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May 30, 2016
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About This Presentation
Contexto histórico europeu e brasileiro, características e autores
Size: 5.08 MB
Language: pt
Added: May 30, 2016
Slides: 21 pages
Slide Content
Arcadismo A arte neocl ássica europeia e nacional
Contexto histórico O século XVIII é conhecido como o século das luzes Aprofundam-se, no período as críticas ao Antigo Regime Predominam o capitalismo comercial, o sistema colonial e a sociedade estamental Um emergente mercado consumidor consolida o poder econômico burguês , levando a crises e intensas disputas pelo poder . Iluminismo : A fonte de todo o conhecimento é a razão Busca por explicações racionais para o mundo Ideias para a melhoria das condições existenciais do homem Significativas mudanças no sistema de produção d ão início à Revolução Industrial.
Est ética árcade – o estilo neoclássico A razão suplanta o irracionalismo barroco Razão: sinônimo da verdade Tendência à simplificação da arte Imitação dos clássicos Equil íbrio , harmonia e simetria Aproximação com a natureza Caráter ilustrativo Formalismo e linearidade A representação escultural das figuras APPIANI, Andrea. Retrato de Josephine Bonaparte de Beauharnais .
PICOT, François-Eduarde. L’Amour et Psyché
DAVID, Jacques-Louis. A morte de Sócrates
A poesia árcade Caracter ísiticas
AUREA MEDIOCRITAS (o equil íbrio de ouro ) O "homem natural" imita a ordem e o equilíbrio da natureza. É a condenação de toda ousadia, extravagância, exarcebação das emoções.
É a representação do lugar ameno para o encontro amoroso. O bucolismo sugere uma literatura de caráter pastoril. Contudo, a poesia campestre é mera convenção LOCUS AMENUS ( Bucolismo )
Essa fuga r epresenta um desejo, não uma condição real da vida dos autores . Esse fingimento po ético dá vida a pastores e pastoras . O amor , repleto de convenções , reforça a condição pastoril . FUGERE URBEM (A fuga da cidade ) O fingimento passava também por pseudônimos adotados pelos poetas .
A oposição aos exageros barrocos origina a ideia de cortar qualquer inutilidade na arte. INUTILIA TRUNCAT (o in útil atrapalha )
O convite ao gozo da vida é cercado de imediatismo, mas agora sob um viés positivo: aproveitar a vida por ser breve e o futuro incerto, sem o medo e o tormento barrocos. CARPE DIEM ( Aproveite o dia )
O inconfidente arcadismo brasileiro
Contexto histórico brasileiro S éculo XVII: d escoberta de ouro na região das Minas Gerais . Os acampamentos de mineiros transformam-se rapidamente em cidades . A Coroa enfim achava a riqueza que tanto buscou na Colônia . A corte portuguesa ostenta riqueza . Contudo , boa parte do ouro vai para a Inglaterra e financia a Revolução Industrial, já que o domínio comercial inglês sobre Portugal era absoluto . No final do século , as minas dão sinais de esgotamento O Marquês de Pombal inicia suas reformas : Aumento brutal de impostos Expulsão dos jesuítas Proibição de atividade industrial no Brasil
O endividamento dos proprietários de minas aumenta a revolta contra Portugal. A independência dos Estados Unidos e o pensamento iluminista estimulam as elites ao levante de 1789.
XIII Nise ? Nise ? onde estás ? Aonde espera Achar te uma alma, que por ti suspira, Se quanto a vista se dilata, e gira, Tanto mais de encontrar te desespera! Ah se ao menos teu nome ouvir pudera Entre esta aura suave, que respira! Nise, cuido, que diz; mas é mentira. Nise, cuidei que ouvia; e tal não era. Grutas, troncos, penhascos da espessura, Se o meu bem, se a minha alma em vós se [ esconde , Mostrai, mostrai me a sua formosura. Nem ao menos o eco me responde! Ah como é certa a minha desventura! Nise ? Nise ? onde estás ? aonde ? aonde ?
Minha Marília, Se tens beleza, Da Natureza É um favor. Mas se aos vindouros Teu nome passa, É só por graça Do Deus de amor, Que tanto inflama A mente, o peito Do teu Pastor . Em vão se viram Perlas mimosas, Jasmins, e rosas No rosto teu. Em vão terias Essas estrelas, E as tranças belas, Que o Céu te deu; Se em doce versos Não as cantasse O bom Dirceu . Lira XXXI
ARCADISMO CARACTERÍSTICAS SIMPLICIDADE E EQUIL ÍBRIO FORMALISMO E FINGIMENTO PASTORALISMO BUCOLISMO CARPE DIEM FUGERE URBEM AUTORES BRASILEIROS CL ÁUDIO MANUEL DA COSTA TOM ÁS ANTÔNIO GONZAGA BAS ÍLIO DA GAMA JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO ARTISTAS ESTRANGEIROS JACQUES-LOUIS DAVID - pintura ANTONIO CANOVA - escultura MOZART - m úsica DURAÇÃO 68 ANOS ESTÉTICA INFLUÊNCIA FORMALIDADE RELEVÂNCIA SÉCULO XVIII (1768-1836)
(Enem) Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro , entre Corino , Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino ”. A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
Casa dos Contos & em cada conto te cont o & em cada enquanto me enca nto & em cada arco te a barco & em cada porta m e perco & em cada lanço t e alcanço & em cada escad a me escapo & em cada pe dra te prendo & em cada g rade me escravo & em ca da sótão te sonho & em cada esconso me affonso & em cada claúdio te canto & e m cada fosso me enforco & ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus , 1978.
O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social. a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira. a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita. o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários. o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.