Assistência de Enfermagem no
Enfermagem no Trauma
Crânio Encefálico e TRM
Ms. Emmanuella Costa de Azevedo Mello
Definição de TCE e TRM
Trauma Crânio
Encefálico (TCE)
Lesão cerebral causada por
força externa, resultando em
alteração da função
neurológica.
Trauma Raquimedular
(TRM)
Lesão na medula espinhal,
podendo causar perda de
função motora e sensorial.
Impacto na vida
Ambos podem resultar em sequelas permanentes, afetando
drasticamente a qualidade de vida.
Epidemiologia do TCE e TRM
TRM
50M
Casos de TCE por ano
Estimativa global de novos casos
anualmente.
500K
Casos de TRM por ano
Número aproximado de novos casos
mundialmente.
2.8M
Mortes e hospitalizações
Impacto anual nos EUA devido a
TCE.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso Central
Cérebro
Centro de controle do corpo,
responsável por pensamentos,
memória e emoções.
Medula Espinhal
Conduz sinais nervosos entre o
cérebro e o corpo, controlando
movimentos e sensações.
Líquido Cefalorraquidiano
Protege o cérebro e a medula, atuando
como amortecedor contra impactos.
Fisiopatologia do TCE e TRM
1
Lesão Primária
Dano imediato causado pelo impacto direto ou forças de
aceleração/desaceleração.
2
Lesão Secundária
Cascata de eventos bioquímicos que ocorrem após o trauma inicial.
3
Edema Cerebral
Inchaço do tecido cerebral, aumentando a pressão intracraniana.
4
Isquemia
Redução do fluxo sanguíneo, levando à morte celular.
Avaliação Inicial do Paciente com TCE e
TRM
Vias Aéreas
Garantir permeabilidade e proteger a coluna cervical.
Respiração
Avaliar padrão respiratório e fornecer suporte se necessário.
Circulação
Controlar hemorragias e avaliar perfusão tecidual.
Disfunção Neurológica
Avaliar nível de consciência e pupilas.
Exames Complementares no
TCE e TRM
Radiografia
Identifica fraturas ósseas e
alinhamento da coluna vertebral.
Tomografia Computadorizada
Computadorizada
Detecta hemorragias, contusões e
edema cerebral.
Ressonância Magnética
Avalia lesões detalhadas de tecidos
moles e medula espinhal.
Classificação dos Níveis de Consciência
1
Alerta
Paciente totalmente consciente e responsivo.
2
Confusão
Desorientação e dificuldade de compreensão.
3
Sonolência
Responde apenas a estímulos verbais ou dolorosos.
4
Coma
Ausência de resposta a estímulos externos.
Escalas de Avaliação
Neurológica
Escala de Coma de
Glasgow
Avalia abertura ocular,
resposta verbal e motora.
Pontuação de 3 a 15.
Escala ASIA
Classifica a gravidade da lesão
medular. Graus de A a E.
Escala de Rancho Los Amigos
Avalia o nível de consciência e comportamento. Níveis de I a VIII.
Intervenções de Enfermagem na
na Estabilização do Paciente
1
Imobilização
Manter coluna cervical alinhada e imóvel.
2
Oxigenação
Garantir adequada saturação de oxigênio.
3
Perfusão
Manter pressão arterial média adequada.
4
Sedação
Administrar sedativos conforme prescrição médica.
Monitorização Hemodinâmica e
Neurológica
Monitorização Cardíaca
Avaliar frequência, ritmo e pressão
arterial continuamente.
Pressão Intracraniana
Monitorar PIC através de cateter
intraventricular ou intraparenquimatoso.
Temperatura Corporal
Controlar rigorosamente para prevenir
hipertermia.
Controle da Pressão
Intracraniana
1Elevação da Cabeceira
Manter cabeceira elevada a
30-45 graus.
2Sedação Adequada
Reduzir agitação e atividade
metabólica cerebral.
3Controle da
Temperatura
Manter normotermia ou
hipotermia leve conforme
protocolo.
4Drenagem de LCR
Utilizar derivação ventricular
externa quando indicado.
Prevenção e Manejo de Complicações
Pneumonia
Realizar aspiração traqueal e mudança
de decúbito frequente.
Convulsões
Administrar anticonvulsivantes
profiláticos conforme prescrição.
Trombose Venosa Profunda
Utilizar meias de compressão e
anticoagulação quando apropriado.
Cuidados de Enfermagem com
Drenagem de Líquor
Posicionamento
Manter o sistema de drenagem nivelado corretamente.
Monitorização
Observar características e volume do líquor drenado.
Prevenção de Infecção
Manter técnica asséptica rigorosa durante manipulação.
Registro
Documentar volumes drenados e alterações no aspecto do líquor.
Assistência de Enfermagem na Reabilitação
1
Fase Aguda
Prevenir complicações e manter funções vitais.
2
Fase Subaguda
Iniciar mobilização precoce e estimulação sensorial.
3
Fase de Recuperação
Promover independência nas atividades diárias.
4
Fase de Adaptação
Preparar para alta e reintegração social.
Particularidades do TCE em
Pediatria
Avaliação
Usar escalas adaptadas para
idade, como a Escala de Coma
de Glasgow Pediátrica.
Manejo da PIC
Considerar fontanelas abertas
em lactentes como janela
diagnóstica.
Dosagem de
Medicamentos
Ajustar doses com base no
peso e idade da criança.
Suporte Familiar
Envolver pais/responsáveis
ativamente no cuidado e
tomada de decisões.
Assistência de Enfermagem no
TCE Grave
Monitorização Intensiva
Vigilância contínua de sinais vitais e
pressão intracraniana.
Manejo Farmacológico
Administração precisa de
sedativos, analgésicos e
anticonvulsivantes.
Avaliação Neurológica
Realizar exames neurológicos
frequentes e detalhados.
Assistência de Enfermagem no TRM
Imobilização
Manter alinhamento da coluna
vertebral em todos os momentos.
Função Respiratória
Monitorar e auxiliar na respiração,
especialmente em lesões cervicais
altas.
Função Vesical e Intestinal
Implementar programa de manejo
neurogenico da bexiga e intestino.
Cuidados de Enfermagem com a
Mobilização do Paciente
Avaliação
Verificar estabilidade hemodinâmica e neurológica antes da mobilização.
Planejamento
Coordenar equipe e preparar equipamentos necessários.
Execução
Realizar mobilização suave, mantendo alinhamento corporal.
Monitoramento
Observar sinais vitais e nível de consciência durante e após.
Prevenção de Úlceras de
Pressão
Mudança de Decúbito
Realizar a cada 2 horas,
respeitando restrições de
mobilização.
Superfícies de Suporte
Suporte
Utilizar colchões especiais e
almofadas de
posicionamento.
Higiene e Hidratação da
da Pele
Manter pele limpa e
hidratada, evitando umidade
excessiva.
Nutrição Adequada
Garantir aporte nutricional
adequado para manutenção
da integridade cutânea.
Manejo da Dor e Analgesia
1
Avaliação da Dor
Utilizar escalas apropriadas, considerando limitações de comunicação.
2
Analgesia Multimodal
Combinar diferentes classes de analgésicos para maior eficácia.
3
Medidas Não Farmacológicas
Implementar técnicas de relaxamento e posicionamento confortável.
4
Monitoramento
Avaliar eficácia da analgesia e ajustar conforme necessário.
Cuidados de Enfermagem com Nutrição e Hidratação
Avaliação Nutricional
Determinar necessidades calóricas e
proteicas individualizadas.
Alimentação Enteral
Administrar dieta por sonda,
monitorando tolerância e resíduo
gástrico.
Balanço Hídrico
Monitorar rigorosamente entradas e
saídas de líquidos.
Prevenção de Infecções
1Higiene das Mãos
Realizar higienização
rigorosa antes e após
contato com o paciente.
2Técnica Asséptica
Utilizar em todos os
procedimentos invasivos.
3Cuidados com
Dispositivos
Manter cateteres e drenos
limpos e funcionantes.
4Antibioticoprofilaxia
Administrar conforme
protocolo institucional.
Profilaxia de Tromboembolismo
Métodos Mecânicos
Utilizar meias de compressão
graduada e dispositivos de
compressão pneumática intermitente.
Anticoagulação
Administrar heparina de baixo peso
molecular conforme prescrição,
considerando riscos.
Mobilização Precoce
Iniciar movimentação passiva e ativa
assim que possível.
Assistência de Enfermagem no
Paciente em Coma
1
Monitorização Contínua
Avaliar sinais vitais e padrão respiratório frequentemente.
2
Cuidados Oculares
Aplicar lubrificantes e oclusão palpebral para prevenir lesões corneanas.
3
Estimulação Sensorial
Realizar estímulos auditivos, táteis e olfativos de forma controlada.
4
Prevenção de Contraturas
Realizar exercícios passivos e posicionamento adequado.
Suporte Emocional ao
Paciente e Família
Comunicação Clara
Fornecer informações de
forma compreensível e
compassiva.
Escuta Ativa
Estar disponível para ouvir
preocupações e responder
perguntas.
Inclusão nos Cuidados
Envolver a família no processo
de cuidado, quando
apropriado.
Encaminhamento
Oferecer suporte psicológico
especializado quando
necessário.
Comunicação Efetiva com a Equipe
Multidisciplinar
Passagem de Plantão
Realizar troca de informações detalhada e estruturada.
Rounds Multidisciplinares
Participar ativamente das discussões de caso.
Protocolos de Comunicação
Utilizar técnicas como SBAR para transmitir informações críticas.
Feedback Construtivo
Promover ambiente de aprendizagem e melhoria contínua.
Registros e Documentação de
Enfermagem
Evolução de Enfermagem
Registrar avaliações, intervenções
e respostas do paciente.
Checklist de Procedimentos
Procedimentos
Documentar realização de
cuidados específicos e protocolos.
Sistemas Eletrônicos
Utilizar registros eletrônicos para
maior precisão e acessibilidade.
Aspectos Éticos e Legais na
Assistência de Enfermagem
Consentimento Informado
Obter autorização para
procedimentos, respeitando
autonomia do paciente/família.
Confidencialidade
Manter sigilo das informações
do paciente.
Tomada de Decisão Ética
Ética
Considerar princípios éticos em
situações complexas.
Responsabilidade
Profissional
Atuar dentro dos limites legais
da profissão.
Educação Continuada da Equipe de Enfermagem
1
Treinamentos Regulares
Realizar atualizações frequentes sobre protocolos e técnicas.
2
Simulações Realísticas
Praticar cenários complexos em ambiente controlado.
3
Estudos de Caso
Discutir casos clínicos para aprimorar raciocínio crítico.
4
Participação em Congressos
Incentivar atualização com evidências científicas recentes.
Indicadores de Qualidade na
Assistência de Enfermagem
0
Infecções Associadas
Meta de zero infecções relacionadas a
dispositivos invasivos.
95%
Adesão a Protocolos
Conformidade com bundles de cuidados
em TCE e TRM.
100%
Avaliação de Risco
Realização de escalas de risco para
todos os pacientes.