atuação da equipe de enfermagem na limpeza e desinfecção
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Language: pt
Added: Oct 30, 2025
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Enf º Emanuely Aparecida Lino Buttner TREINAMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE APARELHOS ENDOSCÓPICOS
INTRODUÇÃO No Brasil, em 1998, em Salvador – BA, foi fundada a Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endoscopia Gastrointestinal (SOBEEG), a padronização da técnica de limpeza e desinfecção dos endoscópios foi a primeira meta alcançada pela Sociedade. Processamento rápido da limpeza e desinfecção, falhas dos trabalhadores ao não executar o processo de acordo com os guidelines são os maiores problemas relacionados com as infecções em endoscopias. O processamento inadequado dos endoscópios aumenta os riscos de infecção iatrogênicas, por isso é imprescindível que toda a equipe de enfermagem esteja familiarizada com todo o processo de limpeza e desinfecção.
Classificação de Spaulding : Endoscópios são classificados em materiais semi críticos, pois entram em contato com mucosa não estéril ou não intacta. Se possível, deve ser feita a esterilização, e caso não, a desinfecção de alto nível é necessária. Uso de autoclave: endoscópios são termossensíveis , e podem ser esterelizados em óxido de etileno. O processo dura 72h, se tornando inviável.
PRÉ – LIMPEZA E LIMPEZA MANUAL DOS APARELHOS DE ENDOSCOPIA: PROCEDIMENTOS REALIZADO PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM. Os endoscópios possuem uma complexa conformidade que dificulta a fricção dos seus canais, dificultando a retirada das sujidades. Os endoscópios possuem pontos de vulnerabilidades por conta dos manuseios inadequados que resultam em danos aos aparelhos e consequentemente ao paciente, durante a limpeza e desinfecção (MADUREIRA; OLIVEIRA, 2021). Infecções relacionadas a tais procedimentos, bem como a transmissão de microrganismos resistentes, principalmente associados a duodenoscópios contaminados, têm sido descritas, desde 2010, em diversos países da Europa e dos Estados Unidos da América, alertando autoridades mundiais, associações e sociedades de gastrenterologia sobre as fragilidades no cumprimento das diretrizes de processamento dos endoscópios (GARCIA; OLIVEIRA, 2022).
LIMPEZA E DESINFECÇÃO LIMPEZA: Remoção de sujidades visíveis e detritos dos artigos, realizada com água adicionada de sabão, de forma manual ou automatizada, a fim de reduzir a carga microbiana. Antecede processo de desinfecção ou esterilização. Desinfecção: Processo físico ou químico que elimina a maioria dos microorganismos de objetos inanimados e superfícies Esterilização: Elimina todas as formas de vida microbiana.
LIMPEZA O material orgânico protege o microorganismo da exposição ao desinfetante ou inativa do desinfetante . A Limpeza Deve ser feita imediatamente após o término do exame, evitando ressecamento de secreções. Pré limpeza na sala de exames – Aspiração de água com detergente enzimático para limpeza do canal. Limpeza externa do tubo para retirar excesso de secreção. Acionar canal água/ar alternando 15 segundos para prevenção de obstrução do canal. Encaminhar o aparelho protegendo a parte elétrica.
SALA SUJA DE REPROCESSAMENTO Remover válvulas e imergir em solução enzimática. Realizar a escovação das mesmas. Lavar externamente o aparelho com sabão enzimático com esponja. Introduzir escova de limpeza no canal de biópsia até a saída na porção distal e escovar a escova de limpeza ao sair na outra extremidade antes de traciona-la de volta. Introduzir a escova em ângulo de 45º através do tubo de aspiração até saída distal do tubo Introduzir a escova pelo canal de aspiração até saída lateral do tubo conector.
Enxaguar os canais utilizando baixa pressão – quanto maior a seringa, menor a pressão. Utilizar seringas de 50 ml para enxágue interno, e água corrente em enxágue externo. Secar e escorrer o máximo possível antes de colocar o aparelho em solução desinfetante. Encaminhar para sala limpa e desinfecção.
DESINFECÇÃO DESINFECÇÃO DE ENDOSCÓPIOS: RELEVÂNCIA E RESPONSABILIDADE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM A desinfecção compreende-se como o processo de eliminação ou destruição de microrganismos na forma vegetativa, independentemente de serem patogênicos ou não, presentes nos artigos ou objetos inanimados. A desinfecção de alto nível é um procedimento que inativa todas as formas vegetativas de bactérias, microbactérias, fungos e vírus, não necessariamente os esporos bacterianos (OLIVEIRA; SILVA; BOPSIN, 2017). A superfície externa dos endoscópios, seus canais internos para ar, água, aspiração e acessórios são expostos a fluidos de corpo e outros contaminantes, devendo ser rigorosamente limpos antes do processo de desinfecção (ANVISA, 2008).
Sala limpa de reprocessamento: Imergir totalmente o aparelho na solução e introduzir a solução nos canais com auxílio de seringa. Manter o equipamento submerso pelo tempo indicado pelo fabricante do desinfetante. Após o tempo correto, enxaguar externamente em água corrente. Enxaguar internamente com seringa e água em abundância (5 vezes com seringa de 50 ml) Secar o tubo com pano macio. Secar os canais com ar comprimido sob baixa pressão. Rinsagem com alcool 70º internamente no final do dia.
ARMAZENAGEM Evitar queda Evitar contaminação exógena Evitar deitar o aparelho com comando para baixo Não fazer dobras no tubo Inspecionar amassos e demais danos no tubo Não dobrar parte distal com a mão. Transporte dentro da clínica – caixa lavável Transporte externo – Maleta adequada (após reprocessamento)
TESTE DE VEDAÇÃO Adaptar o testador de vedação do aparelho. Imergir extremidade distal verificando presença de bolhas na água Deve ser feito DIARIAMENTE antes de submergir o aparelho na água. Caso apresente vazamento / escape, não prosseguir com limpeza devido à infiltração. Avisar enfermeira.
SOLUÇÕES ENZIMÁTICAS Substancias químicas com propriedade de tornar solúveis em água, substâncias com baixa ou nenhuma solubilidade. Gorduras, açúcares, proteínas – decomposição estrutura molecular. Ação bacteriostática – não promove desinfecção. Respeitar diluição em água e temperatura.
SANEANTES Glutaraldeído Líquido, ácido, Pouco corrosivo Modo de uso: Submersão, ativado, alcalino com pH de 7,5 à 8,5 (teste diário). Validade de 30 dias . Tempo de processamento: 10 min segundo fabricante Aplicação: Alto nível, artigos semicríticos Quando à 2%, eficaz contra bactérias vegetativas, fungos e maioria dos vírus. Tempo: H. pilory eliminada em menos de 2 minutos. Validade: Uso de fita teste para confirmar pH. Apresentação: 1,5% à 2,4 %.
Biosegurança : Produto tóxico. Pode causar irritação de pele e mucosas. EXIGE ventilação adequada da sala de desinfecção e proteção individual Dosímetro : Glutaraldeído acima de 0,2 ppm no ar é irritante aos olhos, garganta e nariz. Epistaxe , dermatite, asma, rinite tem sido documentadas . MANTER TAMPA AJUSTADA Evitar proctocolite no paciente – enxágue correto
ESTERILIZAÇÃO INTERNA Pinças autoclaváveis Controle de pinças (lote e validade) Controle – teste bioquímico Controle – teste biológico Higiene e limpeza Ultrassônica (280 segundos) Secagem Embalagem Esterilização
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO SETOR DE ENDOSCOPIA E SUAS ATRIBUIÇÕES NO REPROCESSAMENTO DOS APARELHOS A ausência de padronização das etapas do processamento dos endoscópios significa fragilidade na gestão de qualidade do cuidado em saúde, podendo ocasionar grande variação nos modos de execução e causar sérias implicações para a saúde (AZEVEDO et al , 2022). A SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem) contribui para uma prática assistencial organizada e segura, a atuação de toda a equipe de enfermagem neste setor inclui cuidados executados nos atendimentos, exigindo do enfermeiro conhecimento das tecnologias especializadas, habilidade, competência e tomada de decisão nas situações problema, para orientar de forma adequada a equipe sob sua responsabilidade (SOUZA, 2017).
* O processo de limpeza dos equipamentos endoscópicos deve incluir etapas bem definidas e o envolvimento de toda a equipe de enfermagem com fluxo direcionado para a prática de limpeza, bem como a difusão destes conhecimentos é de extrema relevância. * Existem no mercado diversas soluções para desinfecção de alto nível em endoscopia, devendo-se considerar a recomendação dos fabricantes do equipamento. * O enfermeiro precisa compreender a importância do treinamento e da capacitação técnica de sua equipe para o desenvolvimento das atividades diárias na limpeza e desinfecção dos aparelhos de endoscopia.