podem estar na origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem
tomados todos os cuidados de saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a
exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem também originar
problemas graves para o desenvolvimento mental das crianças.
Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência intelectual. No
entanto, constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar
tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não
provoca forçosamente um atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool
durante a gravidez também não; todavia, constituem riscos demasiados graves
para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários para
combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a
gravidez.
A deficiência intelectual não é uma doença. Não pode ser contraída a partir do
contágio com outras pessoas, nem o convívio com um deficiente intelectual
provoca qualquer prejuízo em pessoas que o não sejam. O atraso cognitivo
não é uma doença mental (sofrimento psíquico), como a depressão,
esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido
procurar ou esperar uma cura para a deficiência intelectual.
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual consegue aprender a
fazer muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e todas elas
aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem.
Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para lograrem
sucesso.
3. Como se diagnostica a Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?
A deficiência intelectual ou atraso cognitivo diagnostica-se, observando
duas coisas:
A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver
problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo
que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou
funcionamento intelectual)
A competência necessária para viver com autonomia e independência na
comunidade em que se insere (a esta competência também se chama
comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).
Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente
realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos,
neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo deve
ser objeto de observação e análise por parte da família, dos pais e dos
educadores que convivem com a criança.
Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar