INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE: HISTÓRICO Profª Esp. Vanessa Alves Borborema IFNMG 2025
OBJETIVOS DA AULA Compreender a origem do controle de infecção; Identificar os principais pioneiros da área; Valorizar a evolução científica no cuidado em saúde.
TEORIA DOS MIASMAS A Teoria dos Miasmas foi uma teoria médica prevalente no século XIX que propunha que doenças como a cólera, peste negra e tuberculose eram causadas pela inalação de "miasmas", que seriam partículas de matéria orgânica em decomposição presentes no ar. Segundo essa teoria, a origem das doenças estava relacionada à qualidade do ar e ao odor desagradável emitido por esses miasmas.
TEORIA DOS MIASMAS A Teoria dos Miasmas foi gradualmente abandonada em favor da explicação das doenças por meio de agentes infecciosos microscópicos, como vírus, bactérias e parasitas.
HOSPITAIS NO SÉCULO XIX Eram lugares escuros, sujos e mal ventilados – ideais para a proliferação de doenças. Pacientes se amontoavam em salas apertadas e, não raro, saíam dali piores do que entraram: o índice de mortalidade de cirurgias hospitalares era de três a cinco vezes maior que o de operações que aconteciam em ambientes domésticos.
LÍDERES NA LUTA CONTRA AS INFECÇÕES DURANTE A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX. Oliver Wendel Holmes : Médico americano que sugeriu que médicos transmitiam febre puerperal com mãos contaminadas. Recomendou que médicos lavassem as mãos entre atendimentos – ideia inicialmente rejeitada.
LÍDERES NA LUTA CONTRA AS INFECÇÕES DURANTE A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX. Ignaz Philipp Semmelweis : Médico húngaro obstetra, ficou conhecido como pai do controle das IH’s . Pioneiro da antissepsia, o húngaro salvou a vida das parturientes desde meados do século XIX com esta medida de higiene sanitária simples: “lavagem das mãos”.
Maio de 1846, Ignaz P. Semmelweis , torna obrigatória a antissepsia das mãos com solução clorada.
LÍDERES NA LUTA CONTRA AS INFECÇÕES DURANTE A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX. Florence Nightingale : Enfermeira Inglesa; Implantou medidas de higiene e limpeza no hospital durante a guerra; Suas ações reduziram de forma significativa o número de infecções dentro do hospital.
ANTES DEPOIS
LÍDERES NA LUTA CONTRA AS INFECÇÕES DURANTE A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX. Luiz Pasteur e Joseph Lister Descreveram a teoria microbiana das doenças e os princípios de assepsia e antissepsia hospitalar. Apoiado nos avanços em microbiologia promovidos por Louis Pasteur, Lister iniciou o sucesso de sua técnica com o uso do ácido carbólico como antisséptico Louis Pasteur Joseph Lister
MICROBIOLOGIA E MUDANÇA DE PARADIGMA O surgimento da microbiologia revolucionou a compreensão sobre a origem das doenças. A microbiologia tem como fim estudar os aspectos relativos ao mundo microbiano, constituído por bactérias, fungos, protozoários, vírus e algas microscópicas.
MICROORGANISMOS A pele humana normal é colonizada por milhões de bactérias e fungos, espalhados em diferentes áreas do corpo (couro cabeludo, trato respiratório, axila , trato gastrointestinal, mãos e antebraço) sem causar nenhum dano à saúde. Por exemplo: milhões de bactérias no intestino ajudam a digerir a comida, mas podem tornar-se perigosas ao invadir a corrente sanguínea. Quando ocorre uma diminuição nas defesas do organismo, os micro-organismos patogênicos (bactérias , vírus, fungos ou protozoários) invadem e penetram no corpo, reproduzindo-se e causando o que é chamado de “doença infecciosa”.
MICROBIOLOGIA
OS COMPONENTES DE UMA CADEIA DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS, ENGLOBAM: 1. Reservatório: é um animal ou local que mantém o agente infeccioso na natureza. 2. Agente causal: é o agente etiológico responsável pela infecção. É capaz de penetrar, alojar-se e multiplicar-se no hospedeiro, causando-lhe enfermidades. 3. Suscetibilidade: qualidade do hospedeiro em relação à infecção ou invasão de seu organismo pelo parasito. É utilizado para designar a característica do organismo suscetível à ação do fator determinante. 4. Porta de entrada do hospedeiro: as portas de entrada de um germe no novo hospedeiro são basicamente às mesmas usadas para a saída do hospedeiro prévio. 5. Modo de transmissão: é a forma que o agente etiológico de transporta. Pode ser de maneira direta através do contato pessoa-pessoa ou de maneira indireta, mediante contato com fômites ou materiais contaminados, e vetores apresentados na forma de insetos. 6. Porta de saída do agente: é o caminho pelo qual o agente infeccioso sai de seu hospedeiro. ⠀
1. O QUE É INFECÇÃO? Infecção é a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte de organismos capazes de provocar doenças; a multiplicação destes organismos; e a reação dos tecidos do hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles produzidas.
2. INFECÇÃO HOSPITALAR OU IRAS A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) substituiu o termo "infecção hospitalar" por "Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde" (IRAS). Essa mudança visa abranger um espectro mais amplo de infecções adquiridas em qualquer ambiente de saúde, não apenas em hospitais.
SIGNIFICADO DE ANVISA A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem como missão proteger e promover a saúde da população. Para isso, a Anvisa atua na fiscalização e regulação de produtos, serviços e ambientes.
IRAS- Infecção Relacionada a Assistência à saúde. Entre as principais causas de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) estão a falta de higienização das mãos, uso indiscriminado de antibióticos, quebra de protocolos assistenciais e contaminações ambientais.
COMO OCORRE A INFECÇÃO? Para que a infecção se manifeste é preciso que haja uma interação entre esses agentes causadores e o paciente. A quantidade de microrganismos presentes, o potencial infeccioso desses micróbios e a capacidade imunológica do paciente é que vão ser decisivos para o desenvolvimento ou não da infecção.
QUEM ESTÁ MAIS EXPOSTO À INFECÇÃO? Qualquer pessoa que precise se internar ou fazer algum procedimento ambulatorial está sujeito a contrair uma Infecção Hospitalar. Alguns grupos de pessoas possuem alterações no sistema imunológico e, por isso, são mais suscetíveis às infecções. São eles: Recém-nascidos; Idosos; Portadores de Diabetes; Pessoas com câncer e Transplantados
SINAIS E SINTOMAS Os sinais e sintomas são diversos, dependendo da localização da infecção. Febre (maior ou igual a 38ºC), tremores e calafrios podem ser sinais importantes de infecção. Em casos de cirurgia: vermelhidão, dor, abertura dos pontos ou saída de secreção ou líquido no local da cirurgia.
É POSSÍVEL PREVENIR? A prevenção é a melhor maneira de reduzir os casos de pacientes que apresentam o quadro de Infecção Hospitalar. Medidas relacionadas à prevenção devem ser tomadas tanto pelas instituições de saúde, quanto pelos seus profissionais e até mesmo pelos pacientes e visitantes.
“O ideal seria que as pessoas não adoecessem: adoecendo, que fossem tratadas sem necessidade de hospitalização; hospitalizadas, que tivessem alta o mais rápido possível. Afinal, conforme reconhecem os especialistas, o hospital é um local insalubre por vocação.” Carlos Gentile de Mello(Década 70)
PESQUISA QUAL A DIFERENÇA DE IRAS E INFECÇÃO COMUNITÁRIA.