PROF. ENF VANICANDRADE DA CRUZ POSICIONAMENTO DO PACIENTE CIRÚRGICO
AO FINAL DESTA AULA VOCÊ SABERÁ: Distinguir as diferentes posições cirúrgicas; c a u sa d o s pe l o mau pacie nt e n a mesa Ide n ti f i c ar os d a n o s posicionamento do operatória;
Traçar um plano de cuidados individualizado para assistência durante o posicionamento cirúrgico; Reconhecer recursos de proteção e segurança para utilização durante o posicionamento cirúrgico.
Realizar o posicionamento correto para uma intervenção cirúrgica é uma arte, uma ciência. Anatomia Patologias Fisiologia POSICIONAMENTO DO PACIENTE CIRÚRGICO Cirurgia Recursos de proteção e segurança
CONCEITO A posição cirúrgica é aquela na qual o paciente é colocado, depois de anestesiado, para que possa ser submetido ao procedimento cirúrgico.
OBJETIVO PRINCIPAL Promover a ótima exposição do sítio cirúrgico.
ME T AS Exposição e acesso ótimos ao sítio cirúrgico Acesso para anestesia e moni t o r ame nt o Visibilidade e permeabilidade de dispositivos e equipamentos Manter dignidade e privacidade Manter alinhamento corporal sem comprometer os sistemas
ASSISTÊNCIA DURANTE O POSICIONAMENTO Assistência Individualizada Visita pré- ope r a t ória Identificação dos riscos Previsão de dis p o s i t i v o s / superfí cies de suporte Avaliação contínua REGISTRAR !
IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS INTRÍNSECOS Peso/Altura Condição da pele Estado nutricional Doenças preexistentes Limitações físicas Órteses/próteses EXTRÍNSECOS Tipo de anestesia Tempo cirúrgico Posição requerida Suportes necessários
ESCOLHA DA POSIÇÃO CIRÚRGICA Quem é o responsável pela escolha da posição cirúrgica?
POSICIONAMENTO DO PACIENTE CIRÚRGICO Quem executa o posicionamento do paciente na mesa operatória?
Posicionamento do paciente
TIPOS DE POSIÇÃO CIRÚRGICA Decúbito dorsal/ supina Trendelenburg Trendelenburg r e v e r sa/ P r ocli v e Fowler/Sentada Li t o t o t ômi c a / Ginecológica Prona/Decúbito ventral Canivete/Kraske/ Depa g e / J a ckkni f e Decúbito lateral
Decúbito dorsal/Supina O dorso do paciente e a coluna vertebral estão repousando na superfície do colchão da mesa operatória; MMSSII estendidos ao longo da mesa.
Decúbito dorsal/Supina Decúbito do r sal/Supina Cirurgia geral Cardiotorácica Vasculares Plástica Transplantes
Decúbito dorsal/Supina Vantagens Permite a abordagem das grandes cavidades do corpo, extremidades e períneo Posição mais natural do corpo em repouso Desvantagens Alopé c ia LPP Dor/Lombalgia Lesão de nervos radial e ulnar Função cardíaca e respiratória comprometidas Hipotensão postural
Decúbito dorsal/Supina Áreas potenciais de pressão
Cuidados na Posição Supina Utilizar redutores de pressão Fixar cabeça Manter alinhame nt o corporal
Cuidados na Posição Supina Manter pés flutuantes Usar braçadeira Angulação 90° Fixar pernas e braços
Decúbito dorsal/Supina
Posição de Trendelenburg Variação do decúbito dorsal, em que a parte superior do dorso é a baixada e os pés elevados.
Posição de Trendelenburg Trendelenburg Cirurgias em abdômem inferior Cirurgias pélvicas Cirurgias vasculares Melhora do fluxo sanguíneo cerebral
Posição de Trendelenburg Desvantagens Lesão do plexo braquial Compressão costoclavicular Elevação da PA Desequilíbrio ventilação/perfusão Sobrecarga da bomba cardíaca Elevação da PIC Vantagens Acesso ao abdome inferior e órgãos pélvicos Promove melhora da hipotensão
Cuidados na Posição Trendelenburg Utilizar redutores de pressão Utilizar ombreira Utilizar faixas de segurança
Cuidados na Posição Trendelenburg Manter pés flutuantes Usar apoio para os pés Voltar à posição normal devagar
Posição de Trendelenburg
Trendelenburg Reversa/Proclive É uma variação da posição supina, em que a parte superior do dorso é elevada e os pés são abaixados.
Trendelenburg R e v e r sa /P r ocli v e Cirurgias de ombro Neurocirurgias Cabeça e pescoço Plásticas de face e nariz Otorrinolaringológicas Oftalmológicas Cirurgias de mamas
Melhor acesso à cabeça e pescoço Expansi b i l i d ade pulmonar Hipo t ensão postural Trendelenburg Reversa/Proclive
Utilização de meias elásticas Faixas de contenção em região perineal e em MMII Apoio para os pés Superfície de suporte sob joelhos Trendelenburg Reversa/Proclive
Fowler/Sentada Posição supina com elevação do dorso da mesa – “cadeira de praia” ( beach chair ).
Fowler/Sentada Neurocirurgias Cirurgia de ombro Cirurgia de articula ç ão
Favorece a e xpa n sibilidade pulmonar Lesões por pressão do dorso, escapular, glútea e calcâneos Dor Lesão de nervos Embolia gasosa Alterações da PAM, PVC, DC Fowler/Sentada
Suporte de cabeça Faixas largas não compressivas em membros e tronco Superfícies de suporte em dorso, braços e nádegas Alívio para os calcâneos e suporte para os pés Fowler/Sentada
Litotômica/Ginecológica Decúbito dorsal com os MMII abduzidos e elevados, formando um ângulo próximo de 90° com o abdome e apoiados sobre um suporte de pernas.
Litotômica/ Gine c ológi c a Ginecológicas Obstétricas Pélvicas Genituriná r ias Proctológicas
Litotômica/Ginecológica Favorece o acesso à região perineal Lesões por pressão em regiões lombar e sacral Lesão de nervos nas regiões do joelho, pelve e pernas Síndrome compartimental
Litotômica/Ginecológica Apoio para cabeça MMSS em braçadeiras em um ângulo de 80 a 90° Acolchoamento do quadril e nádegas Minimização da abdução do quadril e MMII em perneiras
Litotômica/Ginecológica Utilização de dispositivos que auxiliem a circulação Verificação da perfusão periférica nos pés Retorno à posição anatômica de forma simultânea e lenta
Prona/Decúbito Ventral Abdome em contato com a mesa cirúrgica sobre uma superfície de apoio, com braços apoiados sobre braçadeiras ou localizados sobre o corpo.
P r on a /Dec ú bi t o Ventral Cirurgias na coluna vertebral Neurocirurgias em fossa posterior Cirurgias de cisto pilonidal Cirurgias de calcâneos Cirurgias vasculares Cirurgias plásticas
Prona/Decúbito Ventral Vantagens Acesso ao dorso Desvantagens Dor severa em mandíbula Lesão de córnea ou até cegueira Comprometimento da ventilação Lesão de nervos cervical, radial e ulnar Lesão das mamas, rupturas de próteses mamárias Edema em genitália externa dos homens
Prona/Decúbito Ventral Suporte para a face Lubrificação e proteção dos olhos Suportes para regiões de linha axilar e tórax, mamas, MMII e pés
Prona/Decúbito Ventral Braçadeiras acolchoadas T ubo a r amado Mo n i t o ri z a ç ão da estabilidade hemodinâmica
Kraske/Canivete/Jackknife/Depage É um a v aria ç ão d a pos i ç ão p r o na , c om flexão do corpo na região do quadril.
Kraske/Canivete Jackkni f e/ Depa g e Procedimentos e cirurgias proctológicos Alguns tipos de cirurgia de coluna
Kraske/Canivete/Jackknife/Depage Vantagens Acesso à região anal Desvantagens Dor severa em mandíbula Lesão de córnea ou até cegueira Comprometimento da ventilação Lesão de nervos cervical, radial e ulnar Lesão das mamas, rupturas de próteses mamárias Edema em genitália externa dos homens LP em crista ilíaca
Kraske/Canivete/Jackknife/Depage Atenção na “quebra da mesa” para evitar pressão inadequada Suporte para a face Suporte para regiões de linha axilar e tórax, mamas, MMII e pés
Kraske/Canivete/Jackknife/Depage Braçadeiras a c ol ch oa d as T u bo a r amado Mo n i t o ri z a ç ão da estabilidade hemodinâmica Lubrificação e proteção dos olhos
Posição Lateral Um dos lados do corpo é posicionado em contato com a mesa enquanto o outro fica voltado para o teto. Lateral renal – inclinação da mesa Posição de Sims – decúbito lateral esquerdo
Posição Lateral O braço do lado que está em contato com a mesa é apoiado numa braçadeira e o outro fica paralelo a este. As pernas ficam separadas por coxins ou travesseiros.
Posição Lateral Cirurgias de rins Cirurgias t o r ácicas Exames i n t e s tin a is
Posição Lateral Vantagens Acesso às áreas retroperitoneal e renal Desvantagens Comprometimento do pulmão inferior Paresia, dor, parestesia de MMSS Lesão de nervo fibular Diminuição da perfusão periférica Síndrome compartimental
Suporte para a cabeça Atenção para dobra do lóbulo da orelha Suporte para regiões abaixo da axila e lateral do quadril Posição Lateral
Perna em contato com a mesa flexionada e perna superior em extensão Posicionamento dos pés em posição anatômica Fixação da região do quadril e coxa com faixas largas Posição Lateral
SUPERFÍCIES ESPECIAIS NO MANEJO DA PRESSÃO (SEMP) “Superfície ou dispositivo especializado, cuja configuração física e/ou estrutural permite a redistribuição da pressão(...)” (Rodrigues et al, 2011)
Recomendações baseadas em evidências Utilizar colchões que redistribuem a pressão na mesa de operações em pacientes com risco de desenvolver UPP (evidência B). Aplicar as recomendações para calcanhares (evidência C). (GNEAUPP , 2011)
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Colchão de espuma viscoelástica Fixação nos tampos das mesas cirúrgicas Fácil desinfecção Impermeável Fonte: Google imagens
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Fonte: Google imagens
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Faixas ou Cintos de Contenção Fixação nos tampos das mesas cirúrgicas. Impermeável e de Fácil desinfecção. Fonte: Google imagens
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Coxins de espuma viscoelástica ou Gel Adaptável a regiões específicas; Fácil desinfecção; Impermeável.
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Coxins de espuma viscoelástica ou Gel para cabeça (prona) Fácil desinfecção; Impermeável. Fonte: Google imagens
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Posicionador de membros e pés em viscoelástico ou gel Fácil desinfecção Impermeável.
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Travesseiros e rolinhos em viscoelástico ou gel Fácil desinfecção Impermeável.
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Colchão específico para cirurgia plástica viscoelástico ou gel Fácil desinfecção Impermeável.
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Perneiras, Braçadeiras e Estribos Fácil desinfecção Impermeável. Componentes da mesa cirúrgica. Fonte: Google imagens
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO) Colchão células de ar Híbrido Fácil desinfecção Impermeável. Acompanha o paciente no Pós Operatório.
Fonte: Comissão de Cuidados com a pele Hospital Universitário de Sergipe, 2019.
ESCALA ELPO
ESCALA ELPO
CONSIDERAÇÕES PARA USO DA ESCALA ELPO Utilizar antes de posicionar o paciente na mesa operatória; Seu uso isolado não previne os danos; Necessita de programas educativos para implantação;
CONSIDERAÇÕES PARA USO DA ESCALA ELPO Se o paciente for reposicionado recalcular a ELPO; Cas o ap r ese n t e mais d e u m a op ç ã o , co n s ide r ar e d e maior es c o r e (risco); Foi pensada para pacientes adultos;
VAMOS PRATICAR? “ Paciente 72 anos, apresentou queda da própria altura após sofrer um AVC e será submetido à cirurgia ortopédica conservadora para redução de fratura fechada de colo do fêmur direito com inserção de prótese.” Dados complementares: O paciente era ativo antes da queda, agora encontra-se acamado; PA descompensada (HAS III), TVP prévio, sobrepeso Anestesia : geral Tempo médio de cirurgia ortopédica 4h O hospital dispõe das SEMP.
ESCALA ELPO
ESCALA ELPO
VAMOS PRATICAR? “ Paciente 72 anos, apresentou queda da própria altura após sofrer um AVC e será submetido à cirurgia ortopédica conservadora para redução de fratura fechada de colo do fêmur direito com inserção de prótese.” Dados complementares: O paciente era ativo antes da queda, agora encontra-se acamado; PA descompensada (HAS III), TVP prévio, sobrepeso Anestesia : geral Tempo médio de cirurgia ortopédica 4h O hospital dispõe das SEMP.
CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO Colocar o ane s t es i ad o ; pacie n t e n a pos i ç ão cir ú r gi c a a p ó s d e vidame nt e Proceder às manobras de posicionamento sempre em equipe; Realizar as mudanças de posição, visando à segurança do paciente e à ergonomia da equipe,
CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO Mani p u l a r , cuid a d o same nt e, o pacie nt e du r a nt e t od o o posicionamento; Aplicar movimentos firmes, porém delicados e seguros; Manter o alinhamento do corpo do paciente; E v i t ar c o n t a t o d e par t es d o c o r p o d o pacie n t e metálicas da mesa; com superfícies
CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO Evitar compressão da pele, com o intuito de prevenir lesões locais; Cuida r pa r a qu e os memb r o s s uperio r es e i n f erio r es nã o fiquem pendentes; Proteger proeminências ósseas; Adequar a pressão das cintas de segurança ou faixas de contenção.
CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO Cuidar para que objetos não permaneçam sobre o paciente; Ma nt er con s t a n t e mon i t o r a ç ão e a c o mp a nh a m e nt o do durante todo o procedimento; paciente Registrar as ações realizadas e as possíveis intercorrências.
CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO Considerar particularidades de cada paciente!
Dúvidas?
Vamos Praticar? https://kahoot.it/
REFERÊNCIAS MEEKER, M . H; R O T H R OCK , J . C. Al e x an d e r - Cu i dados d e e n f e r ma g e m ao paciente cirúrgico. Elsevier, 13.ed., 2008. 1280p. GRAMONT, K. Enfermagem Cirúrgica . NT Editora, Brasília, 2016. 182p. RODRIGUEZ, P. M; LÓPEZ-CASANOVA, P; GARCÍA-MOLINA, P; IBARS-MONCASÍ,P. Superfícies especiales para el manejo de la presión en prevención y tratamiento de las úlceras por presión. Serie Docuemntos Técnicos GNEAUPP nº XIII. Grupo Naconal para elEstudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y Heridas Crónicas. Logroño. 2011. TAKEITI, M. H.; MORIYA, G. A. A. Diretrizes de Prática em Enfermagem Cirúrgica e Processamento de Produtos para a Saúde . SOBECC, 7.ed., 2017.