A preocupação maior se deu no campo da
compreensão da garantia do direito à educação,
especificamente para os jovens e adultos que, ao
longo dos anos, foram impedidos de exercer esse
direito. Portanto, partiu-se do pressuposto de que
a ampliação dos direitos, assim como o direito à
educação, fez parte de um movimento que
extrapolou os limites do território nacional
compondo parte dos direitos típicos dos regimes
democráticos.
Os jovens a adultos desse modalidade formam
um grupo com características que lhe conferem
relativa homogeneidade.
É um grupo formado por pessoas pouco escolarizadas com
baixa qualificação profissional; freqüentemente exercem
atividades de trabalho informal e, muitas vezes com
baixa remuneração, quase sempre de famílias humildes,
não raras vezes as pertencentes a comunidades com
baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), e que não
tiveram a oportunidade de freqüentar a escola
regular na infância e/ou adolescência.
O Brasil possui cerca de muitos analfabetos
funcionais – pessoas a partir de 15 anos, com menos
de quatro anos de escolarização. O enfrentamento
dessa dívida social é inerente a construção de uma
nação com inclusão e justiça. Com esse objetivo, o
MEC estabeleceu a alfabetização como política
prioritária e integrada à educação de jovens e
adultos, com o propósito de garantir a continuidade
do aprendizado.
A alfabetização foi integrada a educação de
jovens e adultos, com o propósito de garantir
continuidade dos estudos. Nessa direção o MEC vem
desenvolvendo o programa Fazendo Escola para apoiar
e ampliar o atendimento de jovens e adultos nos
estudos de ensino fundamental.
Por meio do programa, além a ampliação de
vagas, os estados e municípios oferecem
formação continuada para professores da
educação de jovens e adultos, visando a
melhoria de qualidade de ensino.
1 – A carga horária de professores da EJA em
sua grande maioria é complementar; profissionais
que não conseguirão fechá-la no ensino regular ou
tem outro cargo (Estadual/Municipal) na educação,
são lotados na EJA com esta finalidade. Está na
hora de debater a dedicação exclusiva na educação.
2 – A falta de profissionais com perfil para
trabalhar na EJA é outro problema. Ser professor na
EJA não é para qualquer profissional, tem que ter o
perfil adequado, pois a metodologia tem que ser
diferenciada bem como a forma de relação
professor/aluno.
3– Na formação continuada tem que se procurar
enfocar: metodologia, avaliação e relação
professor/aluno de forma sistêmica, sendo o mais
objetivo possível.
4 – O tempo de aula hoje é de três horas e meia,
em seis meses. Estudar o conteúdo de um ano em seis
meses é um contra senso.
5 – A diferença de faixa etária é outro problema:
jovens e adultos possuem comportamentos diferentes.
Paulo Freire no seu método de
alfabetização visando à libertação dá um
significado especial a esta relação
professor/aluno: “Para ser um ato de
conhecimento o processo de
alfabetização de adultos demanda, entre
educadores e educandos, uma relação de
autêntico diálogo”. Nesta perspectiva,
portanto, os alfabetizadores assumem,
desde o começo da ação, o papel de
sujeitos criadores.
Aprender a ler e escrever já não é, pois,
memorizar sílabas, palavras ou frases,
mas refletir criticamente sobre o
próprio processo de ler e escrever e
sobre o profundo significado da
linguagem.