aula de historia sobre modernidade na europa

anasouza07 7 views 41 slides Sep 23, 2025
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About This Presentation

modernidade na europa


Slide Content

3
o
bimestre
Aula 8
Ensino
Médio
História
Modernidade: principais
características

●Características da Modernidade;
●Conceito de Mundo Moderno
(limitações do termo).
●Compreender a Era Moderna e
suas principais características;
●Analisar as dimensões econômicas,
políticas e culturais dessa época
histórica.

Conflito geracional
●Você saberia dizer quais são as características que
mais definem a sua geração e que a diferenciam
das anteriores? Haveria semelhanças que
permanecem?
●Qual seria a percepção das pessoas da chamada
Geração Y com relaçãoaos hábitose gostos da
chamada Geração Z?
●Pense sobre como a expressões como “cringe”, que
viralizaramna internet durante um tempo, pode
refletir as mudanças culturais e sociais ao longo do
tempo.
Na prática
GLOSSÁRIO
A palavra vem do verbo em inglês 'to
cringe', que significa 'encolher-se' (de
medo, angústia ou algum sentimento
negativo similar). Transformada em
adjetivo, a palavra se espalhou além da
internet anglófona e tornou-se uma
gíria para atitudes que causariam, tido
emportuguês coloquial, "vergonha
alheia".
5 minutos
Elementos considerados cringe por parte da chamada
geração Z que fazem parte da cultura de certa porção da
denominada geração Y: “cafezinho”, (piadas com)
boletos, hashtags, CLT e emojis.
Reprodução:
WIKICOMMONS/Bugshideout. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:BoletoBancario.png. Acesso em: 30 abr. 2025.
WIKICOMMONS/Julius Schorzman. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_small_cup_of_coffee.JPG. Acesso em: 30 abr. 2025.
WIKICOMMONS/Wilfredor. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Documents_required_to_work_in_Brazil.jpg. Acesso em: 5
abr. 2025.
#hashtag

"Naminha época é que era bom"
Assim como as gerações mais novas se apresentam
como ruptura com o passado, afirmando-se inovadoras
e modernas, é comum às gerações anteriores
atribuírem juízos negativos às mais recentes.
Ao longo de diferentes décadas (e até mesmo
séculos!) frases como estas puderam ser ouvidas:
●"antigamente é que o mundo era bom";
●"os jovens acham que sabem de tudo e não dão
valor aos ensinamentos dos mais velhos";
●"os jovens não sabem o valor das coisas";
●"a moral está corrompida por causa da cultura
atual";
●"os jovens desvalorizam a música de qualidade e
consomem música sem conteúdo".
Foco no conteúdo
[Os jovens] excessivos em tudo; amam com
excesso, odeiam com excesso e sua postura em
todas as situações é excessiva. Julgam-se
oniscientes e sustentam muito convictamente
suas opiniões, o que representa ainda uma das
razões de seus excessos em tudo.”
Aristóteles,século IV a.C., Retórica.
[Os jovens] logo que assumirem os cargos
dos seus pais passarão a menosprezar-nos,
apesar de serem guardiões, não honrando,
como deveriam, primeiramente a música, em
seguida a ginástica. Assim, tereisuma geração
nova bem menos culta.”
Platão,século IV a.C., República.
O jovem imberbe (...) não pensa senão tarde
no que é útil; pródigo no dinheiro, altivo e
ambicioso, larga rápido o que ainda há pouco
amou.”
Horácio,século I a.C., Ars Poeticaou Cartas aos
Pisos.
Mesmo entre gregos e romanos, percepções
geracionais poderiam ser contrastantes.

Em diferentes períodos da história ocorreu a valorização
das grandes ações do passado mesmo que essa busca
visasse legitimar mudanças ou ações de sua própria
época.
Nesse caso, ahistória passada é vista como modelo
portador de exemplos e ensinamentos, sendo chamada
de historia magistravitae–em referência à expressão
latina de Cícero, que personifica a história como:
A autoridade dos antigos
Foco no conteúdo
...a testemunha dos tempos, a
luz da verdade, a vida da
memória, a mestra da vida, a
anunciadora dos tempos
passados, à eternidade"
De Oratore, II, 36.
Marco Túlio Cícero (106 a.C. -43 a.C.) foi um político, orador, escritor e filósofo
romano, reconhecido por sua influência na literatura e na filosofia da Roma Antiga.
Durante o Renascimento, o poeta e humanista Francesco Petrarca redescobriu um
acervo de suas cartas, o que se tornou um dos impulsos para o Renascimento.
Reprodução –JOSÉ LUIZ BERNARDES RIBEIRO/WIKIMEDIA COMMONS, 2016.
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bust_of_Cicero_(1st-cent._BC)_-
_Palazzo_Nuovo_-_Musei_Capitolini_-_Rome_2016.jpg. Acesso em: 30 jan. 2025.

O historiador François Hartog(2003) explica que a ideia de
"antigos", como conceito, sempre esteve presente, mesmo entre
os próprios povos do passado. Por exemplo, os gregos e romanos
valorizavam os antepassados, representados por instituições
como o “conselho dos anciãos” na Grécia e pelas tradições do
“costume dos ancestrais” em Roma, que eram considerados
modelos ideais a serem seguidos. Dessa forma, a noção de
antiguidade é relativae varia de acordo com o contexto histórico.
Após a vitória de Roma sobre a Grécia, os romanos passaram a
ver os gregos como o princípio da antiguidade, reconhecendo a
Grécia como o berço da filosofia e da razão, atribuindo grande
autoridade aos gregos. Os romanos, diz a filósofa Hannah Arendt:
A autoridade dos antigos
Foco no conteúdo
...sentiam necessidade de pais fundadores e de exemplos
autoritários também em matéria de pensamento e de ideias,
aceitando os grandes antepassados na Grécia como em teoria,
Filosofia e Poesia”. (ARENDT, 1990. p. 167)
Escola de Atenas (detalhe), de Rafael Sanzio
(1509), em que se encontram os filósofos
gregos Platão e Aristóteles (ao centro),
Diógenes de Sínope(sentado na escada),
Heráclito de Éfeso (sentado à mesa) e
Parmênides (em pé, ao lado de Heráclito).
Reprodução –WIKIMEDIA COMMONS, 2017.
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escola_de
_Atenas_-_Vaticano_2.jpg. Acesso em: 30 jan.
2025.

Origens do conceito de moderno
Foco no conteúdo
Há muito tempo se debate sobre as relações entre Antigos e
Modernos, bem como entre Tempos Modernos e Época
Medieval. Desde oséculo XVII, em diversas obras estava
consagrada a tríplice divisão da História: História Antiga, a História
Medieval e História Nova. O termo moderno (modernus), do latim
"modus" (maneira), é baseado em "hodiernus", de "hodie" (hoje),
que qualifica algo que é atual, referente ao momento presente.
O Humanismopode ser visto como uma ponte entre a Idade
Média e a Idade Moderna, pois, ao mesmo tempo em que
buscava recuperar valores e ideias do mundo antigo, inaugurava
uma nova maneira de enxergar o mundo e o ser humano. Esse
movimento retomava aspectos do passado, mas a relação entre
antigo e moderno gerou algo novo: a noção de modernidade como
uma ruptura com o que veio antes, marcando o início de uma
nova era.
Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci se
conecta ao humanismo ao valorizar o corpo
humano, denotando sua simetria, inserindo o
homem no centro.
Reprodução –LUC VIATOUR/WIKIMEDIA
COMMONS, 2010. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Da_Vinci_
Vitruve_Luc_Viatour.jpg. Acesso em: 30 jan. 2025.

O Humanismo, associado ao Renascimento, fundamentou a visão
dessa época como a "descoberta do homem e do mundo". A
"superação" do passado deveu-se ao humanismo medieval, que
preservou e estudou textos clássicos ao longo da Idade Média. O
Renascimento inovou ao reinterpretar esses textos, buscando sua
pureza original –revolução intelectual viabilizada pelo esforço
medieval, como no Renascimento Carolíngio(séculos XII-XIII).
O humanismo medievalpromoveu a transição da visão divina para o
mundo terreno, permitindo a redescoberta da natureza e das emoções
humanas. Porém, novos temas exigiram linguagens e abordagens
além das limitações medievais. As cidades medievais foram centrais
nesse processo: impulsionaram técnicas financeiras, intercâmbios
culturais e comércio, catalisando avanços tecnológicos, atitudes
cosmopolitas e a valorização da vida ativa.
O antigo no novo
Foco no conteúdo
Busto de Carlos Magno, rei Franco crucial
para renascimento carolíngio.
Reprodução –BECKSTET/WIKIMEDIA
COMMONS, 2011. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aachen
_Domschatz_Bueste1.jpg. Acesso em: 30 jan.
2025.

Dessa forma, é importante destacar que o mundo moderno é repleto de marcas contraditórias,
muitas delas derivadas da cultura medieval.Porém, esses elementos medievais não são
incompatíveis com a modernidade; pelo contrário, impulsionaram mudanças que introduziram
características modernas na sociedade europeia desde o século XII.
O berço da Modernidade
Foco no conteúdo
Aatmosfera das cidades
medievais antecipou a
Modernidade, enquanto
a Renascença,
resgatando a erudição
clássica, firmando a ideia
de independência da
razão e interesse pela
vida terrena, muitas
vezes considerada o
ponto de partida da
Modernidade.
Fonte: WIKIPÉDIA, 2013.
Produzido pela SEDUC-SP.

Os artistas e escritores renascentistas viam-se parte de uma "nova era",
definindo a Idade Média como "Idade das Trevas"e atribuindo à "Idade
Moderna"um caráter renovador. Da Renascença(século XV) ao
Iluminismo (século XVII), a Europa viveu profundas transformações,
resultantes da desintegração das perspectivas e instituições medievais.
Economicamente, expandiram-se o comércio e o artesanato, substituindo
gradualmente as relações feudais por relações de mercado. Politicamente, o
fortalecimento das monarquias nacionaisconsolidou governos centrais,
acelerando o declínio do feudalismo. Religiosamente, a ascensão do
protestantismofragmentou a unidade cristã. Socialmente, a burguesia
emergiu com o crescimento urbano, enquanto os camponeses se libertavam
da servidão. Culturalmente, o clero perdeu o monopólio educacional,
permitindo o florescimento de uma visão secular nas artes e literatura; a
teologia, considerada "rainha de todo o conhecimento" por Tomás de
Aquino, cedeu espaço à ciência, e a razão conquistou autonomia frente à
revelação divina.
O nascimento de uma "Nova Era"
Foco no conteúdo
Cambista e sua mulher de
QuintenMetsys(1514), em
que a mulher se distrai da
leitura da Bíblia para
admirar a fortuna do
marido.
Reprodução –WIKIPÉDIA, 2011.
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Massysm_Quentin_%E2%80%
94_The_Moneylender_and_his_Wif
e_%E2%80%94_1514.jpg. Acesso
em: 30 jan. 2025.

A Reforma, outro caminho para a Modernidade ao lado do
Renascimento, dividiu a Europa entre católicos e protestantes,
rompendo a unidade religiosa medieval e valorizando o indivíduo e sua
consciência sobre a autoridade clerical. Ao enfatizar a relação direta com
Deus, destacou as capacidades religiosas intrínsecas e promoveu a
igualdade, baseada na crença de que todos são criaturas de um único
Deus. Contrastando com a sociedade medieval, marcada pelo feudalismo
(distinções nobres/plebeus) e pela hierarquia clerical, Lutero defendeu a
igualdade espiritualentre leigos e clérigos. A Reforma também
fomentou uma ética individualista, incentivando a livre interpretação
da Bíbliapelos fiéis, em oposição à dependência católica de intérpretes
oficiais. Assim, os protestantes assumiram responsabilidade individual
pela salvação, fundamentada em uma consciência autônoma iluminada
por Deus como fonte de julgamento e autoridade.
O papel da Reforma
Foco no conteúdo
Martinho Lutero na Dieta de
Worms (detalhe), de
Anton von Werner (1877), em que
se recusou a se retratar de suas
obras.
Reprodução –DIDIER
DESCOUENS/WIKIMEDIA
COMMONS, 2019. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fil
e:Luther_at_the_Diet_of_Worms.jpg.
Acesso em: 20 jan. 2025.

A Renascença revitalizou a vida intelectual europeia, substituindo a visão teológica medieval,
enquanto a Reformaintroduziu uma nova perspectiva religiosa que influenciou todos os
aspectos sociais. Diferente da Igreja Católicaromana, transnacional, a Reforma estimulou o
sentimento nacional. No século XIV, o fortalecimento dos reis e o crescimento urbano levaram
teóricos políticos a questionar a autoridade da Igreja, rejeitando a supremacia papal sobre os
monarcas. Estes, ao negar o poder temporal do papa, ampliaram seus domínios e subordinaram
o clero ao trono, fortalecendo o Estado dinástico moderno, secular e centralizado. Assim, a
Reforma fortaleceu o poder dos monarcas e contribuiu para o desenvolvimento do Estado
dinástico moderno, secular e centralizado.
A desestruturação do sistema feudal(séculos XIV-XV), após guerras, epidemias e revoltas,
permitiu ao Estado utilizar recursos territoriais, direcionar a nobreza ao serviço monárquico,
centralizar a política via sistema jurídico-administrativo, criar exércitos regulares, unificar o
território sob soberania real e concentrar o poder monárquico.
A formação dos Estados-Nacionais
Foco no conteúdo

A formação dos
Estados-Nacionais
Foco no conteúdo
Europa em 1550, após a Dieta de
Worms em 1521, a formação do
luterano Ducado da Prússia, em
1525, a Reforma Inglesa de 1529
e o início do Concílio de Trento
(1545-1563).
Fonte: IMPERIALMAPS/DEVIANTART, 2023.
Produzido pela SEDUC-SP.

Pause e responda
Complete a palavra faltante:
A________ abriu caminho para uma nova
perspectiva religiosa estendendo sua influência por
todos os aspectos sociais da Europa.
Renascença Reforma Protestante
Teologia medieval Cultura Medieval
3 minutos

Pause e responda
Renascença Reforma Protestante
Teologia medieval Cultura Medieval
Complete a palavra faltante:
A________ abriu caminho para uma nova
perspectiva religiosa estendendo sua influência por
todos os aspectos sociais da Europa.

Entre os séculos XV e XVI, a economia europeia expandiu-se com o
aumento da produção, atividades mercantis e mercados,
impulsionada pelo afluxo de metais preciosos. Este influxo gerou
alta de preços e, aliado ao crescimento demográfico, elevou a
demanda por consumo, estimulando a produção de alimentos,
matérias-primas e bens. Inovações surgiram em setores como a
agricultura, exemplificadas nos cercamentos ingleses, e manufaturas
urbanas e rurais, além de avanços técnicos no uso de energia
hidráulica e engenhos mecânicos, aumentando a eficiência
produtiva.
O comércio deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico,
enfraquecendo o monopólio italiano. Portugal e Espanha lideraram a
expansão ultramarina, criando os primeiros impérios coloniais
modernos, enquanto Países Baixos e Inglaterra impulsionaram a
indústria naval. Este período marcou a transição do feudalismopara
uma era mercantilista, consolidando a economia europeia como eixo
de transformações políticas e sociais e alicerce de sua hegemonia
mundial.
A expansão comercial
Foco no conteúdo
Pintura mostrando mercadores em Veneza
(detalhe), de Canaletto(c. 1738).
Reprodução –DIDIER
DESCOUENS/WIKIMEDIA COMMONS, 2019.
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Il_Ritorn
o_del_Bucintoro_al_molo_nel_giorno_dell%27As
censione_(c.1738)_Canaletto_-_Wells-Next-The-
Sea,_The_Earl_of_Leicester_and_Trustees_of_t
he_Holkham_Estate.jpg. Acesso em: 31 jan.
2025.[

O historiador Reinhart Kosellecksitua chama o período de origem da Modernidade (1750-
1850), de na Sattelzeit, que significa “período de aceleração”. Esse período foi marcado por
mudanças radicais na maneira como as pessoas pensavam sobre o passado, o presente e o
futuro, o que acaba influenciando o modo como a história era entendida. Antes a história era a
história era vista como algo que deveria ensinar lições a por meio do passado, mas essa ideia
foi substituída pela ideia de Geschichte, transformando a história em ciência baseada em
métodos rigorosos, como análise documental, e vinculada ao progresso contínuo. Essa ideia de
progresso surge na Idade Moderna, pois foi nessa época que a Europa consolidou seu poder
global, reforçando ideias que a colocavam no centro da história mundial. O filósofo Georg F.
Hegel, influenciou essa visão ao propor que a natureza segue regras imutáveis diferente dos
humanos, que podem transformar a si mesmos e a história. Essa história seria a jornada rumo à
"liberdade plena", realizada apenas em um Estado racional, governado pela razão, não força,
onde direitos e escolhas individuais se alinham às leis. Entretanto, Hegel hierarquizava as
sociedades, de modo que as europeias modernas estariam no topo e povos não europeus na
base. Essa lógica, embora pautada em razão e na liberdade, foi instrumentalizada para justificar
o domínio europeu, incluindo escravização e exploração colonial, ao naturalizar a superioridade
do "modelo de progresso" europeu sobre os demais.
Foco no conteúdo
Modernidade controversa

Para o historiador francês Jean Chesneaux(1995), a expressão “temposmodernos” está
ligada à ascenção da burguesia, em seu domínio sobre o Estado e a sociedade, na tentativa
de se colocar, no campodas ideias e dos valores, como a impulsionadora da história.
Da mesma forma, a periodização histórica tradicional (História Antiga, Idade Média, Idade
Moderna e, por fim, Idade Contemporânea) buscou privilegiar o papel do Ocidente na história
mundial, diminuindo quantitativa e qualitativamentea importância dos povos não europeus na
evolução universal.
Segundo ele, os marcos temporaisescolhidos não têm relevância para a maioria da
humanidade, pois destacam apenas a história das superestruturas políticas e sociais
europeias. Essa abordagem sustentaria a visão, construída pelos europeus, com intuito de
dominar outros povos, de que a Europa é auge da humanidade e o centro do desenvolvimento
histórico e humano em direção ao progresso.
Modernidade controversa
Foco no conteúdo
Otermo"TemposModernos",aomenosdesdeVoltaire,consagrouapretensãodaburguesia
ascendentedecompletarahistória,decontrolarparasempre,emnomedesua"modernidade",o
futurodahumanidadeinteira."
(CHESNEAUX, 1995. p. 96)

A partir das contribuições de Reinhart Koselleck, expostas no resumo, responda às
questões propostas.
a)Por qual razão a Modernidade pode ser compreendida como uma época de ruptura
com o período anterior? Que transformações históricas, políticas, econômicas,
sociais e culturais estariam associadas a esse processo de formação da Época
Moderna? Quais continuidades poderiam ser observadas?
b)Quais mudanças históricas e culturais ajudam a explicar essa transição, e como a
modernidade alterou a forma de entender o passado, o presente e o futuro?
ATIVIDADE 1
Na prática
Veja no livro!Atividade 1
15 minutos

Como a ideia de modernidade e a maneira como a Idade Moderna é explicada por Hegel
podem ser vistas como exemplos de uma visão da História que coloca a Europa no
centro, justificando o domínio europeu sobre outros povos?
Na prática
Veja no livro!Atividade 2
ATIVIDADE 2

a) Por qual razão a Modernidade pode ser compreendida como uma época de ruptura com o período
anterior? Que transformações históricas, políticas, econômicas, sociais e culturais estariam associadas a
esse processo de formação da Época Moderna? Quais continuidades poderiam ser observadas?
A Modernidade pode ser entendida como uma época de ruptura com o período anterior devido a
várias transformações históricas importantes (como o Renascimento, a expansão das
universidades, a Reforma,o crescimento urbano e das atividades mercantis, a formação dos
Estados nacionais, as navegações etc.) que representam, no plano cultural, o desenvolvimento de
uma nova compreensão do mundo e do humano, mais secular, centrada na razão e na valorização
do indivíduo; enquanto do ponto de vista econômico, destacou-se o desenvolvimento de novas
técnicas financeiras e de produção, que assinalam para a transição do feudalismo para o
capitalismo, marcando um claro rompimento com as estruturas econômicas medievais. No
entanto, tais transformações foram fruto de um processo que ocorreu no contexto dos séculos
XIVao XVI, tendo muitas instituições políticas e sociais modernas suas raízes nas estruturas e
práticas medievais. O próprio Renascimento trouxe consigo várias continuidades coma tradição
humanista medieval que originaram essa nova forma de produzir conhecimento, baAULA8 seada
navalorização da experiência e da vida ativa. A partir dessas transformações, a modernidade
rompeu com o passado e integrou e reinterpretou suas continuidades, criando uma nova forma de
entender o tempo e a experiência humana.
Resolução –Atividade 1:
Na prática

b) Quais mudanças históricas e culturais ajudam a explicar essa transição, e como a
Modernidade alterou a forma de entender o passado, o presente e o futuro?
Determinadas transformações políticas, econômicas, sociais e culturais foram
acompanhadas por uma mudança na maneira com que as pessoas compreendiam o
mundo e a si mesmas nesse mundo. Essa nova consciência alterou a maneira como os
seres humanos percebem o progresso e o tempo, cruciais para o desenvolvimento
doideal moderno de que a humanidade estaria em um caminho contínuo de progresso.
Diante disso, o passado tornou-se um espaço distintoenquanto o presentepassou a
ser percebido como um momento de transformação contínua. Essa mudança na
consciência humana teria se originado do avanço da secularização, da razão e da
experiência humana na construção do conhecimento, da valorização do indivíduo, do
desenvolvimento dos ideais de liberdade e igualdade.
Resolução –Atividade 1:
Na prática

Como a ideia de modernidade e a maneira como a Idade Moderna é explicada por Hegel
podem ser vistas como exemplos de uma visão da História que coloca a Europa no centro,
justificando o domínio europeu sobre outros povos?
Espera-se que o estudante identifique na ideia de Idade Moderna e deModernidade a
expressão da visão eurocêntrica acerca da história e do mundo, justificando sua
dominação sobre outros povos ao promoverem um conceito de progresso centrado no
próprio continente europeu. Na perspectiva eurocêntrica, o progresso e a civilização são
associados às conquistas europeias, enquanto outras culturas são vistas como
atrasadas. Isso justificaria a colonização e a escravização, apresentando a dominação
europeia como uma missão civilizadora, ignorando outras formas de organização social.
Essa visão eurocêntrica influencia a compreensão de liberdade e justiça, definindo
esses conceitos com base em valores europeus, ignorando contribuições de outras
culturas.
Resolução –Atividade 2:
Na prática

Encerramento
Produzido pela SEDUC-SP.
A partir do esquema ao lado,
responda:
1 –Quais diferenças entre a
modernidade e a
medievalidade?

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1990.
ARISTÓTELES. Retórica. São Paulo: Edipro, 2011.
CÍCERO, De OratoreIn. BERNARDES, Joana Duarte. Para além da imaginação histórica: memória, morte, phantasia. Coimbra : [s.n.], 2014. Tese de
doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/26544. Acesso em: 12 mar. 2025.
CHESNAUX, J. Devemos fazer tábula rasa do passado? Sobre a história e os historiadores. São Paulo: Ática, 1995.
FALCON, F.; RODRIGUES, A. E. A Formação do Mundo Moderno: a construção do Ocidente dos séculos XIV ao XVIII. Rio de Janeiro: Campus, 2006.
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília: Editora UnB, 2003.
HAUSER, A. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
HEGEL, G. W. F.Filosofia da História. Brasília: Editora UnB, 2008.
HORÁCIO. Arte Poética. Lisboa: Editorial Inquérito Limitada, [s.d].
INSTITUTONACIONALDE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). ExameNacionaldoEnsinoMédio (ENEM), 2019.
Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação; Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, 1º dia, Caderno 1 –Azul. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2019/2019_PV_impresso_D1_CD1.pdf. Acesso em: 31 jan. 2025.
KOSELLECK, R. história/História. Madrid: Trotta, 2004.
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora PUC-Rio, 2006.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista:etapa Ensino Médio, 2020. Disponível em:
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO -PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf.
Acesso em: 31 jan. 2025.
PLATÃO. 2000. A República. Coleção Os Pensadores. Enrico Corviseri, trad. São Paulo: NovaCultural.
SILVA, G. R. da. O progresso na Filosofia da História de G.W.F. Hegel. Filogênese, v. 10, 2017. Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE/5.silva.pdf. Acesso em: 31 jan. 2024.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL). Vestibular 2010. 2ª Fase. Disponível em:
https://vestibulares.estrategia.com/public/questoes/sociedade-europeia-Era10a665b475/. Acesso em: 31 jan. 2025.
Identidade visual: imagens © Getty Images
Referências

WIKIPÉDIA. Ambrogio Lorenzetti: Effectsofgoodgovernmentin thecity, 2013. Disponível
em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ambrogio_Lorenzetti_-
_Effects_of_Good_Government_in_the_city_-_Google_Art_Project.jpg. Acesso em: 30 jan.
2025.
IMPERIALMAPS. Europe1550. DeviantArt, 2023. Disponível em:
https://www.deviantart.com/imperialmaps/art/Europe-1550-959997228. Acesso em: 30 jan.
2025.
Referências

A seguir, você encontra uma seleção de exercícios extras,
que ampliam as possibilidades de prática,deretomada e
aprofundamento do conteúdo estudado.
Aprofundando
A seguir, você encontra uma seleção de exercícios extras,
que ampliam as possibilidades de prática,deretomada e
aprofundamento do conteúdo estudado.

B
C
D
E
A
centrado na razão humana.
configurado na percepção etnocêntrica.
focado na legitimação contratualista.
fundamentado na ordenação imanentista.
baseado na explicação mitológica.
Aprofundando
(ENEM, 2019)
TEXTO I: "Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos,
considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.”DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
TEXTO II: "Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado poruma divindade
todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.” RACHELS, J. Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um modelo
5 minutos

B
C
D
E
A
centrado na razão humana.
configurado na percepção etnocêntrica.
focado na legitimação contratualista.
fundamentado na ordenação imanentista.
baseado na explicação mitológica.
Aprofundando
(ENEM,2019)
TEXTOI:"Consideroapropriadodeter-mealgumtemponacontemplaçãodesteDeustodoperfeito,ponderartotalmenteàvontadeseusmaravilhososatributos,
considerar,admirareadoraraincomparávelbelezadessaimensaluz.”DESCARTES,R.Meditações.SãoPaulo:AbrilCultural,1980.
TEXTOII:"Qualseráaformamaisrazoáveldeentendercomoéomundo?Existiráalgumaboarazãoparaacreditarqueomundofoicriadoporumadivindade
todo-poderosa?NãopodemosdizerqueacrençaemDeusé“apenas”umaquestãodefé.”RACHELS,J.ProblemasdaFilosofia.Lisboa:Gradiva,2009.
Ostextosabordamumquestionamentodaconstruçãodamodernidadequedefendeummodelo
5 minutos

A.CORRETA. Os textos discutem a busca da compreensão do mundo através da razão e questionam
a fé em Deus, o que é uma característica central da Modernidade, especialmente no pensamento
cartesiano, que valoriza a racionalidade humana como meio de alcançar o conhecimento.
B.INCORRETA. Os textos não sugerem que o mundo seja entendido através de mitos ou lendas. Ao
contrário, eles discutem a racionalidade e a fé, focando-se em questões filosóficas e não em
narrativas mitológicas.
C.INCORRETA. A imanência refere-se ao que é inerente e contido dentro do próprio ser ou do próprio
mundo, enquanto os textos falam sobre a compreensão do mundo e a crença em Deus de forma
transcendental, não imanentista.
D.INCORRETA. O contratualismo está relacionado com a formação de governos e sociedades
baseadas em contratos sociais, uma temática que não é abordada nos textos apresentados, que se
concentram na razão humana e na crença em Deus.
E.INCORRETA. Etnocentrismo envolve a avaliação de outras culturas a partir dos padrões da própria
cultura, mas os textos discutem a construção do conhecimento e a crença em Deus, sem abordar a
ideia de superioridade cultural europeia sobre outras culturas.
Portanto, a alternativa correta é a letra A.
(ENEM, 2019) Resolução
Aprofundando

B
C
D
E
A
O fluxo de ouro e prata das Américas, na Europa dos séculos XVI e XVII, acabou por produzir um
desequilíbrio monetário que beneficiou as economias dos países ibéricos e prejudicou, com alta inflação, as
economias da Inglaterra, França e Holanda.
A expansão do capitalismo na Europa Moderna produziu o Antigo Regime, caracterizado por grande
mobilidade social entre as ordens sociais da Aristocracia, Burguesia e Proletariado.
No período conhecido como Renascimento Cultural e Científico houve um esforço generalizado por recuperar
a cultura medieval, que até então estava sufocada pela hegemonia da cultura da Antiguidade greco-romana.
A introdução de exércitos regulares, a criação de burocracias permanentes e de sistemas tributários
nacionais, a codificação do direito e a organização regulamentada de mercados nacionais unificados
constituem a base da centralização efetuada pelas monarquias absolutas.
Com a Contrarreforma, a Igreja Católica absorveu as críticas dos reformadores protestantes, promoveu uma
rigorosa transformação interna e ofereceu acordo para a pacificação entre as várias correntes do cristianismo.
Aprofundando
(UEL,2010)SobreasociedadeeuropeiadaEraModernaécorreto
afirmar:
5 minutos

B
C
D
E
A
O fluxo de ouro e prata das Américas, na Europa dos séculos XVI e XVII, acabou por produzir um
desequilíbrio monetário que beneficiou as economias dos países ibéricos e prejudicou, com alta inflação, as
economias da Inglaterra, França e Holanda.
A expansão do capitalismo na Europa Moderna produziu o Antigo Regime, caracterizado por grande
mobilidade social entre as ordens sociais da Aristocracia, Burguesia e Proletariado.
No período conhecido como Renascimento Cultural e Científico houve um esforço generalizado por
recuperar a cultura medieval, que até então estava sufocada pela hegemonia da cultura da Antiguidade
greco-romana.
A introdução de exércitos regulares, a criação de burocracias permanentes e de sistemas tributários
nacionais, a codificação do direito e a organização regulamentada de mercados nacionais unificados
constituem a base da centralização efetuada pelas monarquias absolutas.
Com a Contrarreforma, a Igreja Católica absorveu as críticas dos reformadores protestantes, promoveu uma
rigorosa transformação interna e ofereceu acordo para a pacificação entre as várias correntes do
cristianismo.
Aprofundando 5 minutos
(UEL,2010)SobreasociedadeeuropeiadaEraModernaécorreto
afirmar:

A.INCORRETA.Embora o fluxo de ouro e prata das Américas tenha causado inflação, esse fenômeno
também afetou as economias dos países ibéricos e não apenas as da Inglaterra, França e Holanda. Além
disso, o aumento da circulação de metais preciosos beneficiou a economia europeia em geral,
estimulando o comércio e a expansão econômica.
B.INCORRETA.A Contrarreforma foi uma resposta da Igreja Católica às críticas dos reformadores
protestantes, mas não envolveu absorver essas críticas. A Igreja Católica reforçou seus dogmas, realizou
uma reforma interna e lutou contra a expansão do protestantismo, mas não buscou a pacificação entre as
diferentes correntes do cristianismo.
C.CORRETA.Essas medidas foram fundamentais para o fortalecimento e centralização do poder nas
monarquias absolutas europeias durante a Era Moderna, estabelecendo uma administração mais eficaz e
consolidando a autoridade do monarca.
D.INCORRETA.O Renascimento Cultural e Científico foi marcado pela redescoberta e valorização da
cultura greco-romana da Antiguidade, em contraste com a cultura medieval. Não houve esforço para
recuperar a cultura medieval, mas, sim, para se afastar dela e buscar inspiração na Antiguidade Clássica.
E.INCORRETA.O Antigo Regime, caracterizado por uma rígida hierarquia, não permitia grande mobilidade
social entre as ordens. A Aristocracia, a Burguesia e o Proletariado tinham papéis e posições bem
definidos, com pouca possibilidade de ascensão social, ao contrário do que a alternativa sugere.
Portanto, a alternativa correta é a letra C.
(UEL, 2010) Resolução
Aprofundando

Para professores

Slide 2
Habilidade: (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a
formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes
agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos
internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade
étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas. (SÃO PAULO,
2020)

Slide 3
Dinâmica de condução:Para conduzir essa dinâmica em aula, comece explicando brevemente o conceito de "cringe"
e sua popularidade recente, especialmente entre a chamada geração Z. A expressão "cringe", usada pela chamada
geração Z (nascidos entre 1996 a 2010) para classificar como constrangedores comportamentos da denominada
geração Y (Millennials, 1981-1995), engloba hábitos como: usar emojis, calça skinny, sapatilha; ouvir rock; gostar de
Friends, Harry Potter e filmes da Disney; assistir telejornal; ou não aderir ao TikTok. Esses símbolos, definidos como
"cringe", exemplificam o embate geracional, onde os mais jovens associam práticas anteriores a uma suposta perda
de autenticidade.
Contextualize a ideia de embates geracionais, ressaltando que atitudes e comportamentos vistos como "cringe" podem
variar entre diferentes gerações. Incentive os estudantes a compartilhar suas respostas com a classe, promovendo
uma discussão aberta sobre as percepções de cada grupo. Estimule que estudantes façam questionamentos sobre
você, professor, e sua própria geração. Caso vocês sejam de gerações diferentes, compartilhe suas percepções sobre
as diferenças e semelhanças entre gerações anteriores e posteriores a sua. Explore como as pessoas de outras
gerações veem os próprios hábitos e gostos comparados aos da geração a qual eles pertencem. Promova uma
atividade domiciliar em que os alunos façam perguntas a familiares de diferentes gerações sobre suas percepções e
experiências, encorajando os alunos a refletirem sobre suas próprias atitudes e percepções em relação a outras
gerações.
Essa divisão geracional está sendo utilizada apenas para fins didáticos, pois está envolta no conhecimento geral,
entretanto a mesma não possui qualquer embasamento científico, pois, para além do fato situar-se muito mais num
contexto estadunidense que não seria aplicável ao Brasil, também são extremamente generalizantes e falham até
mesmo para explicar sua realidade de origem.
Esse artigo escrito pelo professor David Costanza discute as limitações dessa abordagem:
https://slate.com/technology/2018/04/the-evidence-behind-generations-is-lacking.html

Slide 14
Tempo: 3 minutos.
Dinâmica de condução:Professor(a), para conduzir a dinâmica, leia a questão em voz alta
e destaque as alternativas com a turma, estimulando-os a apontar incoerências e justificá-
las. Por fim, escolha a resposta correta em grupo de modo a rememorar os conceitos
trabalhados nesta aula.

Slide 14
Dinâmica de condução: Professor(a), aatividade busca incentivar os estudantes a
refletirem sobre o conceito de modernidade no contexto histórico, utilizando as ideias de
Reinhart Koselleckcomo ponto de partida. O objetivo é compreender a Modernidade como
um processo de ruptura com o período anterior e identificar as transformações e
continuidades associadas a essa transição histórica.
Antes da realização da atividade, é importante garantir que os estudantes compreendam os
principais aspectos do pensamento de Koselleck, sobretudo os conceitos de Sattelzeit
(época de transição) e as mudanças nas percepções de tempo (passado, presente e futuro)
durante o Período Moderno, o que pode ser auxiliado com a revisão do conceitode "historia
magistravitae"(slide 5) e com a explicitação da diferença entre "Historie" e "Geschichte"
para proporcionar aos estudantes as ferramentas conceituais necessárias para a discussão.
Contextualize o período histórico abordado por Koselleck, destacando as grandes
transformações ocorridas entre 1750 e 1850, como o Iluminismo, a Revolução Industrial, as
Revoluções Atlânticas (Revolução Francesa, Americana e Haitiana) e os avanços na ciência,
a partir de tal reflexão, explique como essas mudanças resultaram em novas concepções de
história e tempo, rompendo com o passado e projetando expectativas para o futuro. Se
necessário, retorne ao slide 17 para salientar a relação entre continuidades e rupturas
relacionadas ao período, bem como a ideia de transição gradual.

Slide 23
Dinâmica de condução: A segunda atividade, tomando por base o pensamento de Hegel, apresentado aqui de maneira
simplificada, tem por objetivo estimular os estudantes a compreender como a ideia de modernidade e as explicações
históricas relacionadas à Idade Moderna refletem o eurocentrismo, além de discutir suas implicações em relação ao
colonialismo, à escravidão e à exclusão cultural de povos não europeus. Dessa forma, sublinhe que Hegel, em sua
filosofia, diferenciava a natureza e os objetos materiais, que possuem caráter único e estável, das determinações
humanas, processadas no campo do Espírito (Geist), que se expressam na liberdade e na capacidade de transformação.
Assim, o ser humano, ao contrário da natureza, molda-se e transforma sua realidade histórica por meio de sua
racionalidade e consciência devido ao “impulso de perfectibilidade". O que Hegel chamava de "progresso" surge do
desenvolvimento dialético do Espírito, que supera contradições, trazendo o "novo" e conduzindo a história em direção à
realização da liberdade. Nesse sentido, ele afirma que a história universal é o "progresso na consciência da liberdade", o
caminho por meio do qual a razão e a liberdade se tornam concretas.
Para Hegel, a liberdade só poderia ser plenamente realizada na história por meio do Estado racional, que harmoniza os
direitos individuais com a justiça, sendo, portanto, condição essencial para o progresso histórico. Sua visão hierarquizava
as civilizações de acordo com seu papel nesse processo histórico. Ele considerava a Europa moderna como o estágio
mais elevado no progresso do Espírito, enquanto outras culturas e povos, como os indígenas das Américas e grupos
tradicionais, eram vistos como estando nos estágios iniciais ou fora do fluxo central da história. Tal hierarquização foi
instrumentalizada no século XIX para justificar práticas coloniais, escravistas e eurocêntricas. Embora Hegel criticasse
explicitamente práticas de opressão, como os feitos espanhóis na América e britânicos na Índia, sua visão de uma "Europa
central" na história universal contribuiu para reforçar discursos de dominação.
Durante a atividade, ressalte a importância de discutir essa instrumentalização e estimule os estudantes a pensar
criticamente sobre como essas narrativas eurocêntricas ainda influenciam nosso entendimento histórico, refletindo sobre o
impacto dessas ideias na exclusão de outros povos e no discurso sobre modernidade e progresso. Pergunte aos
estudantes como é possível reinterpretar a história a partir de perspectivas que valorizem as vozes e contribuições de
culturas tradicionalmente marginalizadas.
SILVA, G. R. da. O progresso na Filosofia da História de G.W.F. Hegel. Filogênese, v. 10, 2017. Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE/5.silva.pdf. Acesso em: 31 jan. 2024.

Slide 24
Dinâmica de condução: Professor(a), deixamos aqui o texto que serve de base para o mapa mental
que consta no slide 24. Para os renascentistas, a ideia de "moderno" significava apenas, em seu
sentido mais amplo, o "hoje", o "momento atual", razão pela qual os homens dos séculos XV e XVI
costumavam identificar o seu próprio tempo como "moderno", no sentido de estabelecerem uma
diferença absoluta em relação ao tempo anterior e de proclamarem o começo de um novo tempo.
Assim, a partir da autoconsciência renascentista, tornou-se comum referir-se ao período como o início
dos Tempos Modernos, ou como o começo ou surgimento da Modernidade.
Entretanto, por mais que se possa afirmar que Renascença é o berço dos tempos modernos, por óbvio,
isso não significa que o Renascimento e a Idade Modernaconstituíram um rompimento completo e
súbito com o Era Medieval, tendo persistido muitos costumes e atitudes medievais nesse período. O
que evidencia a complexidade em se trabalhar com eventos que fecham e abrem períodos históricos,
uma vez que as épocas são definidas por uma combinação de fatores políticos, sociais, econômicos e
culturais, que escapam à tentativa por aprisioná-las em limites temporais engessados. É importante
considerar que nossa noção atual sobre as origens de tal modernidade tende a situar a época decisiva
de seu surgimento nas últimas décadas do século XVIII, com o Iluminismo, a Revolução Francesa e o
advento do capitalismo industrial.
Contudo, oséculo XVII foi um marco definidor da Modernidade, precisamente quando se estabeleceram
as bases da crítica às formas ideais do Renascimento e se abriu caminho para um processo de
secularização (separação da igreja) que transformou a maneira de se produzir conhecimento. Esse
período acentuou a importância da razão, como pressuposto da experiência, com a Revolução
Científica, a decadência do primado religioso, a retomada da valorização do ser humano e a promoção
do debate sobre liberdade e igualdade.
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