Aula 1 - Conceituação do Processo Psicodiagnóstico.pdf

saude

1. Conceituação do
Processo
Psicodiagnóstico
Profa. Cássia Rocha

2. Avaliação
psicológica
clínica
PráticacomumnoBrasil;
Atividadetambém conhecidacomo
psicodiagnóstico;
Parecemaiscomumquandooprofissional
fazusodetesteseinstrumentos
psicológicos;
Outrasatividadesquandotestesnãosão
utilizados,muitasvezessãochamadasde
avaliaçãoclínica,avaliaçãopsicológica,
entrevistaspreliminares,diagnóstico
psicológicoetc.

3. Psicodiagnóstico exige a aplicação de
testes?
•Arzeno(1995)consideraquediagnósticopsicológiconãonecessariamente
éomesmoquefazerpsicodiagnóstico.Todaavaliaçãopsicológicaquenão
usetestes,paraaautora,nãodeveserchamadodepsicodiagnóstico.
•Cunha(2000)conceituaque“psicodiagnósticoéumprocessocientífico,
limitadonotempo,queutilizatécnicasetestespsicológicos(input),em
nívelindividualounão,sejaparaentenderproblemáticasàluzde
pressupostosteóricos,identificareavaliaraspectosespecíficos,seja
paraclassificarocasoepreverseucursopossível,comunicandoos
resultados(output),nabasedosquaissãopropostassoluções,seforo
caso”(p.26)

4. Oprocessopsicodiagnósticopodeseraplicadono
“períododeavaliação”epodeseraindarealizado
noiníciodoprocessopsicoterápico(pelopróprio
psicólogoounão)paraummelhorplanejamento
doprocesso.
OcampoeArzeno(1979/2009)consideramaideia
de que o psicodiagnósticoinclui
obrigatoriamenteumaetapadetestese
técnicasprojetivas.
Aparentemente,adistinçãoentrepsicodiagnóstico
eoutraspráticasavaliativaspareceestar
relacionadaaosaspectosdousodostestes.
psicodiagnóstico

5. Psicodiagnóstico
Essa discussão parece infrutífera,pois o
psicodiagnósticorefere-seaumcaráterdiagnósticoe
investigativoenãoespecíficoaousodeinstrumentos.
Vistoqueháautores,comoTrinca,quedefendemo
psicodiagnósticopoderserrealizadocomousemousode
testes,oqueestámaisligadoàexperiênciadoclínicocom
relaçãoaoseupaciente.

6. CFP (2013, p.11)
Aavaliaçãopsicológicaécompreendidacomoumamplo
processodeinvestigação,noqualseconheceo
avaliadoesuademanda,comointuitodeprogramar
atomadadedecisãomaisapropriadadopsicólogo.
Maisespecialmente,aavaliaçãopsicológicarefere-seà
coletaeinterpretaçãodedados,obtidospormeiodeum
conjuntodeprocedimentosconfiáveis,entendidoscomo
aquelesreconhecidospelaciênciapsicológica.

7. Diferença entre testagem psicológica e
avaliação psicológica (CFP 2013, p 13)
•Aavaliaçãoéumprocessoamploqueenvolveaintegração
deinformaçõesprovenientesdediversasfontes,dentreelas
testes,entrevistas,observaçõeseanálisededocumentos,
enquantoqueatestagempodeserconsideradaumprocesso
diferente,cujaprincipalfontedeinformaçãosãoostestes
psicológicosdediferentestipos.

8. Psicodiagnóstico
NaCartilhadoCFPde2007nãoháreferênciaaotermo,apenasno
documentode2013queconsideracomoumamodalidadede
avaliaçãopsicológica,semaespecificaçãodanecessidadeounão
dousodostestes.
Consideraqueaavaliaçãopsicológicapodeserdescritaemtermos
desuasmodalidades:psicodiagnóstico,examepsicológico,
psicotécnico*eperícia.

(Termoemdesuso,hojeentende-secomoaavaliaçãopsicológica
demotoristascomoumaperícia).

9. Avaliação
psicológica
Nopsicodiagnósticoasentrevistas
preliminares,asentrevistasdeavaliação
ouentrevistasiniciaisconduzidaspor
psicólogosdediferentesabordagenspara
indicaçãodeintervenção,nãopoderiaser
consideradapráticade avaliação
psicológica?

10. Psicodiagnóstico
Parecehaverumaexpectativadequeprofissionaisdaárea
dasaúdeoueducaçãoemrelaçãoaopsicodiagnóstico,de
queestesejacompostoportestespsicológicos,
principalmenteosqueavaliamacapacidadecognitiva.
Destaca-sequenãoéofatodeterounãotestespsicológicos
queseconfiguraumpsicodiagnóstico.Opsicólogopoderá
abrirmãodatestagem,pordiversasrazões,entreelas
quandonãoháinstrumentosválidosouinexistentespara
populaçõesespecíficas(Wainstein,2011;Wainstein&
Bandeira,2013apudKrug,Trentini&Bandeira,2016)

11. Definição de
Psicodiagnóstico
(Krug et al, 2016)
Apráticarealizadaporpsicólogosquesevalem(ou
não)detestes,independentedesuateoriadebase,
podeserchamadadepsicodiagnóstico.Esteéum
procedimentocientíficodeinvestigaçãoe
intervençãoclínica,limitadonotempo,queemprega
técnicase/outestescomapropostadeavaliaruma
oumaiscaracterísticaspsicológicas,comoobjetivo
deumdiagnósticopsicológico(dinâmicoe/ou
descritivo),pautadoàluzdeumateoriaequegera
indicaçõesterapêuticaseencaminhamentos.

12. Psicodiagnóstico
necessita de uma
teoria que o
fundamente
Aofertadeinstrumentosaumentouconsideravelmente
nosúltimosanos,porémnãonecessariamenteisso
qualificouoprocessopsicodiagnóstico.
Observa-seavalorizaçãodosinstrumentos,em
detrimentodaescutaedatarefadesíntese
compreensiva,quedeveserrealizadapelopsicólogo
apartirdacoletadosdados.
Riscosdeumfrankensteinstécnicoseteóricosao
adotaraomesmotempo,diversosinstrumentoscom
fundamentaçãoteóricaemdiferentesabordagens.

13. Formação do
profissional
Nãoépossíveldescuidardaformaçãodo
profissionalparasercapazdeescolher,
administrar,interpretareintegraros
resultadosdosinstrumentosemum
processopsicodiagnóstico.Nãoexistea
possibilidadedopsicólogotrabalhar
semumaluzteóricadebase.

14. Psicodiagnóstico
é uma
intervenção
Aideiadequeopsicodiagnósticoéapenas
investigativo,temorigemnaideia
positivista,quepregavaorigorcientíficoe
aneutralidade.
Háautoresquedefendemqueo
psicodiagnósticoéinterventivoeque
issopodetrazerresultadosbenéficosao
paciente.
Aocontarsuahistória,opacientea
reviveeissojáéumaintervenção.

15. Psicodiagnóstico
•Abrangequalquertipodeavaliaçãopsicológicadecaráterclínicoqueseapoio
emumteoriapsicológicadebaseeadoteumaoumaistécnicasde
investigação(observação,entrevistas,testesprojetivos,testespsicométricos
etc.),reconhecidaspelatécnicapsicológica.Osautoresnãosugerema
adoçãodotermoparaambientescomocontextosjurídicosouorganizacionais,
poisestescorremoriscodesimulaçãoedissimulaçãoconscientes.
•Tambémnãodeveestarapenasacritériosdeavaliarsinaisesintomasoua
diagnósticonosológico,bemcomoasimplesaplicaçãodeumteste,também
nãofazumpsicodiagnóstico.

16. Psicodiagnóstico
•Éaindaumprocedimentocomplexo,interventivo,
baseadonacoletademúltiplasinformações,que
permitemaelaboraçãodeumahipótese
diagnóstica,alicerçadaemumacompreensão
teórica.

17. Referência
•KRUG, J. S. et al. Conceituação de Psicodiagnóstico na Atualidade.
Em HUTZ, Claudio Simon (org). Psicodiagnóstico. Porto Alegre:
Artmed, 2016. (e-book), p. 16 –20.