Aula 3.0 Protocolo de Triagem de Manchester (PTM).pptx
lucas209830
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Sep 30, 2025
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About This Presentation
saude, enfermagem
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Language: pt
Added: Sep 30, 2025
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Slide Content
Protocolo de Triagem de Manchester (PTM) Prioridade clínica, critérios de risco e categorização por cores
FACILITADORES ENF. LUCAS CAYQUE ALVES DOS ANJOS ENF.(a). BRUNA ARAÚJO SANTOS
APOIO: BETE DE ZÉ AGDONIO – SEC. MUNICIPAL DE SAÚDE SUZANA LESSA- DIRETORA DE ESPECIALIDADE
Objetivos da aula Compreender o PTM e sua aplicação no Brasil Relacionar o protocolo com o processo de enfermagem em urgência/emergência Identificar e aplicar os discriminadores gerais e específicos Classificar corretamente por cores e tempos-alvo Refletir sobre aspectos éticos, legais e práticos Treinar por meio de casos clínicos e quiz interativo Humanização no atendimento
Por que triagem estruturada? Prioriza gravidade em vez de ordem de chegada Reduz morbimortalidade por atrasos Padroniza linguagem e critérios entre a equipe multiprofissional Suporte a auditoria e educação continuada Fortalece a segurança do paciente
Histórico e uso no Brasil Criado em Manchester, 1994 Adotado em diversos países No Brasil, utilizado em hospitais de referência, UPAs e serviços de urgência Complementa protocolos do Ministério da Saúde (acolhimento com classificação de risco)
Fundamentos do PTM Não é diagnóstico : atribui prioridade clínica Baseado em queixa principal → fluxograma → discriminadores 5 cores com tempos-alvo : Vermelho (imediato), Laranja (≤10 min), Amarelo (≤60 min), Verde (≤120 min), Azul (≤240 min) Profissional responsável: enfermeiro capacitado
Processo passo a passo Recepção segura e avaliação rápida ABCDE Identificar queixa principal Selecionar fluxograma específico Percorrer discriminadores gerais Aplicar discriminadores específicos Atribuir cor/tempo-alvo Intervenções imediatas quando necessárias Documentar decisão e achados Reavaliar no tempo-alvo ou se houver deterioração
Relação com o processo de enfermagem Triagem = coleta de dados rápida e dirigida Fundamenta o julgamento clínico do enfermeiro Apoia planejamento do cuidado imediato Exige documentação completa : discriminador, cor, hora, sinais vitais, conduta
Discriminadores: conceito Perguntas/achados que definem a prioridade clínica Dois tipos : Gerais (todos os fluxogramas) Específicos (ligados à queixa) Ordem: sempre iniciar pelos mais graves Regra: o primeiro discriminador positivo define a cor
Discriminadores Gerais Os discriminadores gerais aplicam-se a todos os fluxogramas, independentemente da queixa inicial que o doente apresenta e, consequentemente, surgem repetidas vezes ao longo dos fluxogramas; em todos os casos, os mesmos discriminadores gerais remetem o profissional da triagem para a mesma prioridade clínica.
Discriminadores Especificos Os discriminadores específicos aplicam-se apenas a algumas situações clínicas. Desta forma, por exemplo, dor aguda é um discriminador geral, dor pré-cordial e dor pleurítica são discriminadores específicos. Os discriminadores gerais surgem em muito mais fluxogramas que os específicos.
Discriminadores Gerais Ameaça de vida Nível de consciência (adulto/criança) Respiração ineficaz Choque Convulsão atual Hemorragia Temperatura Dor Problema recente
DG1: Ameaça de vida ( 🔴 Vermelho) Definição operacional : condição em que a manutenção de vias aéreas, respiração ou circulação está imediatamente comprometida . Como avaliar (rápido ): Vias aéreas: ruídos de obstrução, incapacidade de manter VA aberta, perda de reflexos de proteção Respiração: apneia, esforço ineficaz, exaustão respiratória Circulação: palidez, perfusão crítica, pulso filiforme Ação imediata : acionar sala de emergência, suporte ABC.
DG2: Nível de consciência Adulto Alterado: responde apenas à voz/dor ou não responde Súbito “de novo” → alta gravidade ( 🔴 ou 🔴 ) Criança Não responde a estímulos → 🔴 Vermelho Irritabilidade/letargia persistente → avaliar junto com outros sinais
DG3: Respiração ineficaz ( 🔴 Vermelho) Ventilação insuficiente para manter oxigenação adequada Achados: cianose, tiragem, incapacidade de falar frases, SpO ₂ muito baixa Conduta: suporte ventilatório imediato
DG4: Choque ( 🔴 Vermelho) Entrega inadequada de O₂ aos tecidos Sinais: sudorese, palidez, taquicardia, hipotensão, rebaixamento do nível de consciência Ação: acesso venoso, reposição volêmica, monitorização
DG5: Convulsão atual ( 🔴 Vermelho) Definição: paciente em crise tônico- clônica ou parcial em curso Conduta: proteção de VA, monitorização, benzodiazepínicos se indicado
DG6: Hemorragia Grande incontrolável → 🔴 Muito urgente (≤10 min ) Pequena incontrolável → 🔴 Urgente (≤60 min)
DG7: Temperatura Muito quente (≥ 41 °C, >1a) → 🔴 Bebê muito quente (≥ 38,5 °C, <1a) → 🔴 Quente (≥ 38,5 °C) → 🔴 Febrícula (> 37,5 °C) → 🔴 Frio (< 35 °C) → 🔴
DG8: Dor Severa: insuportável → 🔴 Moderada: intensa mas suportável → 🔴 Leve: discreta → 🔴
DG9: Problema recente Queixa iniciada na última semana Geralmente 🔴 Pouco urgente, salvo presença de outros discriminadores
Discriminadores Específicos Relacionados a 53 fluxogramas clínicos Exemplos: dor torácica, dispneia, convulsões, queimaduras, intoxicações, gravidez
Exemplos de fluxogramas específicos Dor torácica: avaliar intensidade, irradiação, fatores de risco Dispenia : avaliar FR, SpO ₂, esforço respiratório Trauma craniano: perda de consciência, amnésia, vômitos
Cores e tempos-alvo
Aspectos éticos e legais Ato privativo do enfermeiro (Res. COFEN nº 423/2012) Responsabilidade legal da triagem Documentação clara e completa Garantia de equidade no atendimento
Humanização na Triagem de Manchester Acolher o paciente e familiares com escuta ativa e empatia Explicar de forma clara o tempo de espera e a cor atribuída Garantir privacidade durante a coleta de informações Reduzir ansiedade por meio de comunicação humanizada Respeitar diversidade cultural, social e emocional Lembrar: triagem é cuidado desde o primeiro contato, não apenas classificação
“A triagem pelo Protocolo de Manchester não é apenas um processo técnico de classificação de risco. Como enfermeiros, nós precisamos lembrar que a triagem é o primeiro contato do paciente com o serviço de saúde , e isso pode gerar muita ansiedade e medo, tanto no paciente quanto nos familiares . Humanizar significa acolher, ouvir, explicar e respeitar . É garantir que a pessoa compreenda a cor que recebeu, o motivo e o tempo de espera, reduzindo a angústia da incerteza . Também é fundamental preservar a privacidade, usar uma linguagem clara e acessível, e valorizar o paciente como sujeito de cuidado, não apenas como um caso clínico . Em resumo: quando praticamos a humanização na triagem, estamos não só classificando, mas cuidando e criando vínculo desde o primeiro momento. Isso fortalece a confiança no serviço e contribui para a segurança do paciente.”
Relação com o ABCDE A : vias aéreas → ameaça de vida B : respiração → respiração ineficaz C : circulação → choque/hemorragia D : consciência → nível de consciência/convulsão E : exposição → febre, dor, problema recente
Erros comuns Pular discriminadores gerais Subestimar confusão aguda em idosos Não medir temperatura Não reavaliar no tempo-alvo Não documentar discriminador chave
Pediatria: pontos de atenção Bebê <1 ano com febre ≥ 38,5 °C → 🔴 Criança que não responde → 🔴 Irritabilidade, letargia, sinais de perfusão: sempre observar Pais preocupados = discriminador válido
Checklist prático Fluxograma escolhido corretamente? Discriminadores gerais aplicados? Primeiro discriminador positivo registrado? Cor e tempo compatíveis? Intervenções aplicadas? Reavaliação programada? Comunicação eficaz ? Comunicação humanizada e acolhimento realizados?
Quiz interativo (1/3) Caso 1 : Homem 60a, dor torácica súbita, diaforese, PA 90x60, SpO ₂ 88% Qual a cor correta ? (A) 🔴 Vermelho (B) 🔴 Laranja (C) 🔴 Amarelo (D) 🔴 Verde
Caso 1 Homem 60 anos, dor torácica súbita, diaforese, PA 90x60 , SpO ₂ 88% Discriminadores: dor torácica intensa + choque (hipotensão) + respiração comprometida ( SpO ₂ baixa ) ✅ Resposta correta: (A) 🔴 Vermelho (emergência, atendimento imediato).
E como seria a humanização ?
🔹 Humanização: explicar rapidamente à família a gravidade, manter calma e transmitir segurança (“Ele vai ser atendido agora, estamos cuidando da respiração e do coração dele”).
Quiz interativo (2/3) Caso 2 : Criança 7m, febre 38,7 °C, irritada, sem aceitação alimentar Qual a cor correta? (A) 🔴 Vermelho (B) 🔴 Laranja (C) 🔴 Amarelo (D) 🔴 Verde
Caso 2 Criança 7 meses, febre 38,7 °C , irritada, sem aceitação alimentar Discriminador: bebê muito quente (≥ 38,5 °C em <1 ano ) ✅ Resposta correta: (B) 🔴 Laranja (muito urgente, ≤10 min).
E como seria a humanização ?
🔹 Humanização: acolher os pais, validar a preocupação deles e explicar o motivo da prioridade (“Bebês com febre alta são mais frágeis, por isso ele precisa ser atendido logo”).
Quiz interativo (3/3) Caso 3 : Adulto 30a, corte em braço, sangramento em gotejamento, estável Qual a cor correta? (A) 🔴 Vermelho (B) 🔴 Laranja (C) 🔴 Amarelo (D) 🔴 Verde
Caso 3 Adulto 30 anos, corte em braço, sangramento em gotejamento , estável Discriminador: pequena hemorragia incontrolável ✅ Resposta correta: (C) 🔴 Amarelo (urgente , ≤60 min).
E como seria a humanização ?
🔹 Humanização: mesmo não sendo emergência, explicar o tempo de espera e orientar sobre sinais de piora (“Seu caso está estável, mas vamos monitorar. Se o sangramento aumentar ou sentir tontura, nos avise imediatamente”).
Resumo final O primeiro discriminador positivo = prioridade Cores guiam tempo de espera e recursos Reavaliação é obrigatória Documentação garante segurança ética e legal
Dor torácica com choque Paciente: homem, 64 anos, dor precordial intensa, PA 78/50, SpO ₂ 86%, sudorese, confuso. 🔹 Fluxograma escolhido: Dor torácica Queixa principal: dor no peito súbita e intensa → corresponde diretamente ao fluxograma “Dor torácica” , previsto no MTS. Este fluxograma considera risco de síndrome coronariana aguda, dissecção de aorta e causas graves de dor torácica. 🔹 Caminho no fluxograma Primeira verificação: Ameaça de vida? → SIM (hipotensão, alteração de consciência, hipoxemia). Discriminador positivo: Choque (PA 78/50, pulso fraco, pele fria). 🔹 Cor final Choque é discriminador geral que leva diretamente a Vermelho (imediato ) . Justificativa: risco iminente de morte por instabilidade hemodinâmica.
Lactente febril (<1 ano ) Paciente: 8 meses, febre 39,2 °C, irritado, recusa alimentar. 🔹 Fluxograma escolhido: Mal-estar em criança Queixa principal: febre em lactente sem foco evidente → não há fluxograma “febre”, então aplica-se “Mal-estar em criança” , que contempla quadro de febre, irritabilidade, choro persistente e risco de infecção grave. 🔹 Caminho no fluxograma Primeira avaliação: bebê <1 ano com temperatura ≥38,5 °C? → SIM. Discriminador positivo: Bebê muito quente . 🔹 Cor final “Bebê muito quente” = Laranja (muito urgente, ≤10 min ) . Justificativa: lactentes têm risco alto de infecção invasiva/septicemia, mesmo sem sinais de choque no momento.
Dor de garganta intensa Paciente: homem, 22 anos, dor de garganta intensa há 2 dias, voz abafada, febre 38,7 °C, sem dispneia evidente. 🔹 Fluxograma escolhido: Dor de garganta Queixa principal: dor localizada na faringe → fluxograma correto é “Dor de garganta” , usado para tonsilites, abscessos periamigdalianos , epiglotite. 🔹 Caminho no fluxograma Primeira verificação: Vias aéreas comprometidas? → NÃO (sem estridor, sem dispneia grave). Próximo nó: dor intensa, dificuldade para engolir, voz abafada → SIM. Discriminador positivo: Dor moderada a severa com disfagia . 🔹 Cor final Esse discriminador enquadra-se em Amarelo (urgente, ≤60 min ) . Justificativa: risco de complicação (abscesso periamigdaliano ), mas sem obstrução imediata de VA.
Dor lombar leve Paciente: mulher, 30 anos, dor lombar leve após esforço físico, sem febre, sem déficit neurológico, sinais vitais normais. 🔹 Fluxograma escolhido: Dor lombar Queixa principal: dor localizada na região lombar → fluxograma específico é “Dor lombar” , usado para lumbalgias , hérnia de disco, trauma leve. 🔹 Caminho no fluxograma Primeira verificação: déficit neurológico (retenção urinária, perda de força, anestesia em sela)? → NÃO. Próximo nó: dor intensa incapacitante? → NÃO (dor leve, suportável). Discriminador positivo: dor leve sem sinais de alarme . 🔹 Cor final Isso leva a Verde (pouco urgente, ≤120 min) .
Referências Emergency Triage Manchester Triage Group , 3ª ed., 2014 Resolução COFEN nº 423/2012 Protocolos do Ministério da Saúde Grupo Português de Triagem