AVALIAÇÃO DO
CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO: O QUE
NÃO PODEMOS ESQUECER
PROF. ENF. JOÃO PAULO SILVA
A Puericultura efetiva-se pelo acompanhamento periódico e
sistemático das crianças para:
•Avaliação do Crescimento e Desenvolvimento.
•Avaliação da Imunização.
•Avaliação e orientação sobre Alimentação: Aleitamento
materno e Alimentação Complementar.
•Orientações para a família sobre a Prevenção de Acidentes.
Identificação precoce dos agravos, com vista à intervenção
efetiva e apropriada
RETOMANDO PONTOS IMPORTANTES
Sistematização da Consulta
Levantamento
de Dados
Diagnóstico de
Enfermagem
Prescrição de
Enfermagem
Avaliação da
Consulta
(FUJIMORI, OHARA & Orgs, 2009)
•O que precisamos saber sobre crescimento e desenvolvimento?
•Quais as implicações do crescimento e desenvolvimento para a
saúde da criança e do adolescente?
•Quais as ações para a promoção da saúde da criança e do
adolescente?
•O que compete a(ao) enfermeira(o)?
QUESTIONAMENTOS NECESSÁRIOS
NOÇÕES IMPORTANTES
CRESCIMENTO
Tamanho
Peso
QUANTITATIVAMENTE
DESENVOLVIMENTO
Habilidades
Competências
Do simples para o
complexo
QUALITATIVAMENTE
Aumento do tamanho corporal e, portanto, ele cessa com o
término do aumento em altura (crescimento linear)
Um dos melhores INDICADORES DE SAÚDE DA CRIANÇA
CRESCIMENTO
•O planejamento familiar
•Assistência adequada no pré-natal, ao parto e puerpério,
•Medidas de promoção, proteção e recuperação da saúde
nos primeiros anos de vida.
AVALIAÇÃO DO
CRESCIMENTO
Como avaliar o crescimento?
Exame antropométrico que consiste na
verificação do peso, estatura e
perímetros
Peso e estatura
São os dois índices mais importantes na
avaliação do crescimento.
O peso é um excelente indicador das
condições de saúde e nutrição da
criança
•Dois primeiros anos – elevada.
•Após os dois primeiros anos - declínio gradativo e pronunciado
até os cinco anos de idade.
•A partir do quinto ano, a velocidade de crescimento é
praticamente constante, de 5 a 6 cm/ano até o início do estirão
da adolescência - em torno dos 11 anos de idade nas meninas e
dos 13 anos nos meninos.
•A velocidade de crescimento geral não é uniforme ao longo dos
anos e os diferentes órgãos, tecidos e partes do corpo não
crescem com a mesma velocidade.
AVALIAÇÃO DO
CRESCIMENTO
BRASIL (2002, p.15)
PESO
Importante indicador das condições de
saúde e da nutrição da criança;
•Parâmetro de fácil obtenção e sensível
aos agravos;
•Nascimento: 3000 a 3500g;
•Perda fisiológica: 10% do peso do
nascimento (até 5º dia);
•Recuperação: até o 10º dia de vida.
PESO DO NASCIMENTO + AUMENTOS
MENSAIS
Ganho Ponderal Médio Mensal:
4-5 meses: dobra de peso
1 ano: triplica de peso
2 anos : quadruplica
Durante segundo ano: 2,5kg
Pré-escolar: 2kg/ano
Escolar: 3,5kg/ano
PESO EM CRIANÇAS DE 0 A 23 MESES
PESO EM CRIANÇAS MAIORES
ESTATURA
•Mais estável e regular;
•Os aumentos no
comprimento ocorrem em
estirões repentinos.
Ganho estatural médio de 0
a 4 anos
0 a 3m: 3cm/mês
3 a 6m: 2cm/mês
6m a 1a:1-1,5cm/mês
1 a 2a: 1cm/mês
2 a 4a:0,75cm/mês
Estimativa de estatura
Ao nascer: aprox. 50cm
1a: aprox. 75cm
2a: aprox. 82 cm
3a: aprox. 91cm
4a: aprox. 1m
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE MEDIÇÃO
ANTROPOMÉTRICA
Comprimento/altura: comprimento (crianças
de 0 a 23 meses - deitada)
Instrumentos de medição: a medição do
comprimento da criança de 0 a 23 meses é
feita deitada sobre uma mesa antropométrica
ou com o auxílio de uma régua antropométrica
sobre uma superfície plana.
ALTURA (CRIANÇAS DE 24 A 72 MESES - EM PÉ)
PERÍMETRO CRANIANO
•Indica crescimento do cérebro (até 36
meses);
•Avaliado mensalmente até o final do
primeiro ano de vida;
•Aumento: primeiros 6 meses: aprox.1,5
cm/mês. Segundo semestre: 0,5 cm/mês.
O PC aumenta 10 cm no primeiro ano de
vida e mais 10 cm nos 20 anos seguintes ( 80 a
85% do crescimento do PC se faz até 4 a 5 anos
e 35% até os 6 anos).
Fechamento:
Fontanela lambdóide: 6ª e 8ª semana de vida
Fontanela bregmática: 12-18 meses
Crescimento do PC de 0 a 3 anos
Ao nascimento: aprox. 35 cm
1° trimestre: aprox. 5 cm
2° trimestre: aprox. 5 cm
3° trimestre : aprox. 2 cm
4° trimestre : aprox. 1 cm
Estimativa do PC
12m: aprox. 47 cm
18m: aprox 48 cm
2a: aprox 49 cm
13a: aprox 50 cm
Na idade adulta: aprox. 57 cm
PERÍMETRO TORÁCICO
•Nascimento: 30 a 33cm
Relação entre PC e PT
Até 6m: PC superior ao PT
Cerca de 6 m: PC igual ao PT
Cerca de 9 m: PC é inferior ao PT
PERÍMETRO ABDOMINAL
Medida da circunferência do abdômen.
Serve para monitorizar a evolução de
certas patologias: ascite, tumores e
visceromegalias.
Fita métrica passa pela cicatriz
umbilical.
Até os 2 anos: aproximadamente PT = PC = PA; em seguida passa a predominar o PT
Até 6 meses: até 6 meses PC maior que PT; a seguir, PT ligeiramente maior que PC.
FONTANELA
BREGMÁTICA
Ao nascimento: 4-6cm
(maior diâmetro)
•Fechamento: 10-18
meses
•Avaliar: Tensão e
abaulamento
IMPORTANTE
QUADRO DE TENDÊNCIAS GERAIS DO GANHO DE
PESO E ALTURA DURANTE A INFÂNCIA
•Técnica para tomada de peso
•Técnica para anotação no gráfico
•Interpretação
•Curva ascendente: criança sadia, ganhando peso
•Curva paralela: ausência de ganho de peso ou ganho insuficiente
•Curva decrescente: perda de peso
Significa que a criança está recebendo quantidade
insuficiente de nutrientes e calorias ou apresenta
alguma alteração no seu
estado de saúde
CARACTERIZAÇÃO DO NORMAL – GRÁFICO
Sobrepeso ou
obesidade
Magreza ou peso
baixo para a idade
Magreza acentuada
ou peso muito
baixo para a idade
Abordagem
interdisciplinar
Fórmula para cálculo do IMC
IMC = peso(kg)/altura²(m)
DESENVOLVIMENTO
Refere-se às mudanças qualitativas, tais como aquisição e o
aperfeiçoamento de capacidades e funções, que permitem à
criança realizar coisas novas, progressivamente mais complexas,
com uma habilidade cada vez maior.
O crescimento
termina em determinada idade , quando esta alcança a sua
maturidade biológica
≠
O desenvolvimento
é um processo que acompanha o homem através
de toda a sua existência
DESENVOLVIMENTO
FATORES QUE INFLUENCIAM
O DESENVOLVIMENTO
Há fatores que interferem desenvolvimento
infantil e que iniciam mesmo antes do
nascimento e continuam durante toda a vida
dos indivíduos.
1. Aspectos biológicos e psicológicos da
própria criança
• Tendências hereditárias (ex.: propensão a
determinada doença);
• Constituição física, sexo (menino ou
menina);
• Tipo de personalidade
(ex.: introvertida/extrovertida).
2. Família:
• Nível socioeconômico
• Religião e cultura
• Casamento/Divórcio
• Forma de comunicação entre pais e filhos
3. Escola:
• Professores
• Colegas
• Proposta pedagógica e metodologia de ensino
• Avaliação da aprendizagem e do
comportamento
FATORES QUE INFLUENCIAM
O DESENVOLVIMENTO
O bebê suga quando algum objeto é colocado em
sua boca.
Permite a alimentação.
Marcha
Quando o bebê é seguro na posição ereta por um
adulto e depois é movido para a frente, começa a
mover-se como que dando passos ritimados.
Precursor do andar voluntário.
Rotação
Quando a face do bebê é tocada, ele vira a cabeça na
direção do toque e abre a boca.
Ajuda o bebê a encontrar o
mamilo para se alimentar.
Preensão
palmar
Quando um objeto é colocado na palma da mão do
bebê, ele o agarra.
Precursor do andar voluntário.
Piscar
Em resposta à luz ou ruídos fortes, o bebê fecha os
olhos.
Proteção dos olhos.
Babinski
Quando a sola do pé é acariciada do calcanhar em
direção aos dedos, os dedos dos pés do bebê se
distendem.
Desconhecido.
Moro
Em resposta a um ruído alto ou quando a cabeça
pende, o bebê abre os braços e fecha num
movimento semelhante a um abraço. Desaparece no
5 mês.
É possível que esteja ligado à
proteção, ajudando o bebê a se
agarrar à mãe.
Preensão
plantar
Ocorre quando tocamos a planta do pé abaixo dos
artelhos e os mesmos assumem a posição de garras;
quando para o estimulo os artelhos se estendem. Até
os 9 meses os dedos se fletem, quando na posição
de pé, que é quando ele desaparece.
O desenvolvimento cognitivo é um processo interno, mas pode ser
observado e "medido“ através das ações e da verbalização da criança.
Envolve:
O processo de pensamento, o qual inclui as seguintes capacidades:
•compreensão dos fatos que ocorrem à sua volta;
•percepção de si mesmo e do ambiente;
•percepção de semelhanças e diferenças;
•memória;
•execução de ordens;
•compreensão de conceitos de cor e de forma;
•compreensão de tamanhos;
•compreensão de espaço;
•aquisição de conceitos e o estabelecimento de relações entre fatos e
conceitos;
•compreensão de tempo e a relação dos conceitos entre si.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
É a capacidade de realizar movimentos por determinação da
própria vontade:
•Habilidades: posição ereta/caminhar,
coordenação/manipulação de objetos
•Exemplos: sentar-se, apanhar e largar, empilhar, ficar de pé,
caminhar, etc.
É produto de: amadurecimento do SNC (céfalo-caudal e
próximo-distal)
•Estímulo
•Aprendizagem
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
•Abrange, em geral, todos os comportamentos que constituem a adaptação
social;
São comportamentos aprendidos e resultantes de:
•crescimento e desenvolvimento neurológicos
•estímulo
•aprendizagem (educação, normas de convivência)
Exigir comportamento para qual ainda não há maturidade necessária;
Superproteção: interfere no processo de autoestima e confiança em si mesma.
Aquisições especiais
•alimentação: interação social;
•aceitação de limitações e brincadeiras;
•controle dos esfíncteres: aprendizagem de controle sobre o próprio corpo e
sobre a maneira pela qual a própria conduta gera reações por parte dos
adultos.
AJUSTE PSICOSSOCIAL
COMUNICAÇÃO
Requer comportamentos relacionados a:
LINGUAGEM
Não é simples trabalho de imitação: é aprendizagem complexa;
É produto de:
•atividade intelectual
•estimulação social
Permite expressar ideias, sensações e emoções:
Audição
Compreensão
Expressão
Devem favorecer o crescimento físico e aperfeiçoar as atividades motoras.
Exemplos: saltar, correr, escalar, ginástica, natação, etc.
Brinquedos construtivos e criativos
Atividades tranquilas
Desenvolvimento do motor fino
Auto expressão
Exemplos: quebra-cabeças, argila, pintura, livros ilustrados, etc.
Pré-escolar: brincadeiras imitativas e dramatização
BRINCADEIRAS
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
Bee, H. A criança em desenvolvimento. Tradução Maria Adriana Veríssimo
Veronese. 9a ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. 612p.
Hockenberrry, M.J. Wong Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 7ª ed., Rio de
Janeiro: Elsevier, 2011