DEPENDÊNCIA

Definição: uma oração independente é a que não exerce função sintática em outra, enquanto uma oração
dependente é aquela que exerce função sintática em outra oração.

Pode ser:

Simples - quando constituído de uma só oração:
O casarão todo dormia.
Os bombeiros já apagaram o fogo.

Composto - quando formado de duas ou mais orações:
O senhor sabe, / são moças, / querem divertir-se.
O incêndio já foi dominado / mas os bombeiros / continuam no local, fazendo o rescaldo.

O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de
exclamação, ponto de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos.


**************************************************************************************

PERÍODOS COMPOSTOS

Por coordenação:
seqüência de orações independentes, de mesma natureza sintática.

Por subordinação: formado por uma oração principal e por uma ou mais orações dependentes.

Veja mais adiante nos tópicos ¨Coordenação¨ e ¨Subordinação¨.

PERÍODO SIMPLES


Termos essenciais da oração


Sujeito: ser de quem (ou do que) se afirma algo.

Para não errar => únicas perguntas que podem ser feitas para se achar o sujeito:
Quem
ou + verbo na 3a pessoa do singular
O que
A resposta dessa pergunta (e só dessa!) será o sujeito da oração.

Exemplo:Todos os alunos passaram no concurso.
Pergunta:Quem passou no concurso?

Verbo na 3a pessoa do singular

Resposta:

Todos os alunos = sujeito






TIPOS DE SUJEITO

a) Sujeito determinado simples: formado de um único núcleo, ou seja, de uma única palavra que comunica
quem é o ser.

Núcleo
Ex.: Os alunos Estudaram muito para o concurso.

Suj. determinado simples

b) Sujeito determinado composto: formado por 2 ou mais núcleos.
Ex. Os alunos e o professor ficaram felizes com o resultado do concurso.

Sujeito determinado composto

c) Sujeito determinado oculto ou elíptico: o núcleo se encontra implícito na forma verbal ou no contexto.

Ex. Nós estudamos para o concurso.
Quem estudou para o concurso?
Estudamos para o concurso

O núcleo está implícito na forma verbal "estudamos"

Ex: Os alunos estudaram muito para o concurso e foram bem sucedidos.
No exemplo acima há duas orações
(porque existem 2 verbos)


Na primeira oração, o sujeito de "estudaram" é: os alunos. Na segunda oração, o sujeito de foram é "eles",
implícito no contexto, pois já foi mencionado na oração anterior.

d) Sujeito indeterminado: ele existe, mas não se pode informar de quem se trata.

Maneiras de se indeterminar o sujeito

1o verbo na 3a pessoa do plural

Ex.: Estão pedindo dados sobre os alunos

Quem está pedindo dados sobre os alunos?

Resposta: existe alguém pedindo esses dados, mas não se pode determinar, com exatidão, quem é => sujeito
indeterminado.

2o verbo na 3a pessoa do singular + SE (= índice de indeterminação do sujeito)


Ex.: Precisa - se de pessoas

competentes

Índice de indeterminação do sujeito
Ex.: Vive - se bem aqui

Índice de indeterminação do sujeito
Ex.: É - se muito ingênuo, muitas vezes, na vida

Índice de indeterminação do sujeito

Obs.:

O "se" é índice de indeterminação do sujeito só com verbos transitivos indiretos (1o exemplo), intransitivos
(2o exemplo) e verbos de ligação (3o exemplo).

···· Com verbos que pedem complemento direto não ocorre esse tipo de construção.

e) Oração sem sujeito
Ocorre:

···· Com verbos que indicam fenômeno da natureza
Ex.: Choveu muito.
Já anoiteceu.

Obs.: Choveram palavrões durante o discurso
Sujeito determinado simples
Verbo usado no sentido figurado. Não indica fenômeno da natureza
···· Com os verbos ser, fazer, haver e estar dando idéia de tempo ou fenômeno da natureza.

Ex.: É tarde.
Faz muitos anos que eu o conheço.
Há meses que não o vejo.
Está calor.

···· Com o verbo haver com sentido de existir

Ex.: Havia um menino na sala.
Havia muitos alunos na sala.


Obs.: Todos os verbos das orações sem sujeito devem ficar na 3a pessoa do singular


PREDICADO

 
O estudo do predicado é o que realmente determina a boa formação de uma frase.
O predicado, é o termo da oração que contém o verbo. Não obstante o sujeito e o predicado
serem termos essenciais da oração, há situações (com verbos impessoais) em que a oração não
possui sujeito. Mas se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no
predicado, não é possível existir uma oração sem predicado.
Exemplos:

A todos foi entregue a folha do exame.
Sujeito: a folha do exame
Predicado:A todos foi entregue

O secretário Carlos viajou para Paris.
Sujeito: O secretário Carlos
Predicado: viajou para Paris.

Choveu torrencialmente na Bahia.
Sujeito: sem sujeito
Predicado: Choveu torrencialmente na Bahia.

Verbo quanto à predicação

Existem verbos que expressam AÇÃO. Esses são denominados de verbos significativos.
Classificam-se em:
···· Verbos intransitivos
···· Verbos transitivos

Verbo intransitivo

É aquele que expressa a idéia completa da ação, sem necessitar, no entanto, de um outro termo
para completar o seu sentido, ou seja, sua ação não transita.

Exemplos com sujeito simples e verbo intransitivo:
O menino brinca.
O sol raiou.
As flores murcham.
Perceba que o verbo intransitivo sozinho poderá formar o predicado ou, ainda, aparecer
acompanhado de palavras ou expressões indicativas de lugar, tempo, modo, intensidade etc.
Exemplo:
As flores desabrocham na primavera.

Verbo Transitivo

Como vimos acima, o verbo intransitivo é aquele que expressa a idéia completa de ação.
Já o verbo transitivo não expressa a idéia completa de ação. Necessita de outro termo para
completar o seu sentido. Por isso a grafia "transitivo", isto é, a ação transita. Portanto, para que a
frase tenha um sentido completo, o verbo transitivo necessita do complemento verbal ou objeto.
Exemplos:

O povo viu o ladrão.
Sujeito simples: O povo
Verbo transitivo: viu
Complemento verbal ou objeto: o ladrão.

Os parlamentares necessitam de melhor remuneração.
Sujeito simples: Os parlamentares
Verbo transitivo: necessitam
Complemento verbal ou objeto: de melhor remuneração.
Agora um detalhe sutil para a correta formação de frases. O verbo transitivo divide-se em:
···· Transitivo direto
···· Transitivo indireto
O verbo transitivo direto transita diretamente para o complemento -denominado de objeto direto -
e não exige preposição.
Exemplos:

Derrubaram o muro de Berlim.
Sujeito indeterminado: ?
Verbo transitivo direto: Derrubaram
Objeto direto: o muro de Berlim.

Os banqueiros tiveram muito lucro.
Sujeito simples: Os banqueiros
Verbo transitivo direto: tiveram
Objeto direto: muito lucro.

Ouvimos música alegre.
Sujeito oculto (ou implícito): Nós
Verbo transitivo direto: ouvimos
Objeto direto: música alegre.

Já no verbo transitivo indireto a ação transita indiretamente para o complemento por intermédio de
uma preposição. É o chamado objeto indireto.
Exemplos:

Eu acredito em Deus.
Sujeito simples: Eu
Verbo transitivo indireto: acredito
Objeto indireto: em Deus.
Preposição: em

Todos nós necessitamos de carinho e compreensão.
Sujeito simples: Todos nós
Verbo transitivo indireto: necessitamos
Objeto indireto: de carinho e compreensão.
Preposição: de

Não concordamos com Vossa Excelência!
Sujeito oculto (ou implícito): Nós
Verbo transitivo indireto: concordamos
Objeto indireto: com Vossa Excelência.
Preposição: com
Mas existe uma situação em que o verbo pode ser simultaneamente transitivo direto e indireto,
isto é, apresentar dois complementos (objeto direto e indireto). Isso porque a ação contida no
verbo transita para o complemento direta e indiretamente ao mesmo tempo.
Exemplos:

O secretário recebeu elogios da imprensa internacional.
Sujeito simples: O secretário
Verbo transitivo direto e indireto: recebeu
objeto direto: elogios
Objeto indireto: da imprensa internacional.
Preposição: de "+ artigo a"

Escrevi um texto para o "Jornal dos Amigos".
Sujeito oculto (ou implícito): Eu
Verbo transitivo direto e indireto: Escrevi
Objeto direto: um texto
Objeto indireto: para o "Jornal dos Amigos".
Preposição: para

Proporciono a você momentos de reflexão.
Sujeito oculto (ou implícito): Eu
Verbo transitivo direto e indireto: Proporciono
Objeto indireto: a você
Objeto direto: momentos de reflexão.
Preposição: a

Verbo de Ligação

É aquele que qualifica o sujeito no predicado. Os principais verbos de ligação são: ter, haver, ser,
estar, ficar, permanecer, parecer, andar. Exemplo:

O Brasil é um grande país.
Sujeito: O Brasil
Predicado: é um grande país.
Verbo de ligação (estado permanente): é
Característica do sujeito ou sua qualificação: um grande país.

os verbos de ligação expressam estado, ligando características ao sujeito, estabelecendo entre
eles (sujeito e características) certos tipos de relações.
Exemplos:

João está triste.
Sujeito simples: João
Predicado: está triste.
Verbo de ligação (estado): está
Característica do sujeito: triste.

O diretor e o seu assistente pareciam contentes.

Sujeito composto: O diretor e o seu assistente
Predicado: pareciam contentes .
Verbo de ligação (estado aparente): pareciam
Característica do sujeito: contentes

Os verbos de ligação podem expressar:

Estado permanente: viver, ser

Estado transitório: estar, achar-se, andar, encontrar-se

Estado mutatório: Virar, ficar, tornar-se, fazer-se

Estado de continuidade: permanecer, continuar

Estado aparente: parecer

Observação: Exatamente porque o verbo de ligação qualifica o sujeito no predicado (nesse caso
dá-se o nome de predicativo), na frase não pode haver a separação, por vírgula, do sujeito do
predicado.







Tipos de predicado


NOMINAL
=> aquele cujo núcleo é um nome.

Características
- Possui como núcleo um nome (tudo o que não for verbo)
- Possui verbo de ligação (ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer...)
- Possui uma qualidade (chamada predicativo do sujeito) que é atribuída ao sujeito através do verbo de
ligação.

Ex. O barulho dos passos | permaneceu constante.
sujeito predicado nominal

Todos eles | permaneceram quietos
sujeito predicado nominal

A noite | estava estrelada
sujeito predicado nominal

Obs.: No predicado nominal ocorre: verbo de ligação + predicativo do sujeito.


VERBAL
=> aquele cujo núcleo é um verbo.

Características
···· O núcleo é um verbo (intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto)

Modo mais fácil de se descobrir se o predicado é verbal

····Procurar, no predicado, se existe uma palavra que dá qualidade ao sujeito
····Se não existir essa palavra (predicativo do sujeito) é porque o verbo é o mais importante, é o núcleo do
predicado, que será chamado, por isso, de predicado verbal.
Ex. O bebe | nasceu hoje cedo
sujeito predicado verbal


O barulho dos passos |atemorizou os presentes.
sujeito predicado verbal

Precisam | de você lá fora.
sujeito indeterminado predicado verbal

Obs.: No predicado verbal, o verbo é sempre transitivo ou intransitvo e nunca ocorre predicativo.

VERBAL -NOMINAL
=> aquele cujo núcleo é duplo:
um verbo e um nome.

Características

Possui verbo transitivo + predicativo do sujeito.

Ex. O recado | chegou atrasado à tesouraria.
sujeito predicado verbo-nominal

O aluno | chegou atrasado para o exame.
sujeito predicado verbo-nominal

Deve-se proceder da mesma forma para se classificar esse tipo de predicado:

1) Procura-se, no predicado, uma palavra que indique a qualidade do sujeito. Essa palavra (predicativo do
sujeito) será um dos núcleos.
2) Verifica-se se o verbo da oração está na lista dos verbos de ligação. Se não estiver, esse verbo também
será o núcleo do predicado.

Obs.: Nunca os verbos de ligação poderão ser núcleos, pois servirão apenas para ligar o predicativo do
sujeito ao sujeito da oração. São vazios de significado.

Os demais verbos serão núcleos, pois sempre possuem uma mensagem (completa ou incompleta) que querem
transmitir na situação da comunicação.

Obs.: No predicado verbo-nominal, o verbo é sempre transitivo ou intransitivo e sempre ocorre predicativo
(do sujeito ou do objeto).



Resumindo:

Predicados

P.N. => Verbo de ligação + Predicativo do Sujeito

P.V.=> Verbo intransitivo
Verbo transitivo + Complemento Verbal

P.V.N=> Verbo intransitivo + Predicativo do Sujeito
Complemento Verbal Predicativo do Sujeito



PREDICAÇÃO VERBAL



1) Verbo Intransitivo
V.I.
* tem sentido completo
* não precisa de complemento verbal
Não transitivo =>Não transita na oração, procurando palavra(s) que complete(m) seu sentido.

Exemplo
Cheguei cedo
V.I


2) Verbo Transitivo Direto
* não tem sentido completo
* precisa de complemento verbal obrigatório chamado objeto direto (O.D)

Para se achar o O.D.

Acha-se o sujeito da oração = A resposta é o O.D
Sujeito + verbo da oração + quem?
ou
Sujeito + verbo da oração + o que?
V.T.D O.D.

Exemplos:

I) O professor usará apostilas no curso
O professor usará o que?
Sujeito Verbo como aparece na oração

Resposta: apostilas
O.D


II) (Eu) vi o professor no Shopping.
(Eu) vi quem no shopping?

Resposta: o professor
O.D.

Obs.: Objeto direto preposicionado

Algumas vezes o objeto direto pode vir precedido pela preposição a.
Exemplos:

Devemos amar a Deus acima de todas as coisas
V.T.D. O.D. Preposicionado

Ao tigre Venceu o leão
V.T.D. O.D. Preposicionado

Para não confundir o O.D. preposicionado com o O.I. basta trocá-lo pelo pronome oblíquo o, a, os, as
(complementos verbais diretos)

* Devemos amá-Lo acima de todas as coisas
* O leão venceu-o.

3) Verbo Transitivo Indireto
* não tem sentido completo pede complemento verbal obrigatório, chamado objeto indireto (O.I.) que vem
precedido de preposição.

Exemplo.

(Nós) Necessitamos de mais estudo
V.T.I O.I
Nós necessitamos de que?
Resposta: de mais estudo
O.I.

4) Verbo Transitivo Direto e Indireto
*não tem sentido completo pede 2 complementos verbais obrigatório: O.D. e O.I.

Exemplo
O professor entregou .a apostila ao aluno
V.T.I O.I

O professor entregou o que?
Resposta: a apostila
O.D.
O professor entregou a quem?
Resposta: ao aluno
O.I.

Obs.: O O.I. completa sempre o verbo. Cuidado com as expressões iniciadas por preposição. Se essas
expressões não estiverem completando o sentido de um verbo, não serão O.I.

Exemplos
Comprei a apostila do curso
Não é O.D.
Comeram todo o doce de abóbora
Não é O.D.
OBS: Objetos pleonásticos
Os objetos por motivos estilísticos (realce, ênfase, etc,) podem ser repetidos ou pleonásticos.

Exemplos
Vi-o, a ele sem dúvida
O.D. pleonástico (V. Ver = V.T.D.)

Perdôo-te a ti
O.D. pleonástico (V. Perdoar = V.T.I.)

Complemento Nominal (C.N.)

É o termo da oração que completa a significação transitiva de um nome. Esse nome pode ser representado
por: um substantivo, um adjetivo, um advérbio.

Portanto, é o termo da oração que completa o sentido de um nome e sempre através de uma preposição.


Ex.: Todos fizeram a leitura do livro
substantivo C.N.

Permaneceremos Fiéis a ele até a morte
Adjetivo C.N.

Ele agiu Favoravelmente aos alunos
Advérbio C.N.

Obs.: O complemento nominal sempre fará parte de um outro termo sintático, subordinando-se a um nome
que pertence a esse termo.

Núcleo do sujeito Núcleo do predicativo
Ex.: A realização das obras é necessária à população
C.N C.N.
Sujeito Predicativo do sujeito

Obs.: O nome que precisa de um complemento nominal será sempre substantivo abstrato e a expressão que
completar seu significado não expressará ação.

Ex.: Amor aos pais
Não são os pais que amam = não há ação = C.N.

Em: Amor de pai
É o pai que ama = há ação = adjunto adnom.



Complementos Verbais



São dois os complementos verbais: objeto direto e objeto indireto:

01) Objeto Direto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, sem auxílio da preposição.
Ex.
As meninas costuraram as saias com jeitinho.
Denise comprou um computador para trabalhar.

02) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto direto

Os pronomes oblíquos átonos que funcionam exclusivamente como objeto direto são: O, A, OS, AS

Ex.

Procurei-o para pedir favores.
"Tio Palha felicitou-a" (Marcos Rey)

I.P.C.: Verbos transitivo direto, seguido de o, a, os, as:

···· Verbo terminado em vogal: Os pronomes não se modificam.

···· Verbo terminado em M, ÃO ou ÕE: Os pronomes se modificam para no, na, nos, nas.

···· Verbo terminado em R, S ou Z: Os pronomes se modificam para lo, la, los, las, e as terminações
desaparecem.

Ex.
- Venderei as casas amanhã. = Venderei-as amahã.
- Os bombeiros encontraram as crianças = Os bombeiros encontraram-nas.
- Os professores irão corrigir os trabalhos. = Os professores irão corrigi-los.

03) Objeto Indireto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, por meio de uma preposição.
Ex.
- Gosto muito de crianças
- Você acredita em seus amigos?

04) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto indireto.
O pronome oblíquo átono que funciona exclusivamente como objeto indireto é: LHE, LHES.
Ex.
- Disse-lhe a verdade.
- Entreguei-lhe os resultados dos exames de vestibular.

I.P.C. Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos) podem funcionar como



COORDENAÇÃO

Quando termos da mesma função sintática são relacionados entre si, ocorre coordenação. Não há
uma hierarquia entre esses termos, pois são sintaticamente equivalentes e entre sí
independentes, uma não é complemento da outra.


Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas

Assindéticas: são as orações coordenadas que se ligam umas às outras por uma pausa, sem
conjunção.
Ex.
Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar.

Sindéticas: são as orações coordenadas introduzidas por uma conjunção.
(syndeton é uma palavra de origem grega que significa "união").

As conjunções coordenativas são aquelas que dão nomes às orações coordenadas sindéticas.


São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção
coordenativa.

Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.

Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.
Estuda / e trabalha.
Oração coordenada Oração coordenada
assindética sindética aditiva

Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.
Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.
A estrada era de terra / mas muito conservada.
Oração coordenada Oração coordenada
assindética sindética adversativa

Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância.
Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer.
Irei ao teatro / ou irei ao cinema.
Oração coordenada Oração coordenada
assindética sindética alternativa

Explicativa: Exprime uma explicação.
Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo.
Tome um taxi / pois já está atrasado.
Oração coordenada Oração coordenada
assindética sindética explicativa

Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração.
Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas.
Você não fez sua lição / deve, pois, faze-la agora.
Oração coordenada Oração coordenada
assindética sindética conclusiva






Orações Subordinadas substantivas



Período composto por subordinação:
A oração que cumpre papel de um termo sintático de outra é subordinada. A oração que tem um
de seus termos na forma de oração subordinada é a principal.

Ex.:
Logo percebi / que ele não veria
1 2

1) Oração principal (formada pelo Adjunto Adverbial "logo", pelo sujeito oculto "eu" e pelo verbo
transitivo direto "perceber", que na oração não vem acompanhado de seu objeto direto.
2) É a oração subordinada porque a função sintática que estava faltando na oração principal
(objeto direto do verbo perceber) aparece aí sob a forma de uma oração.

A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de - orações subordinadas:
substantivas,
adjetivas e adverbiais.

Inicialmente estudaremos as orações subordinadas substantivas.

Orações Subordinadas Substantivas:

Geralmente iniciada por "que" (conjunção integrante), podendo também se iniciar com: "se",
"onde", "quando", "como", etc.
···· Tem valor de substantivo.
···· Podem ser trocadas por isso

São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por conjunção subordinativa
integrante (que, se)

a) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal.
Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva:
verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.
Ex.
É necessário que façamos nossos deveres.

- verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.
- Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir,constar,
parecer, importar, interessar, suceder, acontecer.
Ex.
Convém que façamos nossos deveres.

- verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.
Ex.
Foi afirmado que você subornou o guarda.

b) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.
(sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta.
Ex.
Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.

c) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.
(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Ex.
Lembro-me de que tu me amavas.

d) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal.
(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal.
Ex.
Tenho necessidade de que me elogiem.

e) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada
substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.
oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.
Ex.
Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

f) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal.
(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.
Ex.
A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.

I.P.C. As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:
····Pronomes interrogativos (quem, que, qual...)
····Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)
Perguntou-se quando ele chegaria.
Não sei onde coloquei minha carteira.

Oração Subordinada Adjetiva

Características da Oração Subordinada Adjetiva
···· É iniciada por um pronome relativo, geralmente que (= o qual, a qual, os quais, as quais).
····Tem valor de adjetivo.
····Não pode ser trocada por isso.

As orações subordinadas adjetivas podem ser


a) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Os alunos que assistiram à aula não precisam fazer o trabalho.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
(pois limita os alunos, restringe os alunos:
somente os que assistiram à aula é que não precisam fazer o trabalho).

b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

O homem, que se considera racional, às vezes age como um animal.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva explicativa
(não limita o homem; na verdade é uma idéia que
já está contida no conceito de homem; aparece sempre entre vírgulas).


Oração Subordinada Adverbial

····Tem valor de advérbio.

As Orações Subordinadas Adverbiais podem ser:

b) Causais: exprimem causa, motivo, razão.
Não poderei votar / uma vez que não transferi meu título.

b) Comparativas: contêm um fato ou ser comparado a um fato ou ser mencionado na oração
principal.
Receba os convidados / como um bom anfitrião (recebe).

Atenção: Observe que o verbo da oração principal é o mesmo da oração adverbial.

c) Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite.
Embora seja muito tarde / visitarei, ainda hoje, um amigo.

d) Condicionais: exprimem uma condição, uma hipótese.
Se você não me encontrar em casa, / deixe um recado com a minha mãe.

e) Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro.
Prepare tudo / como lhe ensinei.

Atenção: o verbo da oração principal não é o mesmo da oração adverbial conformativa (o que a
diferencia da oração adverbial comparativa, como já vimos).

f) Consecutivas: exprimem uma consequência, um resultado.
Ele é tão gordo, / que mal passa pela porta.

g) Finais: exprimem finalidade, objetivo

Vou estudar / para que eu passe no exame.

h) Proporcionais: denotam proporcionalidade
Quanto mais eu o vejo, mais o desejo.

i) Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal.
Quando você chegou, / eu saí.

Obs.: Para classificar a oração subordinada adverbial, basta obedecer à classificação das
conjunções subordinativas que a iniciam.

Orações Reduzidas

Oração reduzida é aquela que possui o verbo numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou
particípio.
Entre a oração principal e a oração reduzida não há conectivo.

Ex.:
Não dispondo de muito tempo, pedimos ajuda para o trabalho.
Oração subordinada causal reduzida de gerúndio (= porque não dispúnhamos de muito tempo)

A reunião feita pelos professores durou toda a tarde.
Oração subordinada restritiva de particípio (= a reunião que os professores fizeram)

É inútil gritar.
Oração subordinada subjetiva reduzida de infinitivo (= ...que se grite)




Agente da Passiva

É o termo que, na voz passiva, representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo.

Vejamos:

Voz ativa
O aluno fez a lição.
sujeito V.T.D. O.D.

Voz passiva
A lição foi feita pelo aluno.
Suj. paciente Verbo na voz passiva Agente da Passiva
(quem Pratica a ação na voz passiva)
Obs.: Somente os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos podem ser transformados em voz
passiva, pois é o O.D. da voz ativa que será o sujeito paciente da voz passiva.

Adjunto Adnominal
Junto Junto

Adjunto Adverbial

O adjunto adverbial é essencialmente um modificador de verbo, dando circunstância (idéia) de: lugar, tempo,
modo, intensidade, afirmação, negação, dúvida, causa, companhia, etc.
Pode também intensificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio.
É uma função desempenhada por advérbios ou locuções adverbiais.

verbo

Ex.:
Às 3 horas da tarde, todos saíram.
Adj. adverbial de tempo
(modifica o verbo sair, dando circunstância de tempo)

Ele corre muito.
Adj. adverbial de intensidade
(intensifica o verbo)

adjetivo

Ele é charmoso demais.
Adjunto adverbial de intensidade
(intensifica o adjetivo)


adv.
Acordei demasiadamente cedo.
Adjunto adverbial de intensidade
(intensifica o advérbio)




ADJUNTO ADNOMINAL


É o termo da oração que se refere diretamente a um substantivo, ligando-se a ele com ou sem
preposição, e tem a função de determiná-lo ou caracterizá-lo.
Ex.:
Aquelas duas notícias trágicas não foram publicadas.
(adj. adn)(subst)(adj. adn.)

São as seguintes as classes gramaticais morfológicas que podem desempenhar a função de um
adjunto adnominal.

Nome
a) artigo O menino saiu
adj. adn.

Nome
b) numeral Dois meninos saíram
adj. adn.

Nome
c) pronome adjetivo Meu pai saiu
adj. adn.

Obs.: o pronome adjetivo aparece sempre ao lado de um nome (como no exemplo dado).
Já o pronome substantivo substitui um nome, não pode, por isso, ser adjunto adnominal.

Aposto

Termo que explica, desenvolve ou resume um nome.


Geralmente vem separado por vírgulas, ou outro sinal de pontuação.

Exemplos:
Dr. Benevides, um famoso cirurgião, participará de um congresso nos
EUA.
Aposto (explica quem é o Dr. Benevides)

Fui à feira e comprei muitas coisas: Frutas, verduras, legumes e cereais.
Aposto (desenvolve o termo coisas)

Frutas, verduras, legumes e cereais: tudo estava muito caro.
Aposto (resume: frutas, verduras, legumes e cereais)


VOCATIVO

Vocativo ("evocare" = chamar)
Elemento (de natureza exclamativa) empregado para chamar por alguém ou quando nos dirigimos
a um ser (pessoa ou coisa).
É um termo à parte da oração e não exerce nenhuma função sintática.

Ex.: Deus! Oh, Deus! Onde estás que não respondes?
Vocativo (Castro Alves)
Maria, Venha aqui!
Vocativo




CONCORDÂNCIA NOMINAL

···· Os adjetivos (que funcionam como adjuntos adnominais) concordam em gênero e número com
o substantivo.
Seus interesses pessoais só me prejudicam.

···· Os adjetivos anteposto de dois ou mais substantivos devem concordar com o substantivo mais
próximo.
O hotel proporciona perfeito atendimento e localização.

···· Os adjetivos pospostos a dois ou mais substantivos podem concordar com o substantivo mais
próximo ou com todos eles.
O hotel proporciona atendimento e localização perfeita.
O hotel proporciona atendimento e localização perfeitos.

···· Adjetivo com função de predicativo de um sujeito ou de um objeto composto pode concordar
com os núcleos desses predicativos.
Pai e filho são amigos.

···· Adjetivo com função de predicativo de sujeito anteposto a esse sujeito pode concordar
apenas com o núcleo mais próximo ou ficar no plural.
É vergonhosa a fome e desemprego.
São vergonhosos a fome e o desemprego

···· Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo, podem ocorrer as seguintes
construções.
Estudo as línguas japonesa e chinesa.
Estudo a língua japonesa e chinesa.

···· Com numerais ordinais anteposto a um único substantivo, podem ocorrer as seguintes
construções.
Encontrei os alunos da 5ª e 6ª série.
Encontrei os alunos da 5ª e 6ª séries.

···· Próprio, mesmo, anexo, incluso, quite, obrigado concordam em gênero e número com
substantivo ou Pronomes a que se referem .
Elas mesmas farão as apresentações.
Estamos quites.
Seguem inclusas as notas fiscais .
Seguem anexos os recibos,
Ela lhe disse obrigada.
Obs.: em anexo invariável
Ex.: Seguem em anexo as notas fiscais.

···· Meia, bastante, como adverbio são invariáveis.
Meia classe participará do campeonato.
Bastante livros foram doados.

···· Meio, bastante como adverbio são invariáveis.
Estou meio chateada.
Eles são bastante gordos.

···· Substantivos desacompanhados de determinantes (artigos, pronomes, numerais) podem ter
sentido genérico. Desse modo: é proibido, é bom, é necessário, é permitido não variam.
É proibido entrada de pessoas estranhas.

Obs.: Se o substantivo for determinado, essas expressões são variáveis.
É proibida a entrada de pessoas estranhas.

····Alerta e haja vista são invariáveis.
Ex.: Todos estão alerta.
A situação e caótica. Haja vista o número de desempregados.
A situação e caótica. Haja vista os altos índices de desemprego.



CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra Geral

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
Nós compreendemos tudo

Sujeito Verbo
1ª pessoa do plural 1ª pessoa do plural

Regra Básica para o Sujeito Composto

···· Sujeito composto anteposto ao verbo o verbo vai para o plural.

Exemplo:
Ele e seu amigo conversam durante muito tempo
S. composto verbo no plural.

Atenção para o sujeito composto formado por pessoas gramaticais diferentes:
Teus amigos, tu e eu conversaremos
( = nós conversaremos)
A 1ª pessoa prevalece sobre as demais

Tu e teus amigos conversareis
( = vós conversareis)
A 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª
ou
Tu e teus amigos conversarão
( = vocês conversarão)
(forma já legitmada por grande parte dos gramáticos)

···· Sujeito composto posposto ao verbo o verbo pode concordar com o sujeito próximo ou ir para o
plural.
Pouco disse o prefeito e o vereador.
ou
Pouco disseram o prefeito e o vereador

···· Sujeito composto posposto ao verbo, com idéia de reciprocidade o verbo vai para o plural.
Olharam-se, com estranheza, gato e rato

Casos de Sujeito Simples que Merecem Destaque

···· Sujeito formado por expressão partitiva (parte de, uma porção de, a metade de, a maioria de, grande
parte de) e coletivos, quando especificados + substantivo ou pronome no plural o verbo pode ficar no
plural ou singular.
A maioria das pessoas gostou/gostaram do espetáculo.
Um bando de pássaros destruiu/destruíram a plantação.

···· Sujeito formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto
de) + numeral e substantivo o verbo concorda com o substantivo.
Mais de uma pessoa acertou na loto.
(faz a concordância com "pessoa")
Mais de cem pessoas acertaram na loto.
(faz concordância com "pessoas")

Obs.: Quando a expressão mais de um estiver associada a verbos que exprimem reciprocidade, deverá ser
empregado somente o plural.
Mais de mil pessoas se abraçaram depois de sessão.

···· Nome próprio precedido de artigo o verbo vai para o plural.
···· Nome próprio sem artigo o verbo fica no singular.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais é um estado brasileiro.

···· O sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural seguido de "de nós" ou "de vós" o
verbo pode concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal.
Quais de nós são/somos culpados?
Alguns de vós sabiam/sabíeis já o fato.

Obs.: Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo deve permanecer no singular.
Qual de nós é o culpado?

···· O sujeito é formado por expressão que indica porcentagem seguida de substantivo o verbo
concorda com o substantivo.
25% do orçamento foi para obras públicas.
70% dos entrevistados foram reprovados no teste.

Obs.: Se a expressão que indica porcentagem não for seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o
número.
99% querem a emenda.
1% é contra a emenda.

···· O sujeito é um pronome relativo o verbo concorda com o antecedente desse pronome.
Fui eu que fiz as compras.
Foste tu que fizeste as compras.
Ainda existem pessoas que são incapazes de uma caridade.

···· Com a expressão um dos que o verbo vai para o plural.
Ele é um dos deputados que lutaram pela emenda.

···· O sujeito é o pronome relativo que o verbo fica na 3ª do singular ou concorda com o antecedente do
pronome.
Fui eu quem fez o bolo.
Fui eu quem fiz o bolo.

Casos de Sujeito Composto que Merecem Destaque

Sujeito composto formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos o verbo vai para o plural ou
singular.

Descaso e desprezo marcam/marca sua conduta.

···· Sujeito composto formado por núcleos dispostos em gradação o verbo pode ir para o plural ou
concordar com o último núcleo do sujeito.
Ao seu lado, uma hora, um minuto, um segundo me bastam/basta.

···· Núcleos do sujeito composto unidos por ou ou nem o verbo fica no plural se o que se declara puder
ser atribuído aos 2 núcleos ou fica no singular se o que se declara for atribuído a apenas um dos núcleos.
Nem o aluno nem o professor acertaram a questão.
(os dois erraram)
Você ou ele será escolhido para o cargo.

···· Com a expressão um ou outro e nem um nem outro o verbo costuma ir para o singular ou pode ir
para o plural.

Um ou outro poderá/poderão fazer o trabalho.

···· Com a locução um e outro o plural de verbo é mais freqüente, embora também se use o singular.
Um ou outro podem fazer o serviço.
ou
Um ou outro pode fazer o serviço.

···· O sujeito é formado por núcleos unidos por com o verbo pode ficar no plural (os 2 núcleos recebem
um mesmo grau de importância) ou pode ficar no singular (enfatizando, assim, o 1º elemento).
O pai com o filho saíram juntos.
O pai com o filho consertou o carro (ênfase para o 1º elemento)

···· Núcleos do sujeito unidos por expressões como: não só ..., mas também; não só ... como também; não
apenas ... mas também, e outros semelhantes o verbo, de preferencia, fica no plural.
Não só ele como também você deverão realizar a tarefa.

···· Se os elementos de sujeito composto forem resumidos por um aposto è o verbo concorda com o aposto.
Muros, árvores, carros, tudo, a enchente levou.

O verbo e a palavra se

Como já vimos, emprega-se o pronome se:

···· Como índice de indeterminação de sujeito (com verbos intransitivos, transitivos direto e indiretos)
o verbo concorda com o sujeito.

3ª do singular
Precisa-se de empregados.

···· Como partícula apassivadora (com verbos intransitivos, transitivos diretos ou transitivos diretos e
indiretos) o verbo concorda com o sujeito.

3ª sing. Suj. sing.
Aluga-se uma casa na praia.

3ª plural Suj. Plural
Alugam-se casas na praia.

Concordância com os verbos haver, fazer, ser.

···· Verbo Haver significado existir é impessoal e deve ficar na 3ª do singular.

Havia pessoas demais ali
Deve haver soluções viáveis para o caso.

···· Fazer com idéia de tempo (cronológico ou meteorológico) permanece na 3ª do singular.
Faz frio.
Faz anos que não o vejo.

Obs.: Os verbos haver e fazer já foram estudados, quando vimos oração sem sujeitos.

Ser

···· Verbo ser entre substantivo comum no singular e substantivo comum no plural o verbo tende a ir
para o plural ou poderá ficar no singular por uma questão de ênfase.

Sua cama são algumas tábuas retorcidas (tendência mais comum).

···· Verbo ser entre substantivo próprio e substantivo comum ou entre pronome pessoal e substantivo
tende a concordar com o nome próprio e com o pronome.
O professor aqui sou eu.
Garrincha fez as incríveis diabruras com a bola.

···· Verbo ser entre substantivo e pronome não pessoal o verbo tende a concordar com o substantivo.
Tudo eram flores em sua vida.

···· Nas expressões que indicam quantidade o verbo ser
é invariável.
Vinte quilos é muito.
Dez minutos é pouco tempo.
Quinhentos reais é pouco para as compras.

···· Nas indicações de tempo o verbo ser concorda com a expressão mais próxima.
É uma hora
São três horas.
Já é uma e dez.
São cinco para as três.
Hoje são dezoito de dezembro.
(e: Hoje é (dia) dezoito de dezembro)
pode estar elíptico

DAR, BATER + horas concordam com o sujeito expresso hora(s).

3ª pl. sujeito plural
Deram onze horas no relógio.

3ª pl sujeito
Bateram cinco horas da tarde no relógio.

3ª sing.
Mas: O relógio deu onze horas.

3ª sing.
O relógio da catedral vai bater duas horas.

Flexão do Infinitivo:

Impessoal:
É proibido conversar com o motorista. (considere-se ao processo verbal)

Pessoal:
É bom sairmos já (pessoal è atribui-se um agente ao processo verbal)

Infinitivo não flexionado

···· Verbo assume valor substantivo
Dormir é bom

···· Infinitivo com valor imperativo
Direita, volver

···· Quando o infinitivo é regido de preposição "de", complementa um adjetivo e assume valor passivo.
Isso são ossos duros de roer (de serem roídos).

···· Quando o infinitivo é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo adjetivo ou
verbo da oração anterior.
Foram obrigados a ficar
Estão dispostos a aceitar
Eu os convenci a aceitar

···· Quando o infinitivo = verbo principal de uma locução verbal.
Queriam comparecer.
Estão a dizer que fui eu?

···· Quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa:
Um verbo auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ou
Um verbo auxiliar sensitivo (ver, sentir, ouvir, perceber)
Faça os ficar.
Não os vi entrar.
Deixaram-nos sair.

Obs.: Nas orações acima os pronomes oblíquos são sujeitos. (aparecem ao lado de um verbo causativo ou
sensitivo e de um outro verbo no infinitivo).

Forma flexionada

···· Quando o sujeito for diferente do sujeito da oração anterior.
Ouvi gritarem meu nome.
Suponho derem eles os responsáveis.

···· É optativo quando a oração que complementa um auxiliar causativo ou sensitivo apresentam como
sujeito um substantivo.
Mande os meninos entrarem.

···· Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o mesmo da oração anterior flexionado ou
não.
Eles iriam a Brasília para apresentarem sua proposta.
Ênfase no plural pouco recomendável.


V. parecer
Sing.
Elas parecem querer.
Elas [parece] quererem.

DICA DE CONCORDÂNCIA

Está certinha a frase:


a. É proibida entrada.
b. É proibido a entrada de estranhos.
c. É proibido saída pela porta dos fundos.

d. É proibido a falta de educação no recinto.

"Entrada é o substantivo. O adjetivo deveria concordar com ele. Ou não?"
Há mais mistérios sobre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia, já dizia Shakespeare. Com essa
expressão também. O x do quebra-cabeça é o artigo. Se o bichinho acompanhar o substantivo, proibido
concorda com ele. Caso contrário, nada feito. O adjetivo fica no masculino e não abre.
Compare:
É proibida a saída pela porta dos fundos. É proibido saída pela porta dos fundos.
*É proibida a falta de educação nas dependências desta empresa. É proibido falta de educação nas
dependências desta empresa.
É proibida a entrada de estranhos. É proibido entrada de estranhos.

resposta do teste: C



REGÊNCIA

Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro.
A palavra que depende é chamada de termo regido e a palavra da qual outra depende é chamada de termo
regente.

Ex.: A menina não gosta de jiló.

(regente) preposição (regido)

A regência pode ser nominal ou verbal.

REGÊNCIA NOMINAL

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo, ou advérbio) e os termos regidos por
esse nome.
Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência:

Observe:


Acesso a, em, para Gosto a, de, para, por, em
Acostumado a, com Inveja a, de
Amor a, de, para, para com Jeito de, para
Ânsia de, por Obediência a
Ansioso de, para, por Orgulhosos com, de, por
Apaixonado com, de, por Pronto a, para, em
Apto a, para Próximo a, de
Atenção a, para, sobre, com, para com Respeito a, de, por
Atencioso a, com, para com Feliz com, de, em ,por
Aversão a, em, para, por Contente com, de, em ,por
Digno de Aliado com, a
Estima a, por, de Simpatia a, para, com, por
Falta a, com, contra, para com Curioso de, por
Fértil de, em




REGÊNCIA VERBAL

É o estudo de relação que se estabelece entre os verbos e seu complementos.

DICA
A regência do verbo ir está do jeito que o professor gosta em:

a. Quando eu morrer, com certeza vou pro céu.
b. Vai pra Campos do Jordão no fim de semana?
c. Fui pro cinema, mas a fila estava muito grande.
d. Ele vai pra praia todas as manhãs.

Ir para quer dizer adeus: partir por longo tempo ou para ficar:
···· "Quando eu morrer, com certeza vou pro céu", escreveu Álvaro Moreyra.
····Vou para São Paulo. Lá, há mais oportunidades de trabalho.
····Quando me aposentar, vou para uma praia distante. Quero viver em contato com a natureza.

Ir a significa até logo, saída curta, pra voltar rapidinho:
····Vou ao cinema.
····Paulo vai a Curitiba fazer uma consulta médica.
····Você vai a Campos do Jordão no fim de semana?

Exceção? Só três. As diferenças confirmam a regra.
O lugar onde se mora, trabalha ou estuda pede para:
····Vou pra casa às 8h.
····Ele vai para a loja de ônibus.
····Vou para a universidade à tarde.
resposta do teste: A

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

Assistir

No sentido de "presenciar", "estar presente", "ver", deve ser transitivo indireto.
No sentido de "assessorar", "acompanhar", "prestar socorro" é transitivo direto.
O médico assiste seu paciente.
Assistimos o jogo pela tevê.

Obs.: Com o sentido de socorrer o verbo assistir admite também objeto indireto.
O sacerdote assistia aos doentes na sangrenta luta.

Com o sentido de "residir", "morar", "exerce um cargo em", intransitivo.
Ela assiste, atualmente, na secretaria da saúde.

Com sentido de "caber", "ser direito", é transitivo indireto.
Tais obrigações não assistem aos alunos.

Aspirar

No sentido de "sorver", "tragar", "respirar", é transitivo direto.
O aparelho aspirou todo o pó do carpete.
No sentido de "desejar", "pretender", é transitivo indireto.
Aspiro àquele cargo há anos.

Chegar

Deve-se dizer chegar a e não chegar em
"Cheguei à casa de minha mãe bem tarde.

Crer

No sentido de "acreditar", "dar como verdadeiro", é transitivo direto
Ex.: "Admito a possibilidade de milagres, creio os que a igreja manda crer".
(Rebelo da Silva)

No sentido de "ter fé", "ter confiança", é transitivo indireto.
É preciso crer na justiça.

No sentido de "julgar", "supor", é transitivo com predicativo do objeto.
Eu o creio (como) uma boa pessoa.

Obedecer e desobedecer

São transitivos indiretos.
Obedeço aos meus pais.
Obs.: Apesar de serem transitivos indiretos admitem a voz passiva analítica.
Meus pais são desobedecidos por mim.

Informar

Apresenta objeto direto de coisa e objeto indireto de pessoa.

Informe os preços das mercadorias aos clientes
O.D. O.I.

No período composto:

Informe aos clientes que os preços baixaram.
Informe-lhes que os preços baixaram.
Informe os clientes de que os preços baixaram.
Informe-os de que os preços baixaram.

Obs.: A mesma regência de informar cabe a avisar, certificar, notificar, prevenir.

Antipatizar, simpatizar

São verbos transitivos indiretos
Eu simpatizo com ele.
Não são verbos pronominais.
É incorreto dizer: Eu me simpatizo com ele.

Lembrar e esquecer

Lembrar admite 3 construções

O.D.
Eu lembrei o compromisso em cima da hora. (lembrar = recordar)

O.I.
Eu lembrei-me do compromisso em cima da hora. (lembra = recordar)

Sujeito
Lembrou-me agora aquele compromisso. (neste caso, o verbo tem o sentido de "ocorrer", "vir à mente" )

Com o verbo esquecer ocorre o mesmo:

O.D.
Esqueci o dinheiro.

O.I.
Esqueci-me do dinheiro.

Sujeito
Esqueceu-me o dinheiro da empregada.

Agradecer, perdoar, pagar

Esses verbos apresentam objeto indireto de coisa e objeto indireto de pessoa .

Agradeço sua colaboração. / Agradeço aos presentes.
Perdoei seus pecados. / Perdoei ao agressor.
Paguei as contas. / Paguei ao leiteiro.

Responder

É transitivo indireto.
Respondi a todas as perguntas.

Apesar de transitivo indireto, também admite voz passiva analítica.
Todas as perguntas foram respondidas por mim.

Agradar

No sentido de "fazer carinho", "acariciar", é transitivo direto.
O pai agradou o filho.

No sentido de "satisfazer", "ser agradável a", é transitivo indireto.
O cantor não agradou ao público.

Querer

No sentido de "desejar", "ter vontade de", é transitivo direto.
Queremos melhores condições de trabalho.

No sentido de "ter afeição", "amor" é transitivo indireto.
Quero muito aos meus pais.

Visar

No sentido de "mirar", "apontar", "pôr visto" ou "rubricar", é transitivo direto.
O arqueiro visou o alvo.

No sentido de "ter em vista", "ter como objeto", é transitivo indireto.
Ele visa a conquistar uma melhor posição social.

Preferir

No sentido de "gostar mais de", é transitivo direto e indireto.
Prefiro matemática a Português.

(É incorreta a construção: Prefiro matemática do que Português.)

(Não se deve também dizer: Prefiro mais... )

Gostar

No sentido de "experimentar", é transitivo direto.
Gostei o vinho chileno.

No sentido de "ter afeição a", é transitivo indireto.
Não gostei do que você fez.

Precisar

No sentido de "determinar com exatidão", é transitivo direto.
Precisei todos os prós e contras.

No sentido de "ter necessidade", é transitivo indireto
Não preciso do seu dinheiro para viver.

Ansiar

No sentido de "causar mal-estar", "angustiar", é transitivo direto.
O trabalho ansiava-o.

No sentido "desejar ardentemente" é transitivo indireto.
Ansiava pelo cargo há anos.

Namorar

É transitivo direto

Eu namorei Paulo durante dois anos.

(É incorreta a construção: Eu namorei com Paulo durante dois anos).

Nota

Sabemos que os pronomes pessoais do caso oblíquo que funcionam como objetos diretos são: o, a., os, as,
(que podem assumir as formas lo, la, los, las, no, na, nos, nas, dependendo das formas verbais a que estão
associados).
Já como objetos indiretos funcionam os pronomes lhe e lhes. Esses pronomes só acompanham os verbos
transitivos diretos para indicar posse (funcionando, neste caso, como adjunto adnominal).
Ex.: Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto).

Chamar

No sentido de "convocar", "solicitar a atenção ou a presença de" (em voz alta , é transitivo direto.
Por favor, chame-o mais cedo amanhã.
Chamei-a várias vezes, mas ela não me ouviu.

No sentido de "dominar", "tachar", apelidar", pode ser transitivo direto ou indireto. Normalmente é usado
com predicativo do sujeito, introduzido ou não pela preposição de.

A polícia chamou o homem mercenário / A polícia chamou-o mercenário.
A polícia chamou ao homem mercenário / A polícia chamou-lhe mercenário.
A polícia chamou o homem de mercenário / A polícia chamou-o de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário / A torcida chamou-lhe de mercenário.

Implicar

No sentido de "ter como conseqüência", "acarretar" e transitivo direto.
Sua negligência implicou o cancelamento do projeto.

No sentido de "ter implicância", é transitivo indireto.
Ela implica muito comigo.

No sentido de "envolver", "comprometer", é transitivo direto e indireto.
Acabaram implicando o mordomo no crime.



A CRASE

Crase é a fusão, a sobreposição de dois as, comumente preposição e artigo feminino.
a + a (s) = à(s)


I - CASOS EM QUE NÃO EXISTE ARTIGO, SENDO O " A" APENAS
PREPOSIÇÃO.

1. Antes de palavra masculina:
Voltamos a pé.
O artigo feminino não pode estar antes de palavra masculina.

2. Antes de artigo indefinido (um, uma):
Entregou-se a uma pessoa leviana.
Não pode haver, diante de um substantivo, ao mesmo tempo, um artigo definido (a) e um
indefinido (uma).

Nota:
Antes de uma poderá haver crase em duas hipóteses:
a) quando "uma" for numeral, caso em que é possível substituí-lo por "duas":
Ele chegou à uma hora.
Ele chegou às duas hora.
b) na expressão à uma, significando "ao mesmo tempo":
Todos à uma começaram a vaiar.

3. Antes de verbo:
Limita-se a cantar sambas.

Pode-se usar artigo antes de verbo (quando for substantivo), mas esse artigo será o masculino
(Gosto de ouvir o cantar dos pássaros), nunca o feminino.

4. Antes de pronomes, exceto os possessivos (ver o item IV):
Devo a ela minha aprovação. (pessoal reto)

Glória a ti, que soubeste vencer! (pessoal oblíquo)

Não me dirijo a qualquer pessoa. (indefinido)

Dedicou a vida a essa causa. (demonstrativo)

Solicito a V.Ex.ª um despacho favorável. (tratamento)

A quem te referes? (interrogativo)

Antes desses pronomes jamais aparece artigo.

Observação:
Os pronomes de tratamento senhor, senhora e senhorita admitem artigo, podendo ser
encarados, para efeito de crase, como palavras comuns.
Antes de pronomes relativos pode haver crase.

5. Quando a palavra que vem após o a (preposição invariável) estiver no plural:
Dedicava-se a causas nobres.
Se houvesse o artigo, esse deveria concordar com "causas", e o s apareceria.

Muita atenção para este caso:
trata-se de um a (preposição simples, sem s) e de uma palavra no plural (com s). Se
tivéssemos escrito "Dedicava-se às causas nobres", a construção seria outra na forma e no
sentido, e a solução é a do caso comum (item III).

6. Antes do sujeito:
Chegou a hora de resolver isso.
Ouvem-se, ao longe, as vozes dos animais.

Antes do sujeito, jamais haverá preposição.

II - CASO EM QUE NÃO EXISTE PREPOSIÇÃO, SENDO O "A(S)" APENAS
ARTIGO

- Quando, antes do a(s), houver uma preposição:

Insurgiu-se contra as autoridades.
Compareceu perante a comissão de inquérito.
Houve desavenças entre as partes.
O concerto foi marcado para as 21 horas.

As palavras contra, perante, entre e para, como já vimos, são preposições; não poderia haver
outra, a preposição a, junto ao artigo.

Observação:
Até, quando significa mesmo, ainda, é advérbio; por isso, pode haver crase depois dele:
O bom leitor dá atenção até às vírgulas.

III - CASO COMUM DE CRASE

1. Quando é que, "sobre" a preposição, está o artigo, caracterizando a crase?
Na prática, é muito simples fazer essa verificação; basta aplicar o seguinte artifício:
Substitui-se a palavra feminina que estiver depois do a(s) por uma masculina, respeitando a
estrutura da frase. Então:

a) se, no lugar do a(s), aparecer ao(s), haverá preposição e artigo; portanto, crase:
Não foi à festa das amigas.
(Não foi ao baile das amigas.)

Disse às amigas que estava resfriado.
(Disse aos amigos que estava resfriado.)

As combinações ao e aos que aparecem nos artifícios provam a existência das contrações à e
às (crase) nos exemplos.

b) se, no lugar do a(s), aparecer o(s), não haverá preposição e, evidentemente, não haverá crase:

Vendeu a casa em que morava.
(Vendeu o prédio em que morava.)

Perdi as peças do jogo.
(Perdi os dados do jogo.)

Os artigos o e os dos artifícios provam que a e as dos exemplos não passam também de
simples artigos definidos.

c) se, ao substituir-se a palavra feminina por uma masculina, permanecer, antes desta, a, isso
quer dizer que ele será apenas preposição.
Escreveu o bilhete a máquina.
(Escreveu o bilhete a lápis.)

Estávamos face a face.
(Estávamos rosto a rosto.)

Observação:
Como o artifício prova, essas expressões repetidas ("cara a cara", "boca a boca" etc.) jamais
apresentam crase.

2. Outros exemplos com respectivos artifícios:
- Escreveu à mãe, pedindo a grana de que precisava.
(Escreveu ao pai, pedindo o dinheiro de que precisava.)

- Minha boa mãe, devo à senhora as maiores alegrias da vida.
(Meu bom pai, devo ao senhor os maiores prêmios da vida.)

- À esquerda, navegava um barco a vela.
(Ao lado, navegava um barco a vapor.)

- Andava às cegas à cata de amigas; por isso, só encontrou as infelizes.
(Andava aos trambolhões ao encalço de amigos; por isso, só encontrou os infelizes.)

- Bebeu toda a cerveja, mas não aplacou a sede que, às vezes, lhe invadia a alma dilacerada.

(Bebeu todo o vinho, mas não aplacou o sofrimento que, aos ensejos, lhe invadia o coração
dilacerado.)

3. Às vezes, como no último exemplo, surge certa dificuldade para fazer a substituição, ou
porque não se encontra uma palavra masculina que agrade, ou porque a expressão em que está
o a(s) não tem similar com masculino.
No primeiro caso, basta dizer que a palavra masculina não precisa guardar qualquer relação de
sentido com a palavra feminina; o que interessa manter é a construção, a mesma estrutura frasal.
Por exemplo:
"Dirigiu-se à feira."
O artifício poderia ser: "Dirigiu-se ao mercado."
Mas também poderia ser:"Dirigiu-se ao cinema", "Dirigiu-se ao encontro", "Dirigiu-se ao
inferno."

No segundo caso, ou seja, quando não há similar com masculino, a solução é familiarizar-se
com tais expressões, que não são muitas.

Eis as mais freqüentes:

à baila à gandaia à procura de às tontas
à bessa à grande à regalada às vezes
à bica à guisa de às apalpadelas à superfície
à bruta à larga às avessas à testa de
à busca de à luz de às boas à toa
à cata de à maneira de às carradas à tona
à custa de à mão às cegas à traição
à disposição à míngua às claras à unha
à espera de à mercê de às escondidas à vela solta
à força à mostra às ocultas à vista
à frente à parte às pressas à vontade

4- Em duas circunstâncias, a palavra feminina a substituir está subentendida:

a) Fui à Casa Campos
Refere-se à Globo.

b) Estava vestido à polonesa.

Ainda há quem escreva à Vieira.

No primeiro caso, é uma palavra de natureza genérica ("empresa", "livraria", "companhia",
"construtora", "oficina" etc.) a que pertence o nome próprio.
Assim:
Fui à empresa Casa Campos
Refere-se à Livraria do Globo.

O artifício provaria:
Fui ao reduto Casa Campos.
Refere-se ao livreiro do Globo.

No segundo caso, subentende-se a palavra "moda":

Estava vestido à moda polonesa.
(Estava vestido ao jeito polones.)

Ainda há quem escreve à moda de Cardin.
(Ainda há quem escreva ao estilo de Cardin.)

5. Crase antes de hora.
Caso interessante ocorre quanto à crase antes de horas, não por ser realmente um caso à
parte, mas pelos inúmeros ditos e até escritos estapafúrdios que sobre isso surgem. Na realidade,
não há nada de novo a acrescentar. O que foi dito até aqui vale também para esse caso. Assim,
antes de horas, pode ou não haver crase, bastando aplicar os mesmos recursos:
Compareceu às 15 horas.
(Compareceu aos 15 minutos.)

À 1 hora, irá ao encontro.
(Ao 1º minuto, irá ao encontro.)

Virá daqui a duas horas.
(Virá daqui a dois minutos.)

A prova estava marcada para as 10 horas.
("Para" é preposição. Veja o Item II).

Os estabelecimentos deveriam abrir das 10 às 16 horas.
(Os estabelecimentos deveriam abrir dos 10 aos 16 minutos.)

IV - CASOS FACULTATIVOS

1. Antes dos Pronomes Possessivos
O emprego do artigo antes desses pronomes é facultativo.
Por isso, diz-se que a crase antes deles é facultativa. É, mas em certa circunstância e nada
mais.
Comecemos por examinar estes exemplos:

a) Dirigiu-se humildemente a seu pai.
b) Disse não dever nada a seus irmãos.
c) Disse não dever nada a suas irmãs.

Pelas razões expostas no item I (1 e 5), em nenhuma dessas frases existe artigo, não se
caracterizando, portanto, a crase. Se quisermos dispor da faculdade de usar os artigos, teremos:

a) Dirigiu-se humildemente ao seu pai.
b) Disse não dever nada aos seus irmãos.

E, obrigatoriamente:

c) Disse não dever nada às suas irmãs.

Na última frase, existe a preposição (quem deve, deve algo a alguém), e passou a existir o
artigo, comprovado pelo s; portanto, existe a crase indicada.

Vejamos, agora, estes exemplos:

a) Por que vendeste a tua casa?
b)Não me interessam as tuas angústias.

Aqui, a indicação da crase nem é facultativa nem é obrigatória: é proibida, porque não há
preposição, mas apenas artigos facultativamente usados. Tanto que poderíamos escrever:

a) Por que vendeste tua casa?
b) Não me interessam tuas angústias.

Examinemos, enfim, os exemplos seguintes:

a) Dirigiu-se humildemente a sua mãe.
b) Dirigiu-se humildemente à sua mãe.

Ambos estão certos, porque existe a preposição (quem se dirige, dirige-se a alguém), e o artigo
é facultativo, sendo facultativa a indicação de crase.

Conclusão:
Para haver crase facultativa antes de possessivo, é preciso que ele esteja no feminino singular
e que haja preposição. Nos demais casos, ou a crase é proibitiva ou é obrigatória.

2. Antes de Antropônimos (nomes de pessoas) Femininos
Sendo o uso do artigo facultativo antes dos nomes próprios de pessoas, é facultativo o uso da
crase, bastando que o nome seja feminino e que haja preposição.

a) Pediu um empréstimo a Helena.
b) Pediu um empréstimo à Helena,.

Evidentemente, sem preposição não se admite crase.

Vi a Helena no cinema.

Neste caso, o que se pode fazer é não usar o artigo, mas jamais indicar crase.

Vi Helena no cinema.

O artifício de substituir por nome masculino funciona aqui da seguinte maneira: surgindo a ou
ao, a crase é facultativa; aparecendo o ou nada, é proibida.

V - CASO DOS TOPÔNIMOS (nomes de localidades)

Se o topônimo admite artigo feminino e houver preposição, haverá crase:
Referiu-se à França.

Mas se o topônimo não admite artigo, de forma nenhuma haverá crase:
Disse que iria a Paris.

O recurso para verificar se o nome da localidade admite ou não artigo é colocá-lo no início de
uma frase qualquer, em função de sujeito.
A França possui muitos monumentos famosos.
A Bahia é a terra de Castro Alves.
Paris é centro cultural.
Santa Catarina progrediu muito.

França e Bahia admitem artigo; Paris e Santa Catarina rejeitam-no.

Observe bem que o fato de o nome da localidade admitir artigo não é a razão suficiente para a
existência da crase;é imprescindível que haja também a preposição:
Percorreu a Itália de automóvel.
Fazia à Itália os maiores elogios.

Itália admite artigo (A Itália exporta gente), mas só no segundo exemplo há também a
preposição.
Cumpre destacar que todo topônimo acompanhado de um elemento determinante admite
artigo. Roma não admite artigo (Roma era dissoluta), porém, se colocarmos ao seu lado o
determinante antiga ou dos césares etc., passará a aceitá-lo.
A Roma antiga era dissoluta.
A Roma dos césares era dissoluta.

Por conseguinte, há crase em frases como:
Referiu-se à Roma antiga.
Devemos muito à Roma dos césares.

VI - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O PRONOME DEMONSTRATIVO A(S)
ANTES DE QUE, QUEM, QUAL, QUAIS E DE.

Nada parece mais difícil aos leigos do que reconhecer a crase antes do que, quem, qual, quais
(pronomes) e de (preposição). Isso é, todavia, talvez mais fácil do que nos outros casos. Bastará
aplicar o mesmo artifício de substituição da palavra feminina por uma masculina, com a diferença
de que, nesse caso, a palavra a ser substituída estará antes do a(s) e não depois.

Exemplos:
1) A rua a que nos dirigimos é paralela à que te referes.
(O rio a que nos dirigimos é paralelo ao que te referes.)

2) A casa de Maria é semelhante à que pretendo construir.
(O lar de Maria é semelhante ao que pretendo construir.)

3) A reunião à qual não compareceste terminou cedo.
(O encontro ao qual não compareceste terminou cedo.)

4) As obras recentemente iniciadas, às quais se destinou vultosa verba, serão concluídas antes
do prazo.
(Os prédios recentemente iniciados, aos quais se destinou vultosa verba, serão concluídos
antes do prazo.)

5) A sabedoria de certos homens é igual à dos burros.
(O saber de certos homens é igual ao dos burros.)

Observações:
1) No caso do que, ao aplicar o artifício, é preciso tomar cuidado para não substituí-lo por qual
ou quais, pois isso dará solução errada.
Esta é a obra a que me dedico.
Artifício certo: Este é o livro a que me dedico.
Artifício errado: Este é o livro ao qual me dedico.

2) O de pode estar combinado com outras classes, o que em nada altera a regra.
Minha opinião é oposta à daqueles que fazem a guerra.
(Meu parecer é oposto ao daqueles que fazem a guerra.)

3) Antes de quem, que entrou aqui por uma questão didática, nunca aparece crase.
Esta é a moça a quem dedicou seus poemas.
(Este é o povo a quem dedicou seus poemas.)

VII - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O A INICIAL DE AQUELE(S),
AQUELA(S), AQUILO.

O pronome demonstrativo aquele e suas variantes pode contrair-se com a preposição:
a + aquele(s) =àquele(s)
a + aquela(s) =àquela(s)
a + aquilo =àquilo.

Como verificar a existência dessa preposição nas frases?

É só substituir aquele(s), aquela(s) ou aquilo por este(s), esta(s) ou isto. Se, na substituição,
aparecer um a, será a preposição, comprovando a existência da crase.

O que dizer àqueles que não escutam?
(O que dizer a estes que não escutam?)
Àquela que vencer daremos uma viagem.
(A esta que vencer daremos uma viagem.)
Referiu-se àquilo como coisa certa.
(Referiu-se a isto como coisa certa.)

Se nada aparecer antes de este(s), esta(s) ou isto, não haverá crase "sobre" aquele(s) ,
aquela(s) ou aquilo.

Percorria aqueles caminhos com desenvoltura.
(Percorria estes caminhos com desenvoltura.)
Eram muito tristes aquelas cenas da guerra.
(Eram muito tristes estas cenas de guerra.)
Aquilo não era coisa que se fizesse.
(Isto não era coisa que se fizesse.)

RESUMINDO

NÃO, ANTES DE
···· Pronomes relativos (ex: eis a mulher a cuja empregada ajudamos)
···· Verbos (ex: a fazer)
···· Artigo indefinido (ex: a uma)
···· Pronome pessoal (exs: a ela, a V.a)
···· Pronome indefinido (a cada, a toda, a alguma, a nenhuma, a essa, a esta, a certa)
···· Pronome interrogativo (ex: A qual?)
···· Locuções repetidas (ex: gota a gota)
···· Preposição (ex: ante a comissão)
···· Terra # bordo (ex: o navio voltou a terra)
···· Casa = residência (ex: voltei a casa)
Obs: voltei à casa dos sonhos (com complemento = determinada)
às sete horas / refiro-me às três candidatas (numeral determinado)
não vejo bem a distância / ele estava à distância de dez metros (com complemento)

SIM, ANTES DE
···· Locuções adverbiais femininas (exs: às vezes, à noite)
···· Locuções conjuntivas femininas (ex: à medida que)
···· Locuções prepositivas femininas (exs: em frente à grade, à procura de)
···· Pronomes demonstrativos (ex: àquele, àquilo)
···· Conjunção proporcional (à medida que, à proporção que)
···· Horas (ex: às 13:00 horas)
···· "À moda" (ex: à inglesa)
···· Nome de lugar (ex: fui à Bahia)

Obs: vou a Roma (venho de Roma), vou à Itália (venho da Itália)
resposta igual à que dei (determinada)

OPCIONAL

···· Pronomes possessivos (ex: a/à sua, a/à dela)
···· Substantivos próprios (ex: a/à Sônia por: Virá daqui a um minuto (só preposição, sem artigo).




INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Compreensão, Interpretação e reescritura de textos com domínio das relações morfossintáticas semânticas e
discursivas.
Texto
A palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta a idéia
de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo
inter-relacionado, um todo coeso e coerente.

Os concursos, de uma forma geral, apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a
identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua
por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se,
assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele
remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor
diante de uma temática qualquer.
Denotação e Conotação
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por
esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante +
significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real.
Já a conotação é um sentido que só advém à palavra numa dada situação figurada, fantasiosa e que, para sua
compreensão, depende do contexto.
Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e
significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o
espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações).
Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um
sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe
completem e esclareçam o sentido.
Como Ler e Entender Bem um Texto
O homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de
estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo
socialmente por meio do seu discurso.

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa.
A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura,
extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a
interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma
palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual,
favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a
captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros
textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos
literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas
que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais
marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que
responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à
pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais
completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de
análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A
descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no
candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta
maneira a resposta será mais consciente e segura.

TEXTO LITERÁRIO
Conotação Figurado, subjetivo Pessoal

TEXTO NÃO-LITERÁRIO
Denotação Claro, objetivo Informativo

TIPOS DE COMPOSIÇÃO

1. Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação
de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar
aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas
de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito
mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas.

2. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos
constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da
descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito.

A Narração envolve:
I) Quem? Personagem;
II) Quê? Fatos, enredo;
III) Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
IV) Onde? O lugar da ocorrência;
V) Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
VI) Por quê? A causa dos acontecimentos.

3. Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em
argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é
necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a
fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Instruções Gerais

Em primeiro lugar, você deve ter em mente que interpretação de textos em testes de múltipla escolha
pressupõe armadilhas da banca. Isso significa dizer que as questões são montadas de modo a induzir o
incauto e sofrido concursando ao erro. Nesse sentido, é importante observar os comandos da questão (de
acordo com o texto, conforme o texto, segundo o autor...). Se forem esses os comandos, você deve-se limitar
à realidade do texto. Muitas vezes, as alternativas extrapolam as verdades do texto; ou ainda diminuem essas
mesmas verdades; ou fazem afirmações que nem de longe estão no texto.

Exemplo de Editorial

Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de
canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...)
Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista, sob influência do Renascimento, mitigou a
violência antropofágica com imagens idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de
europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor holandês Rubens.
No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e
nada idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A
Antropologia persegue a mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua
diversidade desconcertante.
Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais
alimentar.
Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis
misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que,
na antropofagia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma
do morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os olhares
preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas
indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos.
É sagrado.
(adaptado de: Superinteressante, agosto, 1997, p.4)

Questão 15 da prova de 98
Considere as seguintes informações sobre o texto:
I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como único objetivo tornar o leitor mais informado acerca
da história dos índios brasileiros.
II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o canibalismo entre índios brasileiros.
III - Um dos principais assuntos do texto é a história da arte no Brasil.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III

Resposta correta: B

Comentários:
A afirmação I usa a palavra único, e você deve ter muito cuidado com essa palavrinha, geralmente ela traz
uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem além de ter como único objetivo informar sobre a
história dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da antropofagia deles.
A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte está longe de ser um dos assuntos principais do texto.
Essas afirmações da banca merecem algumas observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz: "Segundo o
próprio autor do texto". Mas quem é esse autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há um autor
expresso. A afirmação II, considerada como certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um artigo
jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um
artigo. Percebe-se aqui que os professores que elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a nomenclatura
textual do moderno jornalismo.

Testes

Vamos aproveitar alguns textos de provas de vestibulares, para formularmos algumas questões bem
emblemáticas em relação à interpretação de textos.

Questão 1
Qual das alternativas abaixo é a correta:

No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma mesma
etnia nas propriedades e nos navios negreiros.

A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos
navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África
dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a
preservação das línguas.

B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato,
impediu a formação de núcleos solidários.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os
dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de
quilombos e a realização de batuques e calundus. (...)

C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando
quilombos e realizando batuques e calundus.
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que
causavam pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo
os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma
consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos
empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.

D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações
maiores.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas - e indígenas - como um mal necessário à
manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam
as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se
envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira, residente em Angola no final
do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.

E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre
alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.

(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e
SOUZA. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.)

Resposta

A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza impedir. Eles
são semanticamente bem distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o texto. Cuidado com os advérbios.

B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade cultural dos negros. No texto, foram a multiplicidade e as
hostilidades recíprocas. Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do texto.

C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o texto usa entre eles. Novamente, temos uma redução,
uma diminuição da verdade textual.

D) O texto não explica a falta de empenho da Inquisição, dessa maneira a afirmação não está no texto. Trata-
se de um acréscimo à realidade textual.

E) Resposta Correta.

Questão 2

Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.

A) Sendo a cultura negra um mal necessário para a manutenção dos escravos, sua eliminação foi um erro das
autoridades coloniais portuguesas.

B) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos negros a se converterem ao catolicismo europeu e a
abandonarem sua religião de origem.

C) As autoridades portuguesas conduziam a política escravagista de modo que africanos de uma mesma
origem não permanecessem juntos.

D) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial, tendo os escravos preservado apenas alguns
traços culturais, como sua religião.

E) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e calundus, causava danos às pessoas de
origem européia.

Resposta

A) O texto não classifica como erro das autoridades coloniais. Essa é uma inferência que o leitor poderá
fazer por sua conta e risco.

B) O autoritarismo era dos proprietários de escravos e das autoridades. Busca-se aqui confundir o aluno
dizendo que era o autoritarismo dos religiosos. Há uma troca, uma inversão das afirmações do texto.

C) Resposta Correta: Essa afirmação está no texto.

D) A afirmação contradiz o que está no texto. As línguas africanas foram, inclusive, aprendidas por alguns
clérigos.

E) A afirmação exagera a verdade textual. O autor não chega a tanto. Se você chegar a essa conclusão é por
sua conta e risco.

Questão 03

Marque a alternativa correta, segundo o texto
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as
descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na
evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de
maneira livre, contínua.

A) O avanço do conhecimento sempre será por um processo linear, do contrário não será avanço.
Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924)
pelo romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos
episódios mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a pior mancha na história da medicina.

B) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior mancha na história da medicina.

C) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade preponderava no cientificismo.
Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena,
constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas da
maternidade. Numa delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras.
Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias.
Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e
morreu. Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à manipulação de tecidos nas aulas de
anatomia.
Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês
seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os
dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as pias - atribuídas à superstição -,
arrancadas.

D) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de contágio.

Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia
de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865, invadiu uma sala
de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava
certo.

E) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da inveja comum ao meio.
Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo científico.
Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita
primitiva isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia
crendice.

(Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição. Folha de S. Paulo, São Paulo 30 abril de
1998.)

Vocabulário
Inexorável - inabalável - inflexível
Lúgubre - triste - sombrio - sinistro
Estapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo -
Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de fazer algo para impedir o esclarecimento das massas

Resposta

Atente para este texto: trata-se de um artigo jornalístico. Observe como ele atende às características
assinaladas na tipologia textual do jornalismo.

A) Observe que o texto usa o advérbio normalmente, mas a afirmação emprega sempre, mudando a verdade
do texto.

B) Novamente, se compararmos com o texto, veremos que o autor afirma que o episódio talvez seja a pior
mancha da história. Na afirmação, foi usado o advérbio indiscutivelmente acrescido de a pior mancha. Trata-
se de um exagero, um acréscimo à realidade do texto.

C) Resposta Correta: O texto afirma que nem sempre o avanço do conhecimento é um processo linear.

D) A ala dos estudantes apresentava maiores problemas de contágio, pois as pias foram instaladas lá,
justamente para lavar as mãos dos estudantes que trabalhavam na dissecação de cadáveres.

E) A inveja não é abordada pelo texto, portanto trata-se de uma exterioridade. Você, pode achar verdadeiro,
mas a conclusão será pessoal

Questão 04

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada.

B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta.

C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal.

D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta.

E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande estupidez.

Questão 05

A partir da leitura do texto, é possível concluir que:

A) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano.

B) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que não podia ser
provada cientificamente.

C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa do século
passado.

D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão.

E) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição de sua descoberta.

Questão 04 - Resposta

Instruções:

As questões 4 e 5 devem merecer atenção. Estamos diante de questões de inferências. As alternativas
corretas não estão propriamente no texto, mas poderemos chegar facilmente a elas, ou seja, o autor nos
autoriza a concluir por elas.

A) O autor não classifica de atrasada a medicina européia da época.

B) Novamente o advérbio colocado para trair a atenção do aluno: sempre. Trata-se de um acréscimo, de um
exagero.

C) Não foi moderadamente. De novo o advérbio. Veja como as armadilhas são sempre as mesmas. Se você
as conhecer, ficará bem mais fácil chegar à resposta correta.

D) O texto simplesmente diz que ele se feriu. Não dá as causas.

E) Resposta Correta: Foi de fato uma estupidez. Essa é uma conclusão possível do texto. Observe que o autor
declara: "Mais incrível é o que aconteceu em seguida".

Questão 05 - Resposta

A) O livro foi recentemente publicado no Brasil.

B) Os microorganismos eram desconhecidos à época. Essa alternativa é perigosa, pode confundir o aluno.

C) Não há referência sobre essa afirmação. Os motivos, como já vimos, foram outros.

D) Semmelweis foi execrado por ter sido desmentido e por suas descobertas serem atribuídas à superstição.

E) Resposta Correta: Pode-se, tranqüilamente chegar a esse conclusão.

Questão 06

Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra xamã, o processo mais eficiente para buscar no
próprio texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em

A) considerar que a palavra encontra sua referência na cultura italiana, já que foi empregada pelo tradutor da
obra para o italiano.

B) Observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de pronome indefinido e antes de preposição.

C) Relacionar o seu significado às palavras leitor e prefácio.

D) Relacionar o seu significado às expressões cultura dita primitiva e rituais de purificação.

E) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma terminação, como iansã, romã e anã.

Resposta

Todas as provas DE CONCURSOS PÚBLICOS ou VESTIBULA RES trazem questões de vocabulário.
Empiricamente, você, candidato, quando não sabe o significado de uma palavra, busca o contexto. Cuidado!
Não é o contexto sintático. Saber se uma palavra exerce a função de sujeito ou de objeto não define o seu
valor semântico. Não confunda semântica com sintaxe. Xamã está no campo de ação de palavras dessa
cultura primitiva. A resposta correta, portanto, é D. Atente para a alternativa E: dá a nítida impressão de bom
humor. A banca também se diverte. O que anã e romã tem em comum com xamã? Gozação.

As questões a seguir estão baseadas no seguinte texto:

01 Lá pela metade do século 21, já não 02 haverá superpopulação humana, como 03 hoje. Os governos de
todo o mundo - 04 presumivelmente, todos democráticos - 05 poderão incentivar as pessoas à reprodu- 06
ção. E será melhor que o façam com as 07 melhores pessoas. A eugenia humana - 08 isto é, a escolha dos
melhores exemplares 09 para a reprodução, de modo a aprimorar a 10 média da espécie, como já se fez com
ca- 11 valos - encontrará o período ideal para 12 sair da prancheta dos cientistas para a vi- 13 da real.
Pessoas selecionadas por suas 14 características genéticas serão emprega-15 das do estado. O
funcionalismo público te-16 rá uma nova categoria: a dos reprodutores.17 Este exercício de futurologia foi
apresen-18 tado seriamente pelo professor do Institu-19 to de Biociências da USP Osvaldo Frota-20 Pessoa,
em palestra no colóquio Brasil-Ale-21 manha - Ética e Genética, quarta-feira à 22 noite. [...] Nas
conferências de segunda e 23 terça, a eugenia foi citada como um perigo 24 das novas tecnologias, uma
idéia que não 25 é cientificamente - e muito menos etica- 26 mente - defensável.

(TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror. Zero Hora, 6.10.95, p. 5, 2º Caderno)

Questão 07

Considere as seguintes afirmações sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata o texto.

I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico,
como indica o primeiro parágrafo.

II. O autor trata as idéias do professor Osvaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da
palavra seriamente na linha 18.

III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos cientistas com relação à eugenia humana, o autor revela
que esta é uma concepção controversa.

Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.

Questão 08

Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.

A) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas é
considerado excessivo.

B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para a
reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial.

C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor Frota-
Pessoa é a futurologia.

D) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a ética.

E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá uma
oportunidade de trabalho apenas para homens.

Questão 09

Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana:

I. O uso restritivo da palavra humana (linha 07), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 07) não se
refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie.

II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos
quais será feita a seleção dos melhores exemplares.

III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico.

Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.

Questão 07 - Resposta

Normalmente em provas de Concursos e Vestibulares é solicitado do concursando este tipo de informação:
saber de quem é a opinião. Muitas vezes, como é este o caso, o autor apenas expressa o ponto de vista de
outra pessoa.

A resposta correta é D.

Questão 08 - Resposta

A) Resposta Correta: Hoje existe superpopulação.

B) A causa da queda da população não foi revelada no texto.

C) Esta conclusão é falsa. O tal professor fez apenas um exercício de futurologia. Novamente a banca tenta
iludir e confundir você. Cuidado!

D) Aqui temos uma troca: o maior perigo das novas tecnologias não é a ética, mas sim a eugenia.

E) Em absoluto o texto afirma que são os homens: aborda as pessoas em geral. Além disso, também não faz
afirmações sobre o mercado de trabalho.

Questão 09 - Resposta
O uso restritivo de humana diz exatamente isto: humana. Logo, não se estende a outras espécies.
Resposta Correta: D

Texto
O peso original volta depois das dietas 01 O corpo humano, mesmo submetido 02 ao sacrifício de uma dieta
alimentar 03 rígida, tem tendência a voltar ao peso 04 inicial determinado por um equilíbrio 05 interno,
segundo recente estudo reali- 06 zado por cientistas norte-americanos. 07 Depois do aumento de alguns
quilos 08 supérfluos, o metabolismo buscará 09 eliminar o peso excessivo. 10 O corpo dispõe de um

equilíbrio que 11 tenta manter seu peso em um nível 12 constante, que varia em função de 13 cada indivíduo.
O estudo sugere que 14 conservar o peso do corpo é um fenô- 15 meno biológico, não apenas uma ati- 16
vidade voluntária. O corpo ajusta seu 17 metabolismo em resposta a aumentos 18 ou perdas de peso. Dessa
forma, 19 depois de cada dieta restrita, o metabo- 20 lismo queimará menos calorias do que 21 antes. Uma
pessoa que perdeu recente- 22 mente pouco peso vai consumir menos 23 calorias que uma pessoa do mesmo
24 peso que sempre foi magra. A pesquisa 25 conclui que emagrecer não é impossí- 26 vel, mas muito difícil
e requer o consu- 27 mo do número exato de calorias quei- 28 madas. Ou seja, uma alimentação mo- 29
derada e uma atividade física estável a 30 longo prazo.
(Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995)

Questão 10
Segundo o texto, é correto afirmar:

A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno do peso corpóreo.

B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico.

C) Conservar o peso não depende somente da vontade individual.

D) O ajuste de peso significa queima de calorias.

E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma dieta.

Questão 11
Das opções abaixo, todas podem substituir, sem prejuízo ao texto, a palavra rígida (l. 03),

A) menos rigorosa
B) austera
C) severa
D) íntegra
E) séria

Questão 10 - Resposta
Antes de mais nada, observe que o texto é um editorial de um caderno de Zero Hora. Portanto, não há um
autor em especial declarado.

A) O texto busca exatamente mostrar o contrário.

B) Conservar o peso é um fenômeno biológico. Temos, de novo, uma inversão com o objetivo de confundir o
aluno.

C) Resposta Correta: Existem outros fatores.

D) Essa afirmação não está no texto.

E) O número exato de calorias queimadas depende de outros fatores.

Questão 11- Resposta
Esse tipo de questão é muito comum: ele propõe a substituição de palavras. Em alguns Concursos ou
Vestibulares, em vez de uma, aparecem três palavras, tornando o exercício mais trabalhoso. A palavra rígida
só não pode ser substituída por íntegra, que vem de integridade, honestidade.

CRITÉRIOS PARA UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTOS

O que observar ?

I - Quanto ao aspecto estético;

- legibilidade da letra;
- travessão;
- paragrafação;
- ausência de rasuras

II - Quanto ao aspecto gramatical:
- Ortografia;
- Acentuação;
- Concordância;
- Pontuação;
- Colocação pronominal;
- Regência Verbal.

III- Quanto ao aspecto estilístico :
- Repetição de palavras;
- Frases longas. Emprego de palavras desnecessárias ;
- Uso inadequado do pronome onde;
- Uso de adjetivos inexpressivos. Presença de elementos da língua falada (oralidade);
- Emprego repetitivo das palavras que, porque e mas;
- Prolixidade.

IV- Aspecto estrutural
Na narrativa
- Presença de um conflito básico ou de uma idéia central, seqüência lógica - temporal.
- Seqüência entre as idéias.
- Presença de aspectos pertinentes à idéia (conflito) central.
- Mundo interior da personagem (o que ela pensa e sente).
- Seleção das falas da personagem.
- Caracterização física e/ ou psicológica da personagem.
- Criação do suspense.
- Desfecho, Coerência do foco narrativo.
- Coerência entre os fatos apresentados.

Na descrição
- Descrição das personagem (s) com características físicas e psicológicas.
Seleção dos detalhes com uma idéia básica.

Na dissertação
- Seleção dos argumentos.
- Análise de efeitos argumentativos de um recurso expressivo.
- A Tese.
- Desenvolvimento da análise de um problema.
- Esquema de argumentação.

I - NARRAÇÃO

A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de
caráter dinâmico, onde o verbo predomina.
É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de fatos envolve: - -
- um narrador na 1° ou 3° pessoa;
- apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de importância das circunstâncias que o envolveram.
A caracterização é a fala dos personagens.
O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, acaba por impor condições para o
desenvolvimento dos demais elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-personagem
(aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma maneira, envolvido na história que conta) não tem, a
princípio, acesso ao mundo interior das outras personagens, não possui um conhecimento pleno sobre a
totalidade dos seres que participam de sua história . Se por acaso, um narrador personagem passar mais
informações que as possíveis para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da veracidade do

narrado, questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como um mentiroso
salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual.
Todo assunto deve ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo).

Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro das atenções.
Ex: "Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos perfeitos,
Porém, eu tenho esse defeito.

Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando completamente
fora da estória, servindo apenas como interlocutor.
Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, Cheia de espinhos, cheias de pedras, Sobem a ladeira que levam a Deus,
e vão cantando louvores pelo caminho.".

A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço.
- tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles se dão no mundo
real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós nos envolvemos em um tempo
que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a personagem, um minuto pode parecer uma
eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida num instante.
Uma outra característica que merece ser destacada é a que diz respeito ao próprio ritmo da narrativa.
Sabemos que os acontecimentos podem ser narrados conforme uma estruturação de temporalidade
seqüencial (os fatos seguem-se uns aos outros , na medida em que aconteceram, ou acontecem) ou
rompendo-se essa estruturação através de flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações).
- espaço pode ser:
físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc;
social; aglomerado de pessoas com objetivos comuns, ou seja, onde os indivíduos se congregam para fins
sociais: cinema, sala de aula, baile.

Discurso direto e indireto

O discurso direto identifica-se com a fala dos personagens, quando o narrador está falando e transfere suas
falas às personagens, nesse momento as personagens assumem o fio da narrativa. Ocorre a introdução do
verbo dizer e outros sinônimos, e dos sinais específicos de pontuação (:-).
Ex: O menino disse: - Hoje não quero ir à escola.
A mãe retrucou: - Não posso aceitar que você não vá.

No discurso indireto, só o narrador fala pelos personagens. Os sinais de pontuação são trocados pela
conjunção que, conservando-se o verbo dizer ou seus sinônimos.
Ex: O menino disse que não queria ir à escola, a mão retrucou que não poderia aceitar que ele não fosse.

Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos que estão no presente vão para o passado, os que
estão no passado vão para o mais-que-perfeito, "isto aqui" vira "aquilo lá" e "esta" vira "aquela".
Na passagem do indireto para o direto, fazemos o caminho contrário.

Veja alguns exemplos:
Do direto para o indireto:
- A chuva veio logo, disse ele.
Ele disse que a chuva vinha logo.

- Estas memórias vão dar o que falar - admitia esfregando as mãos contentes, ao reler esses lances inéditos.
Admitia esfregando as mãos contentes, ao reler aqueles lances inéditos, que aquelas memórias iam dar o
que falar.

Do indireto para o direto:
O marido perguntou se Diva queria café no quarto.
O marido perguntou:
- Quer café no quarto, Diva ?

Rodrigo perguntou se tu falaste com o Dr. Brandão.
Rodrigo perguntou:

- Falaste com o Dr. Brandão ?

Policarpo Quaresma me perguntou como ia a família.
Policarpo Quaresma me perguntou:
- Como vai a família ?

Verbos de elocução

Observe o verbo grifado:
O pai chamou Carlinhos e perguntou:
- Quem quebrou o vidro, meu filho ?

Observe :

A . O pedreiro disse que estava à disposição.
B . O pedreiro disse: Estou à disposição.

Transformamos:
A - discurso indireto em B - discurso direto . Faça o mesmo:

Observe:

A . Intrigado o pai perguntou ao filho:
Você viu ontem uma carteira em cima desta mesa ?

B . Intrigado, o pai perguntou ao filho se ele vira, no dia anterior, uma carteira em cima daquela mesa.

Transformamos: A - discurso direto em B - discurso indireto.

O narrador empregou o verbo perguntar para indicar a personagem a que pertence a fala. Denomina-se verbo
de elocução (verbos dicendi).

Veja agora uma relação dos principais verbos de elocução:


dizer (afirmar, declarar) exclamar (gritar, bradar)
perguntar (indagar, interrogar) pedir (solicitar, rogar)
responder ( retrucar, replicar) exortar (aconselhar )
contestar (negar, objetar) ordenar (mandar, determi nar)


Além desses verbos de sentido geral, existem outros, mais amplos.. Veja alguns:
sussurar,
murmurar,
balbuciar,
cochichar,
segredar,
esclarecer,
sugerir,
soluçar,
comentar,
propor,
convidar,
cumprimentar,
repetir,
estranhar,
insistir,
prosseguir,
continuar,
ajuntar,

acrescentar,
concordar,
consentir,
anuir,
intervir,
repetir,
rosnar,
berrar,
protestar,
contrapor,
desculpar,
justificar-se,
suspirar,
rir,
etc.

Pontuação no discurso direto

A fala da personagem, no discurso direto, deve vir disposta em parágrafo e introduzida por travessão.
Virou-se para o pai e aconselhou:
Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado.

Os verbos de elocução são pontuados de acordo com sua posição.

1a posição
- antes da fala - separa-se por dois pontos :
O pai chamou Pedrinho e perguntou :Quem quebrou o vidro, meu filho ?

2a posição
- depois da fala - separa-se por travessão ou vírgula :
Agora você se chama Teresinha, disse me beijando a face.
Agora você se chama Teresinha - disse me beijando a face.

3a posição
- no meio da fala - separa-se por travessão ou vírgula:
A Sociedade - afirmava Simão - tem obrigação de fazer o enterro.
Nesse dia , observou Luís Garcia sorrindo levemente, há de ser tão sincera como hoje.
(Machado de Assis)

Numa narrativa, nem sempre os verbos de elocução estão expressos. Costuma-se omiti-los principalmente
em falas curtas ou para traduzir tensão psicológica das personagens.

Utilização do discurso direto na produção de um texto.

Seleção das falas mais significativas, isto é, as falas pertinentes ao conflito básico vivido pelas personagens.
Não se deve ter a pretensão de retratar fielmente a realidade, relatando tudo o que as personagens poderiam
ter dito.

Adequação das falas ao nível cultural das personagens e principalmente ao registro lingüístico.

Discurso indireto

Estabelece-se o discurso indireto, quando o narrador, em vez de deixar a personagem falar, reproduz com
suas palavras o que foi dito, Exemplo:
Chamou um moleque e bradou-lhe que fosse à casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não
estivesse em casa, perguntasse onde podia ser encontrado(...)
( Machado de Assis)

Se o narrador reproduzisse diretamente a fala da personagem, a construção do texto seria assim:

Chamou um moleque e bradou-lhe :
Vá a casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estiver em casa, pergunte onde pode ser
encontrado.

No discurso indireto, também podem estar presentes verbos dicendi, mas seguidos de orações substantivas,
geralmente iniciadas com a conjunção que ou se.

Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa, importa observar algumas transformações
importantes:

discurso direto: primeira pessoa
Eles perguntaram : - O que devemos fazer ?
1) Discurso indireto: terceira pessoa
2) Eles perguntaram o que deviam fazer.

discurso direto: imperativo
O professor ordenou: - Façam o exercício !
1) Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo
2) O professor ordenou que fizéssemos o exercício.

discurso direto: futuro do presente
A enfermeira explicou: - Com o medicamento, a criança dormirá calmamente

discurso indireto: futuro do pretérito
A enfermeira explicou que, com o medicamento, a criança dormiria calmamente.

discurso direto: presente do indicativo
Ela me perguntou : - A quem devo entregar o trabalho ?
1) Discurso indireto : pretérito imperfeito do indicativo
2) Ela me perguntou a quem devia entregar o trabalho.

discurso direto: pretérito perfeito
Ele disse : - Estive na escola e falei com o diretor.
Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeito
Ele disse que estivera na escola e falara com o diretor.

Discurso indireto livre

Às vezes, no entanto, as falas do narrador e da personagem parecem confundir-se numa só, sem que se saiba
claramente a quem elas pertencem, Trata-se, neste caso, do discurso indireto livre. Observe, por exemplo,
esta passagem de Graciliano Ramos, extraída do romance Vidas secas:

O suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então ? Suando com medo de uma peste que se escondia tremendo ?

Note que a primeira frase pertence ao narrador, porém as interrogações são da personagem; entretanto, não
há indicações dessa mudança através de verbos dicendi, o que exclui também as conjunções integrantes.
Assim, a narrativa se torna mais fluente, aproximando mais narrador e personagem.

Monólogo

O monólogo, constitui, fundamentalmente, o registro das divagações interiores. Pode ser uma narrativa ou
um simples relato, o qual pode ter a forma de um acontecimento determinado ou de análise do
acontecimento, das relações lógicas ou causais aí implicadas.
O monólogo é sempre, apesar do termo, uma linguagem dirigida a um interlocutor vivo; as reações deste
permitem a correção no curso da alocução. Em alguns casos, o monólogo pode passar a ser uma forma
encoberta de linguagem coloquial e ser regulada de fora. As duas formas também possuem, além dos meios
de codificação verbais, uma série de elementos expressivos complementares ou "marcadores"(prosódicos,
mímica e gestos expressivos), que pontuam diferentemente recursos sintáticos que podem ser semelhantes ou

idênticos. Além disto, as duas formas permitem, em certa medida, que a estrutura gramatical da enunciação
fique incompleta (elipse), de tal forma que o monólogo se aproxime estruturalmente do diálogo.

O texto apresenta o registro de um monólogo do narrador-personagem. Leia-o atentamente.

Alguns dias depois achava-me no banheiro, nu, fumando, fantasiando maluqueiras, o que sempre me
acontece. Fico assim duas horas, sentado no cimento. Tomo uma xícara de café às seis horas e entro no
banheiro. Saio às oito. Visto-me à pressa e corro para a repartição. Enquanto estou ali fumando, nu, as
pernas estiradas, dão-se grandes revoluções na minha vida. Faço um livro notável, um romance. Os jornais
gritam, uns me atacam, outros me defendem. O diretor olha-me com raiva, mas sei perfeitamente que aquilo
é ciúme e não me incomodo. Vou crescer muito. Quando o homem me repreender por causa da informação
errada, compreenderei que se zanga porque o meu livro é comentado nas cidades grandes. E ouvirei as
censuras resignado. Um sujeito me dirá:

Meus parabéns, seu Silva. O senhor escreveu uma obra excelente. Está aqui a opinião dos críticos.
Muito obrigado, doutor.

Abro a torneira, molho os pés. Às vezes passo uma semana compondo esse livro que vai ter grande êxito e
acaba traduzido em línguas distantes. Mas isto me enerva. Ando no mundo da lua . Quando saio de casa,
não vejo os conhecidos. Chego atrasado à repartição. Escrevo omitindo palavras, e se alguém me fala,
acontece-me responder verdadeiros contra-sensos. Para limitar-me às práticas ordinárias, necessito esforço
enorme, e isto é doloroso. Não consigo voltar a ser o Luís da Silva de todos os dias. Olham-me
surpreendidos: naturalmente digo tolices, sinto que tenho um ar apalermado. Tento reprimir estas crises de
megalomania, luto desesperadamente para afastá-las. Não me dão prazer: excitam-me e abatem-me.
Felizmente passam-se meses sem que isto me apareça.
De ordinário fico no banheiro, sentado, sem pensar, ou pensando em muitas coisas diversas umas das
outras, com os pés na água, fumando, perfeitamente Luís da Silva. Uma formiga que surge traz-me
quantidade enorme de recordações, tudo quanto li em almanaques sobre insetos. Agora não há nenhum livro
traduzido, nenhuma vaidade. Olho a formiga. Quando ela vai entrar no formigueiro, trago-a para perto de
mim, faço no chão um círculo com o dedo molhado, deixo-a numa ilha, sem poder escapulir-se. Observo-a e
penso nos costumes dela, que vi nos almanaques.
Graciliano Ramos. Angústia.

II - DESCRIÇÃO

O ato de descrever requer alguns fatores básicos, como: percepção, análise, classificação. Descrever é
traduzir em palavras, minuciosamente, um determinado objeto. A natureza da descrição é estática. Não se faz
à base da ação, mas sim à base do estado do objeto. Todo o trabalho descritivo deve ser precedido de um
levantamento de dados por parte do observador do objeto.
Pode ser definida também como a definição de um objeto ou pessoa, através da exploração dos aspectos que
caracterizam esse objeto ou pessoa.
Ex: " ... um cara gordo, bem gordo, com a barriga saindo fora da cinta, paletozão largo, chapéu, e um
revólver pequeno no coldre ... ".

Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com
um murro: era a força tranqüila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o
português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que
tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido;
mas ambos corajosos.

Nesse texto, extraído do romance O cortiço, Aluísio Azevedo selecionou determinados detalhes das
personagens suficientes para caracterizar e sugerir ao leitor a força bruta de Jerônimo e a agilidade de Firmo.
As demais características físicas que compõem essas personagens (olhos, rosto, cabelo, peito, pernas, etc.)
são articuladas pela imaginação do leitor. Podemos dizer que o autor, diante da realidade física ou
psicológica que está sendo descrita, coloca apenas as peças fundamentais de um quebra-cabeça, deixando as
demais peças para serem preenchidas pela imaginação do leitor.

A descrição como enriquecimento da narração

A descrição constitui um excelente recurso a ser utilizado dentro de um texto narrativo. Podemos dizer
inclusive que será ela a responsável pela vitalidade e expressividade da narrativa. Ela consegue criar toda a
atmosfera dramática e afetiva do texto e é através dela que o narrador penetra na alma da personagem.
Observe, no texto seguinte, a presença da descrição dentro da narrativa.

Maria Irma escutou-me , séria. A boquinha era quase linear; os olhos tinham fundo, fogo, luz e
mistério, e tonteava-me ainda mais o negrume encapelado dos cabelos. Quando eu ia repetir meu amor
pela terceira vez, ela, com voz tênue como cascata de orvalho, de folha em flor e flor em folha, respondeu-
me:
- Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei...Só em você é que eu não posso, não consigo
acreditar...
Guimarães Rosa, Minha gente

Esse trecho perderá toda a atmosfera psicológica se omitirmos os trechos descritivos:

Maria Irma escutou-me. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela respondeu-me:

- Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei...Só em você é que eu não posso, não consigo
acreditar...

1- Fornecemos, a seguir, alguns trechos descritivos.

Com base nos aspectos selecionados pelo autor, informe qual a impressão básica que cada um deles
transmite:


(1) beleza (3) ironia (5) bisbilhotice
(2) sensualidade (4) introspecção

a) Mas a repolhuda moça não se conformava com aquela desgraça. Vivia triste. As banhas cresciam-lhe
cada vez mais; estava vermelha; cansava por cinco passos. Era um desgosto sério! Recorria a vinagre;
dava-se a longos exercícios pela varanda; mas qual ! - as enxúndias aumentavam sempre. Lindoca
estava cada vez mais redonda, mais boleada; estremecia cada vez mais com o seu peso; os olhos
desapareciam-lhe na abundância das bochechas; o seu nariz parecia um lombinho; as suas costas, uma
almofada. Bufava."
Aluísio Azevedo, O mulato.

b) Olívia era atraente, tinha uns olhos quentes, uma boca vermelha de lábios cheios.
Érico Veríssimo, Olhai os lírios do campo.

c) Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de
nós. Cinqüenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante
e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-
os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os
outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo que ela olhava só, ora fixa,
ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as
pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a
vida dos outros.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

d) As senhoras casadas eram bonitas; a mesma solteira não devia ter sido feia, aos vinte e cinco anos; mas
Sofia primava entre todas elas.
Não seria tudo o que o nosso amigo sentia, mas era muito. Era daquela casta de mulheres que o tempo,
como um escultor vagaroso, não acaba logo, e vai polindo ao passar dos longos dias. Essas esculturas
lentas são miraculosas; Sofia rastejava os vinte e oito anos; estava mais bela que aos vinte e sete; era de
supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques, se não quisesse prolongar ainda o trabalho,
por dois ou três anos.

Os olhos, por exemplo, não são os mesmos da estrada de ferro, quando o nosso Rubião falava com a
Palha, e eles iam sublinhando a conversação... Agora, parecem mais negros, e já não sublinham nada;
compõem logo as cousas, por si mesmos, em letra vistosa e gorda, e não é uma linha nem duas, são
capítulos inteiros. A boca parece mais fresca. Ombros, mãos, braços, são melhores, e ela ainda os faz
ótimos por meio de atitudes e gestos escolhidos. Uma feição que a dona nunca pôde suportar, - cousa
que o próprio Rubião achou a princípio que destoava do resto da cara, - o excesso de sobrancelhas, -
isso mesmo, sem ter diminuído, como que lhe dá ao todo um aspecto mui particular.
Traja bem; comprime a cintura e o tronco no corpinho de lã fina cor de castanha, obra simples, e traz
nas orelhas duas pérolas verdadeiras - mimo que o nosso Rubião lhe deu pela Páscoa.
Machado de Assis, Quincas Borba

e) Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase magestosa em que se
movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se
espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma jóia. Ela.
Clarice Lispector, Laços de família.

2- Destaque, no texto abaixo, as passagens descritivas.

a) Inesperadamente reaparece o Silvino muito branco, com as suíças mais pretas, pelo contraste do medo.
Raul Pompéia, O Ateneu

b) Fechei-me no quarto. Pela janela aberta entrava um cheiro de mato misantropo. Debrucei-me.
Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro, que riscou um
psiu de luz.
Guimarães Rosa, Sagarana

c) Sentada em uma mesa, a velha cafetina. Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes
moles.
Leonor Maria A . de Carvalho, aluna

d) Vieram tomar o menino da Senhora. Séria, mãe, moça dos olhos grandes, nem sequer era formosa; o
filho, abaixo de ano, requeria seus afagos. Não deviam cumprir essa ação, para o marido, homem
forçoso. Ela procedera mal, ele estava do lado da honra.
Guimarães Rosa, Tutaméia.

e) Enfim, num morrer de mês, voltei ao São Martinho. Entrei modificado, sério, de poucas falas. Evitei falar
com Dona Lúcia. Foi até bom que Naninha mostrasse interesse por mim. Moça limpa, sem um dedal de
pecado. Se a mulher de Frederico viesse com imposições, falando em passeios pelos matos, eu era muito
Eduardo de Sá Meneses de mandar que comprasse um espelho.
José Cândido de Carvalho, Olha para o céu, Frederico

3- Acrescente ao texto narrativo frases descritivas, na seqüência que você julgar adequada.

Trecho narrativo:

Uma tarde me chegou uma cabrocha me pedindo esmola para a mãe doente. Dei dois mil-réis. Voltou no
outro dia, para falar não sei de quê.

Frases descritivas:
a) Tinha os olhos claros e umas feições admiráveis.
b) O corpo era bem-feito.
c) Pequena.
d) Os olhos, de um verde desmaiado, mas muito suja.
e) Mexia com os quartos, quando andava.

4- Releia o texto "d" da 1a questão.
O que o autor quis dizer com:

a) "Sofia rastejava os vinte e oito anos".

b) "Era daquela casta de mulheres que o tempo..."
c) "...era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques..."

5- Qual o objeto de cada uma das descrições a seguir ?

Sublinhe as palavras que identificam os objetos , as noções ou os personagens descritos.
a) "Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos,
as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa-de-
meia esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto.
Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a
calçada. Um menor abandonado."
(Fernando Sabino)

b) "Na noite de S. João, a fogueira armada em pirâmide apontando para alguma estrela; galhos, gravetos,
e folhas amparadas por toras mais grossas. Por baixo de tudo, bolas de alcatrão e um leve cheiro de
álcool antigo (se lhes parecer possível) ."
(Gustavo Bernardo)

c) "Era um menino. Nem bonito nem feio; tem boca, orelhas, sexo e nariz no seu devido lugar, cinco dedos
em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se bem da empreitada . Já
enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos esgazeados, um resto de eternidade."
( Fernando Sabino )

Respostas/ Gabarito
1-
a- (3) b- (2) c- (5) d- (1) e- (4)
2-
a) Muito branco, com as suíças pretas, pelo contraste do medo.
b) Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro que riscou um psiu
de luz.
c) Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles.
d) Séria, mãe; moça de olhos grandes, nem sequer era formosa; abaixo de ano
e) modificado, sério de poucas falas. Moça limpa, sem um dedal de pecado.

3-
Esse exercício admite várias soluções aceitáveis.

4- (com)
a) Sofia contava aproximadamente os 28 anos.

(classe)
b) Era daquela linhagem de mulheres que o tempo...
c) ...era de supor que só aos trinta atingiria o auge de sua beleza...

5-
Somente não sublinhe:
a) ..."para se defender contra o frio da noite.
... como podia estar morto.
... abandonado sobre a calçada. Um..."
b)..."Na noite de S. João, a ...(se lhes parecer possível)"
c) "Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se muito bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de
vida".

DESCRIÇÃO E NARRAÇÃO

Para que fique claro a diferença entre narração e descrição, vamos destacar dois momentos do texto:

A) Jerônimo, esbravecido pelo insulto, cresceu para o adversário com um soco armado; o cabra, porém,
deixou-se cair de costas, a perna direita levantada; e o soco passou por cima, varando o espaço, enquanto o
português apanhava no ventre um pontapé desesperado.

B) Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo silêncio. Ninguém se mexeu do lugar em que
estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril, os dois homens,
perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio.

Nesses dois trechos, o narrador transmite aspectos da realidade. Há, porém, uma diferença na maneira como
esses aspectos são captados.

No texto A, o autor captou determinados aspectos da realidade em seu dinamismo, transmitindo ao leitor a
progressão dos fatos em seu desenvolvimento temporal. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se
narração.

No texto B, os aspectos da realidade captados pelo narrador acontecem ao mesmo tempo, são simultâneos.
Não há entre eles qualquer marca temporal que indique progressão. Essa forma de apresentar a realidade
denomina-se descrição.
A descrição capta a simultaneidade dos fatos e aspectos que compõe a realidade.
Poderíamos dizer que a narração está para o cinema, assim como a descrição está para a fotografia.

1 - Informe, nos trechos seguintes, o processo utilizado pelo narrador:
narração ou descrição.

a) O outro erguera-se logo e, mal se tinha equilibrado, já uma rasteira o tombava para a direita, enquanto
da esquerda ele recebia uma tapona na orelha. Furioso, desferiu novo soco, mas o capoeira deu para
trás um salto de gato e o português sentiu um pontapé nos queixos.

b) Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco
com um murro: era a força tranqüila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que
o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento
que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e
destemido; mas ambos corajosos.

c) Piedade berrava, reclamando polícia; tinha levado um troca-queixos do marido, porque insistia em tirá-
lo da luta. As janelas do Miranda acumulavam-se de gente. Ouviam-se apitos, soprados com desespero.

d) Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda sobre o português e
soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos. Firmo, de um salto, aprumou-se então defronte dele,
medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e atrevido.

2 - Numa descrição, a ordenação dos fatos não é um fator determinante, por não haver entre eles
progressividade. Você encontrará em cada item a seguir um conjunto de aspectos. Ordene-os na
seqüência que julgar adequada e componha um texto descritivo.

a) Os olhos do gato riscam no escuro, verdes, demoníacos.
b) A ladeira faz uma curva.
c) As casas, velhas, tortas, desalinhadas, dormem.
d) Os passos ecoam, sinistros, secos, vagarosos.
e) Nenhuma janela acesa, nenhuma luz pelas frinchas.
f) Os lampiões silvam.

Respostas / Gabarito:
1-
a) narração b) descrição c) descrição d) narração

2-
Deve se aceitar qualquer seqüência, destacando-se:
a) o aspecto que se pretende enfatizar

b) o ritmo da seqüência de fatos

III - DISSERTAÇÃO

Consiste em tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário. Para dissertar sobre algum assunto, é
necessário planejamento e elaboração. Nem sempre exige pesquisas especializadas ou leituras profundas.
Na dissertação propriamente dita, não se verifica, como na narração, progressão temporal entre as frases e, na
maioria das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço .
Comumentemente, em provas de concursos ou nos exames vestibulares a dissertação exigida versa sobre
tema genérico a respeito do qual uma pessoa mais ou menos informada possa escrever, desde que seja
possuidora de alguns conhecimentos básicos. Dentre eles, destacam-se dois fundamentais: conhecimento
sobre o tema e habilidade de expressão escrita.
- conhecimento sobre o tema:
Ao ler o tema exigido, a primeira coisa a fazer é elaborar um plano que dará segurança ao redator e firmeza
sobre o que vai dissertar. É preferível escolher poucas idéias e bem argumentá-las a simplesmente constatar
uma série de idéias sem argumentações coerentes. Seja qual for o tema, o espírito crítico do redator, quando
evidenciado, deve revelar expressividade e inteligência.
- habilidade de escrita:
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar : uma frase contendo a idéia principal (frase
nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal idéia.
Exemplo: " A televisão mostra uma realidade idealizada (idéia central) porque oculta os problemas sociais
realmente graves. (idéia secundária)

1- Exercício
Desenvolva as idéias apresentadas, construindo frases adequadas:

a- Muitas pessoas que vivem em grandes cidades sonham com a vida no campo porque...
b- O jornal pode ser um excelente meio de conscientização das pessoas, a não ser que ...
c- As mulheres vêm conquistando um espaço cada vez maior na vida social e política de muitos países, no
entanto...
d- Muitas pessoas propõem a pena de morte como medida para conter a violência; outras, porém, ...
e- Muita gente acha que arte é dispensável, mas ...
f- Devemos lutar para a preservação do meio ambiente, pois ...
g- O lazer é necessário ao homem, no entanto...
h- Muitos são contra as pesquisas espaciais, porque ...
i- Geralmente os alunos acham dificuldade em elaborar uma dissertação, pois ...

2- Exercício
Com base no exemplo, desenvolva as frases apresentadas, colocando
argumentos que apoiem as idéias expressas:

Exemplo:
idéia central - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente.
Desenvolvimento - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta concentração de
elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas
respiratórios.
a- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado muita gente ao vício.
b- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação criados pelo homem.
c- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e hoje parece claro que esse problema não
pode ser resolvido apenas pela polícia.
d- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmente.
e- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a sociedade brasileira.

O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:

1 - Enumeração
Caracteriza-se pela exposição de um série de coisas,
uma a uma. Presta-se bem à indicação de características, funções,

processos, situações, sempre oferecendo o complemente necessário à
afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se
os critérios de importância, preferência, classificação ou aleatoriamente.
Exemplo : O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas: alimentação inadequada, falta
de exercícios sistemáticos e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de tv.

Exercícios
No seu caderno , coloque a frase núcleo. Abaixo dela, apenas enumere os elementos que completarão a
frase. Depois monte um parágrafo.
Exemplo: Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o número de emissoras que dedicam parte
da sua programação à veiculação de programas religiosos de crenças variadas.

Enumeração
a- A Santa Missa em seu lar
b- Terço Bizantino
c- Despertar da Fé
d- Palavra de Vida
e- Igreja da Graça no Lar
1- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo brasileiro diante de tantos desmatamentos,
desequilíbrios sociológicos e poluição.
2- Existem várias razões que levam um homem a enveredar pelos caminhos do crime.
3- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo , porque pode trazer muitas conseqüências
indesejáveis.
4- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de
lazer .
5- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em várias categorias.

2 - Comparação
A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta idéias, fatos, fenômenos e
apresenta-lhes as semelhanças ou dessemelhanças.
Exemplo: "A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é dominada por
um vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felicidade é uma
ilusão, que só o sofrimento é real. " (Arthur Schopenhauer)

Exercícios
A partir das frases abaixo, desenvolver parágrafos com comparações.
1- A tensão do futebol é igual à tensão da vida.
2- Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador.
3- Assim como as palavras, as expressões fisionômicas também têm a sua linguagem.
4- Indubitavelmente, o vestibular pode ser comparado a uma angustiante corrida de obstáculos.
5- Comparando-se o antigo Código Nacional de Trânsito com o atual, percebe-se claramente que a lei exige
mais responsabilidade do motorista.

3 - Causa e conseqüência
A frase nuclear , muitas vezes, encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato motivador) e ,
em outras situações, um segmento indicando conseqüências (fatos decorrentes)
Exemplo: O homem , dia a dia, perde a dimensão de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos
teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver
numa sociedade fria e inamistosa.

Exercícios
Para cada assunto apresentado, redija um parágrafo dissertativo com relações de causa ou conseqüência.
1- O homem atua com vantagem sobre os outros animais pela sua capacidade de transformar elementos
naturais em instrumentos de dominação.
2- A tecnologia desenvolveu meios que possibilitam a comunicação entre pessoas separadas por milhares de
quilômetros.
3- Todo município conta , geralmente, com um sistema de tratamento da água a ser consumida pela
população.

4- Na maioria dos povos primitivos e civilizados , o casamento monogâmico é encontrado com maior
freqüência que o poligâmico.
5- A punição dos infratores está mais rigorosa e cara.

4 - Tempo e Espaço
Muitos parágrafos dissertativos obedecem temporalmente e espacialmente a evolução de idéias e processos.
Exemplo:

Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta evolução . Primeiro, o homem aprendeu a
grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só muitos séculos
mais tarde é que passou à comunicação de massa.

Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões
uma forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela umidade e calor.
Nas região temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.(Melhem Adas)

Exercícios
Partindo das frases nucleares abaixo, construir parágrafos dissertativos ordenados por tempo e espaço.
1- Em todos os tempos, o mar tem exercido fascinante atração sobre o homem.
2- O homem sempre buscou proteção ao longo de sua história.
3- O Brasil conta com tipos de aficcionados por vários esportes.
4- As novelas brasileiras tentam mostrar não mais apenas o Rio de Janeiro, mas também outras regiões
brasileiras.
5- O homem sempre quis voar como os pássaros.
6- O uso do cinto de segurança tem evitado mortes em acidentes de trânsito.

5- Explicitação
Num parágrafo dissertativo, pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as idéias para torná-las mais
compreensíveis.
Exemplo : "Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no
cordão umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém sangue vermelho-vivo,
recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o
coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico."

Exercícios
Explicitar as idéias contidas nas frases nucleares.
1- Os benefícios do esporte são muito apregoados hoje em dia.
2- A Internet é um auxílio rápido e eficaz às pesquisas escolares.
3- Uma mãe que vai buscar seu filho na escola pode somar muitos pontos e arcar com uma grande
quantidade de dinheiro em multas, se não obedecer ao novo Código Nacional de Trânsito.

Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve delimitar-se ao tema que será desenvolvido e que
poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indígena, ela poderá ser
desenvolvida a partir das seguintes idéias:
a- A violência contra os povos indígenas é uma constante na história do Brasil.
b- O surgimento de várias entidades de defesa das populações indígenas.
c- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasileiro.
d- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.

Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve fazer a estruturação do texto.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:

1- introdução - deve conter a idéia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafo) É a
abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os
objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de
análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.
2- desenvolvimento - exposição de elementos que vão fundamentar a idéia principal que pode vir
especificada através da argumentação, de pormenores , da ilustração, da causa e da conseqüência, das

definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da
idéia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas anteriormente.
3- conclusão - é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente,
uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. (um parágrafo) .

Observe o texto abaixo:

Vida ou Morte

INTRODUÇÃO
A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na
história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua
própria raça da face do planeta.

DESENVOLVIMENTO
A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as
conseqüências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar
ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois
todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões.

CONCLUSÃO
Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando
para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens
aprendem a conviver em paz , em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie
alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano)

Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que
possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apoiam a
sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial , com base nos argumentos.
Na dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma
afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É
proibido entrar nesta sala . (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem autorização. (sentido específico)

Exercícios
Faça as especificações das afirmações, tornando-as aceitáveis.
a- A liberdade é perigosa.
b- Caminhar faz mal ao coração.
c- Assistir a televisão é prejudicial à criança.
d- Conduzir motocicleta é proibido.
Quando o autor se preocupa principalmente em expor suas idéias a respeito do tema abordado, fica claro que
seu objetivo é fazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso , tem-se a dissertação argumentativa Para
que a argumentação seja eficiente, o raciocínio deve ser exposto de maneira lógica, clara e coerente.
O autor de uma dissertação deve ter sempre em mente, as possíveis reações do leitor e por isso, devem-se
considerar todas as possíveis contra-argumentações, a fim de que possa " cercar" o leitor no sentido de evitar
possíveis desmentidos da tese que se está defendendo. As evidências são o melhor argumento.

Esquema comparativo

Com relação ao conteúdo específico:

Na Descrição: Retrato verbal: imagem: aspectos que caracterizam, singularizam o ser ou objeto descrito

Na Narração: Fatos - pessoas e ações que geram o fato e as circunstâncias em que este ocorre: tempo, lugar,
causa, conseqüência, etc.

Na Dissertação: Idéias - exposição , debate, interpretação, avaliação - explicar, discutir, interpretar, avaliar
idéias.

Com relação aos Aspectos humanos:

Na Descrição: observação- percepção-relativismo desta percepção.

Na Narração: imaginação (fatos fictícios) - pesquisa- observação (fatos reais).

Na Dissertação: predomínio da razão - reflexão - raciocínio- argumentação.

Com relação à Composição:

Na Descrição: coleta de dados - seleção de imagens, aspectos - os mais singularizantes - .classificação -
enumeração das imagens e/ou aspectos selecionados.

Na Narração: levantamento (criação ou pesquisa) dos fatos . organização dos elementos narrativos (fatos,
personagens, ambiente, tempo e outras circunstâncias)
classificação - sucessão

Na Dissertação: levantamento das idéias .definição do ponto de vista dissertativo: exposição, discussão,
interpretação

Quanto as Formas:

Na Descrição: descrição subjetiva: criação, estrutura mais livre descrição objetiva: precisão, descrição e
modo científico.

Na Narração: Narração artística : subjetividade, criação, fatos fictícios narração objetiva: fatos reais,
fidelidade.

Na Dissertação: Dissertação científica - objetividade, coerência, solidez na argumentação, ausência de
intervenções pessoais, emocionais, análise de idéias.
Dissertação literária - criatividade e argumentação.

Referências Bibliográficas

As referências bibliográficas devem estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas).
A bibliografia final deve seguir o seguinte padrão:
a) Autor - último sobrenome com letra maiúscula, separado dos vírgula dos outros prenomes;
(ponto e dois espaços ou travessão)
b) Título - sublinhar ou colocar em itálico ;(ponto)
c) Anotador ou tradutor -(ponto)
d) Número da edição - se for a primeira , não se indica. Algarismo arábico, ponto, ed.(vírgula)
e) Casa publicadora - nome da casa (vírgula)
f) Ano da Publicação - em algarismo arábico (ponto)
g) Número de páginas ou volumes - em algarismos arábicos (ponto) Abrevia-se p. e não pag ou pg.
h) Ilustrações - se necessário (ponto)
i) Série ou coleções - em algarismos arábicos, entre parênteses (ponto)

PRODUÇÃO DE TEXTOS

Imagine que você queira dissertar o seguinte tema: "O mundo moderno caminha atualmente para sua própria
destruição."
Sua primeira providência deve ser copiar este tema em uma folha de rascunho e fazer a pergunta: POR
QUÊ?
Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível resposta para a questão, procure
recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. É quase certo que você tenha ao menos uma noção acerca
de qualquer tema que lhe vier a ser apresentado.

O ideal, para que sua dissertação explore suficientemente o assunto, é que você obtenha duas ou três
respostas para a questão formulada. Essas respostas chamam-se possibilidade, é pensar que o mundo pode vir
a destruir-se por causa dos inúmeros conflitos internacionais que têm ocorrido nos últimos tempos. Assim,
já teríamos o primeiro argumento:

1. Tem havido inúmeros conflitos
internacionais.


Pensando um pouco mais sobre o porquê de estarmos à beira da destruição, podem ocorrer-nos mais dois
argumentos: o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico, e permanece o perigo
de uma catástrofe nuclear. Viu como é fácil? Os argumentos selecionados são exaustivamente noticiados por
qualquer meio de comunicação.
Dessa maneira, obtemos o seguinte quadro:


TEMA: "O mundo moderno caminha atualmente para
sua própria destruição."
Por 1. Tem havido inúmeros conflitos
internacionais.
2. O meio ambiente encontra-se ameaçado
por sério desequilíbrio ecológico.
Quê? 3. Permanece o perigo de uma catástrofe
nuclear.


Você pode encontrar outros argumentos além desses apresentados acima que justifiquem a afirmação
proposta pelo tema. A única exigência é que eles se relacionem com o assunto sobre o qual está escrevendo.
Uma vez estabelecido o tema e três argumentos, você já dispõe do necessário para, agora, na folha definitiva,
começar a redigir sua dissertação. Ela deverá constar de três partes fundamentais: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
Vamos, agora, redigir o primeiro parágrafo, ou seja, a introdução, baseando-nos no quadro da página
anterior. Para compô-la, basta que você copie o tema e a ele acrescente os três argumentos, assim como
aparecem no quadro. Veja como poderia ser:

Tema
O mundo moderno caminha atualmente para
sua própria destruição.
Argumento 1
Pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o meio
ambiente encontra-se
Argumento 2
Ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além
dos mais
Argumento 3
Permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.


Observe que, na introdução, os argumentos são apenas mencionados. Neste primeiro parágrafo informamos o
assunto de que a dissertação vai tratar. Cada argumento será convenientemente desenvolvido nos parágrafos
seguintes.
Repare nas palavras "pois" e "além do mais", colocadas neste texto para ligar as diferentes partes da
introdução. São elas que reúnem o tema aos argumentos. Depois de terminado o parágrafo da introdução,
você deverá passar para o desenvolvimento, explicando cada um dos argumentos expostos acima.
Assim, no próximo parágrafo, escreva tudo que souber sobre o fato que tem havido inúmeros conflitos
internacionais.

Nestas últimas décadas, temos assistido, com certa
preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que
se sucedem. Muitos trazem na memória a triste
lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais
provocaram grande extermínio. Em nossos dias,
testemunhamos conflitos no Oriente Médio que,
envolvendo as grandes potências internacionais,
poderiam conduzir-nos a um confronto mundial de
proporções incalculáveis.


Como você pode perceber, convém, vez por outra, lançar mão de certos exemplos para comprovar suas
afirmações.
No parágrafo seguinte, desenvolve-se o segundo argumento:

Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico,
provocado pela ambição desmedida de alguns, que
promovem desmatamentos desordenados e poluem as
águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio
ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se
transformar em um local inabitável
.


Note a presença de uma expressão "outra ameaça constante...", no início do parágrafo, que estabelece a
ligação com o parágrafo anterior. Ela deve ser colocada para evidenciar o fato de que os parágrafos se
relacionam entre si.
Falemos agora do terceiro argumento:

Além disso, enfrentaremos sério perigo relativo à
utilização de energia atômica. Quer pelos acidentes que já
ocorreram e podem acontecer novamente nas usinas
nucleares, quer por eventual confronto em uma guerra
mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante do
poder avassalador desses sofisticados armamentos.


Observe a expressão "além disso...", colocada no início desse parágrafo. Ela é o elemento de ligação com o
parágrafo anterior do desenvolvimento. Estabelece a conexão entre os argumentos apresentados.

A conclusão

Para que sua dissertação fique completa, basta apenas elaborar um único parágrafo, que se denomina
conclusão. Para isso, é preciso que analisemos suas partes constitutivas.
A conclusão pode-se iniciar-se com uma expressão que remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores
(expressão inicial). A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no início da redação. No final do
parágrafo, é interessante colocar uma observação, fazendo um comentário sobre os fatos mencionados ao
longo da dissertação.
Com base nesta orientação, já podemos redigir o parágrafo final, ou seja, a conclusão.

Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na
possibilidade
Expressão inicial
de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio.
Reafirmação do Tema
É desejo de todos nós que algo

Comentário final
possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para
podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser
pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras

Observação:

Caso você deseje, é possível que a conclusão seja formada apenas pelo comentário final, dispensando o
início, constituído pela expressão inicial e reafirmação do tema. Eles atuam apenas como reforço, como
ênfase ao problema abordado.

Agora, reunindo todos os parágrafos escritos, temos a dissertação completa acrescida de um título. Veja:

DESTRUIÇÃO: A AMEAÇA CONSTANTE

O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição, pois tem havido inúmeros
conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além
do mais, permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.
Nessas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que
se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais
provocaram grande extermínio. Em nossos dias testemunhamos conflitos no Oriente Médio que, envolvendo
as grandes potências internacionais, poderiam conduzir-nos a um confronto mundial de proporções
incalculáveis.
Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que
promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o
meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em um local inabitável.
Além disso, enfrentamos sério perigo relativo à utilização de energia atômica. Quer pelos acidentes
que já ocorreram e podem acontecer novamente nas usinas nucleares, quer por eventual confronto em uma
guerra mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante do poder avassalador desses sofisticados
armamentos.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do
nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas
forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico,
será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.

Caso você deseje uma dissertação um pouco menor, basta usar dois argumentos ao invés de três.

Observação:
Você pode substituir essa expressão inicial utilizada na sua conclusão por qualquer outra equivalente. Aqui
estão algumas sugestões.
Dessa forma...
Sendo assim...
Em vista dos argumentos apresentados...
Em virtude do que foi mencionado...
Assim...
Levando-se em conta o que foi conversado...
Por todas essas idéias apresentadas...
Tendo em vista os aspectos apresentados...
Por tudo isso...
Dado o exposto...

Sugestões para iniciar sua dissertação.

Para iniciar a sua dissertação
Fala-se muito atualmente sobre...
Provável que...
Acredita-se que...

Enumeração da análise do problema
Deve-se analisar primeiramente...
É preciso analisar que...
A primeira observação se refere ...

Para insistir no problema
Observa-se também que...
Nota-se, por outro lado, que...
Não podemos esquecer que...
É necessário frisar também que...

Conclusão
Assim sendo...
Dessa forma...
Concluindo...
Nesse sentido...

Trabalhando o texto

A INVEJA

A inveja é geralmente feita de ilusões superpostas, e não corresponde absolutamente a nada real. Quando
admitimos que invejamos alguém, damos um primeiro passo. Podemos ver, então, que na maioria das vezes
o que nos incomoda é mais a possibilidade de prazer, de sucesso ou de felicidade de outro, do que o fato de
não termos o mesmo benefício. Em seguida, aprofundando, é possível descobrir que geralmente supomos,
imaginamos, as vantagens e as delícias que invejamos. Por outro lado, podemos desfrutar prazer em
despertar inveja. Supondo que somos invejados - sabemos que não há razão para esse sentimento, por que
afinal não somos tão felizes, nem estamos num paraíso - sentimos uma secreta alegria neste papel eleito.
Vivendo o papel de invejado, descobrimos que aqueles que invejamos não desfrutam da bem-aventurança
que costumamos imaginar.
As pessoas do mesmos meio social e cultural, de idade aproximada, do mesmo sexo, tendem vagamente a
concorrer entre si. São competidores em potencial os que dispões de bens semelhantes, atravessam as
mesmas experiências ou têm interesses comuns. Nossas atenções estão concentradas nos que se assemelham,
de alguma forma, a nós mesmos. Por isso, a inveja é mais comum quando temos uma proximidade qualquer
com alguém que parece desfrutar do que não possuímos. Entender isso é só começo.
(Lisboa, Luiz Carlos. O Jejum do Coração)

A dissertação obedece à seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.
"A inveja é geralmente feita de ilusões superpostas e não
corresponde absolutamente a nada real."


Na introdução, apresenta-se o ponto de vista sobre o assunto, a idéia central que será trabalhada durante todo
o texto:

Essa frase resume de maneira clara, breve e objetiva a opinião do autor, e ao mesmo tempo, pressupõe um
desenvolvimento, exige uma fundamentação.
O desenvolvimento é a parte em que são apresentados os diferentes aspectos da idéia central; constitui a
fundamentação exigida pela primeira parte do texto.

A conclusão retorna à idéia central, agora enriquecida pela fundamentação, sintetizando-a, resumindo-a.

TIPOLOGIA TEXTUAL

Comunicar-se com eficiência parece, a princípio, algo fácil e simples a qualquer indivíduo.
No entanto durante esse processo realizado automaticamente, não se questiona a seqüência de passos a
percorrer para que se consiga realizar o complexo ato de comunicação por meio da língua.
Classificação dos Tipos Textuais
As diferentes tipologias textuais existentes, são classificadas da seguinte maneira:
1) as que consideram as características textuais internas dos textos (ou formais);
2) as que consideram os traços textuais exteriores aos textos (ou funcionais);

3) as que conciliam traços internos e externos ao texto (formais e funcionais).
Classificação funcional
A classificação atende a critérios funcionais, de acordo com as funções que os textos desempenham em
relação ao leitor: informar, explicar ou orientar. Propõe-se, então, três categorias básicas:
a) jornalismo informativo: notícia, reportagem, história de interesse humano, informação pela imagem;
b) jornalismo interpretativo: reportagem em profundidade;
c) jornalismo opinativo: editorial, artigo, crônica, opinião ilustrada, opinião do leitor.
Acrescentando alguns elementos, reduz-se essa classificação a duas categorias:
a) jornalismo informativo: nota, notícia, reportagem, entrevista
b) jornalismo operativo: editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura, carta
Evidencia-se a proximidade que há entre gênero e tipos textuais. Os tipos textuais, assim, não se limitam
especificamente ao literário, ao jornalístico, ao técnico ou ao científico: são, na verdade, modelos gerais, que
são escolhidos, adaptados e readaptados de acordo com cada função especifica que exercem na comunicação.

Classificação formal e funcional

Uma das grandes dificuldades encontradas nas classificações de tipos textuais decorre da não diferenciação
entre os planos ou níveis de análise, para uma classificação dos tipos textuais-discursivos em níveis.

a) Primeiro nível: estruturas discursivas.
São estruturas discursivas disponíveis na língua, e, portanto, pertencentes ao plano das potencialidades da
língua, tradicionalmente identificadas como gêneros de discurso:
- estrutura narrativa [predicados de ação; ligação temporal];
- estrutura descritiva [predicados estáveis, ou equilibrados, em torno de entidades];
- estruturas de tipo expositivo/argumentativo [proposições, construções sintáticas complexas (subordinação)
e construções, ou arquitetações hipotéticas];
- estruturas procedurais [organizações seqüenciais nas quais a referência a pessoa tem menos interesse que o
processo em si (daí a ocorrência de sujeitos genéricos ou da impessoalidade); o verbo se apresenta no modo
dos diretivos, o imperativo, o futuro ou o infinitivo; é comum o uso de orações independentes];
- estrutura expressiva [predicados com verbos de opinião, avaliativos, ou subjetivos, em que predomina a
primeira pessoa];
- estruturas dialógicas [identificadas pela alternância das pessoas do discurso envolvidas, podendo, porém,
ser reproduzidas em certas formas da escrita].
b) Segundo nível: uso das estruturas discursivas em situações reais de comunicação.
São possibilidades de uso de estruturas que aparecem sob organizações típicas associadas às diversas
atividades desenvolvidas pelos indivíduos, como, por exemplo, a estória, a piada, o editorial.
c) Terceiro nível: função ou propósito comunicativo com que dada unidade discursiva é empregada, sua
força ilocucionária, ou a variedade de eventos comunicativos a que se associa.
Gêneros:
Primários , Secundários e Estilo

O gênero primário é caracterizado por tipos de enunciado espontâneos e naturais, que ocorrem na imediatez
da fala.

O gênero secundário, por tipos de enunciados da fala aprimorados por meio da escrita.

No que se refere ao estilo é possível fazer algumas observações:

Quando escrevemos, devemos criar um estilo próprio para valorizar o nosso trabalho. Sem nos alongarmos
no assunto, sugerimos aqui apenas três qualidades fundamentais do estilo: clareza, concisão e originalidade.

A Clareza é a expressão de um pensamento. Para que ela ocorra, é necessário: pontuar corretamente, evitar
construção de frases com palavras em ordem inversa e evitar períodos longos, com muitas orações
intercaladas.
Exemplo:

"Meu tio, que chegou hoje, o qual é diretor de marketing de uma multinacional, trouxe-me boas notícias,
mas eu não as contarei a ninguém, enquanto morar aqui, porque isso, estou certo, me prejudicaria, por
muito tempo, na minha repartição."
Melhor seria:
"Meu tio, chegado hoje, é diretor de marketing de uma multinacional. Trouxe-me boas notícias, que a
ninguém contarei. Divulgando-as, isso me prejudicaria, por muito tempo, na repartição. Disso estou
certo."

A Concisão é a arte de encerrar um pensamento com o menor uso possível de palavra. Para que haja
concisão, é necessário: evitar um número excessivo de adjetivos, principalmente sinônimos, para cada
substantivo (manhã, linda, radiosa e magnífica); evitar palavras inúteis ou redundantes (atualmente, nos dias
de hoje, o homem atual ...); evitar, sempre que possível, o emprego de dois ou mais verbos juntos (vi que
estava sofrendo).

A originalidade, para ser conseguida, é preciso que não se empreguem lugares-comuns ou chavões, evitando
a repetição de frases vulgares, usadas constantemente pela gente inculta: (chorou um mar de lágrimas; vem
surgindo o astro-rei; seus cabelos cor de prata).

Tipos Textuais como "ferramenta"

Quando um indivíduo utiliza a linguagem, sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que
inconscientemente. A escolha de um tipo é um dos passos a ser seguidos no processo de comunicação.
Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está à disposição do indivíduo, sendo-lhe facultado
a escolha da melhor maneira que lhe convier para, no processo de comunicação, servir-lhe de esteio na sua
expressão lingüística. Utilizar-se de um tipo textual como uma estrutura básica normalmente usada em uma
determinada situação o torna uma valiosa "ferramenta" (ou "instrumento") que o indivíduo procura, guia e
controla para poder expressar a função primordial da linguagem que é atingir uma comunicação, em maior
ou menor grau, argumentativa, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é integralmente alcançado e
concretizado.

PARÁFRASE

pa.rá.fra.se s. f. 1.
Explicação mais desenvolvida de um texto, conservando-se as idéias originais.
2. Tradução livre

A paráfrase
a) comumente considerada como versão alternativa de um texto, já que difere deste estruturalmente em
formas que não afetam o significado ou
b) desenvolvimento explicativo de um texto - surge, portanto, como um dos recursos utilizados na produção
de resumos.
Quanto mais compreendido for o texto original, melhor será o seu resumo, - mais adequado às condições em
que foi produzido -, mais fácil será prarafrasear.

O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do
texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem
fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e
imperativa. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese,
clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito
utilizado para efeito estético na literatura moderna.

Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal.

Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalidade o contato inicial com o assunto do texto. De
posse desta visão geral, podemos passar para o próximo passo.

Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o levantamento dos referenciais do texto-base para a
perfeita compreensão. É importante grifar, em cada parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à parte

as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar uma redação própria, independente das palavras utilizadas
pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação final é a
união destes referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir idéias afins, de acordo com a identidade
e evolução do texto-base.

Exemplos de paráfrases

1o exemplo:
(Texto Original)
Afora mudanças cataclísmicas, ocasionadas por terremotos ou grandes erupções vulcânicas, é muito fácil
ver o mundo em que vivemos como um lugar estável. Montanhas, vales e rios têm a aparência de grande
antiguidade e permanência, mas não é assim. Nosso período de vida não é mais que um evanescente
momento da escala do tempo geológico, de modo que os contínuos movimentos da crosta terrestre são, para
nós, imperceptíveis.
Na mais longa de todas as escalas cronológicas situa-se a constante derivação dos continentes. Essas
imensas massas de terra caminham lentamente movidas pelas placas tectônicas que formam a crosta
terrestre. Há duzentos milhões de anos toda a massa do globo estava em contato formando um único
supercontinente que chamamos de Pangéia. Com o constante movimento das placas tectônicas, a Pangéia
fragmentou-se e os continentes gradualmente rumaram para as suas atuais posições. Muitos aspectos do
mundo tais como os vemos hoje são relativamente recentes: a América do Norte era um continente separado
da América do Sul até por volta de dois milhões de anos atrás e a África era isolada da Europa por mares
rasos até entre 8 e 6 milhões de anos atrás.

Parafraseando fica assim:
É muito fácil ver o mundo em que vivemos como um lugar estável, pois fora as mudanças cataclísmicas
ocasionadas por terremotos e grandes erupções vulcânicas os contínuos movimentos da crosta terrestre são,
para nós, imperceptíveis.
As imensas massas de terra caminham lentamente movidas por placas tectônicas que formam a crosta
terrestre.
Com o constante movimento destas placas formou-se um único supercontinente chamado Pangéia que ao
fragmentar-se fez com que os continentes rumassem para suas atuais posições.

Ou ainda assim:
As imensas massas de terra caminham lentamente movidas por placas tectônicas que formam a crosta
terrestre.
Com o constante movimento destas placas formou-se um único supercontinente chamado Pangéia que ao
fragmentar-se fez com que os continentes rumassem para suas atuais posições.

2o exemplo.

(Texto original)
Há séculos, os professores de segundo grau da Sardenha vêm testemunhando um fenômeno curioso. Com a
chegada da primavera, em fevereiro, alguns de seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses
subseqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento escolar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem na
sala de aula. Depois, repentinamente, suas energias retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo mês
de fevereiro.
Os professores sardenhos sabem que os adultos também apresentam sintomas semelhantes e que, na
realidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma grande quantidade de sangue. Por vezes,
aproximadamente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser acometidos por este mal. O Dr. Marcelo
Siniscalco, do Centro de Cancerologia Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motulsky, da
Universidade de Washington, depararam pela primeira vez com a doença em 1959, enquanto desenvolviam
um estudo sobre padrões de hereditariedade e determinaram que os sardenhos eram vítimas de anemia
hemolítica, uma doença hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no
interior dos veios sangüíneos. Os pacientes urinavam sangue porque os rins filtram e expelem a
hemoglobina não aproveitada. Se o volume de destruição for mínimo, o resultado será a letargia; se for
aguda, a doença poderá acarretar a morte do paciente.
A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na Sardenha, as experiências indicam que praticamente
todas as pessoas acometidas por este mal têm deficiência de uma única enzima, chamada deidrogenase

fosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de suma importância na corrente de produção de energia
para as células vermelhas do sangue.
Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima
não aciona por si só a doença - que há algo no meio ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência
genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é quem a dispara.
Entre as plantas que desabrocham durante a primavera na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano -
observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o
filósofo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus seguidores a comessem, ou mesmo
andassem por entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de tal proibição tornou-se claro; apenas
aquelas pessoas que carregam o gene defeituoso e comiam favas cruas ou parcialmente cozidas (ou
inspiravam o pólen de uma
planta em flor) apresentavam problemas. todos os demais eram imunes.
Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência de
G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de determinar com exatidão quem está predisposto à
doença e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas começaram a fazer a triagem da população da
ilha. Localizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evitar favas de feijão durante a estação de
floração. Como resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estudantes apáticos começou a declinar.
O uso de marcadores genéticos como instrumento de previsão da reação dos sardenhos à fava de feijão há
20 anos foi uma das primeiras vezes em que os marcadores genéticos eram empregados deste modo; foi um
avanço que poderá mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores genéticos podem prever agora a
possível eclosão de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem auxiliar os médicos a
prevenirem totalmente os ataques em diversos casos.
(Zsolt Harsanyi e Richard Hutton, publicado no jornal O Globo).

Parafraseando fica assim:

Desde alguns séculos atrás, professores sardenhos de segundo grau vêm observando um fenômeno curioso.
Na primavera, em fevereiro, seus alunos tornam-se apáticos e apresentam baixo rendimento escolar.
Curioso e ao mesmo tempo interessante é que os adultos também apresentam os mesmos sintomas, chegando
a alcançar 35% do total da população. Em 1959, dois grandes cientistas, Dr. Marcello Siniscalco e Dr.
Arno G. Motulsky, estavam fazendo estudos sobre os padrões de hereditariedade e descobriram que os
sardenhos eram vítimas de anemia hemolítica, doença hereditária que faz os glóbulos vermelhos do sangue
se desintegrarem no interior dos vasos sangüíneos. A destruição mínima dos glóbulos vermelhos leva o
indivíduo à apatia e a destruição máxima, à morte. Descobriu-se que aqueles que possuem a doença têm
deficiência da enzima deidrogenase fosfo-glucosada-6 (G-6-PD). O fato de os sardenhos apresentarem
sintomas da doença na primavera fez perceber que algum fator ambiental desencadeava a anemia. Falando
em linguagem mais clara: a soma de deficiência genética mais fator ambiental é igual a anemia hemolítica.
O Dr. Motulsky, em dois anos, desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência
da enzima. Atualmente os cientistas têm um método eficaz para detectar quem está ou não predisposto à
doença.

PERÍFRASE

Expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que
celebrizou.
A cidade maravilhosa continua atraindo visitantes do mundo todo.
(cidade maravilhosa = Rio de Janeiro)
Portadores da peste-gay são brutalmente discriminados por quase todo o mundo.
(peste-gay = AIDS)
O Príncipe dos poetas também teve outras atividades que o tornaram famoso; por exemplo: a luta pelo
serviço militar obrigatório.
(Príncipe dos poetas = Olavo Bilac)
Famoso como jogador de futebol, o 7º Rei de Roma volta para o brasil.
(7º Rei de Roma = Falcão)
O Presidente Operário é a grande esperança dos brasileiros..
(Presidente Operário = Luís Inácio Lula da Silva)

Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.

RESUMO OU SÍNTESE DE TEXTOS

É outro trabalho didático comumentemente exigido em escolas superiores - seja de toda uma obra ou de um
único capítulo. ''É o que se faz, muitas vezes, quando do fichamento de livro.
Não se trata propriamente de um trabalho de elaboração, mas de um exercício de leitura que nem por isso
deixa de ter enorme utilidade didática.
O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das idéias e não das palavras do texto. Não se trata de uma
"miniaturização" do texto. Resumindo um texto com as próprias palavras, mantém-se fiel às idéias do autor
sintetizado.
A Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo como "apresentação
concisa dos pontos relevantes de um texto". Uma apresentação breve, concisa, compacta, dos pontos mais
importantes de um texto.
Não há nenhum problema em fazer melhorias. Resumo é uma apresentação sintética e seletiva das idéias de
um texto, ressaltando sua progressão e articulação. Devem ser ressaltadas as principais idéias do autor do
texto.
Deve destacar:
- o assunto do trabalho;
- o objetivo do texto;
- a articulação das idéias;
- as conclusões do autor da obra resumida;
- ser elaborado em linguagem objetiva;
- não apresentar juízo de valor;
- ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original);
- evitar a repetição de frases inteiras do original;
- respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados.

Um resumo tem como princípio: apresentar apenas um sumário das idéias do autor, narrar as idéias mais
significativas, condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original.
Ao realizar um resumo, faça os seguintes questionamentos:
O que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto?
Deve-se ater às idéias principais do texto e a sua articulação. Há que se fazer a distinção das diferentes partes
do texto e a identificação de palavras-chaves. Ai sim, passa-se a construção da redação do resumo.

TÉCNICAS PARA ELABORAR UM RESUMO

No resumo deve constar:
- Elementos bibliográficos do texto; sua ficha técnica:
- Sobrenome do autor, nome.
- Título da obra.
- Local de publicação do texto.
- Editora.
- Ano.
- Páginas.
- Tipo de texto, o gênero (literário, didático, acadêmico).
Por fim,
- o Resumo do conteúdo:
- assunto do texto.
- Objetivo.
- Métodos.
- Critérios utilizados.
- Conclusões do autor da obra resumida.
A elaboração de resumos exige mais habilidade de leitura que de escrita. O resumo permite melhor
compreensão das idéias expostas, uma vez que, para realizá-lo, é necessário dominar a estrutura do
parágrafo.

COESÃO E COERÊNCIA

Antes de tudo é preciso saber o que é coesão e coerência, pois sem essas duas chaves principais de qualquer
texto, você não vai a lugar nenhum.

Coesão - em nossa linguagem cotidiana procuramos executar manobras coesivas, muitas vezes, com o intuito
de melhorar a própria expressividade do enunciado. Veja alguns casos:

Em lugar de
- Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos.
usamos
- Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos.
Dei-os funciona como relacional que recupera em B o que havia sido colocado em A. O objetivo é evidenciar
o processo de repetição, considerado menos "rico ou sofisticado" por uma certa gramática.
O uso indevido de elementos de ligação invariavelmente podem comprometer os processos coesivos do
texto.

Coerência - A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência.
Veja alguns casos:
- Um sujeito resolve contar a última piada de papagaio num velório. Além de impertinente, a piada sofre de
uma síndrome geral de incoerência contextual. A situação lutuosa não permite que o decoro seja quebrado e
risos apareçam em torno do defunto.
- Em vestibular da Fuvest, o candidato saiu-se com a seguinte "... a palidez do sol tropical refletia nas águas
do rio Amazonas". Convenhamos que o sol tropical pode ser acusado de muitas coisas, menos de palidez. O
riso provocado pela leitura daquele texto poético é derivado de um caso de incoerência no uso da imagem.
A lista poderia aumentar muito. Basta reter a idéia que, no fundo, o problema básico envolvido na produção
da coerência é o do acerto das partes com relação ao todo textual; do ajuste seqüencial das idéias; da
progressão dos argumentos; das afirmativas que são explicadas... Coloque-se sempre no lugar do autor ou do
ouvinte para sentir se realmente está sendo coerente.





FIM.






ERROS DE LINGUAGEM MAIS COMETIDOS NO DIA - A - DIA

EM AZUL : CORRETO
EM VERMELHO : ERRADO


Levantei-me com mau jeito no pescoço. Levantei-me com mal jeito no pescoço.

Faz 12 anos que não viajo ao exterior.
Fazem 12 anos que não viajo ao exterior.

Havia muitas pessoas na festa.
Haviam muitas pessoas na festa

Existem esperanças nos olhos das pessoas.
Existe esperanças nos olhos das pessoas.

Este livro é para eu ler.
Este livro é para mim ler.

Tudo acabou entre mim e você.
Tudo acabou entre eu e você.

A viúva passeava pelo cemitério.
A viúva do falecido passeava pelo cemitério.

O garçom serviu frango à passarinho.
O garçom serviu frango a passarinho.

Porque você não foi à escola?
Por que você não foi à escola?

Os brasileiros assistem às novelas.
Os brasileiros assistem as novelas

Prefiro leite a café.
Prefiro mais café do que leite.

O prefeito prometeu novas denúncias.
O prefeito prometeu, novas denúncias.

Bem-vindos a Guararapes!
Bem vindos a Guararapes!

A professora esqueceu os óculos na sala.
A professora esqueceu o óculos na sala.

Comprei-o para você.
Comprei ele para você.

Amo-a muito.
Amo-lhe muito.

Vendem-se tijolos.
Vende-se tijolos.

Precisa-se de empregadas domésticas.
Precisam-se de empregadas domésticas.

As crianças foram ao cinema.
As crianças foram no cinema.

O seu atraso implicará punição.
O seu atraso implicará em punição.

Os vestibulandos vivem à custa do pai.
Os vestibulandos vivem às custas do pai.

Espécie em via de extinção.
Espécie em vias de extinção.

A sessão da Câmara Municipal terminou tarde.
A seção da Câmara Municipal terminou tarde.

A alface estava gostoso.
O alface estava gostosa.

Preços a partir de R$1,99.
Preços apartir de R$1,99.

As aulas iniciam-se amanhã.
As aulas iniciam amanhã.

O técnico não viu nenhum risco no jogo.
O técnico não viu qualquer risco no jogo.

Soube que os homens se feriram no trabalho.

Soube que os homens feriram-se no trabalho.

A menina engasgou com espinha de peixe.
A menina engasgou com espinho de peixe.

O diretor da escola interveio na discussão.
O diretor da escola interviu na discussão.

A professora era meio louca.
A professora era meia louca.

Fique você comigo.
Fica você comigo.

O assunto não tem nada a ver com você.
O assunto não tem nada haver com você.

O livro custou dez reais.
O livro custou dez real.

Vou pegar o livro emprestado dele.
Vou emprestar o livro dele.

O garoto foi tachado de ladrão.
O garoto foi taxado de ladrão.

Ele foi um dos que chegaram antes.
Ele foi um dos que chegou antes.

Ministro nega que seja negligente.
Ministro nega que é negligente.

Tinha chegado atrasado.
Tinha chego atrasado.

Quero calças cinza.
Quero calças cinzas.

Os trabalhadores receberam vale-refeição.
Os trabalhadores receberam vale refeição.

Todos queriam namorar a Marisa.
Todos queriam namorar com Marisa.

O jogador foi contratado do Guarani
O jogador foi contratado junto ao Guarani.

As pessoas esperavam-no com ansiedade.
As pessoas esperavam-o com ansiedade.

Vocês far-lhe-iam um favor.
Vocês fariam-lhe um favor.

Chegou há duas horas e partirá daqui a 10 minutos.
Chegou a duas horas e partirá daqui há 10 minutos.

A garota trajava blusa de seda.
A garota trajava blusa em seda.

A artista deu a luz à quíntuplos.
A artista deu a luz quíntuplos.

Estávamos seis na mesa.
Estávamos em seis na mesa.

Sentou-se à mesa para comer.
Sentou-se na mesa para comer.

Ficou contente porque ninguém se feriu.
Ficou contente por causa que ninguém se feriu.

O time empatou por 2 a 2.
O time empatou em 2 a 2.

À medida que a epidemia se espalhava...
À medida em que a epidemia se espalhava...

Não queria que receassem sua companhia.
Não queria que receiassemsua companhia.

Eles têm razão.
Eles tem razão.

A moça estava ali havia muito tempo.
A moça estava ali há muito tempo.

Acordos politico-partidários...
Acordos políticos-partidários...

Gostei de passear por Birigüi.
Gostei de passear por Birigui.

Andou por todo o país.
Andou por todo país.

Todos os amigos o elogiavam.
Todos amigos o elogiavam.

A situação favoreceu o time da casa.
A situação favoreceu ao time da casa.

Ela mesma arrumou a sala.
Ela mesmo arrumou a sala.

Chamei-o e ele não atendeu.
Chamei-o e o mesmo não atendeu.

Este século não termina nunca!
Esse século não termina nunca!

A temperatura chegou a zero grau.
A temperatura chegou a zero graus.

A promoção veio ao encontro aos seus desejos.
A promoção veio de encontro de seus desejos.

Comeu frango em vez de peixe.
Comeu frango ao invés vez de peixe.

Se eu vir você por aí..
Se eu ver você por aí...

O Brasil intermedeia a negociação.
O Brasil intermedia a negociação.

Evite que a bomba estoure.
Evite que a bomba expluda.

Ninguém se adapta ao novo sistema.
Ninguém se adequa ao novo sistema.

Governo reouve confiança.
Governo reavê confiança.

Marieta quis viajar ontem.
Maria quiz viajar ontem.

O homem possui muitos bens.
O homem possue muitos bens.

A decisão já foi comunicada aos empregados.
Os empregados já foram comunicado da decisão.

Venha pôr a roupa.
Venha por a roupa.

Infligiu séria punição ao réu.
Inflingiu séria punição ao réu.

A modelo posou o dia todo.
A modelo pousou o dia todo.

Espero que viajem hoje.
Espero que viagem hoje.

O pai nem sequer foi avisado.
O pai sequer foi avisado.

Comprou um televisor em cores.
Comprou um televisor a cores.

Causaram-me estranheza as palavras.
Causou-me estranheza as palavras.

A realidade das pessoas pode mudar.
A realidade das pessoas podem mudar.

O fato passou despercebido.
O fato passou desapercebido.

Haja vista seu empenho.
Haja visto seu empenho.

A moça de que ele gosta.
A moça que ele gosta.

É hora da a onça beber água.
É hora da onça beber água.

Vou com você.
Vou consigo.

Já são oito horas.
Já é oito horas.

A festa começa às 8 h.
A festa começa às 8 hrs.

Dados os índices das pesquisas...
Dado os índices das pesquisas...

Ficou sob a mira do assaltante.
Ficou sobre a mira do assaltante.

A meu ver, o Corinthians será campeão.
Ao meu ver, o Corinthians será campeão.

Que seja feliz
Que seje feliz.

De forma que você viajará.
De formas que você viajará.

Fiquei fora de mim.
Fiquei fora de si.

Falo alto porque ele ouve mal.
Falo alto porque ele houve mal.

A gente foi embora.
A gente fomos embora.

Eu ia ao cinema, mas choveu!
Eu ia ao cinema, mais choveu!

O pessoal chegou da viagem.
O pessoal chegaram da viagem.

Fale sem hesitar.

Fale sem exitar.

O ladrão é menor.
O ladrão é de menor.