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mediante a observação de alguns critérios
fundamentais que veremos a seguir.
Entre 300 AC e 100 DC, muitos livros e cartas
foram escritos, mas nunca alcançaram
reconhecimento de autoridade no meio dos
judeus e nem das Igrejas.
Chamamos estes escritos de apócrifos, ou
ocultos. São apenas livros históricos ou
informativos, mas sem inspiração divina.
1.
A Formação do Cânon
O processo básico pelo qual o Cânon Bíblico se
formou, tanto o Antigo quanto o Novo
Testamento, pode ser resumido em três estágios
principais:
1º. Deus inspirou os autores que escreveram os
livros ou cartas.
2º. O povo de Deus, para o qual foram escritos,
Israel no AT e a igreja cristã no NT, os
reconheceu, colecionou, compartilhou e copiou.
3º. Os judeus e cristãos posteriores, listaram,
organizaram e divulgaram o Cânon da Bíblia.
Vejamos com mais detalhes:
2.1 – Os Estágios na Formação do Antigo
Testamento
I. Revelação especial a alguns homens e à nação
de Israel. Deus os manda escrever e registrar
Suas Palavras.
Êxodo 24:4/ Deuteronômio 27:8 31:9 / Josué
24:26 / Isaías 30:8 /Jeremias 36:2,4,6,28,32
Habacuque 2:2 / I Samuel 10:25.
II. À medida que esses porta-vozes falavam e
escreviam, estes escritos eram reconhecidos,
guardados, copiados e colecionados pelos
judeus.
Deuteronômio 17:18,19 / Josué 8:32 /
Daniel 9:2
III. Por volta do ano 400 AC, podemos crer que a
coleção dos livros do AT já estava completa.
Na época de Jesus e da Igreja original, já havia
uma coleção destes livros. Jesus citou a divisão
tríplice do Cânon hebraico.
Lucas 24:27,44 / Mateus 5:17
Observação:
No Concílio de Trento, em 1548 DC, a igreja
Romana “decretou” a canonização de sete livros
no AT e alguns trechos em Ester e Daniel,
chamando-os de “deuterocanônicos”, que
significa “segundo cânon”.
Estes são livros apócrifos, escritos
aproximadamente em 300 a 100 AC, após o
ministério dos últimos profetas.
Eles foram incluídos na Septuaginta, uma
tradução das Escrituras do AT hebraico para o
grego, completada por volta de 150 AC. por uma
colônia de judeus em Alexandria.
Porém, esses livros, até aquela época, nunca
tiveram autoridade divina reconhecida pelos
judeus em Jerusalém, como não a tem até hoje.
São como os outros livros apócrifos. Sua inclusão
foi rejeitada no Concílio judeu de Jâmnia, no final
do Século I, 90 DC..
Quando aplicamos alguns critérios, que
aprenderemos no próximo tópico, os livros
deuterocanônicos não manifestam evidência de
inspiração divina.
O motivo real desta suposta “canonização” em
1548, pelos líderes romanos, foi opor-se à
Reforma protestante na Igreja que ganhou força
com Lutero e outros reformadores.
Apoiada principalmente nesses livros, a igreja
romana defendeu doutrinas como o purgatório,
oração pelos mortos e a salvação através de
indulgências.
Deuteronômio 4:2 / Apocalipse 22:18,19
João 20:30,31
2.2 – Os Estágios na Formação do Novo
Testamento
I. Alguns anos após a ressurreição de Jesus,
começaram a ser escritos os relatos da Sua
vida, bem como o ensino autorizado dos Seus
discípulos originais, testemunhas oculares de
Seu ministério.
I João1:1-4 / Lucas 1:1-4 / Efésios 3:3-5
Estes escritos eram cartas enviadas a Igrejas
locais específicas, aos cristãos em geral ou a
pessoas específicas, com o objetivo de ensinar,
corrigir, edificar e fundamentar a fé cristã.