EMPATIA Conceito clínico Como desenvolver em nossa formação? Prof. Alessandra Henriques Curso de Psicologia
EMPATIA Conjunto de sinais que circulam numa relação pela qual uma pessoa facilita o desenvolvimento e crescimento da outra.
Manifestamos ou procuramos manifestar empatia: Quando reconhecemos que a pessoa tem uma vida mais plena se ela se conhece e avalia por si mesma, tendo consciência dos seus sentimentos, atitudes e ações, sendo honesta consigo mesma e se apresentando aos outros tal como é. “Quando sentimos o desejo de levar as pessoas com quem vivemos a partilhar essas mesmas características” (pág. 169)
Nossas relações serão portadoras de um movimento que as amplificará e religará a algo de mais vasto do que o universo pessoal do paciente e terapeuta.
A empatia faz surgir essa dimensão quando reúnem os seguintes aspectos: Compreensão empática Crença no outro Interesse e respeito sem reserva Aceitação do outro Ser acessível Ser consequente ou congruente
1. Compreensão empática Compreender o outro do ponto de vista dele, reconhecendo o que é real e significativo para ele, sua atitude subjetiva em relação a ele mesmo e aos outros. “viver em certo sentido a experiência do outro, embora não confunda os sentimentos e percepções do outro com os seus” (pág. 170).
Compreensão Empática É raro conseguir estar bem certo do que o outro quer dizer ou sente de maneira profunda, por isso reagimos em conformidade com a melhor idéia que fazemos do que o outro quer dizer e continuamos dispostos a corrigir e modificar nosso julgamento. Essa atitude aumenta a possibilidade de compreensão do outro, mas também o libera permitindo a sua mudança.
A diferença entre empatia e simpatia reside no fato de que na primeira recebemos a mensagem do outro tal qual ele nos comunica, enquanto na simpatia amplificamos, transmitimos e prosseguimos em nós mesmos o que foi começado pelo outro. Compreensão Empática
2. Crença no outro Perceber que o outro possui no fundo de si mesmo a força para crescer, desenvolver suas possibilidades e assumir suas responsabilidades. “Podemos facilitar e alimentar sua aspiração fundamental a um desenvolvimento integrado mais vasto. Todavia, qualquer esforço empreendido para fazer nascer ou acionar essa motivação está fatalmente voltada ao fracasso. Devemos simplesmente reconhecê-la sem contrariar seu desenvolvimento” (pág. 172).
3. Interesse e respeito sem reserva Ter um interesse e respeito profundo pelo outro, possuindo “ uma atitude positiva – calor, afeição, amor, interesse, respeito” (Rogers apud Salomé, p. 172). Procuramos “ conservar a reserva, atitude ‘profissional’, [...] relações impessoais... É uma verdadeira façanha aprender [...] em certas fases dessas relações, que podemos com toda segurança, afeiçoar-nos por outrem, ou alimentar sentimentos positivos para uma outra pessoa” (idem, p.173).
4. Aceitação do outro O outro não tem necessidade de ganhar nossa aprovação e simpatia, aparentando ser uma pessoa que não é, “não impomos nenhuma condição, nenhuma obrigação, não ligamos importância particular a tal gênero de sentimento e comportamento” (pág.173).
Aceitação do outro Há a liberdade de ser o que ele é, ele pode fugir, enfrentar o medo, a dor, estar triste ou alegre, desesperado, raivoso, o propósito é dar liberdade para conhecer a si mesmo, já que, se sente avaliado pelo que ele é em determinado momento e não por uma norma.
5. Ser acessível Ter disponibilidade, comunicar ao outro sua maneira de ver as coisas quando o outro deseja realmente este gênero de comunicação, fazendo é claro, distinção entre nossos pensamentos e sentimentos e os pensamentos e sentimentos do outro,
Ser acessível “mas quando comunicamos nossas idéias , sentimentos e conhecimentos mostrando que está aí uma realidade ou verdade que o outro deve conhecer e compreender para seu próprio bem, estamos violando ou rejeitando, creio eu, a empatia” (pág.175).
6. Ser consequente ou congruente Quer dizer, NÃO EXIBIR NENHUM DOS SENTIMENTOS ANTERIORES SE VERDADEIRAMENTE NÃO OS SENTIMOS DE MANEIRA PROFUNDA. Mostrar certa reação quando se está sentindo outra poderá deixar confuso o interlocutor, ele pode sentir-se constrangido, desconfiado e comunicar-se de maneira superficial.
“Se formos realmente conseqüentes , daremos a impressão de ser congruentes (em acordo) e fiáveis. O outro fica com o sentimento de que pode confiar em nós por que vê que nos entregamos verdadeiramente a ele com o que somos, com nossa caminhada e nossa própria evolução” (pág. 176)
“Segundo minha experiência de vida, quando minha atitude é convencional, o cliente não consegue mudar ou se desenvolver nos aspectos de sua personalidade que não posso aceitar completamente. E quando, mais tarde, e algumas vezes demasiado tarde, procuro descobrir a razão pela qual fui incapaz de aceitá-lo com todos os seus componentes, apercebo-me, em geral, de que é por que tive medo ou me senti ameaçado por algum aspecto de seus sentimentos. Para estar em condições de ‘ajudar melhor’, é preciso que eu me desenvolva e aceite esses sentimentos em mim próprio”. (Carl Rogers)